Esteban sabia que tinha que seguir com aquela farsa, que não tinha volta atrás, tinha que dar um jeito de convencer Maria. Belisário estava disposto à vê-los casados e assim seria.
Maria se seguisse com Esteban poderia sair machucada e sabia disso, mas sem ajuda dele poderia cair novamente nas mãos de Demétrio e Servando.
Belisário encontra Maria e a leva até seu quarto, tinha a intenção de apelar ao lado emocional dela, apesar do pouco tempo em que a conhecia se afeiçoou a moça, queria que fizesse parte da família.
–Belisário: Vem Maria, quero que veja algo. - eles estão no quarto dele em frete a um grande armário, então ele retira um saco e de dentro dele um vestido - pegue, sei que ficará perfeito em você.
– Maria: É o que eu estou pensando ? - então abre o envoltório e fica pasma, nunca tinha visto algo tão belo e especial - ele é precioso, mas não posso aceitar, não tenho certeza de poder ser a esposa que Esteban necessita, não estou a altura de vocês... Ah se soubesse mais sobre mim, talvez não quisesse que eu sequer o tocasse - diz isso sensibilizada passando a mão pelos pequenos e delicados cristais do vestido -
Belisário estava emocionado, olhava pra aquele vestido nas mãos de Maria que o tocava como se fosse um tesouro inestimável, e pra ele assim era, sua esposa havia se casado com ele, queria que fosse de Maria, desejava tornar tudo aquilo realidade, via nela a esperança de um recomeço na sua vida e de seu neto, quem sabe através dela conseguiria se aproximar de Esteban e isso era o que mais queria no mundo, que seu neto o perdoa-se que o entendesse. Ele não afastou Esteban dele porque não o amava.
–Belisário: Filha por favor aceite, se case com meu neto sei que podem ser felizes, Esteban as vezes parece ser insensível, duro... mas te juro que não é assim. Ouvi quando discutiam na estufa, sei que estão brigados - Maria fica apreensiva, será que ele sabe de tudo, da mentira- não tinha a intenção de ser indiscreto, não fiquei lá muito tempo sabia que tinham coisas as quais resolver - ela solta um suspiro de alivio-
–Maria: Eu não sei o que te dizer - em um minuto de fraqueza quase revela seus sentimentos - gosto dele mas não sei se é o certo à fazer quase não nos... - ela ia dizer que não o conhecia direito, pois a apenas uma semana se viram pela primeira vez, mas se lembra da história que Esteban invetou pro seu avô - quer dizer não sei se estamos prontos pra este tipo de relação...
Belisário se aproxima e segura as mão de Maria, de uma forma tão paternal e comovedora, que por um momento ela pensa que assim deveria ser como à tocaria seu pai se vivesse em um lar normal se tivesse uma família, e como queria ter uma família, talvez esse fosse de verdade seu maior sonho.
–Belisário: Sei que parece apressurado, que pensa que tudo pode dar errado, mas porque não tentar, porque não dar uma oportunidade pra felicidade. Eu apenas te conheço mas sinto um enorme carinho por ti, talvez como a filha que nunca tive. Por favor filha pense em tudo que lhe disse, leve o vestido com você, só uma oportunidade Maria.
Nesse momento ela o abraça assim como Belisário também senti algo muito especial por ele.
–Maria: Prometo que vou pensar, talvez tenha razão. Obrigada por tudo - ela pega o vestido e vai pro seu quarto.
Esteban estava se sentido pressionado e pela primeira vez não sabia como concertar tudo. Então vai ao encontro de seu amigo Leonel, quer se detrair um pouco arejar a cabeça.
Leonel abre a porta e da de cara com Esteban
– Leonel: Não esperava por sua visita.
– Esteban: E eu que pensava que essa era minha casa também.
– Leonel: Verdade (rs) entra vamos conversar, quero saber de tudo, como vão as coisas com Maria ? E com seu avô ?
Já sentados e bebendo o whisky de sempre embarcam numa conversação.
–Esteban: Pensei que seria mais fácil, que apresentaria Maria como minha noiva ao velho e que ele ficaria satisfeito e soltaria o dinheiro, além disso pensava que Maria seria mais amável comigo se é que me entende.
–Leonel: Não consigo entender nada, melhor me contar desde o princípio.
– Esteban: Maria quase não me deixa tocá-la e o pior é que não consigo me controlar quando estou com ela. À noite bebi demais e quase à violei, fui um ogro com ela à deixei cheia de marcas e não consigo tirar da cabeça o medo que vi no olhar dela.
– Leonel: Agora entendo menos ainda, ela é uma prostituta Esteban você está pagando pelos serviços dela, está acostumada a estar com todo tipo de homem, isso não é normal. Talvez só esteja tentando conseguir mais dinheiro.
–Esteban: Não sei amigo, ela não se parece em nada com aquela mulher que aparentava ser no bordel, pelo contrário é até meio tímida e retraída, se bem que durante a festa conseguiu chamar a atenção de todos os homens, pela primeira vez não sei o que fazer. E pra completar hoje meu avô anunciou que já tem tudo preparado para que nos casemos no mais tardar semana que vem e logo agora Maria resolveu que não quer mais seguir com a farsa.
–Leonel: Está mais complicado do que pensei, mas você tem que dar um jeito, sabe que dependemos desse empréstimo para mantermos a empresa. Bom, e se não tem o que necessita com Maria, Ana Rosa pode te ajudar, aos menos para aliviar seus desejos reprimidos (rs)
– Esteban: Isso penso fazer (rs) mas primeiro tenho que convencer Maria a se casar comigo, esse casamento não durará muito, assim que conseguir o dinheiro posso anulá-lo.

Maria observava o vestido e pensava nas palavras de Belisário, ela queria ajudá-lo, queria vê-lo feliz, talvez aceitasse se casar com Esteban, seria sua esposa no papel mas não sua mulher. Esperava poder proteger seu frágil coração, sabia que se se apaixonasse por ele seria sua perdição, porém talvez fosse tarde demais, ela já sentia algo por ele só não sabia definir ao certo o quê.