I bet my life escrita por hidechan


Capítulo 6
Capítulo VI: Broken Souls


Notas iniciais do capítulo

Um brinde a felicidade qq auhauahauhuha - ou nm, esse cap é tenso.

LANACHAN obrigada por tudo s2 aaaaaaaaaaah é tão Inevitável! s2



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– Oi mãe, como estão as coisas ai? _Aomine desviou o olhar da panela por alguns instantes a fim de posicionar melhor o celular sobre a bancada.

– Estou ótima sem ter que arrumar seu quarto todos os dias _riu.

– ...está cheia das graças ein mulher. Mãe, o molho da lasanha precisa apurar quanto tempo?

– Eh?! Cozinhando nesse nível?

– Mãe... _a chamou num tom de cansaço.

– Uns 10 minutos amor, e como estão as coisas ai?

– Tranquilo, só que não vejo a hora de voltar.

Ele ouviu apenas um resmungo do outro lado e hesitou em contar.

– O Taiga está morrendo de ciúme... não tiro a razão dele, o Kise gosta de mim afinal, mas ele não fez nada! Só que o cabeção insiste em ficar me atacando dizendo que eu poderia ficar um pouco mais na minha.

– Hum, ciúmes é.

– É.

Daiki esperou o conselho que não veio.

– Nada pra me dizer?! Mesmo? _meneou a cabeça para os lados, indignado.

– Mesmo. Ah meu filho, sei que jamais daria esperanças para o Ki-chan e que o Taiga só está assim por saudades e carência. Então não se preocupe com isso, tente... dar mais atenção para o seu namorado.

– Hn... quem não me dá atenção é ele, sabe disso _retrucou agora abandonando o fogão e se voltando para a bancada _mal me responde nessa droga de whatsapp. Está totalmente focado no basquete.

– Viu como também está enciumado?

– ... _rolou os olhos _ok, vou desligar agora, mãe. Preciso de toda a habilidade que eu não tenho para montar isso aqui. Ah, contei a ele que estava treinando pratos novos para quando nos encontrarmos, pelo menos disso ele gostou.

– Isso é bom! Eu também gostei. Boa noite meu amor e se cuida.

– Você também.

A conversa continuou passando por sua mente enquanto colocava a camada de massa no fundo da forma. Taiga deu um pequeno chilique no dia anterior quando soube que o namorado tinha passado o final de semana passeando por Tóquio na companhia de Kise – mas isso era bem previsível não? Afinal estava se hospedando na casa do amigo. Depois disso, logo pela manhã já deu a ideia de que o loiro não precisava deixar seu desjejum pronto, uma coisa totalmente desnecessária; e assim seguiu com suas ciumeiras até Daiki se irritar. Não tinha motivo para isso! Kise mal chegava perto de si, eles jantavam juntos apenas, nos últimos dias o menor estava indo dormir quase que imediatamente após a refeição devido ao cansaço.

Aomine até se sentia sozinho.

– Ah-ah... _suspirou. Ele sabia que no final de semana tudo acabaria e Taiga voltaria ao normal. Queria ele saber o que o ruivo fazia nos seus dias de folga.

Daiki ajustou o temporizador do forno e deitou-se no sofá, esperaria por Kise, como fazia todos os dias, enquanto pensava em como contornar a situação.

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Taiga sentou no banco de madeira próximo à fonte e observou o show de águas por alguns segundos, em sua mão um copo de chocolate quente e o celular inerte. Estava sentindo falta de Daiki. Mais do que sua mãe ou Himuro, queria o namorado ali do lado o quanto antes afagando seus cabelos e tomando os lábios macios.

– Daiki _murmurou olhando em volta para não ser pego no flagra pelos colegas de time, apesar de respeitado era sempre zuado pelo seu relacionamento com o maior. Um homem de quase dois metros suspirando por outro igualmente ogro.

Além da saudade, estava se corroendo por saber que faltava ainda quatro dias para o curso terminar, aquele Ryota Kise não o enganava com certeza estava maquinando algum plano para agarrar seu namorado. Alguma coisa o fazia odiar suas atitudes, roupas e sorrisos; toda vez que se encontravam ele se atirava pra cima dos amigos e principalmente de Aomine.

– Sua mãe não te deu educação? _bufou agora terminando a bebida quente e fuçando qualquer coisa no facebook. Imediatamente abriu a página de Kise só para encontrar mais razões para detestá-lo.

Estava agindo como um adolescente mimado de acordo com as palavras de seu irmão, mas queria ele estar no lugar de Taiga? Não! O moreno estava bem com sua namorada, na França, juntos. O gatilho para o ciúme não fora exatamente as fotos de Daiki com Kise na Torre de Tóquio – talvez um pouco – e sim quando mandara o whatsapp contanto sobre sua vitória no jogo contra o time Alemão, estava muito empolgado, criando mil e uma expectativas para uma resposta carinhosa e tudo o que recebera fora um áudio de 15 segundos o parabenizando. Ficou feliz no começo e então esperou por mais e... nada. Simplesmente acabou ali. Ou melhor, não acabou ali, em seguida vieram as malditas fotos.

O ruivo respirou fundo quando ouviu seus próprios pensamentos, estava sendo ridículo, Daiki jamais o trairia e mesmo que Kise lhe desse cala frios ainda era um amigo importante para seu namorado e devia respeito.

– Tiger! _o menino de cabelos longos veio correndo em sua direção _...ir ao snooker bar? _arriscou em japonês as poucas palavras.

– Of course, let’s go.

Ele não fazia a menor ideia de como jogar sinuca, porém se deixou ser levado pelo clima de descontração e o seguiu um passo atrás, observando a silhueta pequena do armador. Kagami Taiga tinha que admitir: estava sendo bem hipócrita quanto a ter ciúme.

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Aomine acordou assustado com o celular vibrando nas suas costas, pensou por um segundo que já tinha que se levantar para o curso, porém se viu dormindo no sofá da sala com o controle pendurado na mão. Assim que se localizou no tempo-espaço percebeu duas coisas: o forno tinha desligado graças ao temporizador então seu jantar estava a salvo e no relógio do DVD já marcavam 1:14 da manhã. Sua mão voou para o celular e o desbloqueou, aflito, nele uma ligação perdida do amigo; não pode nem respirar quando o aparelho voltou a vibrar.

– Kise? Foi mal eu estava dormindo, você não volta hoje? _ o silêncio do outro lado o fez afastar o Iphone por alguns segundos para verificar se ainda estavam na linha _alô?

– Aominecchi... você pode... vir me buscar?

Ele xingaria o menor se sua voz não estivesse estranha, aumentou ligeiramente o volume do auto falante para entender o que dizia.

– Onde você está cabeção?

– No 12º posto policial _sua voz embargou em seguida _eles pediram para te ligar.

– Oi? Você está no meu curso? Espera ai, ok eu já estou saindo. O que aconteceu? Kise? Ki- _mas ele acabou desligando.

Não ficou afobado como sugeria a situação, pegou seu casaco no quarto e calçou os sapatos sem pressa para só depois ganhar a rua em direção ao local. Se Kise estava lá então já estava seguro seja lá o que tenha acontecido. A caminhada levou cerca de 20 minutos, ao adentrar o posto fora prontamente reconhecido pela secretária.

– Aomine-san, o que faz aqui a essa hora?

– Boa noite, Tiemi-san _acenou para a garota _fazendo plantão é?

– Sim... tivemos um caso feio hoje _sussurrou _o capitão está atordoado.

– C-como? _a cor do seu rosto sumiu.

– Aomine-san! Por aqui _o homem fardado de quase dois metros o chamou de dentro da sala, o moreno apenas obedeceu não ousando se quer olhar para a amiga.

A sala já era conhecida dele, sentou na cadeira de frente para o coronel e esperou que ele lhe contasse o motivo de tanto mistério.

– Você é amigo de... _pegou a prancheta sobre a mesa _Ryota Kise, certo? _Daiki confirmou com um aceno _os policiais da ronda noturna o encontrou sendo atacado por dois meliantes aqui nas proximidades por volta das 20 horas, felizmente conseguimos o trazer com segurança sem ferimentos graves _deu ênfase na última palavra deixando uma brecha para seu aluno se impor.

– Mas são mais de 1:30 da manhã! Foi assalto? _sua mão fechou no automático como sempre fazia quando nervoso.

– ...estupro _e mesmo com anos de casos horríveis entre eles suicídios e narcóticos, sua voz hesitou por um momento _você precisa falar com ele, Daiki-kun. Não conseguiu descrever como aconteceu e sem o depoimento fica difícil liberá-lo, a única coisa que fez foi dizer que conhecia um dos nossos alunos transferidos e... olha que demorou para convencê-lo a te ligar.

O moreno respirou fundo antes de se levantar, realmente não sabia o que dizer e diante da situação resolveu apenas agir indo direto na sala ao lado com a cara e a coragem. Era um policial afinal. Entretanto o peso de ser um amigo pendia a balança perigosamente, o que falaria? Como o encararia? A vergonha da situação estaria estampada no rosto de ambos.

Kise estava sentado na cadeira do tenente Moriyama, a blusa de alguém jogada sobre os ombros e alguns curativos nos braços e pescoço. Estava de costas pra si, encarando de cabeça baixa uma xícara vazia. Se aproximou deixando claro sua presença tentando se manter firme.

– Kise... _colocou a mão em seu ombro recebendo imediatamente um olhar tristonho.

– Ah... oi, desculpa te incomodar com isso... o Moriyama-san insistiu em te chamar _um frio na espinha percorreu todo seu corpo o fazendo tremer por um breve instante.

– Precisa dar o depoimento, não é muita coisa só conte o que aconteceu e então vamos pra casa _afagou suas costas _fale... pode dizer como achar melhor, ok? _tentou seu melhor, não foi tão difícil assim afinal.

O depoimento levou alguns minutos, na presença do mais alto ele pode se acalmar e contar por cima o que aconteceu; o tenente aceitou que fossem para casa colocando fim na tortura, a palidez do loiro estava o deixando aflito. De carona, em poucos minutos Daiki estava escoltando o amigo de volta para o apartamento, ficou o tempo todo com o braço em sua cintura e em silêncio.

Talvez um dos piores da sua vida depois que o pai desapareceu.

Indo direto a um merecido banho Kise desapareceu por de trás da porta de madeira enquanto Daiki, agora perdido, tentava falar com sua mãe rezando para não assustá-la com a ligação em plena madrugada. A senhora atendeu com poucos toques perguntando de imediato o que havia acontecido, não ficou mais calma ao saber da situação; Daiki pode ouvi-la chorar do outro lado da linha. Recomendou ao filho que não o deixasse sozinho e que independente do que as pessoas fossem pensar mais tarde, cuidasse do menor com carinho.

Estava perdido sem conseguir imaginar os sentimentos do amigo naquele exato momento, porém dentro de si tudo era claro: cólera. Se estivesse na ronda noturna acabaria matando os suspeitos sem pensar duas vezes. Era um instinto bem errado para um policial, teria que trabalhar a razão e o coração com mais afinco se quisesse prosseguir com a profissão e aquele estava sendo seu primeiro grande desafio. O depoimento deixou claro o quanto horrível foram os minutos nas mãos de pessoas que ele nunca vira em sua vida, violando seu corpo e despedaçando sua dignidade.

– Aominecchi...? _o menor parou no batente da porta _vou dormir, obrigado por hoje.

– Espera! Você está bem? _tentou se aproximar, mas o loiro retraiu o corpo.

– Me sinto um pouco enjoado então acho melhor deitar.

Daiki se lembrou das palavras de sua mãe, como não sabia o que fazer, resolveu seguir os conselhos da mesma.

– Vem, senta aqui no sofá e espera um pouquinho. Eu sei que você é... _entrou no quarto deixando o outro sem reação quando saiu de lá com cobertores e travesseiros nas mãos _que você gosta de ficar sozinho e de resolver as coisas sozinho. Eu te conheço. Mas também sei que agora não é momento pra isso.

Colocou os colchões entre o sofá e a tv deitando em seguida, não precisou chamá-lo uma segunda vez para logo o menor estar ao seu lado, encolhido sob o cobertor grosso.

– Quando seu enjoo melhorar faço alguma coisa pra você comer. Eu vou jantar ok? Durma um pouco _ligou a tv deixando o volume ridiculamente baixo, apagou também a luz.

– ...obrigado _foi a última coisa a dizer antes de fechar os olhos. O calmante fazia efeito.

O moreno esquentou a lasanha e comeu vendo um filme qualquer, a todo o momento olhava de canto para o outro que permaneceu adormecido por mais ou menos uma hora. Ao despertar reclamou que a fome não estava o deixando descansar, infelizmente só tinha almoçado naquele dia por conta da faculdade e trabalho; o jantar do amigo era sua salvação. Tratado como um principezinho, pelo menos naquela noite, ganhou carinho em seus cabelos, suco de maracujá e a melhor comida caseira do universo; até arriscou uma gargalhada quando ouviu a pior piada do mundo da boca do retardado Aomine e assim, aos pouquinhos, ia se sentindo melhor.

O sol apontou no horizonte quando ambos adormeceram enfim, cada um sob sua própria coberta, virados de costas um para o outro, entretanto com o coração batendo no mesmo ritmo formando uma calma sinfonia.

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Notas finais do capítulo

ty ~



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