I bet my life escrita por hidechan


Capítulo 1
Capítulo 1: Sombras


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sejam bem vindos a mais essa fic ~ sei que tenho uma para terminar, porém prefiro aproveitar meu entusiasmo ao deixá-lo passar batido! Essa fic será um triângulo amoroso e apesar de sinopse estar meio sinistra, não esperem tragédias!!!!
A capa original foi modificada... por que acho que ela seria denunciada TT as imagens que eu separei estavam um poucooooo fortes. Então confiram ela aqui ♥

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Obrigada!!!



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Eu... já te disse um milhão de mentiras, mas agora te digo uma verdade absoluta: você está em tudo o que eu faço. Eu sei que escolhi um caminho que você nunca quis pra mim, te fiz viver num inferno todos esses anos... mas... me perdoe. Eu aposto minha vida em você... eu aposto a minha vida.

Capítulo I: Sombras.

– Oh... esse cara realmente conseguiu uh?

Aomine olhou para o telão acima de sua cabeça enquanto esperava o sinal abrir, ergueu a viseira do capacete para visualizar melhor o comercial rápido que passava. Caiu em breve nostalgia ao mirar os olhos cor de mel, ainda pareciam brilhar inocência. O produto apresentado era um perfume importado, Frances, abriu um sorriso antes de acelerar e continuar seu caminho.

Atravessou a avenida principal em direção a uma das alamedas, as ruas conhecidas trazia ao homem certo frio na espinha, a medida que o apartamento ficava mais visível, subia em sua boca o gosto amargo de sentimentos a muito deixados para trás. O prédio enfim se mostrou a menos de 5 metros, desacelerou o suficiente para perceber as janelas fechadas e uma onda de perguntas invadiu sua mente.

– ... _suspirou _Daiki, Daiki... o que vai fazer? _disse já estacionando.

Caminhou até a portaria, o senhor de idade perguntou nome e motivo da visita, ele apenas disse que veio sem avisar que então era para o morador descer até o hall de entrada e que ficaria esperando sentado na guia da calçada.

– Ele não mora mais aqui _disse devolvendo o papel. Não responderia a mais nenhuma pergunta.

– Entendo... me desculpe pelo incomodo. Tenha um bom dia, senhor.

– Você também _mirou o rapaz de pele escura por mais alguns segundos antes de fechar o vidro de sua cabine. Algo em sua mente parecia querer alertá-lo, porém era velho demais para se lembrar.

Daiki subiu na moto azul marinho e deu partida, o senhor não o viu mais desde então.

I bet my life – Seis anos atrás.

O som da chuva incessante na tarde fria de Sexta-feira deixava Aomine doente, podia ouvir cada gota batendo na vidraça da janela bem como na calha de lata ao lado da mesma. Puxou a coberta para mais perto do rosto desejando dormir o quanto antes evitando assim os pensamentos desgastantes que iam e vinham em sua mente; o nome daquilo tudo?

Kagami Taiga.

Tinha chego de mais uma tarde de estudos preparatórios para o vestibular, pensava durante as aulas em se encontrar com Taiga para passarem uma tarde juntos fazendo qualquer coisa. Com a chuva e o ginásio vetado para os alunos do terceiro ano, jogar basquete não poderia ser incluído em seus planos, porém ainda tinham um leque de coisas divertidas para fazerem juntos. Como sempre. Infelizmente suas mensagens não foram sequer visualizadas e, como último recurso, as ligações que tanto evitava fazer por odiar aquele tipo de conversa por fim acabaram caindo na caixa de mensagens.

Tudo bem, pensou enquanto caminhava de volta para casa, deve ser apenas a bateria do celular. Ultimamente era a desculpa do ruivo para tudo, não chegava a ser mentira - realmente - mas o descuido com o único meio de contato entre os amantes era para si um tremendo descaso. Custava colocar o aparelho para carregar a noite? Um Iphone ultrapassado, ainda assim bastava para não deixá-lo no vácuo como naquela tarde.

Acabou chegando em casa frustrado, faziam duas semanas que estava sem o carinho de Taiga e unido à falta do esporte preferido, seu estresse aumentou em doses cavalares contribuindo para o mau humor. Tirou o uniforme o jogando as peças pelos quatro cantos do quarto e se jogou na cama que ainda estava por fazer. O silêncio de sua pequena residência deu a ele abertura para aqueles pensamentos detestáveis. Queria estar nos braços de seu suposto namorado.

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Odiava tardes de estudos, todas as escolas do Japão deveriam estar com o mesmo plano de ensino, então seus pensamentos idiotas de fugir de tal obrigação não procederiam jamais. Abriu a porta de seu apartamento largando a chave sobre o aparador azul, descansou a mochila no sofá e logo se livrou do moletom escolar; bufou, sua dor de cabeça não condizia com uma tarde de Sexta-Feira que teoricamente era o dia da semana onde estava livre de suas obrigações, só voltaria a pegar nos livros no Sábado à noite – ou pelo menos essa era a programação de sua professora. Entrou no banheiro despreocupadamente procurando sua calça de moletom preferida e desfez a expressão irritada ao encontrar junto dela o carregador, estava sem o celular desde o segundo período da manhã e com certeza alguma coisa nova estaria em suas redes sociais naquele momento.

– Ah, Daiki sempre você _riu ao perceber que seu Iphone tinha travado por alguns segundos devido ao tanto de mensagens que agora chegavam tudo de uma só vez. Primeiro leu as de sua mãe, poderia respondê-la mais tarde pelo fuso horário, depois as de Daiki anotando mentalmente que ligaria para o moreno assim que terminasse de abrir as outras, Himuro também mandara qualquer coisa optando por ignorar. Posicionou por fim o aparelho entre o ombro e o ouvido enquanto caminhava agora para a cozinha.

– E ai _a voz rouca surgiu segundos depois do terceiro toque _ como você está?

– Bem e você? Acabei de chegar... _fez uma pequena pausa para dar atenção à data de validade do iogurte de morango _foi mal, acabou a bateria do meu celular. O que está fazendo agora?

– Deitado imaginando o que tem na geladeira para comer _respondeu bem-humorado. Toda a irritação de meia hora antes se esvaiu com o cochilo.

– Tenho um iogurte vencido e 40 pratas, pizza?

– Chego ai em um minuto _respondeu entre uma mentira e uma verdade, rolando para o outro lado da cama _quer que eu leve algo?

– Não precisa... _outra vez deixou a conversa de lado para ler agora o rótulo de sua vitamina instantânea _vou deixar a porta destrancada.

– Valeu. Até mais!

– Até _e desligou colocando as cegas o aparelho sobre a bancada, com as duas mãos resolveu agora explorar o congelador abarrotado de tranqueiras.

Um minuto de Aomine Daiki se transformou quase em duas horas, intimamente o moreno sabia que era uma pequena vingança totalmente sem sentido, uma vez que ele próprio estava sofrendo com a consequência – queria ver Taiga o quanto antes. Apesar da descontração no telefone e das brincadeiras com a situação, o moreno estava sim pensativo sobre aquele relacionamento torto com o ruivo. Eles se tratavam como namorados, porém nunca assumiram publicamente ou pior, para eles mesmos; apreciavam a companhia um do outro, o sexo era bom, a convivência também, não procuravam outras pessoas e até se aguentavam nos dias de mau humor intenso, ainda assim aquilo não era oficialmente uma relação fixa. Daiki tinha seus anseios, queria imaginar um pequeno futuro juntos, coisa que não acontecia a meses atrás quando resolveram sair pela primeira vez logo após o episódio do tênis e toda a tensão do interescolar com a vitória da Seirin e a derrota de Rakuzan. Naquela época estavam descobrindo uma amizade diferente, os beijos apaixonados e todo aquele mundo paralelo às normas tradicionais da sociedade e agora, passada as primeiras impressões, caíram numa rotina gostosa de apaixonados ou pelo menos esse era o aparente cenário.

Com o final do ano chegando uma nova mudança em suas vidas aconteceria: a escolha da universidade, local de moradia, novos contatos e um degrau a mais na maturidade de um cidadão Japonês. Estavam preocupados com tudo aquilo, lógico, determinaria suas vidas adultas e não era hora para vacilar. Naturalmente ficou preocupado com o futuro de seu relacionamento também, afinal estava gostando de Taiga, queria pelo menos esclarecer por qual caminho ele iria percorrer após a formatura, se seria possível que ficassem juntos ou tudo não passaria de uma aventura. O tão despreocupado Aomine Daiki estava a um passo de entrar em desespero diante tanta responsabilidade e andar no escuro não ajudava em nada. Perguntaria ao ruivo quais eram seus planos para então tentar encaixá-los nos seus próprios.

– Ah-ah... _suspirou. Vasculhou os bolsos da calça jeans a procura do bilhete para embarcar na estação de trem, desejou por um momento ser um pouco melhor de vida e apagar parte de seus medos.

A senhora Dinah Aomine era a única parenta viva no qual convivia, a mulher esguia de 1,76 de altura e cabelos ondulados era mais do que uma mãe, era pai, irmã e amiga para todos os momentos de sua vida. Cuidou sozinha de Daiki não podendo dar muito, entretanto não deixando que nada faltasse; era mais do que sua obrigação arrumar um bom emprego e deixar a mulher descansar ao menos um pouco de sua longa jornada. Por esse detalhe o estudante não podia simplesmente escolher fazer o que bem entendesse de sua vida preguiçosa, se obrigou a estudar com mais afinco deixando pelo menos um plano B em mente caso algo saísse extremamente errado em suas escolhas. Escolhas essas que não fizera ainda, claro. Queria ao menos ter ideia do que Taiga faria.

Seus pensamentos foram cortados ao chegar a seu destino, cumprimentou o porteiro e pegou o elevador. Estava feliz por hora, já podia sentir o calor gostoso invadir seu interior e até visualizar nitidamente o sorriso enorme de seu amado.

Aomine estava, com certeza, apaixonado.

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– Então amor, o que vai fazer no feriado de Terça?

– Seirin tem aula _murmurou em seguida um extenso palavrão em inglês _acredita que vai ter reforço naquela merda? Não mereço.

Daiki segurou o riso optando por afagar os cabelos macios do outro, o puxou para mais perto fazendo com que seus peitos encostassem assim como os lábios.

– Que pena _disse entre um selinho e outro _está indo mal em alguma matéria?

– Japonês e história.

– ...hn, não sei se posso te ajudar, minhas notas estão na média, mas por pouco.

O assunto vago chegou ao fim com um espirro contido de Taiga, se aconchegaram melhor na cama de casal puxando a coberta para cima dos ombros e a troca de carinho recomeçou mesmo cansados após a transa de minutos antes.

– Ei, posso fazer uma pergunta? _Daiki hesitou se arrependendo em seguida por ter cortado o clima.

– Já fez cabeção, agora continua.

– Ahn... o que fará de vestibular? Tipo, como vai ser?

– Hn? _demorou alguns segundos para assimilar a questão _bom, sei lá. Não existe muita opção para o que eu quero. Estou vendo de entrar para algum time de basquete e esperar uma chance no nacional.

Não era exatamente uma surpresa, porém a resposta fez o coração do moreno acelerar.

– Legal, já tem algo em mente?

– Vou fazer alguns testes no time base da seleção nacional. Caso eu não consiga, tem algumas escolas preparatórias que formam pequenos times também ou treinam para testes futuros como esse. Aho, você nunca procurou saber dessas coisas? ­­_suas sobrancelhas formaram um arco perfeito deixando claro seu espanto.

– Na-não _desviou o olhar para os desenhos em azul marinho da coberta _não vou continuar a jogar. Pelo menos não de imediato! Preciso arrumar um trabalho legal para ajudar a minha mãe primeiro... _deu os ombros, era verdade o que estava dizendo, porém um pequeno embaraço tomou conta de si.

– Entendo, que pena _o acalentou com um abraço de urso _mas você também vai conseguir, relaxa que tudo dá certo.

– Claro, para nós dois _respondeu com a voz abafada.

Taiga concordou com um aceno, o calor do contato e o cansaço físico daquele dia o fizeram fechar os olhos perdendo o foco rapidamente. Não demorou a adormecer deixando Daiki falando sozinho, ele ainda tinha algo para conversar e infelizmente ficaria para outro dia.

– Amo você, sabe _sussurrou se desvencilhando dos braços fortes que agora o sufocavam _sabe, não é?

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– Então, até amanhã _se despediu de seus colegas de classe rumando na direção contrária, a maioria morava longe da avenida principal, Kise por sua vez acabara optando por um apartamento pequeno perto da Kaijo, em cima de uma confeitaria.

Acenou uma última vez enquanto os amigos se afastavam, hesitou em deixar o portão da escola para rumar sozinho até o farol no fim da rua. Detestava aquele clima frio e chuvoso contrastando com seu corriqueiro sorriso nos lábios e a animação que parecia nunca ter fim. Caminhou lentamente por entre as ruas largas. Cada dia que passava pela loja de roupas, onde trabalhara uma vez como garoto propaganda, encontrava uma vitrine diferente com peças caras e bem feitas, gostou daquele trabalho e mesmo depois de meses ainda cumprimentava educadamente a dona do estabelecimento. Outra loja que fazia seus olhos encherem era a tal confeitaria na qual morava no andar superior: o prédio antigo fora reformado fazendo do térreo um espaço maravilhoso com arquitetura francesa, toda delicada e contrastante com o bairro japonês, sua vitrine era diariamente cuidada pelo dono excêntrico e seu fiel patissier. Bolos, docinhos, mousses, bombons e mais uma infinidade de produtos que mal sabia ler os nomes.

– Boa tarde! _acenou para além da vidraçaria decorada, ganhou um aceno de volta antes de passar pelo portão pequeno ao lado da entrada.

Destrancou a porta e subiu os dois lances de escada para só então avistar o número 23. Seu espaço não era muito grande, sala e cozinha como ambiente único, o quarto com vista para a rua, banheiro e lavanderia; para uma única pessoa, mais do que perfeito. Toda a decoração seguia o padrão francês clássico: arcos de ferro envelhecido nas janelas, portas de madeira clara e tons pasteis nas paredes, também acabara cultivando o ramalhete de amor-perfeito no parapeito da janela que pertenceu ao antigo dono. Delicado e clássico. Esses eram os substantivos que Kise carregava em sua rotina priorizando não mudar em nada o pequeno ambiente.

Tirou os sapatos e o agasalho da escola, deixou ambos no minúsculo hall de entrada cada qual em seu lugar. Traçou em linha reta até a cozinha só desviando dois passos para deixar a bolsa sobre o sofá de cetim bege, iria primeiro acalmar o estomago e depois retomar os estudos.

Seus planos para além da escola eram promissores, continuaria a pagar suas contas com o trabalho na agencia de modelos, passaria com certeza no vestibular da universidade de Tóquio e por fim se mudaria para perto do campus. Era um pouco triste ter que deixar um lugar tão agradável, porém estava decidido a não precisar morar no alojamento e encontrar algo igualmente aconchegante com sua total liberdade de ir e vir. Aquele passo para sua vida adulta carregava consigo mais do que amadurecimento, era a quebra de uma algema que o confinava por anos em um turbilhão de medos e anseios. Não teria mais que se preocupar com o ar infantil de sua vida, deixaria de ser dependente e menor de idade podendo finalmente jogar aquele pequeno objeto, há muito esquecido sobre a prateleira de sua estante, no lixo de uma vez por todas.

Apesar de cada dia deixado para trás fosse um alívio, Kise sentia também um pequeno aperto que batia de frente com seus planos: aquele homem, já distante, agora ficaria totalmente inalcançável. Aomine Daiki tinha sido para si o gatilho para toda aquela mudança, se não fosse ele e o basquete, talvez o menininho inseguro e ao mesmo tempo arrogante de 14 anos ainda estaria presente em seu coração. Quando conhecera o moreno, Kise não queria nada da vida, apenas gastar todo o tempo em futilidades achando que todas as pessoas ao seu redor eram medíocres e inferiores; isso mudou ao topar com Daiki em sua vida, o primeiro que não pode vencer, que o chamou de amigo sem segundas intenções e que sempre estava lá para ajudar caso precisasse mesmo que ao seu modo torto de ser. Não tinha palavras para descrever seus sentimentos pelo colega, infelizmente a distância entre eles aumentou após a graduação no fundamental, Daiki já estava diferente, perdido, distante de todos; se desesperou em milhares de tentativas frustradas de ajuda-lo e isso ele só foi perceber que não era capaz de fazer quando Taiga entrou em sua vida. O ruivo tirou amigo daquela mágoa profunda rapidamente, Daiki voltou a ser o que era e isso o deixou realmente aliviado.

Aliviado e enciumado. A atenção que antes parecia ser só dele agora estava repleta de Kagami Taiga, o primeiro sorriso depois de sua milagrosa recuperação não fora para ele, como tanto se esforçou para tal. Tudo bem. Ele não podia exigir migalhas para seus esforços uma vez que foram inúteis... a amizade entre eles pareceu recuperar um pouco da nostalgia, no fundo agradecia a Taiga por tudo.

Diante toda essa história, deixa-lo de vez e partir para Tóquio numa vida nova lhe fazia doer o coração. Um vazio desconfortável.

– Aominecchi... _murmurou para o nada enquanto enchia um copo com suco de pêssego e com uma súbita coragem, tirou o celular do bolso discando para o amigo. Que fosse uma despedida unilateral, pelo menos a faria.

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Notas finais do capítulo

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