Até que o sobrenome pese... escrita por Gabs


Capítulo 22
Capítulo 21




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1 mês depois

Rose estava frustrada, não importava quanto passasse ela simplesmente não conseguiu avançar para encontrar a cura da doença Black. Passaram o mês em fase de teste, mas não conseguiam estabilizar nenhuma poção, alguma coisa sempre dava errado. Depois de mais um fracasso ela teve que sair do prédio do hospital para tomar um ar.

Perto do hospital havia um pequeno parque e ela adorava ir lá colocar os pensamentos em ordem. Pouco tempo dois Luke Zabine a encontrou ali. Ela o encarou surpresa.

—Como me encontrou aqui? Aconteceu alguma coisa?

Perguntou preocupada.

Zabine, porém, sentou-se ao seu lado em silêncio.

—Fui ao hospital, me disseram que você gostava de vir até aqui as vezes.

—O que aconteceu?

Repetiu a pergunta.

—Vim aqui porque preciso da sua ajuda Rose.

Rose o olhou sem entender.

—Quando Scorpius desistiu de abrir uma loja de logros no beco diagonal ele assumiu um grande risco com o Conselho. Veja bem, eles estavam dispostos a abrir a loja, mesmo que tivesse que produzir todos os produtos do zero, o que colocaria em risco os lucros, mas quando Scorpius mudou de ideia ele garantiu que conseguiríamos um acordo com sua família para vender alguns produtos.

—Onde você quer chegar com isso?

—Acontece que sua família nunca assinou o acordo e o Conselho está pressionado Scorpius, mas ele sabe lidar com a pressão, não teria chegado onde chegou se não soubesse, mas alguns boatos estão rolando sobre dar menos poder decisivo à ele, pois aparentemente o recente noivado com você o está tornando fraco para tomar decisões mais incisivas quanto a loja de logros.

—Você quer que eu fale com meu pai para assinar o acordo?

Luke assentiu.

—Não vou me meter nisso.

—Rose, você não está entendo. Eu estou implorando para que você convença seu pai e seus tios  assinarem, porque se eles não assinarem ele pode não ficar como Ceo da empresa por muito tempo.

—Eles não podem fazer isso! Scorpius é o dono da empresa.

—Ele é o sócio majoritário, possui é claro maior parte da empresa, mas no fim das contas se o Conselho colocar para votação ele pode perder o cargo. Não se chega na posição que ele alcançou sem fazer alguns inimigos... e há muitos querendo vê-lo perdendo seu cargo de presidente. Eu não pediria isso para você se não fosse muito importante. Nunca te colocaria nessa posição porque sei que Scorpius me odiaria se eu fizesse isso, mas ele é meu melhor amigo...

—Ok. Eu vou falar com meu pai.

—Muito. Muito obrigado, Rose. E, se puder... eu nunca estive aqui e eu nunca pedi nada para você.

...

Após conversar com Luke, Rose passou na casa dos seus com intenção de conversar com Ronald, porém ele já tinha saído para a loja de logros.

—Os assuntos que queria tratar eram somente com Ronald?

Perguntou Hermione disfarçando a curiosidade.

—Mais ou menos. Mãe – disse ela após alguns segundos em silêncio – o que o papai achou da saída com Scorpius?

—Seu pai não falou muito quando chegou, mas Hugo me garantiu que o clima durante o jogo foi bastante ameno e mesmo depois quando saíram para um bar o clima continuou ameno.

Hermione notou como a filha estava receosa.

—Scorpius não falou nada?

Perguntou curiosa.

—Pouca coisa, mas o que ele disse foi no sentido da declaração de Hugo.

—Acha que Scorpius não foi sincero?

Rose encarou Hermione por algum tempo, as duas nunca tiveram aquele tipo de conversa, por breves instantes ela considerou dizer um “Não é nada” e ir embora, porém notou que queria a opinião da mãe sobre os dois.

—Scorpius poderia ter passado a tarde inteira sendo maltrato pelo papai e mesmo assim quando chegasse em casa ele sorriria e diria que a tarde foi agradável. Ele se sente culpada pelo atual estágio da minha relação com o papai.

—E qual seria esse estágio?

Perguntou Hermione se fazendo de desentendida, pois percebeu que Rose queria desabafar. A ruiva, por seu turno, sentou-se ao lado da mãe e brincando com um pedaço de papel que encontrara na mesa confessou:

—Eu me distanciei dele. Estou tão feliz, sabe? Com Scorpius, finalmente tenho um direcionamento da minha carreira e... e eu tenho medo de... eu tenho medo que ele me olhe como me olhou quando jantamos com Astoria e Draco... ele tinha um olhar decepcionado... eu sei, é uma bobagem. Eu só queria que ele ficasse feliz por mim.

Hermione segurou as mãos de Rose, forçando a largar o pedaço de papel e encará-la.

—Seu pai não está decepcionado com você. Naquela noite ele estava com ciúmes, com ciúmes da relação que você tem com a família do Scorpius. Ele ficou com ciúmes de como você gosta de Draco e em como sua relação com Astoria é... intima – a voz de Hermione falhou um pouco, entregando que ela também tinha ciúmes – Ele não está acostumado a não ser o homem mais importante para você em uma sala.

—Ele estava com ciúmes? E a senhora também – percebeu Rose.

—Talvez eu tenha ficado com um pouco de ciúmes da sua relação com Astoria, mas diferente do seu pai, eu nunca fui a mulher mais importante na sala pra você, então eu meio que já estava acostumada.

Confessou Hermione.

—Não há disputa... vocês são meus pais, sempre estarão entre as minhas prioridades.

—Eu sei. Ciúmes é um sentimento ridículo, só contei isso para que você não pense que seu pai te odeia ou odeia Scorpius... ele só é ciumento como todo bom Weasley.

—Astoria está grávida, uma gravidez de risco, ela só tem Scorpius e Draco... Ela e eu... São relações completamente diferentes...

Hermione engoliu em seco, pela primeira tinha confessado para outra bem pessoa, além de si, que tinha ciúmes de Astoria.

—Não precisa fazer isso, Rose.

—Você é minha mãe e mesmo que nossa relação não seja perfeita eu ainda amo você. Não há disputa, mãe.

Disse abraçando Hermione

...

Ronald analisava mais uma vez a proposta de Scorpius. Todos os outros já haviam aceitado, os valores eram justos, não havia nada a discutir, mas ainda faltava a assinatura dele.

—Ele já levou a minha filha não entendo porque também quer meu negócio.

Declarou para Gui, o mais velho dos irmãos Weasley sorriu.

—Ele não quer nosso negócio quer ser nossa concorrência.

—Não acredito que assinou isso! Você estava tão bravo com essa concorrência quanto eu. O que mudou?

—O garoto logo logo será parte da nossa família. E, se vamos ter concorrência que seja da família.

—Você fala assim porque não é a sua filha que vai casar com aquele filho de Doninha.

Gui sorriu.

—Lembra quando Victoria me disse que estava namorando Teddy?

—O que tem uma coisa a ver com a outra? Teddy é um bom homem.

—Sim, mas quando ela contou eu não aceitei porque nunca se trata de quem elas trazem para casa se trata de como não estamos preparados para perde-las.

Ronald encarou o irmão.

—Acha que eu não sei? Mas aceitar esse acordo é juntar ainda mais nossas famílias... já não basta...

—Ron, nossos sangues já vão se unir... O que serão meros papeis? Na verdade, eu digo o que são esses papeis... são um acordo de paz.

Ronald buscava na memória alguma coisa para retrucar seu irmão quando Rose bateu na porta de seu escritório.

—Papai?

O coração dele se agitou ao escutar a voz da filha, os dois não se viam há um pouco mais de um mês. Antes, porém, que ele pudesse permitir que ela entrasse, Gui abriu a porta.

—Tio Gui?!

—Oi Rose, eu já estava saindo.

Disse ele dando um pequeno beijo na testa da sobrinha.

Ronald já estava de pé para abraçar a filha.

—Aconteceu alguma coisa?

Perguntou preocupado, no fundo torceu para que ela dissesse que não iria mais se casar, porém percebeu que a aliança ainda estava no dedo dela.

Rose, no entanto, após corresponder ao abraço do pai, permanecia calada, como se não soubesse exatamente o que dizer.

—Preciso que me faça um favor.

Rose estava tão séria que Ronald não pensou duas vezes antes de falar “É claro”.

—Preciso que assine e convença os outros a assinar o acordo que Scorpius fez sobre a loja de logros.

—Aquele patife foi falar com você?

Perguntou Ronald ficando furioso por Scorpius usar Rose para conseguir aquele acordo.

—Fala pro seu noivo que não se usa as pessoas...

—Scorpius não sabe que vim aqui lhe pedi isso e nem vai saber. Ele não me perdoaria se soubesse.

Ronald sentou-se novamente sem entender.

—Ele se meteu em problemas com os Conselheiros da empresa quando resolveu não abrir a loja de logros aqui e sabemos que ele só fez isso porque queria agradar você... eu só estou pedindo para que assine o contrato, de toda forma você sairá ganhando. Não terá um concorrente direto perto da loja, então o que custa assinar esse maldito acordo?

—Que tipo de problema ele se meteu?

—Não entendo sobre essas coisas e ele não me conta para não me preocupar, mas parece que podem tirar ele da presidência.

Ronald observou Rose. A filha parecia cansada, possuía olheiras, aparentava não dormir direito há dias.

—Se eu assinar isso estarei juntando nossa família a ele.

Rose revirou os olhos.

—Não acredito nisso. Novamente isso? Na verdade, sempre isso? Será que não pode deixar isso de lado uma vez só? Por mim?

—Você não entende, Rose. Não se trata... Eu não estou preparado para perder você. E não diga que não estou te perdendo... porque eu sei que estou. Não responde minhas cartas com a mesma rapidez de antes, não nos vemos há mais de um mês, não me conta como vai sua vida no trabalho... tive que descobrir por uma matéria que você largou o St. Mungus! Nem sei se você já não se mudou para casa dele.

—Tem razão estamos distantes, mas é porque eu não consigo... eu estou feliz com Scorpius e não consigo... não consigo encarar seu olhar de decepção sempre que estou com ele por perto.

Ronald se amaldiçoou quando escutou o que ela disse. Os dois ficaram em silêncio por um tempo.

—Não estou desapontado com você estou comigo mesmo. Primeiro porque você encontrou outra pessoa para ser o homem mais importante da sua vida e segundo porque eu vi você com a família dele e eu fiquei com ciúmes... ciúmes da relação que você tem com eles, claramente você fica mais à vontade come ele do que conosco, e eu não consigo não me culpar por isso.

—Eu fico mais à vontade com eles porque ninguém se importa com a droga do meu sobrenome, porque eles me acolheram como se eu fosse filha deles, nunca houve discussões, brigas, sequer cochichos...

—Levarei o contrato para Scorpius hoje mesmo.

Ronald disse sem encará-la, tinha vergonha de si, vergonha por decepcionar sua filha, por não ser o pai que ela queria.

—Obrigada.

Em outras ocasiões ele daria um beijo na bochecha de Ronald, mas após repensar diversas vezes se deveria ou não fazer isso, saiu.

...

Scorpius estava sob muita pressão, buscava um plano B para a proposta que fizera aos Weasley, infelizmente noivar com Rose não foi uma estratégia tão boa para os negócios, já que isso provavelmente deveria ter acarretado no silêncio dos Weasley’s. Scorpius afastou os pensamentos, de forma alguma iria se arrepender de seu noivado.

Sua secretária surgiu na sala, mesmo que ele tenha pedido para não ser incomodado, dizendo que Ronald Weasley desejava vê-lo. Depois que permitiu a entrada dele não demorou muito para que o seu sogro entrasse na sala.

Não houve cumprimentos Ronald apenas jogou em Scorpius uma pasta. Ao abrir... viu que era o acordo, assinado.

—Pensei que vocês não iriam querer...

—É uma história engraçada, na verdade eu esqueci de vim entregar.

Mesmo que o tom de Ronald fosse bem-humorado, as orelhas dele tinham ficado vermelhas.

—Por que veio deixar hoje?

Questionou Scorpius. Ele não era homem de acreditar em coincidências. Duvidada muito que a história de Ronald fosse verdade e mais ainda que de súbito ele tenha resolvido assinar um dia antes da reunião definitiva com o Conselho.

—Você tem o que queria, Malfoy. Apenas fique feliz.

Respondeu Ronald avaliando o genro. Scorpius possui olheiras profundas, talvez não dormisse há semanas, os cabelos estavam bagunçados, a gravata não estava certa e a mesa estava uma bagunça, muito diferente das outras vezes que tinha ido ali. O problema com o Conselho estava de fato consumindo-o.

Scorpius encarnou o Ronald por um bom tempo, ele poderia revidar, não aceitar o acordo e exigir que o sogro lhe explicasse tudo, mas no fundo ele estava grato.

Ronald já estava saindo quando Scorpius falou:

—Não sei porque fez isso, mas obrigado.

...

Ronald passou o dia inteiro falando com pessoas, fazendo contatos, mas descobriu o porquê Scorpius parecia tão consumido... acontece que o Dave Moore havia comprado parte da sociedade da empresa de Scorpius e desde então havia colocado o Conselho contra o Malfoy.

Naquela noite ele foi jantar na casa da irmã. Gina ficou surpresa quando o viu, mas Ronald lhe deu um sorriso caloroso e perguntou pelo amigo, mas ele não iria jantar em casa, pois teria uma reunião com o primeiro ministro.

—Quem diria que aquele garotinho que sequer sabia como atravessar a plataforma 9 ¾ um dia iria se atrasar por estar em uma reunião com o primeiro ministro.

Gina sorriu.

—E, quem diria que você terminaria com Hermione Granger. Eu sempre torci pelo Krum.

Ronald apenas sorriu com as insinuações de Gina.

Os dois jantaram, e conversaram sobre times de quadribol, jogaram xadrez bruxo como nos velhos tempos e como sempre Gina ganhou, ela era a única que conseguiu ganhar dele.

—Então vai me dizer porque está aqui ou vai me enrolar por mais tempo?

Gina perguntou abrindo uma garrafa de vinho.

—Você ainda está pensando em investir seu dinheiro?

—Por que perguntas?

—Scorpius está com problemas com o Conselho da empresa dele. Dave Moore está disposto a tirá-lo da presidência. O Conselho é formado por 5 pessoas: Scorpius, Lukas Zabine, Dave Moore, Barry Allen, Steve Macfly e Allan Ron. O Moore precisa do voto do Barry Allen. Ele é um velho amigo do meu pai e o convenci a vender suas ações para você.

—Espera, está dizendo o que eu penso que está dizendo.

—Sim.

—Quem diria que você se tornaria um pai tão maduro assim.

—Ok. Amanhã eu...

—Não, tem que ser hoje. Na verdade, eu já fechei os valores e tenho até o contrato assinado por Allen aqui. Amanhã o Conselho vai se reunir para decidir o futuro do Malfoy... precisamos fechar isso hoje ainda.

Gina observou o a seriedade do irmão, pegou o contrato, leu e assinou.

—Você tem uma reunião amanhã as 10h. 7 horas eu apareço aqui para te colocar a par de tudo que você vai precisar saber.

—Ronald!

Chamou ela antes que ele saísse.

—Só não entendo uma coisa porque você não comprou as ações.

—Você queria investir eu achei um investimento seguro.

...

Rose esperou Scorpius até cair no sono. Quando o loiro chegou encontrou a noiva dormindo ao lado de algumas anotações, culpou-se por ter desligado o celular e não ter visto a mensagem de que ele estaria ali. Delicadamente ele cobriu Rose e colocou as anotações na mesinha ao lado da cama.

Gostaria de dormir, mas sua cabeça estava fervendo de ideias sobre o que aconteceria na manhã seguinte. Havia conversando com os membros do Conselho naquela tarde, mas sinceramente não sabia se tinha convencido a deixa-lo no cargo.

Sentou ao lado de Rose e ficou relendo algumas ideias que havia dito naquela tarde... não percebeu quando dormiu.

...

Quando Rose acordou na manhã seguinte percebeu o estado do noivo ao seu lado... ele sequer havia tirado a roupa. O mês havia sido cansativo para ambos. Rose estava focada em achar a cura e Scorpius em se manter na presidência da empresa, é claro, que esse último fato ela só tomou conhecimento no dia anterior, se ela não tivesse tão focada, tão cansada teria percebido que o cansaço de Scorpius era maior que o normal, ela espera que seu pai tivesse cumprindo com a palavra.

Scorpius levantou-se e viu que o lado esquerdo da cama estava vazio, não fosse as anotações na mesinha teria jurado que tinha sonhado com Rose, mas assim que chegou na cozinha e sentiu aquele cheiro de café da manhã sorriu sabendo que era verdade, e ali enquanto olhava Rose fazendo o café da manhã, não sentiu-se temeroso pelo longo dia que lhe esperava.

—Bom dia.

Rose disse assim que percebeu sua presença.

—Bom dia.

Ele respondeu lhe dando o selinho.

—Sinto que não tenha chegado a tempo de aproveitarmos a companhia um do outro.

—Tudo bem. Entendo que esteja super ocupado, mas o longo dia pede um café da manhã reforçado.

Por um instante Scorpius questionou-se se Rose sabia, ela parecia saber.

—Como anda a pesquisa?

Perguntou antes que ela perguntasse sobre ele.

Rose o encarou cabisbaixa.

—Não anda.

—Se eu entendesse sobre poções eu te ajudaria, mas sinceramente, sequer sei como funciona a cura que usou na minha mãe funciona.

E sem que se percebesse Rose começou a falar em como funcionava a poção da doença Black, sobre como ela só atingi as partes nocivas da doença.

Scorpius, é claro, sabia perfeitamente como funcionava a poção que salvou a vida da sua mãe, mas adorava como os olhos da noiva brilhavam quando falava de algo relacionado a pesquisa.

—Não sei se isso é possível, mas deveria usar as partes inofensivas da minha mãe...

Antes que Scorpius pudesse terminar a sua linha de pensamento Rose subitamente parou e ficou encarando o vazio...

—Merlim, Merlim... como eu amo você.

Rose atirou-se em Scorpius, beijando-o.

—Eu espero que seu dia seja tão maravilhoso quanto você acabou de tornar o meu.

E sem explicar nada saiu em disparada do apartamento.

Scorpius sem entender ficou tentando entender o que tinha demais no que ele falou. Após de desistir em saber como a mente de Rose funcionava, ele foi se arrumar, um longo dia o esperava, mas após aqueles minutos com Rose... nada mais parecia importar.

....

Arturo estranhou quando viu a alegria de Rose ao testar as poções, mas assim que viu a poção de estabilizar e ficar num tom rosado ele deixou cair a mochila que carregava nas mãos.

—Você conseguiu!

Gritou chamando a atenção para si. Rose lhe deu um grande sorriso.

—Mais ou menos. Eu tirei a poção antiga da fórmula. Na verdade, a reescrevi, tirei todos os ingredientes que funcionavam apenas em ameaças externas, deixei os neutros e acrescentei outros para melhorar anticorpos e tal. É uma excelente poção de cura contra doenças do próprio organismo, hereditárias.

—Você não fez uma poção para a doença Black hereditária, mas sim para incontáveis doenças hereditárias?

—Não de todas, afinal a base dessa poção é a poção da doença de Black, mas quem sabe se avançamos nas pesquisas poderíamos um dia chegar nesse ponto. Mas acredito que pode funcionar, porém temos que testar. Pedirei amostra do DNA de Astoria e de outras mães que estão grávidas... talvez nós consigamos manter a criança viva até podermos utilizar seu próprio dna.

—Você tem noção do que acaba de fazer Rose?

—Não sabemos se vai dar certo ou não.

Disse ela mantendo com o pé no chão, mas na verdade queria pular de alegria.

....

Scorpius estava apreensivo. Nunca pensou que estaria naquela posição. Olhou para Luke, sentado à sua direita, buscando um olhar de “vai dar tudo certo”, mas o olhar do amigo estava tão apreensivo quanto o dele. O loiro fechou os olhos e lembrou-se do que Rose havia lhe dito mais cedo " Eu espero que seu dia seja tão maravilhoso quanto você acabou de tornar o meu”. E sorriu torcendo para que o dia da noiva estivesse sendo grandioso e que ele estivesse com sorte.

Assim que Gina Weasley entrou na sala e anunciou que havia comprado as ações de Barry Allen ele ficou surpreso. E, Scorpius nunca ficava surpreso, ele sempre analisava todas as nuances e possibilidades de qualquer evento, sobretudo reuniões.

Qual o interesse de Gina na empresa? Talvez Allen não tivesse a coragem de votar contra ele, portanto vendeu suas ações para alguém que teria. E, que melhor forma para de fato perder qualquer credibilidade com os demais acionistas do que recebendo voto de um Weasley.

Ou talvez, analisou Scorpius, ela estivesse ali para salvá-lo. Afinal, sem o voto Allen, Moore jamais venceria aquela votação.

O resto da reunião ocorreu como esperado. Moore aproveitou a oportunidade para alfinetar Scorpius, afirmando que ele tinha demonstrado que não tinha o que era preciso para levar a empresa além, e que aquele estado era o máximo que conseguiria.

Steve Macfy, um velho desafeto de Scorpius prontamente concordou.

—E não esqueçamos – disse Macfly – que perdemos muito dinheiro com a loja de logros, tudo porque ele prometeu que iria fazer um acordo com a Gemialidades Weasley’s para revendermos seus produtos.

Scorpius se remexeu ao notar que até mesmo Allan Ron concordava com o argumento de MacFly. Felizmente, Ronald havia entregado o contrato no dia anterior. Assim que o apresentou ao Conselhos todos ficaram surpresos, e ele riu internamente da expressão de Moore.

A votação se iniciou. Zabine e Ron, como esperado pediram a permanência de Scorpius. Dave Moore e MacFly votaram pela saída dele.

Gina estava surpresa com a postura profissional de Scorpius, mesmo quando atacado ele permaneceu firme e quando falou demonstrou com muita segurança o porquê havia chegado naquela posição. Ela pensou que iria discordar de Ronald, mas quando seu voto foi exigido não foi difícil optar para que Scorpius permanecesse na direção dos negócios.

O voto de Gina Potter havia surpreendido Scorpius. Ele não demonstraria diante o Conselho, mas sentiu-se aliviado. Um enorme peso havia sido retirado das suas costas.

...

Após sair da reunião encontrou Ronald o aguardando perto da sua sala. Instantaneamente pensou que ele estava ali para cobrar o preço de salvar a carreira de Scorpius. Será que ele pediria pra que Scorpius se afastasse de Rose?

Os dois se encararam por breves segundos. Não se cumprimentaram. Scorpius estava receoso com o preço que teria que pagar. Ronald divertia-se da expressão quase assustado que o futuro genro tinha. Ainda em silêncio entraram na sala de Scorpius.

—Como foi a reunião?

Ronald perguntou em um tom divertido.

—Tenho a impressão de que sabe muito bem como foi.

Retrucou o loiro tentando manter a calma.

—Não há um preço – Ronald esclareceu ao notar a posição defensiva que o genro assumiu.

—Então porque salvou minha carreira?

—Você vai se casar com minha filha. Logo será um Weasley. E, nós sempre nos protegemos. Lembre-se disso.

...

Rose estava animada. Ela sabia que a poção que criara era grandiosa, mas não sabia ainda como serviria para Astoria.

Ainda com dúvidas convidou seu sogro para almoçar. Contou para ele sobre seus avanços. Ele olhou para Rose admirado. Merlim! Ela tinha conseguido criar a poção para a Doença Black e agora ela estava ali, anos depois, conseguindo um feito muito maior. Uma poção “neutra” contra doenças hereditárias. Aquilo era mais que grandioso, era um dos maiores feitos da medicina bruxa desde sempre.

—Posso ver?

Draco perguntou com uma curiosidade quase infantil.

Quando olhou aquela poção rosa estabilizada ficou imensamente animado sobre as proporções que aquilo iria gerar para o futuro de tantas gerações bruxas, para o futuro da sua família.

—Você é grandiosa, Rose. Você será conhecida na história.

Disse ele maravilhado.

—Ainda não sei como funciona a poção. Quais as melhores formas de direcioná-la para as doenças específicas.

Rose disse fingindo que não tinha escutado os elogios de Draco. Ela precisava manter os pés no chão.

—Você quer usar o dna da criança?

Questionou Draco, finalmente entendendo.

—Eu sei, é um método perigoso, mas...

—É o melhor e mais confiável... e mais perigoso.

Draco disse concluindo sentença de Rose.

—Mas, há outros métodos...

Draco sorriu para si.

—Eu confio em você, Rose. E, não digo isso com intenção de colocar uma pressão em você. Eu digo porque eu confio que fará o melhor pra minha esposa e minha filha. E, se você acha que devemos usar o dna da criança, eu concordo.

...

Rose estava aliviada. De certa forma precisava ouvir de Draco que não estava usando um método absurdo. É claro ainda havia muito caminho pela frente, mas ela havia conseguido estabilizar uma poção. E com trabalho duro aquela poção seria muito maior do que a ideia inicial da Doença Black. Ela estava feliz. Estava animada. Precisava compartilhar aquele momento com Scorpius.

Ela soube que as coisas haviam dado certo para ele assim que colocou os olhos nele. Imediatamente ambos sorriram. O rosto dele estava menos tenso e sua expressão muito mais calorosa. Os dois se beijaram.

—Como foi seu dia maravilhosamente incrível?

Scorpius questionou sem se conter.

—Eu consegui um avanço muito grande. E tudo graças a você.

Rose comentou beijando-o novamente. O Loiro não entendeu como havia ajudado a noiva, mas ela estava tão feliz quanto uma criança na manhã de natal, era só aquilo que ele precisava entender.

—E o seu dia?

Scorpius não havia contado os problemas que estava tendo na empresa, não a queria preocupada, e muito menos que ela se sentisse culpada. Mas, como tudo havia acabado ele contou como o pai dela havia salvado a pele dele duas vezes, com o contrato e com Gina Potter. Rose não pareceu muito surpresa com as notícias, ela tentou fingir, mas eles se conheciam a tempo de demais.

—Você pediu pro seu pai fazer isso?

Rose sorriu, odiando-se por não conseguir esconder nada dele.

—Não. Não sabia nada sobre a madrinha, mas confesso que pedi para ele assinar o contrato.

Talvez, em outro momento da vida ele, Scorpius, ficaria irritado com aquela informação, afinal ele havia passado a vida toda se virando sozinho na vida profissional. Odiava interferência. Odiava depender das pessoas. No entanto, lembrou-se d que Ronald havia falado naquela tarde. Rose seria sua família.

—Desculpe, eu sei que não gosta...

Confessou ela preocupada com o noivo, sabia bem como ele detestava ser ajudado. Scorpius, no entanto a beijou antes que ela terminasse de se desculpar.

—Não estou zangado. De verdade. Estou animado. Sua família me ajudou, talvez eles estejam gostando de mim.

Rose sorriu – agradecendo internamente seu pai.

...

Ronald estava apreensivo. Logo pela manhã recebeu uma carta de Rose convidando-o para almoçar. A última conversa dos dois não havia sido muito agradável. A verdade é que deixar certos ódios de lado era muito mais difícil na prática do que ele imaginara.

—Desculpa a demora.

Uma Rose cansada pediu sentando-se a mesa.

Ela tinha menos olheiros do que dois dias atrás, mais ainda possuía um ar de cansaço.

—Pensei que com menos um hospital você estaria menos cansada.

Comentou Ronald. Ele tentou não soar tão magoado como de fato estado por saber pelos jornais sobre a situação profissional da filha.

—Sai do Mt. Mungus porque aumentei meu tempo de trabalho no Hospital de Pesquisa Magica e estou coordenando um setor voltado para pesquisas mágicas no Erd.

—Parece que encontrou uma área muito específica. Está feliz?

—Sim. É animador e assustador. Consegui um grande avanço nos últimos dias, não é nada certo ainda, mas...

—Estou feliz por você, Rose. Tanto pelo sucesso na vida profissional quanto pela vida amorosa.

Rose encarou seu pai. Ele não pareceu muito convincente quando falou sobre a vida amorosa dela, mas depois dos últimos acontecimentos Ronald tinha demonstrado que estava tentando.

Ela segurou as mãos dele.

—Obrigada, por ter salvado a carreira dele. De verdade. É muito importante pra mim que você esteja tentando.

Ronald engoliu em seco. No fundo ele queria contar sobre ter salvado a carreira de Scorpius. Desejou que o noivo não contasse, assim ele poderia embasar sua teoria de que ele não servia para Rose.

—Você aceitou casar com esse cara, só estou garantindo que você não o sustente.

Ela sorriu. Percebeu que ele não queria lembrar de ter salvo um Malfoy, mas no fundo ela se sentiu um pouco mal. Quando se tratava de Scorpius parecia que a cada passo para frente seu pai dava três para trás.

Os dois voltaram sobre o avanço na pesquisa de Rose. No fim se despediram com um abraço.

...

—Como foi o almoço?

Perguntou Hermione sem conter a curiosidade.

—Acho que a decepcionei novamente. Eu tento, mas não consigo conversar sobre ele com Rose.

Hermione o abraçou e lhe deu um beijo.

—Ela sente sua falta, Ron. De conversar contigo.

—Eu sei. Eu sei. Estou tentando, Mione. Juro que estou tentando. Mas quando penso que ela está com um Malfoy...

—Então não pense no sobrenome dele. Pensa que ela é um homem maduro, que tem sucesso profissional e principalmente que é loucamente apaixonado pela sua filha.

...


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