À primeira vista escrita por Yasmin


Capítulo 7
Guardião


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Meninas! Demorei dessa vez, eu sei! Sorry...
Fim de ano, as coisas apertaram no trabalho, estou daquele jeito.

Referente ao capitulo anterior, agradeço os comentários...

Leiam e se divirtam!!



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Assim que chego na redação, ligo para Melissa, seu telefone toca algumas vezes ate que ela atende e me apresso a falar.

—Alô Mel é a Katniss!

—Kat sua safada, quase sessenta dias depois, grande amiga é você, liguei varias vezes no seu apartamento, por que nunca atende? Estão te escravizando ai? Eu te avisei— rio da sua declaração e digo a ela que estava com saudade e, é lógico, faço um breve resumo de como tem sido minha vida desde que cheguei, sem omitir nenhum detalhe.

— Ele disse que te ama, quando voavam de parapente! - Grita no meu ouvido e confirmo.

— E você, o que disse?

— Não disse nada, meu coração quase parou!—digo por que é verdade. Não sabia nem como era meu nome.

— Mas e você, o ama?—pergunta com  um certo receio.

— Mais do que imaginei amar alguém um dia!— Eu o amo! Sinto todos os sintomas que li nos livros de romance.

—Jesus Cristo, hoje vou ter que sair pra comemorar, Katniss Everdenn apaixonada! Me envia uma foto desse homem agora, só pode ser pegadinha!— diz não acreditando e como estou de frente ao meu computador e tenho varias fotos, envio no seu e-mail minha favorita, onde estou sentada de costas sobre o peito de Peeta e, Nick no meu colo batendo palminhas com um sorriso encantador, mostrando seus dois dentinhos. Assim que recebe fica eufórica, diz que vai comprar uma passagem imediatamente por que também quer um loiro tentação na vida dela, dou uma gargalhada e faço ela se recordar dos inúmeros defeitos que colocou nas pessoas e seus costumes, dizendo que são estranhos e frias, com intuito de me fazer desistir da ideia maluca de abandonar minha carreira de advogada, para ser uma principiante em um jornal, que ainda por cima é fora do país. Ficamos mais uns cinco minutos nos falando ate que digo que preciso desligar. E lembranças da ultima de nossa ultima conversa, me vem a mente.

—Katniss eu já fui lá, eles são estranhos, dar tapinha nas costas ou dar beijo e abraço como a gente faz aqui no Brasil é uma tortura pra eles! Quantas vezes você escova os dentes?— pergunta, olho pra ela e respondo:

—Três ou quatro vezes!

— Ta ai!! Sabe quantas vezes eles escovam? Duas no máximo! Olho para ela e começo a rir - É sério Katniss, lembra quando eu fiz intercambio, na casa onde eu fiquei eles eram assim! Eu juro!— diz como se isso fosse o fim do mundo, mas continuo fazendo meu trabalho.

— Melissa você esta generalizando, nem todos devem ser assim e outra, caso seja verídico, não tem problema. Não vou abraçar e beijar ninguém. É temporário, até parece que vou ficar lá para sempre! —ela bufa e começa a pensar em qual outra desculpa vai dar para tentar me fazer ficar.

— Vai que seu príncipe esta lá?— diz animada com a possibilidade e ate começa a me incentivar e, para o meu desgosto muda de assunto entrando no qual ela e eu sempre discutimos.

— Falando sério agora! Quando você vai sair dessa bolha que você criou em torno de você? Katniss você esta com 30 anos!

— Vinte e oito! - corrijo imediatamente

— Que seja! Esta quase lá! Você até hoje só fez aquilo duas vezes e com a mesma pessoa e sem contar que ele é apaixonado por você! Por que não da uma chance pra ele, pra vocês! - diz referente ao namorico que tive com um advogado aqui da firma e só de pensar nessa possibilidade meu estomago embrulha e me deixa irritada.

— Desde quando minha vida sexual virou uma competição! Com quantos? Quantas vezes?— Digo elevando minha voz e agradeço por nossa sala ser separada dos demais.

—Mel, acho já te expliquei inúmeras vezes! Eu não sou como você, não consigo ficar por ficar! Sabe que me arrependi do que fiz com Daniel. Eu sabia que ele nutria sentimentos por mim e mesmo assim fiquei com ele, sabendo que eu jamais conseguiria sentir o mesmo. E quando precisei dizer a ele que não queria nada alem do que já tinha acontecido, foi um dos piores dias da minha vida! Lembra como ele ficou? – pergunto, querendo que ela relembre, visto que acompanhou de perto minha aflição—Só você sabe o quanto esperei por essa oportunidade Mel, eu vou escrever! Sabe o quanto amo fazer isso! Desde que me formei, você acompanha de perto minha dedicação ao jornalismo, são sete anos esperando! É tão bom saber que os finais de semana que passei em casa não foram em vão! — completo e espero sua opinião.

— Eu sei Kat, você é diferente, você não precisa de ninguém pra se sentir completa! Me desculpe!— não preciso? Procuro a resposta, porem eu não faço ideia do que pensar.

— Mas, me prometa uma coisa, caso encontre um sapo que não escove dente depois das refeições, prometa que vai beijá-lo! Quem sabe ele não é o seu príncipe! —começo a rir e faço cara de nojo.

— Katniss! Katniss!— grita Johanna, tirando-me de minhas lembranças.— Estão te chamando na sala de reunião! Acho que está encrencada Everdeen.

Assim que a reunião termina saio totalmente desanimada, fui escalada para uma viagem de uma semana para Washington, D.C, confesso que se  tivesse recebido essa novidade a dois meses, estaria eufórica e, em uma grande ansiedade, mas só de pensar que vou ficar todos esses dias longe deles, meu coração se aperta.

Percebendo meu desânimo Clove e Johanna me convidam para o almoço, e logo aceito. Meu príncipe está na casa da avó e Peeta tem compromissos importantes hoje, algo com uns Italianos, então, não há motivos para ir em casa!

As meninas optaram por um restaurante italiano e as xingo internamente, pois o lugar é bem elegante. Os frequentadores, nem vou comentar. Já meu look, parece mais de uma adolescente (calça Jeans pantalona, bem desbotada e camiseta com estampa de ursinhos) o que salva é a sandália de salto fino. Não sei onde estava com a cabeça pra vir trabalhar desse jeito.

Assim que a recepcionista nos leva até mesa, escolhemos nossos pratos. Fico atenta a Clove, que fala sobre a viagem que iremos fazer. De repente, sinto alguém tocando meu ombro, chama meu nome e quando vejo quem é, tenho uma sensação ruim.

— Katniss!Kevin, o rapaz da praia. Diz meu nome sorrindo  e vejo as meninas babarem por ele.

— Olá Kevin, como vai?— Tento ser o mais formal possível, ele  logo se convida para sentar na nossa mesa.  Eu não respondo nada, porem as meninas aceitam imediatamente.

Ele passa o tempo todo falando demais, relata sua vida toda praticamente em meia hora e fica o tempo todo me encarando. Assim que terminamos nossa refeição, Clove e Johanna vão ao banheiro, me deixando sozinha com o bendito.  E confesso que me sinto desconfortável por estar sós com ele.

— Você e seu namorado estão bem? Aquele dia vocês não pareciam nada bem!— Quebra o silencio e parece curioso. Quando ia responder vejo um loiro, quer dizer, meu loiro entrando no restaurante acompanhado de Cato e mais dois homens que não conheço. Assim que me vê, vem em minha direção com o sorriso que amo tanto, porém se desfaz no momento em que percebe a presença do Kevin. Rapidamente me levanto e vou até ele com um abraço, mas não retribui do jeito que quero, mas não o solto e deixo um beijo na curva do seu pescoço.

— Senti sua falta!— Sussurro no seu ouvido.

— O que esse cara esta fazendo aqui?— seu tom é serio e baixo.

— Peeta, que pena que chegou agora, Katniss e eu já almoçamos! — Kevin se pronuncia de uma forma como se eu estivesse ali almoçando exclusivamente com ele, deixando Peeta mais irritado. Olho pra ele de cara feia, e meu namorado  me guia para uma cabine do tamanho de um quarto, pelo odor de cigarro, acho que é um espaço para fumantes e, agradeço por não ter ninguém nesse instante.

—Por que ta almoçando com esse cara Katniss? Disse que não o conhecia e agora ta aqui, sozinha, almoçando com ele! — Esta irado, ontem quando estávamos deitados, fez inúmeras perguntas sobre o Kevin e respondi a verdade, não o conheço, nunca tinha visto mais gordo, mas agora parece não acreditar. Será que esta achando que isso é um encontro?

— Não estou sozinha com ele, vim com Clove e Johanna, do nada ele apareceu e pediu pra sentar na nossa mesa, continua sendo um desconhecido para mim!

—Só acho estranho ele estar em todo lugar agora! Ele quer você Katniss!— Conclui agitado, andando de um lado para o outro. Me aproximo, seguro seu rosto.

—Mas eu só quero você!— digo olhando bem no fundo dos seus olhos que parece um céu, em um lindo dia de verão, em sua mais bela tonalidade. Encosto meus lábios nos seus, somente um roçar, quero que ele sinta o meu amor. Eu o amo tanto, mais ainda não consigo dizer com todas as letras. Infelizmente ainda há muito em mim da Katniss controladora, que impede de me entregar intensamente. Já ele, parecendo que lê meus pensamentos, me beija da forma mais terna possível, sem luxuria, sem desejo, sem atração sexual, somente amor, somos somente um casal apaixonado demonstrando o que sentimos um pelo outro.— Precisamos sair daqui o cheiro do cigarro esta impregnando na sua roupa— Falo sorrindo depois que deito minha cabeça no seu ombro e aspiro seu cheiro. Ele beija minha testa e faz o que pedi.

Quando retornamos a mesa, só vejo as meninas. Agradeço a Deus por Kevin já ter se retirado. Apresento Peeta a elas e, digo a ele que preciso ir. No caminho de volta a redação Johanna fica querendo saber sobre minha relação e, pra ela parar de encher, conto alguns detalhes.

— Viu Clove, sabia que tinha homem na parada! Você anda bem mais alegre ultimamente, também com um gato desses. Quem não fica? —realmente, que não fica? Peeta é incrível em todos os sentidos.

Quando volto para redação, foco no meu trabalho, me atualizo a respeito da viagem que foi adiantada para amanhã a noite. A pauta é sobre o grande feriado de 4 de julho, eles querem comparar a importância desta data com a de outros países e, nada melhor que uma estrangeira para escrever sobre o assunto. Como hoje já e vinte de junho, estão desesperado e querem um artigo perfeito.

Assim que chega o fim do expediente me apresso ate o estacionamento, pois Peeta me ligou dizendo que fez reserva em um restaurante brasileiro. Disse que vivo reclamando que estou com saudade da comida de casa e, prometeu que na volta pegaríamos Nick, que por ele dormiria na casa da avó, pois alega que meu príncipe tem nos interrompido nos melhores momentos e gostaria que essa noite eu fosse só dele. Fico tentada com a proposta, mas contei a ele sobre a viagem e que preciso passar um tempinho com Nick também, se não, vou morrer de saudades.

Já no estacionamento, destravo as portas do carro e quando ia abri-la, escuto a voz que gostaria de evitar de ouvir por um bom tempo, ou para o resto da vida.

— Ta furado! Precisar trocar o pneu, quer ajuda?—  Kevin  de novo. E juro por Deus que tento ser simpática, mas ele me tirou do sério quando tentou passar a ideia que estava almoçando a sós com ele para Peeta, sem contar que é muita coincidência ficar esbarrando comigo toda hora.

— O que ta fazendo aqui?— pergunto ignorando sua proposta ele aponta para sua mochila.

— Sou fotografo, lembra? Tenho clientes aqui por perto e bem, aqui é um estacionamento, vim pegar meu carro!— Lembro dele ter comentado sua profissão. Porém continuo calada, ele aciona o alarme do seu veiculo, que esta ao lado do meu e guarda suas coisas no porta malas. — Então, vai querer ajuda com o pneu?— diz ficando desnecessariamente perto de mim. Dou passo para trás, mapeio o resto do estacionamento e não vejo uma alma viva.

— Não precisa, amanha vejo isso, vou ligar para o Peeta vir me buscar!—Digo encerrando o assunto e quando ia dar as costas ele segura meu braço me  assustando com sua atitude, mas não demonstro.

— O que pensa que ta fazendo? Me solta.—Tento puxar, porém ele é mais forte.

— Por que me trata assim? Só quero ser seu amigo!— A cada segundo intensifica o aperto no meu braço, penso em dizer o real motivo: Não fui com sua cara, não gosto do seu olhar de cobra, é egocêntrico e mais alguma coisa que ainda não sei identificar, há e lamento em dizer que percebi isso tudo durante a meia hora que fiquei ao seu lado. Porem digo ríspida:

—Te trato do jeito que trato desconhecidos!

— Não sou desconhecido e quero ser seu amigo!—Será que ele não entendeu que não quero ser amiga dele.

— Não sou boa com amigos, pode me soltar agora?—peço novamente com a esperança que me solte e suma de uma vez. Porém sua resposta me amedronta.

— Como não é boa com amigos! Tenho te visto, rodeada deles na praia! — Tem me visto? Ele percebe o que disse e tenta consertar.

— Kevin, me solta! Fica longe de mim, você é maluco!— digo já perdendo a paciência e me arrependo, pois aperta meu braço com tanta violência, que sei que ficara roxo depois, mas isso é a menor das minhas preocupações, ele me olha de um jeito frio, conheço bem esse olhar, é um desequilibrado.

— Algum problema aqui?— diz o guarda do estacionamento e um alivio percorre meu corpo que estava tremendo. Imediatamente Kevin solta meu braço e, aproveito para me afastar. Nem respondo ao guarda, saio do estacionamento e pego primeiro táxi que passa pela rua. Sigo o caminho tentando entender o comportamento dele, não sei o que pode ser, ele apareceu do nada na praia, hoje no almoço, agora aqui e disse que tem me visto, não sei o que pensar, tudo que eu menos quero é um maluco atrás de mim. Assim que chego ao meu prédio me apresso, não quero encontrar com Peeta, não com meu braço exposto desse jeito. Entro no meu apartamento e vou ao Closed, pego um vestido de manga longa, que esconde o hematoma no meu braço que esta bem vermelho e pode ser notado de longe a marca da mão daquele demente. Assim que saio do banho, me visto, passo uma leve maquiagem e faço um rabo de cavalo. Cinco minutos depois Peeta entra, me abraça por trás e beija seu local costumeiro.

— Esta linda! —diz e beija, uma, duas, três, quatro vezes. Viro-me de frente e aprofundo seu beijo, com ele é sempre assim, não consigo ficar longe, quero senti-lo de todas as formas a qualquer momento. Ele também não é diferente, não sei se com todos os casais isso acontece. Já ouvi que todo inicio de relacionamento é assim, dizem que com o tempo essa chama se apaga, mas eu duvido, me sinto viciada nele a cada dia, conto as horas e minutos do dia para poder vê-lo.

— Que tal a gente ficar por aqui mesmo, eu peço uma pizza!— diz explorando meu pescoço, passando a mão por debaixo da saia do vestido e só quando faz menção de tira - lo. O braço! me lembro do braço, me apresso a negar.

—Negativo! Prometeu comida Brasileira, agora eu quero! — ele resmunga mais aceita, diz que essa comida tem que ser muito boa, caso contrario, serei o prato principal. No caminho até o restaurante pergunta por que meu carro não esta na garagem. Explico a ele ocultando a parte do maluco, aproveito e peço para ver o pneu e levar o carro para o prédio amanhã e, antes é claro, da um sermão querendo saber porque não liguei pedindo ajuda mas, desconverso e atendo a ligação da minha santa mãe. O jantar é agradável, namoramos, conversamos e confesso que comi horrores, estava com saudade do tempero de casa, até Peeta se esbaldou. Passa das nove quando chegamos na casa da sua mãe para buscar meu príncipe. Na porta da frente já escuto seu choro! Effie me encurrala e pergunta sobre meu relacionamento com o filho. Diz que esta feliz por nós dois e que desde o primeiro dia que nos viu juntos, desconfiou que ele estava interessado em mim, pois nunca veio acompanhado nas reuniões de família. Fico feliz com sua fala, mas minha atenção esta voltada para o choro de Nick que ainda continua. Ela me leva ate a uma sala, que se parece com uma sala de jogos. Todos estão presentes, penso que devem morar aqui ou só estão fazendo uma visita, mais fico com a primeira opção, essa casa é enorme deve ter uns oito quartos. Cumprimento todos do meu jeito costumeiro, com beijos e abraços, que já estão ate acostumados. Nick ainda esta chorando no colo do pai, um choro mais contido, suas bochechas estão molhadas pelas lagrimas, seu olho em um vermelho irritante. Assim que aproximo e chamo seu nome, cessa choro, pula no meu colo e coloca seus bracinhos em volta do meu pescoço como se quisesse me impedir de soltá-lo. Sento com ele e já começa a pegar no meu cabelo, mas fica irritado por que não esta do jeito que gosta, então, desfaço o rabo de cavalo o deixando solto. Todos na sala olham admirados, acho que não entendem o tipo de ligação que tenho com ele, pra mim é tão natural.

Assim que chegamos em casa coloco Nick no berço e digo ao Peeta que vou me trocar e já volto. Tomo um banho e coloco uma camisa com manga e um short, ambos de tecido leve. Peeta já esta deitado, sem camisa, uma verdadeira tentação. Somente o abajur do criado mudo esta ligado, assim que me deito, começa a me agarrar.

—Esta com frio?— pergunta, por que nunca durmo com tanta roupa assim.—Eu te esquento— diz em um tom sedutor, ficando por cima de mim e, assim que começa a  tirar minha blusa, inverto as posições, estico meu braço e desligo o abajur, deixando o quarto em um breu, mas ele não se importa e continua com as caricias, até não sei que horas.

—Bom dia! Hoje sua iris esta esverdeada!—Ele fala olhando nos meus olhos, que são cinzas, mas tem dia que puxa para um tom azul ou verde bem apagado. Fecho os olhos, seguro seu maxilar e encosto meus lábios no seu. Só lembro do meu braço quando sinto o tocando, faço um movimento rápido para esconde - lo debaixo do lençol, mas é tarde, ele viu.—O que é isso no seu braço?— Pergunta, preocupado e passa os dedos contornando a parte que agora esta roxa. Fico muda, não sei o que dizer, não quero que fique preocupado, minha intenção era que ele não soubesse desse incidente e que quando eu voltasse da viagem, a marca já teria desaparecido.

Penso que vai insistir no assunto, mas faz o contrário. Levanta, se veste e sai do quarto batendo a porta com força. Em menos de um minuto coloco minha blusa e vou atrás dele, o encontro na sacada.

— Peeta, foi ontem! Não disse nada por que não queria te preocupar!— digo o abraçando por trás, envolvendo os braços na sua cintura.

— Por isso estava usando roupa com mangas!— diz levantando a manga da blusa - Quem fez isso com você?— pergunta novamente e, dessa vez lhe conto tudo nos mínimo detalhes.

— Ele fez mais alguma coisa? Eu vou quebrar esse cara!

— Por favor, vamos esquecer isso! Ele é maluco! Deve estar acostumado com todas as mulheres caindo aos seus pés e, como eu não dei bola e ainda o desprezei, se sentiu ofendido. É um covarde, quis usar a força para me intimidar!- digo querendo que ele esqueça o assunto.

—Me promete uma coisa?— diz segurando meu rosto com as duas mãos Promete que não vai esconder mais nada de mim, odeio quando faz isso! Sei que não somos casados ainda, mas eu te amo! Deixa eu cuidar de você! — Quero dizer a ele que o amo, que o amo a cada minuto, mas a vontade de beijar sua boca é maior, minutos depois estamos no quarto nos amando intensamente de novo e de novo!

— Já são nove horas, esta atrasado! —Digo pegando o celular no criado mudo

— Não vou trabalhar hoje! Quero passar o dia com você! Uma semana? O que vou ficar fazendo sem você?—fala com sua voz rouca, passando o nariz na curva do meu pescoço.

— Bom deixa eu ver!!!— digo pensativa—Cuidar do seu filho, trabalhar, cuidar do seu filho e trabalhar!—Ele gargalha

— Não to liberado pra uma saída com os amigos? Nem uma balada?—Saída com amigos? Balada? deve estar querendo em irritar. Nunca frequentei boates, mas sei muito bem como é.

— Liberado? Claro que esta!— Me deito de frente, ele arqueia as sobrancelhas, mas não diz nada! Então completo.

—Sabe a Clove, aquela que te apresentei no restaurante! — confirma balançando a cabeça positivamente — Então, ela vai comigo! Ficou de me apresentar a noite da capital americana! Perfeito não é, você se diverte aqui e eu me divirto lá!— Me divirto internamente com sua cara e me levanto da cama quando escuto o choro de Nick.

— Bom dia príncipe!—Sempre acorda bem manhoso, brinco com ele e tiro sua fralda que esta encharcada!

—Katniss, você nem gosta de baladas e esta indo á trabalho! — diz Peeta entrando no quarto do meu príncipe. E ele esta certo, é uma viagem a trabalho. Mas se ele sair aqui, sairei lá também. Nem que for para provoca-lo.

— Há mais uma saidinha com “as amigas” não faz mal e, outra quero começar a frequentar, já que você gosta, apesar de achar que esta velho pra essas coisas! Segura ele que vou fazer a mamadeira!— digo entregando Nick e vou para a cozinha. Ele esta logo atras com cara de poucos amigos.

—Velho pra essas coisas? Eu velho?—Me viro segurando pra não rir da sua cara.

— Sim, velho! Balada é programa para garotões de no máximo vinte e nove anos Peeta, você ta com trinta, devia começar a sossegar. Mas já que quer sair com seus amigos eu não me importo, mas fique sabendo que vou ter os meus momentos também.

— Horas Katniss, estava brincando com você! Não vou a lugar algum sem você. E você também não vai sozinha! Esquece esse assunto ok?—só respondo ok, me sentindo vitoriosa, pois não queria de jeito nenhum que fosse pra esse lugar. Se acompanhado, as mulheres já ficam de olho nele, imagina, desacompanhado.

Decidimos ir ao shopping, precisava comprar algumas coisas para a viagem. O passeio foi maravilhoso, gravamos inúmeros vídeos de Nick se esbaldando na piscina de bolinhas, se sujando todo com sorvete e principalmente porque Peeta e eu andamos o tempo de mãos dadas. Já tínhamos feito isso, mas não com tanto publico assim. De inicio foi meio estranho, mas depois percebi que nossas mãos possuem o encaixe perfeito e, também,  pude marcar meu território para as assanhadas de plantão.

Quando chegamos em casa nos deparamos com Greasy, o que me deixa mais aliviada em deixar os dois sozinhos. Ficamos conversando por meia hora, até que meu príncipe dormiu, aproveitei o momento e disse que precisava arrumar minha mala. Peeta vem atrás, diz que vai me ajudar pra terminar logo, quando coloco um vestido entre as roupas, se apressa em tirar, diz que não vou precisar dele. Rio dele, pois acha que ainda quero ir em alguma festa, mal sabe ele, que só disse isso pra saber sua reação, por que  tivesse aceitado que ambos estivéssemos liberados pra ir em noitadas sozinhos, ele ia conhecer meu lado possessivo.

Assim que terminamos, ele se oferece pra tomar banho comigo, diz que quer se certificar se o jato do meu chuveiro esta funcionando, mas faço um convite mais interessante, pra compartilhar a banheira comigo. Ficamos mais de uma hora conversando, namorando, ele como sempre dizendo aquelas coisas lindas que me deixam derretida. Só saímos, por que meu voo é daqui uma hora e meia. Assim que fico pronta, vou para seu apartamento. Pego Nick que esta engatinhando, beijo o topo da sua cabeça e sinto vontade chorar, desde que o conheci, nunca passei mais que dois dias sem vê –lo. Peeta, me apressa, pois já esta em cima da hora, deixo Nick no chão e me despeço de Greasy recomendando que me ligue ou que fique perto do celular por que ligarei o tempo todo. Chegamos ao aeroporto, faltando somente meia hora para o embarque, faço o check in e vou despedir do meu amor.

— Bom, te vejo dentro de alguns dias! Assim que eu chegar te ligo, não fica com celular des....— não termino de dizer por que ele me beija do jeito que eu mais amo.— As pessoas estão olhando! - digo quando preciso me separar por que estou sem ar, ele só da um sorriso de lado e sussurra no meu ouvido.

—Eu te amo, volta logo!—Penso que é um bom momento para dizer a ele o que sinto, mas a atendente começa a anunciar a ultima chamada do voo, não vai dar tempo, então me limito a dizer:

—Eu também!

— Eu também o que? —Sei que entendeu, mas quer ouvir com todas as letras.

— Eu também Te Amo muito! —Sussurro no seu ouvido, lhe dou um beijo casto e me afasto, caso contrario não vou conseguir ir. Olho para trás, ele continua lá, me cuidando, com o meu sorriso preferido.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vou aparecer aqui antes.. Então Feliz Natal!