À primeira vista escrita por Yasmin


Capítulo 6
Sob o Céu


Notas iniciais do capítulo

Boa noiteee!
Obrigada a todos os comentários da FIC meninas!
Esse capitulo esta bem especial!
Boa leitura... e aguardo o comentário de vocês!



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Não sei por quanto tempo caminhei, só parei quando meu corpo pediu por descanso, sento na areia de frente para o mar e me deparo com a bela imagem do sol se pondo, um laranja intenso e seus inúmeros pássaros dando um toque a mais na bela paisagem.

— É lindo não é!— escuto uma voz atrás de mim, olho e vejo um homem alto, com o mesmo tom de pele que a minha, cabelo em um corte perfeito e olhos verdes como esmeralda, extremamente bonito, parecendo aqueles modelos de propagandas de perfume masculino, porém não tão bonito quanto ao loiro que tem meu coração e, como meu humor esta péssimo, concordo com um meio sorriso.— O que faz uma mulher bonita como você admirando o por do sol sozinha, posso?— aponta para o meu lado esquerdo, pedindo permissão para se sentar e juro que tento ser simpática, mas hoje não da e quem sabe ele entende o recado e vai encher o saco de outra.

—A praia é publica, então fica a vontade!—Digo sem  olhar em seu rosto, já ele solta uma gargalhada e para minha infelicidade se põe ao meu lado.

— Péssimo dia Katniss?— Assim que escuto meu nome, me viro e encaro seu rosto de modo acusador, pois como sabe meu nome?— A sua gargantilha, não precisa ficar assustada!— Aponta para o meu pescoço e no mesmo instante passo a ponta dos dedos pelas letras, pois sempre me esqueço desse detalhe.

—Prazer, me chamo Kevin Parker!— Estende sua mão para o cumprimento e mesmo com receio faço o mesmo.

—Prazer Kat... — nem termino de dizer meu nome porque escuto a voz de Peeta logo atrás. Quando me viro, vejo que esta acompanhado de Nick que grita meu nome e sai do colo do pai pra vir em minha direção e como ele ainda não consegue se equilibrar sem apoio, levanto para pega-lo e quando termino meu momento de beijos e abraços com meu príncipe, olho para Peeta e vejo que esta sério encarando algo a trás de mim, ai me lembro da presença do tal do Kevin, nem tinha percebido que tinha se levantado ficando próximo demais. Rapidamente me distancio, não por Peeta, pois ainda estou com vontade de socar a cara dele, é mais por mim. Sempre fui arisca com as pessoas, tanto que posso contar nos dedos os amigos que já tive nos meus vinte oito anos de vida, exceto Peeta e sua família, que não encontraram resistência de minha parte. O que me tira de minhas divagações é o Kevin se apresentando a Peeta, porém ele não faz questão alguma de ser simpático.

—É sua família Katniss?— Pergunta olhando de Peeta para mim, pois quando Nick chegou ele me chamou de Kat, e não de mãe, então deve ter ficado com duvidas, apesar de achar que ele não tem que saber nada da minha vida. Quando ia me pronunciar Peeta se apressa e responde áspero demais.

—Somos sim!— diz se aproximando e entrelaçando nossos dedos, eu ate penso em não retribuir o gesto ou negar a informação, só não faço isso pelo Nick, penso que mesmo o pai dele e eu não dando certo, jamais me distanciaria dele, a não ser que Peeta queira isso, mas pelo pouco que conheço sei que não pedirá, e ele também lança um olhar passando um recado silencioso querendo dizer “ai de você se discordar”, como se tivesse direito de exigir algo e completa se dirigindo a mim.—Estávamos te procurando, vamos? Esse sereno vai fazer mal ao Nick!

— Ok vamos!—Digo e estendo a mão para me despedir do moreno— Foi um prazer Kevin !—Falei sem emoção nenhuma.

— Prazer foi todo meu, Kat!— Kat? me chama do mesmo jeito que Nick e demora demais pegando na minha mão, olho para Peeta, sua expressão não esta nada boa, penso que poderia aproveitar da situação e fazê-lo sentir o mesmo que senti quando o vi com aquela oxigenada. Porem não consigo, não vou conseguir fingir interesse para fazer ciúmes em alguém, sempre fui péssima mentirosa, então puxo a minha mão e dou as costas.

—Te vejo por ai!—Escuto  o Kevin gritando, mas, nem me dou ao trabalho de responder.

—Quem é esse cara Katniss?—Pergunta Peeta, finjo que não é comigo e continuo andando com Nick no colo, mas ele segura meu braço me fazendo parar, então fico de frente, e mesmo querendo gritar com ele, me contenho e digo em um tom baixo, por que não quero assustar Nick.

—Não é da sua conta!

— Não é da minha conta? Você é minha namorada porra! Aquele cara tava te secando!—Grita bem nervoso e quando escuto o palavrão saindo da sua boca, a raiva que estava sentindo dele só aumenta, não que eu seja uma santa. Sim, falo palavrões, mas não na frente do Nick, ele só tem dez meses mas é muito esperto e tagarela para sua idade e daqui a pouco ele começa a repetir tudo que dissermos, e já tinha discutido com Peeta sobre isso.

— Olha aqui, não é da sua conta por que não sou mais sua namorada! Só não volto pra casa hoje mesmo por que já esta tarde. Então você arruma um quarto pra mim ou cede o seu, mas caso seja muito incomodo, me fala que procuro um hotel. E não grita comigo!— paro de andar e me viro para ele dizendo isso, que só bufa irritado e permanece calado.

O restante do caminho até a casa foi um silencio total, só escutava o barulho do mar e Nick que estava bem tagarela emitindo sons com a língua me fazendo rir. Assim que entramos na casa percebo que esta totalmente vazia e imagino que o pessoal deva ter ido dar uma volta pela cidade.

— Fica com meu quarto Katniss! Não precisa ir para um hotel— diz ele e agradeço informando que assim que amanhecer volto para casa e quando ele começar a falar, subo as escadas.

Passo o resto da noite com Nick no quarto tentando distrai-lo, e assim que começa o choro sem motivo, sei que é por que esta com sono, então desço para fazer sua mamadeira e vejo que a casa permanece vazia, até mesmo sem Peeta. Imagino que ele tenha ido atrás da tal da Delly e só de pensar nessa possibilidade meu estomago dói, junto de um aperto no peito com uma vontade enorme de chorar, mas digo a mim mesma que preciso esquecer e parar de bobagem.

Assim que retorno para o quarto, deito com Nick na cama, pois desde que comecei a passar as noites no apartamento de Peeta, ele se acostumou a dormir puxando meu cabelo e só quando vejo que adormeceu que o coloco no berço. Depois que termino com ele, tomo um banho e me arrumo para dormir mesmo sabendo que o sono ira demorar. Após uma hora rolando pela cama escuto passos vindo na direção do quarto e quando escuto o barulho da maçaneta, fico imóvel e finjo que estou dormindo, pois imagino que seja Peeta que deve ter vindo pegar suas coisas e um alivio me invade quando o vejo, pois agora posso dormir em paz sabendo que ele não saiu atrás daquela coisa. Assim que entra vai direto para o chuveiro, quando termina sai do banho apenas com uma toalha enrolada na cintura e mesmo que o quarto só esteja iluminado pela luz do banheiro, consigo ver claramente o formato de suas costas, os músculos dos braços e, quando deixa a toalha cair me fazendo ver o restante, tenho vontade de ir ate ele e te-lo para mim pela ultima vez. Mas não posso, quanto mais rápido me desapegar desse galinha, cretino, cachorro e gostoso, melhor para mim. Quando  termina de se vestir, desliga a luz do banheiro  e penso que vai sair do quarto, mas sinto ele deitando na cama, fecho os olhos e volto a fingir que estou dormindo. Ele começa cheirar e passar a mão pelo meu cabelo. Quando ia expulsa lo, ele sussurra no meu ouvido:

—Por que você é tão teimosa em!— Teimosa eu? Ele me faz de idiota e agora eu que sou teimosa, penso em interrompe-lo, mas agora quero escutar o que tem a dizer .—Eu sou louco por você, por que não acredita em mim? Eu não abracei a Delly, foi ela! — Coitado tão indefeso que não consegue se livrar das patas daquela vira lata.—Eu só fui deixar as coisas claras pra ela, dizer com todas as letras que não ia admitir que te trata-se mal e que caso ela não conseguisse se comportar,  teria que ir embora. Não vou deixar você sair da minha vida assim!—suspira e beija minha testa— Desculpa por ter gritado com você!—Termina de dizer, beija meu pescoço de forma demorada e sai do quarto. Suas palavras, a forma que fala me deixam derretida, mas ainda não engoli essa historia que “foi ela que me abraçou”, pois ele deixou, por que não vi nenhuma resistência da parte dele, fico minutos pensando no assunto ate que caio em um sono profundo.

No dia seguinte acordo cedo, pois quero sair antes que o Nick desperte, pois ele está tão apegado a mim, que as únicas pessoas que conseguem distraí-lo é o pai ou Greasy e se ele estiver acordado, não vou conseguir ir e deixa-lo chorando. Então me apresso em arrumar minhas coisas, até que sinto falta das minhas chaves, procuro por todo canto e nada. Droga! Droga ! Droga. Me xingo internamente, sempre fui cuidadosa com minhas coisas e não sei onde posso ter deixado. Mas uma ideia me vem a cabeça, desço as escadas e vou atrás de Peeta, tenho quase certeza que foi ele quem pegou. Quando chego a cozinha vejo que todos já estão acordados!

— Cunhadinha que bom que você já acordou! E o baixinho, não vai levantar?— Diz Madge e assim que termina de pronunciar escuto choro dele, mas ela diz que vai pega-lo, que não preciso me preocupar e que posso tomar café sossegada, mas como desci com o objetivo de recuperar minhas chaves, cumprimento os demais e chamo Peeta para um cômodo da casa, pois não quero platéia.

— Oi — Ele passa a mão pelos cabelo de modo nervoso.

— Eu quero minhas chaves Peeta, nem adianta fingir que não sabe do que estou falando, sei que pegou!— Assim que termino ele começa a rir me deixando com raiva!

— Essa chave?— Diz tirando o objeto do bolso e quando eu ia pegar ele levanta aos mãos bem no alto me impossibilitando de alcançar. Bufo irritada.

—Você tem quantos anos em? Anda Peeta me devolve!

— Eu tenho trinta, já você esta parecendo uma menina de quinze anos! Da pra parar com essa birra! — Eu já ia dar as costas, mas, ele me segura.—Não, você vai me escutar de novo e não adianta fazer essa cara, sei que você estava acordada ontem a noite, você é uma péssima mentirosa. Vou repetir tudo o que disse calmamente pra ver se dessa vez você entende... —Bufo irritada mas o deixo falar dessa vez— Katniss eu não estava abraçando a Delly— Sua fala sai pausadamente, como se eu tivesse algum problema de audição e não o compreende-se.— Eu só fui deixar as coisas claras pra ela, dizer com todas as letras que não ia admitir que te trata-se mal e que caso ela não conseguisse se comportar, teria que ir embora. Mas ela começou a chorar dizendo um monte de coisa e me abraçou, foi só isso, eu ia me soltar, mas ai você apareceu na cozinha e fiquei sem reação. Katniss eu sou louco por você! Eu não abracei a Delly. Não sai da minha vida por essa besteira, por favor me perdoa?—Acho que nem preciso responder pois ele ataca minha boca de um jeito desesperado que ate machuca e juro que tento resistir, mas é impossível, logo começamos com outras caricias me deixando desesperada por ele, então ele me pega no colo, passando minhas pernas por sua cintura e se senta em uma cadeira com minhas pernas uma de cada lado e explora meu pescoço com beijos e chupões que com certeza deixarão marcas, só saímos do nosso transe quando escutamos a voz de Madge se aproximando com meu príncipe no colo em uma carinha manhosa de que acabou de acordar.

— Achei vocês! Até que enfim se acertaram, não aguentava mais o mau humor do meu irmão. Katniss, quando for terminar com ele me avise antes, não sou obrigada! Ok? Toma seu príncipe por que minha cota de ficar com ele hoje já terminou e se arrumem logo, esperamos vocês na marina daqui meia hora— Diz e sai com pressa, ai me recordo que ontem no almoço combinamos de passar o dia em auto mar, mas o ruim é ficar em um espaço tão pequeno com a tal da Delly, por que sei que não vai fazer muito bem aos meus nervos.

—Eu não vou!—digo ao Peeta

—Achei que já tinha me desculpado!—diz sério

— Desculpei, mas não quer dizer que eu queira ficar no mesmo ambiente que a Delly, juro que se eu escutar mais algum comentário preconceituoso sobre minha origem saindo da boca dela eu não respondo por mim!—Ele passa o dedos pelo meu rosto.

— Princesa, não precisa se preocupar, ela não esta mais aqui, ontem mesmo eu pedi que fosse embora! — Fico derretida quando me chama de princesa e bem aliviada por ela ter ido embora.—E tem algo que eu quero te mostrar, vamos?— Completa e claro que não nego.

Meia hora depois estamos todos embarcando e rindo de Madge e Gale que estão discutindo, por que ela estava dançando e sorrindo demais com outro homem no bar que foram ontem!

— Você tava com cara de boba Madge, o que ele falava pra você ?— diz Gale. Madge não diz nada e começa a rir, então agora entendo por que Gale é digamos que bem atirado, eles são um casal estranho na verdade, mas parece que se gostam muito, do jeito deles é claro!

—Eles são sempre assim! Não liga não! — diz Annie e se senta ao meu lado—Você e Peeta estão bem ?

— Agora sim, fiquei cega de ciúmes, não consegui me controlar!— digo envergonhada.

— Não precisa ter vergonha, é normal, ele ficou bem desesperado ontem depois que você saiu! Ele te ama!—Diz como se isso fosse obvio e no mesmo instante procuro por Peeta, vejo ele mexendo em um equipamento, que não faço ideia do que seja.

— Katniss! Fica só de biquíni, vai molhar sua roupa, hoje tem pouco vento— diz ele me puxando pela mão para o outro lado da lancha.

— O que tem minha roupa com pouco vento?— pergunto pois não estou entendendo nada

— Muito vento não é bom para voar de parapente. Basicamente, a lona pode acabar se enrolando ou desinflando, as cordas podem se emaranhar— disse ele e visualizei uma imagem em que estava girando fora de controle enquanto caía na água.

— Voar? Ta maluco?—pergunto assustada

— Não se preocupe, eu já inspecionei o material, esta tudo em perfeito estado!— assegurou-me como se isso fosse minha única preocupação.— Nós vamos juntos, não precisa ter medo, quero te mostrar uma coisa!— diz todo carinhoso me beijando.— Eu a ajudo com o cinto de segurança e a cadeira de voo – diz e me conduz até a plataforma. A cadeira de voo estava no chão e Peeta apontou em direção a duas aberturas—Coloque as pernas naquelas aberturas e puxe as tiras de segurança para cima. Eu vou prendê-las para você.

— É só isso?—Pergunto já bastante apavorada.

— Quase, quando você se sentar na plataforma, lembre-se de manter a tira maior sob as suas coxas. Não é bom que ela fique embaixo do seu traseiro, porque a distribuição de peso fica comprometida— Ele prendeu as tiras da minha cadeira de voo na barra, e depois a sua própria e fez um sinal para que eu me sentasse.— Está embaixo das suas coxas, certo?— perguntou passando a mãos por elas.

Assenti com a cabeça e sorri.

—É só relaxar e curtir o passeio.—Completou ele sussurrando em meu ouvido.

Um segundo depois, Finnick empurrou a alavanca do motor, a lona do pára-quedas se inflou, e nós fomos levantados no ar. Fiquei tão nervosa que segurei com tanta força nas tiras de tecido que me prendiam ao parapente que as articulações dos meus dedos ficaram brancas com o esforço. Peeta percebeu meu nervosismo e começou a sussurrar no meu ouvido.

—Não precisa ter medo, estou com você, não vou deixar você cair, sabe porque? Por que te amo, te amo, te amo!—Assim que consigo raciocinar suas palavras Tive a sensação de que estava voando bem mais alto do que qualquer outra pessoa já tinha subido, e estava a ponto de dizer alguma coisa quando senti  sua mão na minha cintura.

— Olhe ali!—Diz ele apontando para o oceano— Uma arraia! Consegue vê-la?— Consigo ver um animal, negro e lustroso, se movendo abaixo da superfície da água como uma borboleta em câmera lenta.— E um grupo de golfinhos! Daquele lado!— aponta ele novamente.

Enquanto me maravilhava com aquela visão, meu nervosismo começou a desaparecer. Comecei a me entreter com tudo o que via abaixo de mim. Quando me senti relaxada, pensei que poderia provavelmente passar uma hora aqui no alto sem ficar entediada. Aqui em cima é extraordinário, voar com a corrente de vento como se eu fosse um pássaro, sim um pássaro que estava preso em uma gaiola e que agora esta descobrindo como é voar, como é amar e ser amada.

— Está a fim de fazer um  mergulho?— Perguntou Peeta

—Claro!— Respondi com um enorme sorriso. Para os meus ouvidos, minha voz parecia estranhamente carregada de confiança. Peeta fez uma série de sinais para Finnick e, logo abaixo, o barulho do motor do barco repentinamente diminuiu. O parapente começou a descer. Olhei fixamente para a água que se aproximava rapidamente, e esquadrinhei a superfície para me certificar de que não havia nenhuma criatura com dentes grandes na água esperando por mim. O parapente desceu mais e mais, e, embora eu tivesse levantado as pernas, senti a água fria bater contra meu corpo. Quando pensei que teria de começar a nadar, o barco acelerou e subimos novamente em direção ao céu. Senti a adrenalina correr pelo meu corpo e ate agora não sei foi pela declaração de Peeta ou por estar a vários metros do chão.

— Viu? Não foi tão ruim! — Diz Peeta quando já estávamos de volta a lancha.

— Pode dizer de novo?— Pergunto sobre o que ele disse lá em cima, preciso escutar novamente. Ele se aproxima, colocando as duas mãos no meu rosto, cola sua testa a minha e sussurra:

—Eu te amo Katniss Everdeen!— É tudo que eu precisava ouvir pra me sentir no céu novamente! Antes, que ele o faça colo nossos lábios e me entrego ao meu primeiro beijo de amor.


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