Professores Sempre Gostam Mais de Alunos Dedo-duro escrita por Naoshi


Capítulo 3
Se você quer ter um animal de estimação, ao menos limpe a bosta dele.


Notas iniciais do capítulo

Foi mal pelo capítulo curto, mas prometo que o próximo será maior e bem bonito. Obrigada todo mundo que está acompanhando!



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— Isso mesmo que vocês ouviram. Shinpachi e Kagura viajaram a passeio com aquela mulher gorila durante o período de férias dela e vocês sabem, esse yorozuya não pode funcionar somente com um yorozuya.

— Nos recusamos, chega dessa palhaçada. Vamos embora, Sougo. — Dei as costas ao samurai de permanente, caminhando rumo à porta.

— Então vocês realmente não se importam que o Kondou-san descubra, né? Imagine só ninguém mais verá o vice-comandante demoníaco com os mesmos olhos novamente, nem mesmo o Yamazaki-kun... — Gintoki cobriu a boca impedindo a risadinha debochada de sair.

— Tsc...Eu vou te matar, desgraçado. — Esbravejei inutilmente e peguei os produtos de limpeza que estavam dentro de um balde em um canto naquele mesmo cômodo.

Não tardamos em começar a limpar a casa, passando por todos os cômodos como a cozinha, onde havia uma pilha de louça imensa, os quartos que mais pareciam um amontoado de roupas sujas, que também foi necessário serem botadas para lavar na máquina, e por fim o banheiro.

— O que é isso? — Eu disse retirando um frasco estranho de dentro do armário abaixo da pia do banheiro, este que eu organizava e limpava.

Sougo se aproximou, se agachando próximo a mim e leu em voz alta o que dizia na embalagem:

— Creme de alisamento Não Mais Permanente... — Ele cobriu a boca com uma das mãos segurando o riso e continuou. — Esse idiota acredita mesmo que terá cabelo liso um dia?

Não conseguimos nos conter e começamos a gargalhar, esquecendo completamente de onde estávamos. E então a porta do banheiro se abriu com um chute do yorozuya:

— EI, EU POSSO OUVI-LOS MUITO BEM E NÃO FIQUEM FUÇANDO NAS COISAS DOS OUTROS!

Após esta descoberta ridícula, só nos faltava levar o lixo para fora, jogando as sacolas no latão do beco ao lado. Depois de jogar as sacolas, respirei profundamente de alivio por ter finalmente terminado todo aquele serviço doméstico.

Olhei de relance para Sougo que também havia acabado de jogar fora as sacolas que carregava, ele obviamente estava cansado, já não usava a parte de cima do seu uniforme, agora somente com a camisa branca e o colete.

Nossos olhares se encontraram por um instante e ele desviou o rosto, fingindo que nem sequer havia me visto.

Eu sabia muito bem que estava naquela situação por culpa de Sougo, se ele não tivesse insistido naquele beijo, ninguém nunca saberia da relação que havia entre nós dois. Apesar disso, parecia até que eu estava pagando o preço sozinho, já que somente eu arquei com todas as despesas e fiz quase todo o serviço sozinho, já que o sadista deu algumas cochiladas durante o trabalho.

Eu devia ao menos ser recompensado por tudo isso. Foi o que pensei e de fato isso era verdade, Sougo deveria me retribuir tudo que estou passando, e assim fiz.

Coloquei Sougo contra a parede, com uma das minhas mãos próxima a sua cabeça, o cercando daquele lado enquanto minha outra mão continuava a segurar o cigarro.

— Sougo, hoje está sendo um dia tão dificil, você ao menos vai me recompensar mais tarde?

Ele me olhou, evidentemente, confuso, se abaixou devagar deslizando pela parede e passou para o outro lado do meu braço, saindo do cerco que eu criei, e ainda me olhando da mesma maneira confusa:

— Hijikata-san, o que aconteceu? Você está fora da sua personagem, isso é algo que você só faria em uma fanfic.

— Tudo bem, esqueça isso — Encostei minhas costas na parede e traguei meu cigarro, soltando a fumaça logo após. — Vamos voltar e avisar que estamos indo embora.

Me afastei da parede e caminhei a frente de Sougo, subindo as escadas e voltando para a sala do yorozuya, junto do sadista:

— Já levamos o lixo embora. Estamos indo embora, espero que você cumpra com sua parte do prometido. — Eu disse bem curto e objetivo.

— Ei, ei, Hijikata-kun...Quem disse que já acabou? Você acha que o trabalho de um yorozuya é só isso? — O idiota de permanente disse com um sorriso irritante.

— Hã, o que você quer dizer com isso?

— Danna, eu já acho que está demais. — Finalmente Sougo se manifestou, parecia até que não estava do meu lado nem nessa circunstância.

— Okita-kun, faz parte dos negócios. E é algo simples, o último por hoje.

Antes que eu pudesse reagir, algo, rapidamente, surgiu por trás de mim, apoiando suas grandes patas nos meus ombros e em seguida mordendo minha cabeça, o que fez sangue escorrer por todo meu rosto.

— Leve Sadaharu para passear também, ele está um pouco triste por não ter ido com a Kagura.

Não adiantou muito insistir para se livrar dessa última tarefa, então resolvi acabar logo com isso e levar o saco de pulga para passear, antes que eu desmaiasse de tanto perder sangue. Junto de Sougo, fizemos algumas voltas com o cachorro, chamado Sadaharu, pelas ruas próximas. Era bastante inconveniente andar pelo distrito Kabuki com um cachorro daquele tamanho e que a todo o momento queria correr atrás de qualquer um que passasse na rua.

Sadaharu tinha uma coleira azul em seu pescoço, na qual eu puxava o guiando pelo caminho e no meu pescoço havia uma coleira laranja que era puxada por Sougo da mesma maneira. Espere... Como assim uma coleira em mim? Quando que isso apareceu no meu pescoço? Foi o que me questionei quando minha ficha caiu.

— Sougo... O que você pensa que está fazendo? — Perguntei, me segurando para não explodir de raiva, mas com certeza era evidente a irritação quase escapando no tom de minha voz.

— Levando o cachorro para passear. — Ele respondeu naturalmente.

O sangue subiu a minha cabeça e uma veia saltou de minha testa, e que logo após a resposta recebida, lhe dei um chute nas costas:

— VAI SE FODER! — gritei, enquanto arrancava a coleira do meu próprio pescoço. — Era só que me faltava, além de ter que levar esse saco de pulgas para passear, ainda tenho que aguentar suas gracinhas.

Respirei profundamente e fechei os olhos por alguns segundos, mas sem deixar de caminhar, quando então a coleira se esticou e fui puxado com tudo para trás caindo deitado no chão. Sadaharu havia parado de andar e agora estava em uma pose estranha, na qual arqueava as costas e se tremia todo.

— O que esse cachorro maldito tem?! – Esperneie me levantando do chão e agora puxando a coleira de Sadaharu tentando fazê-lo sair do lugar.

— Hijikata-san, acho que ele...

Sougo mal pode terminar sua frase quando um ruído veio de trás de Sadaharu acompanhado de um cheiro horrível. O cachorro havia defecado, mas não era uma bosta de cachorro comum, era uma mega bosta gigantesca, que não poderia em hipótese nenhuma ser deixada ali.

Okita assumiu a coleira de Sadaharu e eu com uma pá, tentei tirar aquela enorme bosta do meio da rua. Fiz força, mas nada movia aquela bosta do lugar. Após inúmeras tentativas, com um impulso consegui fazer a bosta sair, mas sendo arremessada, acertando o rosto de um mendigo, de óculos escuros carregando uma caixa de papelão, que passava por ali.

— Vamos embora, acho que já está bom de passeio. — Eu disse, pegando a coleira de Sadaharu da mão de Sougo, que me acompanhou no caminho de volta pro Yorozuya.

Subimos as escadas e adentramos a casa de Gintoki, este que agora estava sentado de frente para a mesa de escritório que havia na sala com os pés descalços para cima, enquanto lia a jump e limpava o nariz com o dedo mindinho.

— Já fizemos tudo que você queria.

— Muito bom, estão dispensados. Estejam aqui amanhã bem cedo.

— O que?! Pretende nos chantagear até quando?

— Ei, ei. Isso não é uma chantagem, é uma troca de favores, Hijikata-kun. E eu prometo que logo vai acabar, é só enquanto Shinpachi e Kagura não voltam. — O samurai de permanente disse com um enorme sorriso debochado no rosto, estava, de fato, se divertindo com nossa situação.

— Desgraçado... — Rosnei como um cão bravo e sai do estabelecimento completamente irritado.


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