O Mito das Guerras Santas - Primevas escrita por Waulom Amarante


Capítulo 50
Capítulo 50: Ars Magna e Armadura Divina


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - Primevas - Arco 2/2
Ashur e Asclépio enfrentavam os Óreas, curiosamente os cavaleiros de ouro sabiam que tipo de inimigos enfrentavam. Como Primordiais, filhos de Gaia, o poder dos Deuses das Montanhas era gigantesco.
Combinando o poder dos quatro eles lançaram um ataque que destruiu praticamente as armaduras de ouro dos cavaleiros. A beira da derrota Ashur ouve a voz de sua mãe e pede para que ela cumpra a primeira promessa que fez a ele.
Nyx começa um ritual para liberar algo para Ashura, enquanto isso o cavaleiro, agora desprovido de sua Armadura de Ouro volta a enfrentar os deuses. Novamente furiosos pela afronta de um mortal, os Óreas atacam sem piedade mas Ashur é salvo por Lúcifer que assumira sua verdadeira forma como Arcanjo da Suprema Virtude.
Logo em seguida Nyx envia para seu filho a Ars Magna e Ashur se revela Éther o Primordial que personifica o céu superior.



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Finalmente os segredos caíram como o esfacelar de uma máscara quebrada. Os dois cavaleiros mais poderosos sob o comando de Athena revelaram suas verdadeiras identidades.

— Agora faz mais sentido… - ponderou Etna. - Vocês são divindades. Seres intrinsicamente ligados a Suprema Virtude que deu origem a todas as coisas.

— Lúcifer, o Portador da Luz, aquele a quem foi confiado a Origem da Suprema Virtude. Rebelou-se contra os deuses numa luta violenta contra os primordiais, sendo derrotado pelo Caos, fugiu dos céus abonando sua natureza de casta, agora sabemos que terminou servindo Athena com um de seus cavaleiros tantas gerações divinas depois.

— Éther, filho de Nyx, primordial que é a personificação do Céu Superior.

— Nosso primo. Nossa mãe, Gaia, nos disse que havia se afastado dos Deuses na mesma época que Zeus que se ausentou do Olimpo dando seu trono do Reino da Terra para Athena.

— Então você somente tomou um corpo material para si e também assumiu um posto de cavaleiro de Athena.

— Sendo assim não nos surpreende que tenham sobrevivido a Hiperdimensão, tão pouco aos nossos ataques.

— Óreas já chega! Desistam de uma vez de ir atrás de Athena! Agora que sabem que somos seres divinos e não seres humanos profanando o Marco Zero, não tem mais porque segui-la!

— Não é bem assim Éther, não se esqueça que Athena esteve envolvida na Guerra contra Poseidon um dos três grandes da tríade do Olimpo, acredito que os deuses desejam satisfação da parte de Athena, do motivo de destruir o corpo de Poseidon e selar sua alma numa ânfora.

— Poseidon atacou o reino de Athena, ela simplesmente defendeu-se!

— Ora, ora, ora vemos que defende Athena com muito afinco, Primordial da Luz, será mesmo que o que te guia seria somente um senso de justiça incomensurável!

— Não ousem brincar comigo!

Nesse momento Lúcifer se interpôs entre Éther e os Óreas.

— Não devemos acumular mais crimes para Athena. - o tom dele era seco e firme.

— Lúcifer…

— Óreas, recuem, caso nos ataquem nós realmente não teremos outra opção se não revidar!

— Não seja presunçoso Lúcifer, temos nossas Sohmas, você está trajando uma mera armadura de ouro de Athena!

— Não seja tolo, Dicte de Creta, esta é uma verdadeira Armadura Divina…

— Armadura… Divina?!

— Uma veste sagrada banhada pelo Ikhor, o sangue divino, quando entra em ressonância com o cosmo elevado até o Nono Sentido se converte numa Armadura Divina, muito similar as Kamuis trajadas pelos Olimpianos na Titanomaquia.

— Isso… isso é impossível!

— O poder de uma Armadura Divina pode se equiparar facilmente ao de uma Sohma, e não se esqueça que neste caso vocês não tem a vantagem da Dunamis, pois eu sou detentor da Suprema Virtude…

Os quatro seres que compunham Óreas; Dicte, Ótis, Silene e Etna começaram a ressonar suas Dunamis, como se fossem apenas um único ser.

— Eles estão elevando a Dunamis a outro nível!

— Juntos somos Óreas, as montanhas filhas da Mãe Terra, Gaia! Ó Mãe Terra dê-nos poder para obliterar nossos inimigos! - eles entoavam em uníssono.

Frente ao poder de Óreas uma esfera de energia surgiu entre eles atraindo seus corpos.

— O que está acontecendo? -indagou Lúcifer.

— Eles não são seres individuais, a verdade é que Óreas é uma única divindade um Primordial filho de Gaia. - explicou Éther - Ainda nos primórdios do planeta quando nem tudo estava estável, Gaia concebeu Óreas, que detinha várias personalidades, para que não enlouquecesse, Gaia dividiu suas diversas personalidades em seres individuais e os colocou em partes distintas do mundo. Esses quatro faziam parte das personalidades de Óreas, acredito que fossem as que estavam mais próximas do Marco Zero quando entramos, como o dever deles é proteger este lugar, eles atacaram de imediato. Agora eles invocaram o poder de Gaia para novamente unirem-se como um único ser que foram um dia. Temo que o poder de Óreas seja gigantesco, caso ele resolva usar sua Dunamis ao máximo.

— Com sua Ars Magna e a minha Armadura Divina podemos vencer!

— Temos um problema um pouco maior, as Sohmas que eles estavam vestindo quando a fusão se completar se converterão numa Ars Magna…

— Do que está falando?!

— Assim como eu, Óreas é um Primordial. Um dos deuses que concebeu e formou este universo. Por isso Gaia o presenteou com uma Ars Magna, ele não é um titã como Cronos ou Réia… O que acontece é que com sua personalidade particionada, sua memória e seu poder também estão; desta forma decai ao nível de um titã e sua Ars Magna assume a forma de Sohma sob o selo de Gaia…

— Não podemos permitir esta fusão…

— O Selo da Mãe Terra já se rompeu…

Com o estrondo de um vulcão, os corpos começaram a se unir como rochas incandescentes para depois se solidificar.

A verdadeira aparência de Óreas era como um gigante. Os braços fortes e grandes, o corpo robusto e musculoso. Seus cabelos e olhos detinham um tom de castanho como a terra. Assim que estava pronto surgiu para recobrir seu corpo sua Ars Magna.

— Imponente estrondo da terra. Elevação rochosa. Muro de pedras forjado pelo tremor. Se eleve, entorte as planícies e desconfigure a terra! Ars Magna: Everest!

A armadura era tão brilhante quanto à de Éther, contudo tinha um tom âmbar.

— Eu vou esmagar cada um de vocês! Sintam o poder de um Primordial!

Ele elevou os braços acima da cabeça e concentrou uma imensa quantidade de energia formando uma bola de rochas incandescentes.

Núcleo da Terra!

— Eu não vou permitir! Luz Etérea!

A Ars Magna de Éther brilhou intensamente variando do seu tom azul claríssimo para um branco ainda mais intenso.

A onda de luz era tão densa que chegou a deslocar as distorções espaciais da Hiperdimensão.

É monstruoso - pensou Lúcifer - o choque das energias de dois Primordiais é algo fora do cálculo humano. Ainda assim é perceptível que Éther não se encontra em sua forma mais perfeita, Óreas também não, mas ele tem uma leve vantagem por acumular o poder de quatro existências.

Estrela da Manhã!

O golpe de Lúcifer se somou ao de Éther aumentando ainda mais sua potência.

Os ataques combinados foram causando uma expansão espacial na Hiperdimensão. Algo que nem mesmo os deuses virão acontecer desde a criação do Universo a partir do Caos. O espaço começou a se rachar, em pouco tempo era possível que tudo aquilo fosse implodir e desabar sobre si mesmo, mas qualquer um dos lados que se deixasse ceder estaria fadado à derrota de ser consumido por toda aquela energia.

Neste momento uma nova intervenção acontece na batalha. Trajando uma armadura de cor púrpura brilhante como o véu noturno surgiu a Deusa da Noite, a suprema e poderosa Nyx. Com seu imenso poder a Primordial destruiu a energia entre os adversários.

— Vocês quase quebraram o firmamento inteiro! Óreas nunca foi minha intensão…

No segundo seguinte ela estava atrás do filho de Gaia e tocou seu ombro.

— Ataquem! - ordenou a Lúcifer e Éther!

Crux Sacra…

Uma energia densa se concentrou no orbe do cajado de Lúcifer, explodindo numa cruz vermelha em direção ao inimigo.

Um arco de energia se formou na mão do braço esticado de Éther no outro contraído como se segurasse uma flecha ele concentrou sua Dunamis.

Etérea Canon: Sublumius Lumen!

Com o estrondo de um milhão de canhões a flecha disparada correu em linha reta traspassando o meio exato da cruz de Lúcifer atingindo diretamente o peito de Óreas que se esfacelou em meio a um pilar de luz.

— Ele morreu? - indagou Lúcifer.

— Eu retirei a divindade dele, mas ainda existem muitas personalidades de Óreas, definitivamente vocês não o destruíram, além do mais dizem que ele divide seu coração com sua mãe, minha irmã, Gaia, portanto essas personalidades voltaram a se erguer em breve. Por ora vão! Vocês precisam chegar até Athena! A batalha final não tarda…


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Notas finais do capítulo

Ars Magna são as armaduras trajadas pelos Primordiais, tem um poder muito acima do que se possa imaginar, supondo-se que superem até mesmo as Kamuis dos Olimpianos e as Sohmas dos Titãs.
As Sohmas são armaduras trajadas pelos Titãs, filhos de Gaia e foram em suma forjadas por ela. Tem um poder tão grande quanto os das Kamuis.
Dunamis, é a energia usada pelos Titãs e pelos Primordiais, enquanto o cosmo é a energia de Destruição, a Dunamis é uma energia de Criação tendo ela a origem da Explosão do Big Bang e da vida no Universo. Ao passo que o Cosmo é empregado para romper com as partículas e átomos a Dunamis pode reorganizar as estruturas podendo criar uma nova realidade.
Todos os conceitos acima constam no Episódio G de Megumo Okada.
Na imagem uma edição de Ashur( de Spaceweaver, créditos ao fanartista), agora como Éther trajando sua Ars Magna, que tomou a forma da Armadura de Sagitário.



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