A cidade das abelhas escrita por Clarice


Capítulo 33
O mensageiro


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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SHAI SE LEVANTA

Shai acordou nu, sentia frio, muito frio. Estava exatamente no limite da cúpula. Aquela cúpula não era exatamente física. Aquele invólucro era uma proteção para as impurezas do ar de fora. A cúpula era visível apenas para demarcar o território deles. Mas à distância, parecia uma enorme bolha de vidro espesso.

Sentia-se tão zonzo que acabou vomitando. Um líquido de cor estranha saía de sua boca, não era como se tivesse muito mais do que isso no estômago. Os olhos estavam marejando muito, e vermelhos, muito irritados. Queria poder resolver o problema.

Logo se lembrou da última memória de quando ainda estava transformado. Todos aquelas pessoas e o cheiro de matança que exalavam enquanto galopavam loucamente no meio da mata. Logo se sentiu alarmado, precisava fazer alguma coisa. Sabia que ainda era um prisioneiro, ali fora, estava descumprindo a lei. Mas não hesitaria. Roubou um veículo e correu Às pressas com ele. Precisava chegar mais perto daqueles bárbaros, precisava saber o que pretendiam.

Quando chegou perto do início da mata que cercava a cúpula começou a notar que eles estavam contornando-a. Não pretendiam atacá-la. Estava escurecendo e ele estranhado, observava aqueles peculiares homens. Pareciam tão indestrutíveis que um arrepio lhe correu a espinha. Pareciam inescrupulosos, também. Mas, o que diabos faziam ali? Por que estavam contornando a cúpula? Estavam indo para algum lugar em especial, e deixariam de entrar seja para se hospedar seja para invadir um lugar tão rico como aquele? Aquilo não fazia sentido. A menos que... O jovem rei tenha feito alguma coisa. Mas o quê? Questionava-se, enquanto os observava correrem.

Será que houve ali alguma barganha? Com certeza nosso exército teria uma batalha sangrenta contra essas bestas sobre cavalos. Mas eles não parecem do tipo que negociam. Tinha certeza disso. O que de fato havia acontecido? Será que era um exército contratado? Mercenários ou algo assim? Deuses, ainda existe esse tipo de coisa? A história dos mercenários era longínqua. Mas até bárbaros como aqueles pareciam não mais existir... Se eles existiam, o que mais não existiria? E são muitos, mas não o bastante para ser uma população inteira. Aqui está apenas o exército. Também era um dado a se pensar.

Talvez todos aqueles homens fossem mesmo guerreiros sanguinários que não precisam de motivos para lutar, apenas a fome desesperada pela febre da batalha; os espólios e a glória. Se é que havia alguma glória em destruir civilizações. Respirava fundo, estava muito atordoado com essa notícia. Sabia que precisava fazer alguma coisa, mas não exatamente o quê. Esse desespero o corroía, sabia que algo estava eminente... A direção pela qual seguiam não era apenas para fora do alcance da cúpula, também era a direção das... É a direção do reino de Gaya! Precisava se apressar.

Virou o carro e então pisou no acelerador muito desesperado. Precisava atravessar o reino e ainda partir na frente deles, chegar lá, conseguir uma audiência e avisá-la. Queria um método melhor, mas a comunicação entre as sociedades havia sido cortada desde o anuncio da guerra e não fora recuperada ainda. Shai tinha de correr.


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Notas finais do capítulo

Até mais!



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