A Galinha Psicocótica escrita por abelho, Jaded


Capítulo 7
Bateu a Cabeça, Criou um Galo


Notas iniciais do capítulo

Gentém, titio abelho aqui. Mais um capítulo dele, mas esse é curtinho, não o xinguem. E me atrasei dessa vez por conta de um problema de comunicação com tia jaded; só posto capítulos aqui com o aval dela (sim, as mulheres é que mandam)



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Pombal pegou seu celular do chão, que tinha película, felizmente, e continuou a conversa com Banana Prata:

— Compadre, tá me ouvindo? Então, aquilo que aconteceu com os Mungunzá foi sabotagem. Tanto o sistema de freio quanto de combustível foram sabotados. Uma batida frontal faria o carro explodir e matar todos lá dentro. Pela perícia realizada parece que eles estavam a 80 km/h e quiseram desviar de algum obstáculo, mas, por estar sem freio, acabaram perdendo o controle e bateram de frente num poste. Foi morte instantânea, Pombal...

— Oxe, mais quem que faria uma coisa dessa?

— Eu não sei, o delegado aqui é você. Comece a procurar as pessoas que estavam na casa dos Mungunzá no dia do acontecido e faça seu trabalho.

— Apois tá certo, vou continuar a te dizer o que vou discubrino, cumpade. Quando eu tiver algo dispois te ligo. Tchau, Prata.

Aquele diálogo, mesmo sendo curto, foi bastante esclarecedor. Pombal, então, pegou alguns de seus homens e os levou até a casa dos Mungunzá, para saber os nomes e endereços dos que estavam no dia do acidente.

Chegando à tal casa, ele logo foi falar com o patriarca da família. Jessie, vendo aqueles homens fardados chegando na casa de seu Chico, deixou sua prole de lado e tratou logo de entrar na casa, junto com suas amigas, para ouvir a conversa. Chico prontamente colaborou com a investigação, respondendo algumas perguntas de Pombal e dizendo todos os nomes e endereços que se lembrava. Não só o Pombal queria saber quem era o assassino, por questão profissional, mas Chico Mungunzá também, para poder mandar o cretino assassino para a cadeia¹:

— Muito obrigado, seu Chico, eu e meus homi vamo perguntar pra esses povo o que foi que eles viro e depois a gente vorta aqui pa fazer umas pergunta pra sua famía.

Jessie percebeu que haveria movimentação naquela casa daqui a uns dias. Ela saberia que alguns daqueles homens voltariam e que precisava se informar sobre toda aquela investigação.

*****

Alguns dias haviam se passado desde a abertura das investigações e todos os interrogados afirmavam a mesma coisa: que viram Emílio embaixo do carro. Pombal, mais uma vez, retornou à casa dos Mungunzá, dessa vez para interrogar os que estavam lá, pois acreditava que o culpado dos assassinatos estava dentro de casa. Pombal tratou logo de chamar seu Chico e assim que Jessie viu aquele homem de farda tratou logo de entrar na casa, sorrateiramente, pela portinha do cachorro. Ela sabia que tinha que acompanhar aquele homem e escutar atentamente todas as perguntas:

— Intão, seu Chico, sua famía toda tá aqui, acuma eu te pidi?

— Tá sim, seu delegado, pode ir entrano. Ah, o Emílio tomém tá aqui. Vê se num assusta o minino, ele num bate bem da cabeça não, dotô...

Jessie acompanhou Pombal enquanto ele interrogava cada um dos membros da família Mungunzá e todos eles² concordaram em dizer que viram Emílio embaixo do carro e que ele bateu a cabeça na parte de baixo quando tio Barnabé chamou sua atenção. Também alguns deles disseram que Emílio não gostava muito do seu tio, pois ele tirava sarro com Emílio por conta dos seus problemas, o que foi confirmado por outros parentes nos outros dias de investigação. Não restava dúvidas, Emílio tinha um motivo, estava na cena... e era o principal suspeito.

Emílio estava sentado em frente ao quintal, admirando a pena de Jessie suja de sangue, bastante concentrado, quando foi surpreendido por Pombal, junto de Jessie. "Meu fi", disse Pombal para Emílio, que virou assustado. Pombal viu aqueles olhos esbugalhados de Emílio, parecidos com de peixe, meio que sem vida, olhando para o vazio... Viu aquela boca com traços femininos e aquela barba rala, sem fechar... Lembrou-se do que Chico havia dito e resolveu pegar leve com o pobre menino:

— Ocê ficô sabeno que seu tii morreu, né?

— Fiquei sabeno sim. Foi a galinha.

— A galinha!? — Pombal ficou surpreso, pois não esperava aquela resposta fantasiosa. — Que galinha, minino?

— Essaí, dotô. — disse ele apontando para Jessie que, para disfarçar, inclinou a cabeça pro lado e fez cocó.

— Marminino, comé que esse bicho que só faz cocó e cocô³ pudia matar alguém? Se eu fosse tu eu me preocupava mais cumigo.

— Ôxe. Tá veno aí, galinha, o que tu tá fazeno? — resmungou Emílio, berrando e apontando para Jessie.

Após gritar com Jessie, que saiu correndo, Emílio voltou a se sentar à beira do quintal e continuou a contemplar aquela pena escarlate. Pombal se deu por satisfeito com os interrogatórios e decidiu o que faria depois. Voltou para a delegacia para guardar e compilar todas as informações colhidas com os interrogatórios. E Jessie? Ah, ela voltou para seus pintinhos, já com um plano em mente.


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Notas finais do capítulo

1- E dizer também aquele discurso de cristão "Eu não tenho ódio de ti, mas espero que você morra no inferno, ardendo por toda a eternidade". Ah, esse amor cristão...
2- Chico Mungunzá mora no interior, sem televisão, então fez muitos filhos. A quantidade não importa agora, pois vamos adicionando filhos (e matando-os) quando acharmos necessário.
3- Obrigado, bsuno, pelo seu comentário!



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