A Galinha Psicocótica escrita por abelho, Jaded


Capítulo 2
O Jantar de Gala


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeeeente, desculpa a demora pra postar um capítulo novo. Tio abeIho tá fazendo altos programas (de computador, claro) e a conexão também não ajudou. Estou perdoado? Que bom que estou :D
E se não me perdoarem... lembrem que tenho uma galinha com uma faca na asa ao meu lado, que trabalha pra mim ;D




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Galindo tentou fugir, realmente tentou fugir, porém ele e as outras galinhas perceberam que não havia escapatória, por isso elas tentaram interferir ficando na frente do Seu Chico, correndo de um lado para o outro a fim de fazê-lo cair, mas nada o impediria. Isso deu apenas alguns momentos para Galindo. Galindo correu para o galinheiro, onde viu Jessie chocando os ovos e disse:

— *cocó* Minha querida, *cocó* eu te amo... *cocó...*

Jessie não entendeu o que estava acontecendo, mas pôde ver o desespero no rosto de Galindo, estampado em seus olhos minúsculos e galináceos. Quando Jessie viu Chico Mungunzá parado na porta do galinheiro foi quando ela entendeu o que estava acontecendo. Galindo tentou fugir novamente e Jessie levantou-se para pedir, implorar, que Chico poupasse a vida de seu amor, mas ela não conseguiu. Foi quando seu Chico pegou Galindo e, num movimento rápido e preciso, quebrou seu pescoço. Na frente Jessie. O corpo de Galindo jazia imóvel nas mãos de Chico Mungunzá e todo o galinheiro observava espantado. Jessie estava sem chão. Abandonando seu ninho ela correu, desesperada, atrás de seu Chico, gritando:

— Galindo... *cocó* GALINDO!! *cocó!*

Jessie percebeu que seu amor já estava morto. Chico entregou Galindo para sua esposa, que estava sentada numa cadeira de balanço na varanda da casa:

— Pois toma aí, muié — disse Chico, entregando Galindo —, depena esse frango e corta pro nosso natá.

— Mas, meu quirido¹, esse franguim, ele tá tão maguim... ó essas coxa...

— Ixi, muié, dexa de ser izagerada. Tá veno essas coxona não? Dá é pa duas pessoa.

— Eita, homi, eu preferia que matasse ôto bicho... sei lá, aquele carnero.

— Ô, muié, é fim de ano, é natá, tem que tê a galinha... ou galo!

— Tá certo, hômi, vô fazê um franguim assado pá nóis no forno, [veja nota 2], colocá uma azeitoninha, uns beico daquele porco que tu matô semana passada.

— É assim que se fala, muié, gostei de vê!

Jessie ouvia aquilo tudo, em desespero. Josefa Canjica³, a mulher de seu Chico Mungunzá, levantou-se da cadeira e foi para a cozinha, para depenar Galindo. Jessie assistiu às penas de Galindo serem arrancadas uma por uma por Josefa, viu seu marido ter a cabeça arrancada e viu as pernas de Galindo serem arrancadas para fazer caldo. Jessie via aquilo tudo, até o momento do jantar, onde Galindo virou um frango assado⁴. Enquanto as pessoas comiam felizes,;uma ideia, criada do mais profundo desespero e tristeza, surgiu na pequena mente galinácea de Jessie: ela não poderia deixar aquilo como estava, de modo algum. Ela precisava... Sim, ela sentia, no mais profundo âmago galináceo, que precisava virar o jogo. Ela sabia que precisava fazê-los pagar e fazer humano a cabidela com todos aqueles que comeram Galindo.

Durante o jantar, Jessie começou a tramar um plano em sua mente galinácea. Em cima da geladeira da cozinha existe uma galinha de porcelana, mais ou menos do mesmo tamanho dela. Jessie entraria em casa, ficaria no lugar da galinha de porcelana e esperaria alguém abrir a geladeira e o mataria. A bicadas.

Assim que todos saíram da cozinha Jessie resolveu pôr em prática seu plano. Ela entrou na cozinha pela janela, que sempre ficava aberta, subiu na pia e foi da pia para a geladeira e lá tomou o lugar da galinha de porcelana. Depois de tomar o lugar da galinha de porcelana ela ficou lá, imóvel e no escuro, à espera de sua primeira vítima. Ela até poderia cochilar, mas seu desejo de vingança a impedia disso. Ela estava possuída pelo desejo de matar, sabia que precisava vingar Galindo. Foi então que, depois de muita espera, ela ouviu passos. A pessoa abriu a porta da geladeira e a luz dela iluminou o rosto da primeira vítima. Era Josefa, que havia acabado de sair do banheiro e queria tomar água, por conta do calor da Caucaia, para matar sua sede. Mal sabia ela que era ela quem morreria:

— Mas que perfeito! *cococó* — pensou Jessie — Você vai pagar! *cocó!* Farei humano a cabidela. *cocó*

Foi então que, aproveitando que Josefa estava distraída, procurando a garrafa de água na geladeira, Jessie pulou em cima dela antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, cravando suas garras afiadas no pescoço da pobre vítima, que tentava entender o que estava acontecendo. Ela tentava estapear Jessie, mas ela era ágil⁵ e conseguia escapar. Josefa tentava gritar, mas as garras profundamente cravadas em seu pescoço a impediam. Foi então que Jessie, num movimento rápido e preciso, enfiou sua cabeça dentro da boca da mulher, já que ela estava aberta por ela tentar gritar, e arrancou a língua dela. Josefa caiu para trás, esbarrando numa cadeira, que também caiu, e sua bunda grande e gorda fez um barulho grande e gordo. Toda essa barulheira poderia ter acordado a família de Josefa, então Jessie teria que agir rápido. Enquanto Josefa se debatia e se afogava no próprio sangue, por conta da língua arrancada, Jessie furou os olhos dela e os arrancou com seu bico. Josefa estava sangrando deitada no chão, gemendo sem produzir nenhum som, exceto o borbulhar do seu sangue na garganta. Jessie fugiu rapidamente pela janela e foi limpar suas penas, mas sem se esquecer de levar um olho de Josefa para guardar de troféu; estava decidida que levaria algo de suas vítimas.

Assim que Jessie chegou ao galinheiro percebeu uma agitação na casa. Ela viu as luzes da casa se acenderem, as pessoas gritarem, choros e lamentos onde antes havia felicidade, e ela ficou muito satisfeita. Ela percebeu que aquilo era só o começo, que toda aquela família iria pagar. E pagariam caro por terem comido Galindo.


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Notas finais do capítulo

1- Minha vontade era por "kiridoh", mas isso seria bichês, não caipirês
2- Encher uma parte do corpo de Galindo de paçoca, parte essa que é sinônimo de "rabo"
3- Têm muitas famílias que plantam milho em Caucaia
4- Que cheirava deliciosamente bem
5- Era uma galinha com reflexos de águia

Vamos a algumas ressalvas:
* Algumas expressões, como nomes e "foi então que" se repetem demais? Essa é a intenção! É pra história ser nonsense mesmo, quebrar paradigmas, acabar com os costumes da família tradicional brasileira!
* Queremos postar capítulos com mais frequência, mas titio abeIho, que está digitando, tem uma conexão horrível, por isso a demora.



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