E na frieza dos meus braços... escrita por LauraCazuza
Notas iniciais do capítulo
Morri escrevendo esse capítulo, espero que vocês gostem ♥
Apesar de terem parecido horas de desespero, foram menos de quinze minutos. Eu não sabia nem o que pensar sobre o que acabara de acontecer, estava concentrada demais em simplesmente me ver bem longe daquele táxi.
Assim que saí e fechei a porta, olhei para as três mulheres horríveis que haviam no banco da frente do táxi. A que estava no volante estendeu a mão para fora da janela e disse: "O dracma". Eu confesso que demorei um pouco pra processar o que ela estava pedindo, por dois simples motivos: O primeiro era porque a voz dela me dava agonia. Era rouca e fazia um eco quando ela falava. O outro era que, simplesmente, ela me pedira um dracma, a moeda dos deuses gregos da mitologia. E eu tinha.
Tirei do meu bolso e entreguei à mulher.
Enquanto o táxi seguia em frente, eu estava distraída demais sentindo deja vú. Parada em pé com uma estrada ao meu lado direito e uma colina ao esquerdo, eu percebi que era o lugar exato de meu sonho. Não pude deixar de notar também que estava escuro e bem frio. Devia ser umas nove horas da noite e eu estava em um lugar do qual eu não fazia ideia de onde era.
— Está pronta, Luna? — dissera uma voz que me tirara de meus pensamentos.
— Alice? — perguntei ao ver que era minha professora de filosofia parada em minha frente, assim como no "sonho".
— Como está se sentindo?
— Devo dizer que... confusa. Isso é mesmo real?
— Completamente. Mas guarde o "isso é real?" para o resto da noite, você vai usá-lo muito.
— O que eu devo fazer agora?
— Suba a colina. Pessoas vão te ver, te ajudar e te guiar. Amanhã ou em alguns dias eu passarei para ver como você está e poderemos conversar.
— Se você soubesse a dor de cabeça que tantas dúvidas estão me deixando...
— Já disse que eu as responderei quando puder, Luna. Agora suba, está frio e o nosso trabalho ainda nem começou.
— Trabalho? — perguntei, ainda não fazendo a mínima ideia de sobre o que ela estaria falando — Professora, aparentemente você está tentando ajudar em seja lá o que for e eu agradeço por isso. Mas eu estou em um lugar que não conheço, está frio, escuro e o meu pai está procurando por meu irmão mais novo que foi sequestrado e eu não estou lá para ajudá-lo. Se você pudesse ser um pouquinho mais exata...
— Não posso. Agora vá, e conversaremos assim que possível.
Eu não tinha outra escolha a não ser subir. Já tinha chegado até ali e estava morrendo de frio, minhas dúvidas estavam me matando junto com a dor de cabeça. O que quer que houvesse lá em cima, tinha que ser melhor do que beira de estrada. Então eu comecei a subir.
— Ah, Luna... — eu não olhei pra trás, mas ela continou — No lugar que está prestes a conhecer, eu tenho outro nome. Espero que saiba me reconhecer lá.
P.O.V Annabeth Chase
Estávamos todos na fogueira, os filhos de cada um dos deuses em suas respectivas mesas, o mesmo falatório de sempre e o cheiro constante de comida sendo queimada.
Após fazer minha oferenda à minha mãe e Percy à seu pai, pedi a ele que nos afastássemos um pouco daquele monte de gente e fôssemos caminhar um pouco. Percy optou pelas barreiras do acampamento. Demos as mãos e começamos a andar, nos afastanto do calor da fogueira e do barulho das vozes constantes à sua volta.
Sentamos ao pé da àrvore de Thalia e começamos a conversar sobre tudo e nada, o que era bem o típico de Percy. Ele contou sobre a mensagem de Íris com Frank e Hazel, sobre Nico estar chegando no acampamento para ver todos nós e até comentamos sobre os meus sonhos, mas Percy respeitou e resolvemos mudar de assunto.
— Confesso que ainda fico meio em choque quando lembro de Nico se declarando pra você — eu disse, tentando mudar um pouco o clima da conversa tensa para o humor.
— Ah, Annabeth... — Percy riu — Pois é, às vezes ainda tento entender qual seria o tipo de Nico então.
— Deixa de ser Cabeça de Alga.
— Gosto e desgosto quando você me chama assim.
— É melhor do que "sabidinha".
— Ah não! Mas não é mesmo!
Percy e eu rimos um do outro, como fazíamos de costume. Quando fui me aproximando dele para deitar em seu ombro e olhar para a intensa noite a nossa volta, ouvi passos que vinham da colina, aparentemente subindo.
— Ouviu isso? — perguntou Percy, me fazendo perceber que eu não fui a única.
— Sim, o que será?
— Não seria legal se fosse um monstro.
— Percy, estamos desarmados. E mesmo se não estivéssemos, é claro que não seria legal se fosse um monstro. — disse enquanto levantava.
Quando Percy se levantou em seguida e fomos nos afastando da àrvore de Thalia, eu ouvi um murmuro. Mas não parecia um monstro, e sim, simplesmente alguém emburrado.
"Eu saio do conforto do meu apartamento para o frio de uma colina, tudo por causa de um sonho que eu nem sei se é real... Francamente, eu só posso estar ficando louca." disse uma voz feminina que vinha se aproximando, ficando cada vez mais alta.
— Quem está aí? — perguntou Percy, indo em direção à voz.
Quando a fonte dos murmuros e dos passos finalmente chegou à àrvore de Thalia, deu para ver que era uma garota. Loira, cabelos ondulados e estatura média. Ela estava olhando pra baixo e com os braços cruzados enquanto andava, então eu e Percy nos aproximamos.
— Olá, podemos ajudar? — perguntei, tocando em seu braço. Foi aí que pude ver que estava bem gelada por causa do frio.
— Ahn, oi... Eu não sei se podem me ajudar, na verdade. Tudo o que eu sei sobre esse lugar é que se chama Acampamento Meio-Sangue e que fui mandada pra cá por um son... por uma mulher, mas ela não me explicou muita coisa.
Ao conseguir ver o rosto da garota e tocar nela, senti alto estranho dentro de mim, como um choque ou um arrepio. Eu podia tentar acreditar que era por causa do frio, mas eu sabia que não era.
— É, você acertou o nome do acampamento mas errou a roupa. Está de short e blusa em um frio desse, quer morrer? — Percy falou.
A garota deu uma risadinha.
— Me desculpem, eu... Algumas coisas ainda estão confusas, estou tão por fora quanto vocês sobre o motivo de eu estar aqui.
— Como chegou aqui, pra começar? — perguntei, ainda examinando a garota.
— Peguei um táxi com três loucas de um olho só.
Percy começou a rir e eu instantaneamente dei uma risadinha também.
— Então, como disse, tudo o que sabe sobre aqui é o nome? — perguntei.
— Sim, nada além disso. Uma amiga, se é que posso chamá-la assim, disse pra eu vir pra cá, me deu um dracma para o táxi e as informações. Mas se eu disser que acho que isso é um sonho ou que eu estou ficando louca, vai parecer rude pra vocês? — ela respondeu, sorrindo de canto.
— Nem um pouco. Mas veja, você está congelando. Vem com a gente que podemos te ajudar, por hora.
— Obrigada, eu não estou tendo o melhor dia de todos.
— Talvez o seu pior dia? — perguntou Percy.
— É, talvez o meu pior dia. — respondeu.
Levamos ela até a varanda da Casa Grande e chamamos Quíron para nos encontrar lá. Pedimos pra que ele fosse com a cadeira de rodas, pois não sabíamos nada sobre a garota ou sobre o que ela sabia, queríamos ir com calma.
— Então? — disse ele, se aproximando.
Explicamos a situação e também a deixamos falar. Descobrimos que ela mora com o pai e com o irmão mais novo, que o menino fora sequestrado e que ela "sonhou" que a nova professora de filosofia levara ela até lá, dizendo que poderia encontrar seu irmão. Quíron, Percy e eu analisamos a história da garota e conversamos entre olhares. Sem dúvidas, ela é uma semideusa.
— Tudo bem, podemos te ajudar. — disse Quíron — Mas antes de tudo, menina, quantos anos você tem?
— Tenho 16.
— E qual o seu nome?
— Prazer, Luna. Luna Scott.
"Quem é Luna Scott, Annie?"
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