E na frieza dos meus braços... escrita por LauraCazuza


Capítulo 5
O táxi


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... eu estava cheia de ideias pra esse cap e não sabia o que botar!
Mas enfim, saiu! E eu espero que gostem ♥



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Eu nunca tinha ficado tão desesperada antes. Andei meu bairro inteiro procurando Josh ou alguém que o tivesse visto. Andei, andei, andei e nada. Quem era essa mulher que tinha pego ele na escola? Por que ela se identificara como minha mãe? O que ela queria com ele?

Essas e outras inúmeras perguntas passavam pela minha cabeça enquanto eu voltava pra escola de Josh para tentar conseguir mais informações.

— Luna querida, ainda não o encontrou? — disse Owen, diretora do colégio, parada na entrada do mesmo enquanto eu me aproximava.

— Nenhum sinal dele. — disse, respirando fundo e tentando manter a calma. Eu precisava estar sã pra encontrar meu irmão. — Senhora Owen, não pode ter o deixado ir sem ao menos saber nada sobre a mulher. Como ela era? Josh foi com ela por livre e espontânea vontade ou ela o obrigou?

— Ela era morena, tinha os cabelos um pouco ondulados e os olhos bem cinzas. Estava bem vestida e parecia muito confiante. — dizia ela, enquanto ia se lembrando — Chegou aqui no horário normal de fim de aula e assim como as outras mães, disse o nome de Josh e nós o chamamos. Assim que Josh a viu, hesitou um pouco... Mas ela se aproximou dele, disse algo em seu ouvido, ele sorriu e em seguida os dois deram as mãos.

— E ela simplesmente disse que era minha mãe e saiu com ele? — perguntei, indignada.

— Eu perguntei quem ela era, pois só você e seu pai tinham a permissão de retirá-lo daqui. Ela disse que era sua mãe e que você não poderia vir buscá-lo. Josh concordou e então eu acreditei. Ele se despediu de mim com um sorriso no rosto como todos os dias e eles se foram.

— Isso é loucura! Minha mãe se foi no momento em que eu nasci, partindo o coração do meu pai e me deixando com ele. Depois disso ela NUNCA entrara em contato com nenhum de nós dois, não seria agora, 16 anos depois, que ela voltaria! Ainda mais sabendo que eu tenho um irmão.

— Sinto muito menina, isso é tudo o que eu sei.

Eu saí andando sem dar uma resposta à ela, estava inconformada demais pra continuar aquele assunto. Não era minha mãe, não podia ser. Até o momento eu jurava até que ela estava morta, de tanto tempo sem ter tido a coragem de vir saber de mim.

Cheguei em casa e, pro meu espanto, meu pai já havia chegado.

— Luna? Josh? Que bom, são vocês! — disse meu pai, vindo do quarto de Josh até a sala. Provavelmente ele ouvira o som da porta quando eu entrei. — Aliás, onde vocês estavam? Eu cheguei mais cedo hoje, esperava encontrar meus filhos tranquilos em casa e nenhum dos dois estavam aqui! Esp... espera, Luna, cadê seu irmão?

Esse é aquele momento em que você não sabe o que dizer.

Mas eu tinha que contar a verdade. Então, foi isso o que eu fiz. Sentei com meu pai no sofá e expliquei tudo pra ele. Desde o meu cochilo da tarde que me fizera perder a hora até a mulher ter se apresentado como minha mãe. Pelo silêncio dele, dava pra perceber que não sabia o que dizer. Mas sua expressão deixava explícito que ele estava desesperado.

— Como assim ele sumiu, Luna??? — perguntou ele, aumentando o tom de voz e levantando do sofá.

— Tudo o que eu sei é o que eu te disse, pai, e a escola também não sabe de mais nada.

— Vão ter que saber! — disse ele, pegando suas chaves e abrindo a porta.

— Você vai sair sem ao menos ter ideia de onde ele possa estar?

— Eu tenho que começar por algum lugar. Fique aqui e mantenha o celular ligado! — disse e fechou a porta. Ele saiu tão rápido que eu não pude nem dizer "vou com você".

Fui para o quarto e sentei na cama. Foquei meu olhar no nada durante um tempo e pude perceber o quanto eu estava cansada. Sabia que precisava ficar acordada para receber qualquer notícia que meu pai pudesse dar, mas, precisava estar disposta caso ele precisasse de mim para sair e ajudá-lo a procurar Josh.

Deitei e, em tempo mais rápido do que eu pudia contar, peguei no sono.

Eu estava em pé, parada. Ao meu lado direito havia uma estrada e, à esquerda, havia uma colina. Eu encarei aquele cenário por um tempo até aceitar que não o conhecia.

Então eu comecei a ouvir uma voz, e, não sei se é infelizmente ou felizmente, mas a voz era conhecida. Mas por que eu estaria ouvindo a voz da minha professora de filosofia no meio de um lugar que eu não fazia ideia de onde era?

Quando me dei conta, a mesma estava parada na minha frente.

"Josh está bem", ela disse. "Creio que queira encontrá-lo.".

"Professora Alice? O-onde estamos? E como sabe de Josh?"

"Estamos no pé da colina do Acampamento Meio-Sangue.", disse ela, enquanto se aproximava de mim. "Desça de seu prédio e verá que bem na entrada tem um táxi. Pegue-o e diga que quer vir pra cá."

"Acampamento Meio-Sangue? Você está brincando, né? E um... táxi? Como sabe que tem um táxi na frente do meu prédio? Claro, isso se realmente tiver."

"Eu o mandei aí. Mas eu prometo que em breve responderei todas as perguntas que eu puder, Luna. Faça o que eu digo."

"Isso é um sonho, professora. Não há táxi nenhum em frente ao meu prédio e não existe esse Acampemento Meio-Sangue, seja lá que tipo de acampamento for esse."

"Não confia em seus instintos, Luna? Pois eu sei que eles dizem para acreditar em mim."

"Ouça, mesmo se eu for fazer o que disser, não tenho dinheiro para pagar o táxi agora."

"Tem uma moeda, bom, um dracma, dentro do bolso do short que você usou quando tomamos o café hoje à tarde. Use-o."

"Dracma? Tipo, a moeda dos deuses da mitologia e tal?"

"A própria. Agora, vá. Acampamento Meio-Sangue, não esqueça."

Antes que eu pudesse continuar questionando, o sonho terminou. Levantei da cama e chequei o celular, pro caso de meu pai ter ligado ou mandado mensagem. A grande surpresa foi, ao olhar a hora, ver que eu não havia deitado nem por 2 minutos.

Que seja. Fui até o short que a professora havia falado e peguei em seu bolso uma moe... um dracma. Era um dracma de verdade. Eu o conhecia pelos livros mitológicos que havia lido, alguns continham ilustrações.

Eu não conseguia acreditar que estava fazendo o que um sonho me mandara, mas, algo me dizia que eu precisava fazer aquilo. Então mandei uma mensagem para meu pai avisando que sairia, me ajeitei e saí. Para a minha surpresa (ou não), realmente havia um táxi ali. Respirei fundo, abri a porta de trás e sentei no banco.

"Acampamento Meio-sangue, por favor.", disse. Um segundo e meio depois, o carro estava correndo como um louco. Com um pequeno grito que eu dei por causa do impulso, veio outro em seguida ao perceber que haviam três mulheres nos bancos da frente olhando pra mim.

Não sei se "olhando" é a palavra certa, já que, das três, apenas uma tinha um olho. Isso mesmo, apenas um olho.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que estão achando da história, significa muito pra mim



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