E na frieza dos meus braços... escrita por LauraCazuza


Capítulo 3
Mande lembranças ao seu pai




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P.O.V Luna Scott

Cheguei em casa, tomei um banho, comi alguma coisa... bom, o de sempre. Mas a nova professora de filosofia, Alice, pediu para que fizéssemos um trabalho sobre a mitologia grega.

É claro que eu não questionei, afinal, eu adoro a mitologia grega. Mas é sério que no primeiro dia em que ela leciona, tem que pedir um trabalho sobre deuses?

Que seja.

Eu estava sozinha em casa, já que a escola de Josh é integral e ele só chega mais tarde. Meu pai estava trabalhando. Ele é arquiteto e ama o que faz. Mas ele ama MESMO, diz que a arquitetura é seu terceiro amor. Sendo eu e Josh o segundo e, minha mãe, o primeiro...

Eu não falo muito sobre a minha mãe com meu pai, sabe, ele me evita quando toco no assunto. A única vez em que consegui arrancar algo dele, foi quando eu soube que ela era muito inteligente e bonita, ou seja, "o pacote completo".

(...)

Eu fiz a pesquisa pra professora em uma hora e meia. Aliás, quando se trata de mitologia, eu tiro de letra. Mas depois de terminar, como não tinha muito o que fazer, resolvi dar uma volta. Tem um café próximo ao meu prédio e eu costumo ir lá nas tardes de quinta, sexta e sábado.

Chegando lá, imediatamente percebi que estava mais vazio do que o habitual. Mas ignorei, sentando-me próximo ao balcão, de costas para a porta.

— Boa tarde Luna, o de sempre? — perguntou Nina, a garçonete do café que já estava acostumada a me ver por ali.

— Sim Nina, obrigada. — respondi.

Ouvi o sino da porta da cafeteria e olhei pra trás pra ver quem entrava ali, e como se fosse coincidência, era minha nova professora de filosofia.

— Olha só quem temos aqui! — disse ela, vindo em minha direção — Minha nova aluna...?

— Luna, senhorita.

— Isso mesmo. E então, já começou sua pesquisa sobre mitologia grega? — disse ela, tornando sua postura de professora.

— Já terminei.

— Ah é? — perguntou, mudando sua expressão para curiosidade — E o que achou?

— Sobre...?

— A mitologia, é claro.

— Interessante. Eu já leio sobre mitologia a muito tempo e sempre gostei muito. Por isso acho que me saí bem na sua pesquisa, professora.

— Alice. Fora da escola eu sou só Alice. — ela disse enquanto tomava um gole de seu Capuccino que havia pedido, fazendo-me reparar em seus anéis e pulseiras, com pingentes de coruja.

— Adoro corujas. — disse, apontando para as jóias.

— Jura? Eu também. São magníficas, não?

— São inteligentes e astutas, eu as amo. Também tenho uma pulseira como essa, mas não a uso muito.

— E por que não, se gosta tanto?

— Porque foi minha mãe que deixou pra mim. Consequentemente, me faz pensar nela.

— Ah, entendo. — disse ela, aparentemente tomando cuidado com as palavras — O que houve com ela, se não se importa que eu pergunte?

— Eu não sei. Meu pai nunca me contou ao certo, só disse que ela foi embora porque tinha que ir.

— Quer falar sobre isso? — ela perguntou, tomando posição de consolo, da qual eu não estava acostumada.

— Não, obrigada, estou bem com isso. — disse, deixando o dinheiro do café em cima do balcão para Nina, a garçonete. — Estou indo agora, prof... Alice. Até amanhã na aula, foi um prazer.

— Espera — disse ela, se levantando e vindo atrás de mim para fora do café —, vamos dar uma volta no parque comigo?

Ok, eu confesso que isso é legal. Não tomar café com sua nova professora de filosofia que você mal conhece, mas, conversar com uma mulher que você acabou de conhecer e parece ser muito inteligente. O que eu teria a perder com uma volta no parque com ela?

— Tudo bem, vamos. — respondi.

Conversamos sobre várias coisas. De livros e música até filosofias de vida. Alice é uma mulher muito inteligente e temos muita coisa em comum, com certeza valeu a pena essa 1 hora em que ficamos juntas. Mas... uau, ela é só minha professora.

— Foi um prazer, Alice, mas eu tenho que ir. — disse.

— Eu também tenho, Luna. Mas foi realmente um prazer e espero te ver de novo em breve.

— Como assim "espero"? Você vai me ver de novo, aliás, temos aula amanhã.

— Temo que isso não será possível. — respondeu ela, com uma expressão de mistério que eu não conseguia compreender.

— Mas, você nã...

— Acredito que você não passe dessa noite, Luna.

Ok, o quê??? A gente tem um passeio super legal e bate um papo ótimo, mas na hora da despedida ela começa a falar em códigos e me fazer boiar completamente?

— Foi um prazer, Luna Scott. Mande lembranças ao seu pai. — disse ela, enquanto destrancava um carro que estava ao nosso lado e eu ao menos tinha reparado. Antes que eu pudesse sair do "transe" e impedi-la, ela entrou no carro e saiu dirigindo pela cidade.

É, isso foi bizarro. Mas... "Mande lembranças ao seu pai"?


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