100 Dias com Oliver Queen escrita por daisyantera


Capítulo 10
Estimativas


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAA CACETE CACETINHO CACETÃO [PERDAO GENTE MAS TIVE QUE XINGAR NAO XINGANDO] QUERO DAR UM SALVE E UM OBRIGADÃO PELA RECOMENDAÇÃO DA LINDA LEITORA CLARICE adorei, amei demais, pulei demais, socorro mundo! MUUUUUUUUUITO OBRIGADA ♥♥ (Mas gente hoje eu tô empolgada viu?Tô doida)
AAAAA
aa
aA
Só tenho mais uma coisa a acrescentar: Eu. Odeio. Escrever. O. Ponto. De. Vista. Do. Oliver.
Argh, eu odeio! Que personagem mais difícil, meu Deus, eu estava bêbada quando pensei em o escrever tendo essa personalidade. Sério.
Enfim né, boa leitura para vocês (o início não vai ser muito divertido PORQUE ESTAMOS FALANDO DO OLIVER FUCKIN QUEEN ele não é engraçado) e...como sempre...CAPÍTULO NÃO BETADO, NÃO REVISADO, NÃO NADA.
Boa sorte, queridas (pois haverá surpresas no final do capítulo hehehehe)
ESPERA AI RAPIDAO: VAI TER MUITO PALAVRÃO NESSE CAPÍTULO perdão, mas...Prometo que isso não voltará a se repetir com tanta intensidade no futuro EU JURO!



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20 minutos é o tempo estimado para o estômago registrar que está cheio.

2,5 segundos, é o que te leva a fazer uma compra por impulso.

Uma viagem até a lua, leva 4 dias. Até a marte, a estimativa é de 180 dias.

Num período de 3 à 5 dias, você pode ficar sem água.

Desespero, é uma emoção que passa em 24 horas.

E demorou exatos 10 segundos, desde a primeira vez que Oliver pousou seus olhos em Felicity, para perceber que ela lhe traria problemas. Problemas dos grandes.

Agora, ele perguntava-se internamente por quantos minutos conseguiria manter Laurel Lance fora de seu escritório. Talvez, 30 minutos, se ela estivesse de bom humor. Uns 15, se ela estivesse irritada. Bem, no momento, ele iria com 15.

Então, ele tinha 15 minutos para evitar com que a sua secretária, tivesse um colapso nervoso.

Ela bem tinha a cara de quem surtaria só com um empurrãozinho.

Por ser uma pessoa inteligente, ele teria de ter previsto em menos de 10 segundos que Felicity Megan Smoak, era um problemão. Seu erro, talvez tenha sido esse. Não perceber desde o início o que aquela baixinha loira, lhe acarretaria.

― Por que esse é o nosso problema, uma vez que eu te avisei para não fazer isso? ― Ela falava sem parar, lançando adagas afiadas pelos olhos. ― Eu te disse para não mexer com o trevoso, mas você me escutou? Não! Você nunca me escuta!

― É fofo você pensar que tem uma voz imperceptível, quando tudo que eu fiz durante esses meses foi te ouvir buzinar no meu ouvido. ― Zombou, apesar da verdade estar evidente em toda sua declaração.

Aquilo serviu para a calar por alguns segundos, mas obviamente, ela voltaria a lhe atacar com força total.

― Por que você não está surtando? Por que você está tranquilo? Estamos na mira de um assassino! ― Gritou a última sentença e Oliver se limitou a lhe lançar um olhar de desaprovação. Ela totalmente fazia o perfil de quem surtaria em breve.

― Fale um pouco mais alto e talvez ele te escute de algum lugar. ― Resmungou, mau humorado. ― E tente se recompor, ainda não há ninguém nos apontando uma arma.

Felicity cerrou os olhos, amaldiçoado o momento em que pôs os pés na QC. Aquele homem era um lunático! Obviamente, agiria de modo arrogante e como se fosse um Deus na Terra, ignorando completamente que sua vida e especialmente a dela, estavam em perigo.

Aquilo era tão Oliver Queen, que se perguntou internamente por que diabos ainda se deu ao trabalho de lhe contar toda a verdade. Ou ao menos, a parte mais importante. Deveria ter saído do país enquanto havia tempo.

Oliver levou as mãos até as têmporas, massageando-as. Sabia que havia feito a escolha das palavras erradas para a situação, mas Felicity estava o enervando. Não conseguia pensar direito em sua presença e raciocínio era essencial naquele momento.

Respirou fundo e tentou consertar a situação.

― Felicity, eu acabei de soltar imagens de Isabel Rochev com um amante para a mídia inteira. Você acha que eles iriam me atacar agora que os olhos do público estão voltado neles? Seria burrice! Não importa o que acontecer comigo, a culpa toda cairá neles. ― Expôs seu raciocínio com confiança e ficou satisfeito ao ver que a expressão de Felicity começava a se suavizar.

Mas como sempre, a pequena impertinente o surpreendeu novamente, ao preencher sua feição com horror.

― Espera, você está falando só de você! ― Apontou um dedo acusador ― E quanto a mim nessa história? Você deixou bem claro para Isabel que eu tirei as fotos!

Oliver fez uma careta, reconhecendo o ponto de vista da secretária. Aquele não havia sido o seu momento mais brilhante, mas... Havia uma coisa em irritar Felicity, que o agradava. Deixou evidente o envolvimento da secretária no caso de Isabel, propositalmente e exclusivamente, para constrangê-la. Entretanto, agora, se arrependia da sua atitude.

Felicity surtava muito rápido para uma pessoa racional, e aquele detalhe, ele não levou em consideração. Bem, endireitou os ombros, aquele acontecimento lhe serviria de lição para o futuro. Apesar de reconhecer que não haveria futuro algum entre ele e a sua secretária, uma vez que o laço de patrão e subordinada que mantinham, tinha prazo de validade.

Curiosamente, 100 dias estavam se arrastando, ao ver de Oliver. Quando apareceu com aquele contrato onde designava Felicity numa posição de "vassala", esperava que os dias passassem tão rápidos quanto um piscar de olhos. Imaginava que passariam os dias um odiando ao outro, enquanto ele lhe dava tarefas ridículas que a fariam querer se jogar do prédio, mas surpreendentemente, ele só havia conseguido lhe pregar algumas poucas peças e ter sido envolvido em situações ridículas fora do seu cotidiano normal.

― Felicity, temos Diggle.

Ela arqueou uma sobrancelha e Oliver observou quando os seus lábios tornaram-se uma linha fina. Aquilo só queria dizer que a pequena Srta. Smoak estava prestes a fazer uma retaliação.

― Não, você tem Diggle! Eu? Eu não tenho ninguém para me proteger de um maníaco safado que gosta de comer oferenda estragada!

Oh sim, ali estava o motivo de Oliver querer mantê-la sempre ao seu redor.

Foi impossível segurar o sorriso sardônico, e inevitável que ela não notasse o mesmo.

― Você está rindo de mim? ― A pergunta saiu como um grasnado de horror.

Queria responder que não estava rindo dela. Ainda.

Mas seu cérebro sempre parecia pegar a rota mais difícil com ela ao redor. Por isso, limitou-se a um levantar de sobrancelha, que poderia ser facilmente considerado como um sinal de arrogância e esperou pacientemente pelo seu próximo surto.

― Oliver Queen, eu juro, que o momento que o meu corpo cair morto na terra, você vai comigo! ― Ela rosnava com as narinas dilatadas e ele só conseguia compará-la a uma gata. E gatas não rosnavam.

Algo estranho estava acontecendo com o seu cérebro.

Cruzou os braços e sentou-se no tampo de sua mesa, ignorando completamente o fato das suas roupas estarem pingando café até agora.

― Srta. Smoak, já terminou ou tem mais a me dizer?

Em circunstâncias normais, teria soltado essa frase de um modo completamente diferente e elaborado, não dando chance alguma para a secretária ter mais a dizer.

Mas, tratava-se de Felicity e ele gostava quando ela falava, claro, quando ele estava disposto a ouvir.

Felicity apertou os lábios e fechou as mãos em punhos. Na verdade, agora, ela não queria falar, ela queria mais que falar... Ela queria o estapear até que aquele sorriso prepotente tivesse ido para outro planeta! Porém conteve-se, seu último ato impulsivo quase havia assassinado o seu chefe.

― Não. ― Respondeu, a contragosto.

― Bom, agora vá para casa e aproveite o resto do seu dia. ― Oliver aconselhou com um ar despreocupado. ― Tem que aproveitar enquanto não estou te mandando relatórios para conferir ou documentos para tirar cópias.

Felicity não sabia o que era mais desolador em todo aquele cenário: O olhar impassível de Oliver ou a triste constatação que estava trabalhando para um lunático que estava cagando e andando para um assassino no seu encalço. 

Aparentemente, ela teria que lidar com aquele mais novo empecilho sozinha.

Oliver's Pov

Assisti Felicity me fitar por longos segundos, parecendo decepcionada, até balbuciar algo e se retirar do meu escritório. E sua atitude, de alguma forma, me surpreendeu. Nada me surpreendia, mas Felicity sim. Sua saída dramática e decepcionada, quase me fez a chamar de volta para minha sala.

Entretanto, não era como se ela tivesse me perguntado o que eu iria fazer por ela, caso Isabel ou qualquer outra pessoa resolvesse ir em sua busca. Ao invés, ficou tentando enxergar alguma sanidade ou humanidade em mim. Quando era bastante claro que eu não era nenhum maníaco que ela gostava de pensar que eu era.

― Oliver, o que eu acabei de testemunhar aqui?

Levantei o olhar até a porta e depois para o relógio pendurado na parede.

Eu estava correto em pensar que Laurel entraria no meu escritório após exatos 15 minutos. Descruzei os braços e os deixei cair para o lado, consciente que estava expondo minha roupa completamente encharcada de café.

Moira teria um ataque se me visse em público – de uma pessoa, mas Laurel não deixava de ser gente – assim.

― Que parte você quer saber? ― Perguntei e notei quando uma veia saltou na sua testa.

Eu havia a aborrecido. Outra coisa que faço com muita facilidade: Irritar as pessoas. Às vezes fazia por hobby, outras era naturalmente.

― Que tal a parte onde você é flagrado numa situação comprometedora com a sua secretária?

Ah, essa parte.

― Situação comprometedora só se for para sua mente pervertida e a de Tommy. ― Resmunguei recordando a cena e começando a dedilhar os dedos sobre o tampo da mesa. ― Até onde eu lembro, eu estava sendo atacado por uma xícara de café. E não necessariamente pela a minha secretária desastrada.

Laurel tinha o cenho franzido, indicando que estava pensando em algo e que provavelmente, eu não iria gostar. Eu nunca gostava quando uma mulher pensava perto de mim, porque de uma forma louca, elas sempre pareciam ter o prazer de me enervar.

― Você a demitiu? ― Perguntou e foi a minha vez de franzir o cenho, confuso.

― Por que eu faria isso?

Ela inclinou a cabeça e observei quando seus cabelos caíram feito cascatas ao redor de seu rosto angular.

― Por que você não faria?

Boa pergunta.

― Eu e Felicity temos um contrato, não posso o quebrar assim. ― Respondi, alimentando minha parte racional. Achava aquela explicação perfeita, sem contar que era verdadeira, mas obviamente, Laurel não havia ficado satisfeita com ela.

Mulheres...

― O que tem um contrato? Não, deixe-me elaborar essa questão melhor... Desde quando você liga para um contrato? Não é como se você nunca tivesse despedido uma secretária que não lhe satisfez.

Cerrei os lábios, começando a me irritar com o fato de Laurel parecer estar procurando por uma briga hoje. Com um suspiro, contornei a minha mesa e busquei na minha gaveta, pelo contrato que me prendia a Felicity por 100 dias.

― Não estou falando desse tipo de contrato que você está pensando. ― Achei o documento e lhe entreguei, voltando obedientemente para o meu lugar anterior, pronto para assistir sua reação.

Diggle havia rido quando leu o contrato, Laurel ficou em silêncio durante longos minutos, até soltar uma gargalhada alta. Ok, mais outra que riu ao ler o contrato.

― Você só pode estar brincando, certo? ― Riu novamente e quando eu estava prestes a retrucar, ela levantou uma mão ― Você sabia que o seu nível de criatividade é excelente? Me faz questionar o motivo de você viver enfurnado dentro desse escritório, quando poderia estar ganhando milhões de dólares no mundo lá fora.

Revirei os olhos.

― Por que todo mundo acha que esse contrato é uma piada? Ele é completamente sério e autenticado!

Um silêncio sepulcral caiu sobre a sala.

― Oliver, o que aquela mulher te fez para você querer fazer esse contrato?

Para o seu total crédito, ela parecia verdadeiramente curiosa e não me encarava - ainda - como se eu tivesse ficado louco.

― O que ela não fez, você quer dizer. ― A corrigi ― Felicity Smoak é o desastre em pessoa e tenho a suspeita que ela se alegra em me irritar, tanto quanto eu me alegro fazendo o mesmo com ela.

Para uma curta explicação, até que aquela estava recheada de honestidade.

― Você gosta dela?

Estreitei os olhos, ao ouvir a pergunta impertinente. Se eu gostava de Felicity?

― Você por um acaso leu esse contrato? ― Perguntei.

Ela assentiu com a cabeça.

― Sim, o li. E ver que você quer passar seus últimos dias de solteiro ao lado da sua secretária, só me faz desconfiar mais ainda que você quer viver uma aventura sexual uma última vez, até que um anel esteja preso no seu dedo.

Fiquei um pouco estupefato com a sua constatação errônea do meu interesse por Felicity. Sim, eu queria uma aventura, mas não via nada de sexual correr atrás do seu amigo bêbado em Vegas, ser afogado propositalmente numa piscina e agora, ficar na mira de um assassino. Nada disso parecia sexy.

Mas ela me chamou atenção para algo mais importante do que suas desconfianças pervertidas com relação a mim e Felicity.

― Pare de iludir a minha mãe, eu não vou me casar com você.

Se eu fosse um homem de coração mole, teria me sentido mal pela palidez que se apoderou rapidamente sua feição ao ouvir minhas palavras duras. Mas o caso é: Não sou um homem de coração mole.

― Oliver, você sabe que me deve isso.

Não sabia se era por causa do terninho fino que ela trajava ou quem sabe, pelo olhar glacial que me lançava, mas havia algo emanando dela que deixava claro que ela pensava naquilo seriamente. Que eu devia algo a ela. Uma piada.

― Eu não devo nada a ninguém. ― A cortei, severo. ― Pare de fugir de Tommy, ele não merece isso, vocês não merecem isso. E bem, eu muito menos.

Percebi mais tarde, que ela havia se ofendido.

― O que você quer dizer com isso? ― Avançou na minha direção, apontando um dedo rente ao meu nariz. ― Você acha que se casar comigo vai ser um martírio? ― Abri a boca pronto para respondê-la, mas ela foi mais rápida. ― E você não acha que casar com uma completa desconhecida, vai ser pior? Se não for eu, você sabe muito bem que sua mãe escolherá alguma outra mulher que com certeza você irá detestar passar cinco minutos no mesmo ambiente que ela! E ainda você me acha sua pior opção? Ao menos eu sou sua amiga!

Calmamente, abaixei o seu dedo que continuava apontado para o meu rosto.

― Laurel, você não é a pior opção para mim, porque você nem sequer é uma opção.

― Oliver! ― Seus olhos haviam crescido uma centelha e ela parecia profundamente magoada.

Suspirei. De novo, havia falado a coisa errada.

― Não foi isso que eu quis dizer. ― Foi sim. ― Mas você me entendeu. ― Não entendeu não.

Ela deu uma respiração afiada, não desviando os olhos do meu rosto. Parecia uma mulher determinada.

Eu não gostava disso.

― Oliver, você sabe que me deve isso.

― Eu não te devo nada. ― Repeti com mais força dessa vez e antes que ela pudesse me retrucar, levantei minha mão para que ela se mantivesse calada. ― Você disse que me perdoou e se você me perdoou de verdade, não vai me cobrar favores em cima do que eu te fiz no passado.

Se Diggle estivesse presente nessa sala, testemunhando tudo isso, falaria que eu estava jogando sujo. Entretanto, ao meu ver, eu só estava usando a minha saída de mestre.

Eu não iria me casar com Laurel e deixar o meu melhor amigo me odiando pelo resto da vida por isso.

Sim, ela estava certa que seria melhor para mim casar com alguém que eu tivesse afinidade, ao invés, de alguém escolhida por minha mãe, porém as consequências de um casamento meu com ela, seriam gigantescas.

Um gigantesco desastre, que eu não estava disposto a enfrentar.

― Ollie... ― Ela tentou novamente, num tô mais suave, mas me mantive inflexível.

― Laurel, pare de sabotar sua própria felicidade. ― Aconselhei, sério. ― Pare de jogar esse joguinho com Tommy, antes que seja tarde demais.

Ela me olhou surpresa e confusa, e eu quase tomei como ofensa aquele olhar. Não era como se eu fosse um total cretino que não soubesse o que falar, quando devia se falar algo...

― Você devia seguir os seus próprios conselhos. ― Ela murmurou, antes de virar, pronta para sair do meu escritório e me deixar em paz com os meus pensamentos.

Oh, bem, aquela havia sido fácil...

― Oliver? ― Laurel voltou a virar na minha direção, com uma mão na maçaneta.

Praguejei baixo. Fácil demais!

― Sim?

― Por que ao invés de um rim, você não pediu logo de uma vez o coração dela? ― A provocação e duplo sentido na sua voz era clara ― Nunca se sabe o que pode acontecer, ouvi por aí que ultimamente playboys milionários herdeiros de empresas globais, andam perdendo bastante seus corações.

― Graças a Deus então que eu sou um playboy bilionário. ― Retruquei cínico e eu tinha certeza que se Laurel fosse Felicity, me responderia com o dedo médio.

Mas já que não era... Se limitou apenas uma revirada de olhos e uma batida de porta mais forte que o necessário.

Soltei um suspiro e flexionei os braços, tentando me livrar de toda aquela tensão que me sobrecarregava. Ao menos, por agora, eu havia resolvido um problema - e com sorte, Tommy pararia de citar Laurel entre as minhas pernas cada vez que nos encontrássemos -, agora só faltava eu resolver o problema com o amante de Isabel e procurar uma solução financeira para o contrato valendo bilhões que fora descartado.

Peguei o celular do meu bolso e felizmente, ele continuava intacto, não havia sofrido danos pelo café. Diferente da minha roupa.

Disquei os números que eu conhecia tão bem que poderia os digitar de olhos fechados. Tinha a pessoa perfeita para proteger e vigiar Felicity, enquanto eu não pensava num jeito de me livrar de um assassino com sede de vingança pela sua cabeleira loira e pela a minha.

Sabia muito bem que na primeira oportunidade, Felicity cairia fora, fugiria do país e quem sabe, começasse a traficar pra sobreviver no anonimato em outro país, por isso precisava de alguém para vigiá-la. Não queria sequer imaginar Felicity surtando de vez - porque sim, ela tinha o jeito de quem surtaria.

Por isso, era melhor me prevenir e tinha os contatos certos para isso.

Demorou dois toques, até eu ser atendido e eu não esperei que a pessoa do outro lado falasse.

― Preciso de um favor seu.

Felicity's Pov

― Puta que pariu. Caralho. Porra, mil vezes caralho!

Fazia o meu repertório de palavrões, enquanto Curtis dirigia em silêncio ao meu lado.

Eu estava morta. De raiva.

Como eu ainda tive coragem de salvar a bunda daquele sádico neurótico? O imbecil merecia mesmo era um vibrador enfiado no rabo, enquanto estivesse convulsionando no chão, prestes à dar byebye pra Terra. Não me conformava com o meu coração mole.

― Se aquela miserável não tivesse jogado a máscara na vala e falado que na verdade era uma assassina capirótica, talvez o infeliz do Queen já tivesse passado dessa pra melhor.

Ou pior, já que eu tinha certeza absoluta que ele passaria sua não-vida sentado no colo do capeta, enquanto seria embalado por uma canção de putaria - não de ninar. Hello, é o inferno, lá não existe canção de ninar! Eu acho. Eu esperav-

― AAAAAAAAAAAAA!! ― Gritei apavorada, ao ouvir o som de pneu catando e sentir o meu rosto batendo com tudo no porta luvas do carro. Meu coração batia no meu ombro e eu comecei a fazer minhas orações finais.

Era agora que eu ia morrer? Ra's Angu já estava atrás de mim? Puta que pariu, puta que pariu!

― Curtis... ― Chamei o meu amigo, resolvendo ficar com a cara despencada ali mesmo, vai que colava eu me fingir de morta? Comecei a tatear o lugar onde eu deveria encontrar o braço de Curtis e quase pari uns trigêmeos ao constatar que ele não havia atravessado o vidro ou nada do tipo. Seu braço continuava ao meu alcance, amém!

Continuei de olhos fechados, esperando pela minha morte.

― Deus, me perdoa, nunca quis matar o Oliver de verdade! Por favor, mereço um lugar no céu, eu sou uma boa pessoa, o lazarento que é um miserável que trás o pior de mim, mas você sabe que eu sou mais que ótima, sou excelente.

― Só os humildes vão para o céu. ― Curtis interrompeu minha reza e eu bufei. Será que nem na hora da morte se podia rezar?!

― Cala a boca e me deixa morrer em paz. ― Mandei, rabugenta. Estava nos meus momentos finais e ele vinha reclamar de humildade? Meu filho, por favor! Eu estou morrendo por culpa de uma mocréia mal comida, não há humildade certa nesse momento para encarar a morte!

Entre uma reza e outra, comecei a me remexer sentindo-me desconfortável naquela posição. Estava praticamente de quatro, esperando por um ataque, sem contar que não enxergava nada pois obviamente o meu óculos havia voado pra puta que pariu e eu me recusava terminantemente a abrir os zói pra encarar a morte de perto.

Eu era covarde mesmo e daí?!

Comecei a bater o pé no chão do carro. Que porra de homem era o Ra's? Lerdo do caralho!

― Puta que pariu, esse comedor de oferendas não vai vim me matar não? ― Questionei em voz alta, esperando que Curtis me respondesse, mas nada ele disse. Senti um frio na espinha, e se... E se Curtis já tivesse rodado? Se tivesse sobrado só eu? Ai, meu Deus!

Respirei fundo. Curtis, seja onde for que você esteja, eu espero não lhe encontrar, pois sei que será um péssimo lugar!

Esperei, esperei e nada.

― Será que é a oferenda quem vai vim me matar e por isso a lerdeza? ― Me perguntei e como se uma coragem que só as pessoas prestes a morrer possuem, abri um olho e o mais discretamente possível, olhei através da janela do meu lado para ver se a rua estava cercada de assassinos com espadas gigantescas pronta para me mandar para as galáxias.

Só que eu encontrei foi apenas.. .Uma rua. Vazia. Sem nada.

Eles estavam fazendo um jogo comigo?!

Cautelosa, olhei para o lado, especificamente onde meu querido e já falecido amigo Curtis, deveria estar.

E eu berrei ao dar de cara exatamente com ele.

― PORRA, VOCÊ TÁ VIVO! CARALHO! ― Segurava a mão no meu peito, tentando me acalmar, ao mesmo tempo que fazia o máximo possível para não vomitar todos os meus órgãos no meu próprio colo. Aquele era Curtis mesmo? Será que eu estava vendo fantasmas? O que estava acontecendo? ― Você é um fantasma?

O sorriso debochado que ele me lançou após minha pergunta idiota, foi a minha resposta.

Meu coração voltou a acelerar normalmente novamente, entretanto, o fogo nas minhas veias também havia chegado.

― Que droga aconteceu? Por que diabos você parou o carro tão de repente?! ― Exigi saber ― Você quer que eu tenha um derrame? ― Fiz menção de lhe estapear o braço, porém o amigo da onça foi mais ágil e desviou.

― Ei, a culpa foi sua! Se você não tivesse citado o nome da diaba aqui no carro, eu não teria quase nos matado!

Que explicação mais sem pé e sem cabeça era aquela? Não entendi merda nenhuma.

― O que tem eu citar a Nys-

― Não fale o nome dessa demônia perto de mim! ― Ele me interrompeu, colocando um dedo sobre os meus lábios. ― Não quero atrair uma assassina, que por um acaso, é a nossa vizinha. E que com certeza, passou os últimos meses nos analisando e eu não duvido nada que tenha escutas por todo o nosso apartamento. ― Ele começava a ficar agitado ― Meu Deus! Deve ter escutas até no meu cu! Ah. Meu. Deus. Ela vai nos matar enquanto dormimos. Felicity, vamos dar o fora da cidade enquanto há tempo!

Finalmente alguém que concordava com o meu plano de fuga.

Exceto que Oliver havia deixado bem explícito que iria até o inferno - não que fosse grande problema para ele, nah, tinha pra mim que aquele lugar era o seu parque de diversões - atrás de mim.

Soltei um choramingo.

― Não podemos! Oliver irá atrás de nós.

Curtis começou a bater a cabeça contra o volante, fazendo o carro buzinar sem parar.

― MEU DEEEEEUS!!! O QUE EU TE FIZ? POR QUE O MUNDO TEM QUE SER TÃO CRUEEEEEL?????? ― Berrava, escandalosamente. ― SETE BILHÕES DE ALMAS E VOCÊ ESCOLHEU A MINHA PARA SE ENTROSAR COM A DELA??? ― Apontou um dedo acusador na minha direção. Logo em seguida, começou a abaixar o vidro do carro e se pendurou para fora da janela. ― DEUS EU TE PEÇO MISERICÓRDIA, EU NUNCA MAIS DOU COMIDA ESTRAGADA PARA AQUELE CACHORRO SALAFRAIO DO DIABO, POR FAVOR ME PROTEGE DAQUELA ASSASSINA!

Vish, a bicha surtou de vez...

― ESPERA AÍ, VOCÊ ESTAVA DANDO COMIDA ESTRAGADA PARA BARRY?! ― Me liguei na parte mais importante. ― PORRA, CURTIS! VOCÊ SABE QUE EU TÔ TENTANDO FAZER ELE SE ACOSTUMAR COM A RAÇÃO!

Ele saiu da janela e voltou para o seu assento.

― Alguém tem que comer as sobras. ― Justificou, limpando o suor inexistente na sua testa.

― Temos uma lixeira para isso.

― Eu deveria ter gravado você surtando pensando que estava morrendo. ― Mudou de assunto rapidinho. ― De qualquer jeito, agora temos que pensar como entrar no nosso apartamento, sem chamar atenção da Você-Sabe-Quem.

― Agora vamos nos dirigir a Ny- Me interrompi ao perceber o olhar de advertência que ele me lançava. Suspirei. ― Ela agora vai ser uma versão feminina de Lord Voldemort, é isso?

Curtis ligou o carro e revirou os olhos.

― A versão feminina de Lord Voldemort é a Bellatrix, porém por enquanto, vamos ceder o posto para a assassina de aluguel.

Meu Deus, eu estava cercada de loucos!

Entre rir ou chorar, escolhi fazer o mais fácil: Concordar.

― É, tá certo, por mim tudo bem.

O que mais eu podia fazer nessa situação, além de concordar? Não era como se pudesse piorar... Eu acho.

(...)

― Não, você vai na frente! ― Empurrei Curtis para fora do elevador.

Ia fazer três horas que nós dois estávamos debatendo quem ia usar o corpo de armadura, caso Aquela-Que-Não-Deve-Ser-Nomeada estivesse nos esperando no corredor, segurando uma pistola pra detonar conosco.

― Ah, quer saber? Vou mesmo! ― Declarou, endireitando os ombros e fazendo um rápido sinal de cruz. Franzi o cenho, estranhando toda aquela coragem prematura.

― Você vai?

― Vou! ― Estufou o peito ― Afinal, nada me garante onde ela estará. Ou seja, se eu precisar me refugiar, serei o primeiro a chegar no nosso apartamento.

AMIGO DA ONÇA!

O ultrapassei rapidinho.

― Sai fora, eu que vou primeiro!

― Vamos juntos então! ― Enlaçou um braço no meu e começamos nossa caminhada que mais parecia uma mini maratona, já que os dois tentavam alcançar a linha de chegada o mais rápido possível.

A gente já tava de frente pro gol, quando ouvimos o som de porta batendo e passos.

― PUTA MERDA! ― Gritei, começando a forçar a maçaneta da porta ao mesmo tempo que Curtis.

Talvez, tivesse sido por isso que nós dois não conseguimos abrir a maldita porta e acabamos sendo alvejados.

― Ei...

Oh não! Era voz de mulher, mas uma que eu não conhecia.

Isso não poderia ser bom. Quero dizer, vai que era uma assassina contratada pelo Angu ou pela Você-Sabe-Quem?

Comecei a calcular mentalmente as chances daquela mulher ser apenas uma nova vizinha também. Bem, diante a circunstância só havia um jeito de descobrir a identidade da pessoa atrás de mim... Por favor, não seja uma assassina. Por favor, não seja uma assassina... Começava as minhas prezes, enquanto girava os calcanhares lentamente para encarar a mulher.

Não seja, não seja, por favor!

Soltei a respiração que sequer percebi estar segurando, quando fiquei diante à miniatura de loira parada na minha frente.

Ela não tinha nada de assassina. Na realidade, seu rostinho de barbie parecia tão imaculado quanto de um anjo.

Descartei rapidamente a possibilidade daquele pingo de gente poder fazer mal alguém. Pff.

― Olá, sou sua nova vizinha. ― Ela me saudou com um sorriso gentil no rosto. ― Acabei de me mudar e estava ouvindo seu cachorro latindo sem parar, vim ver se algo estava acontecendo.

― Cachorro salafraio! ― Curtis soltou baixinho, mas alto o suficiente para eu ouvir. Como resposta, pisei no pé dele e ele soltou um grunhido.

― Olá, me chamo Felicity Smoak. ― Apertei sua mão, dando uma risadinha para disfarçar o constrangimento da situação. ― E esse é Curtis, eu e ele dividimos o apartamento. ― Apontei para Curtis que ainda resmungava alguma coisa sobre eu ter pisado no pé dele.

― E eu me chamo Sara. ― A mini barbie disse, ainda com um sorrisinho no rosto.

― Bem, Barry não costuma ficar latindo tanto, ele deve estar com fome. ― Falei ― De qualquer jeito, muito obrigada por se preocupar com o meu cachorro. E seja bem vinda! ― Acrescentei rapidamente, enquanto girava a maçaneta e finalmente entrava no meu apartamento. Tinha pressa para sair da zona de perigo.

― Obrigada. ― Sara acenou, dando um passo para trás e caminhando para o seu apartamento. Notei que ela seria vizinha da ex-trevosa, o que não era bom, mas também não era ruim. Vai que a trevosa perdia o interesse em me matar e escolhia a loirinha baixinha? Era uma possibilidade.

― Oh meu Deus! Estamos vivos! ― Falei, enquanto me jogava no sofá, sentindo todo o estresse daquele dia caótico se apossar do meu corpo, me deixando instantaneamente cansada.

― Ainda. ― Curtis passou por mim, indo em direção ao quarto.

Se fosse num dia qualquer, eu teria lhe acertado com uma almofada, mas já que não era... Me limitei apenas a soltar um grunhido.

Já estava quase capotando no meu sofá, quando senti o meu celular vibrar no meu bolso. Franzi o cenho, checando que horas era no meu relógio de pulso e... Puta merda! Quem iria me perturbar aquela hora da noite? Oliver, a resposta veio rápida.

Nem me dei o trabalho de olhar quem estava me ligando, apenas atendi.

― O que você quer? ― Mandei na lata, bem rude.

― Felicity?

Opa!

― Caitlin? ― Perguntei, surpresa.

― Sim.

Puta merda! Caitlin era uma prima distante, que era gêmea de Cisco, um gênio de quase tudo. Ambos moravam perto da fazenda onde eu jurei de pés juntos no meu currículo que havia morado e crescido lá, o que era uma mentira grotesca. Mas o que Oliver não sabia, eu não sentia né?

Fazia um bom tempo em que eu não os via, entretanto, nada abalava o nosso vínculo.

― Ei Cat, está tudo bem ai? ― Perguntei suave, lhe chamando pelo apelido de criança ― O que te fez me ligar essa hora da noite?

― Oh, sim, está tudo bem aqui. Eu só queria te pedir um favor. ― Houve um longo silêncio e eu esperei apreensiva, que Caitlin continuasse. ― Bem, eu tenho um... amigo. É, um amigo. Então, eu tenho um amigo que conheci na vez em que fui em Central City... Ele é super gente boa, eu juro! Estávamos conversando ontem pelo celular e... Ele falou que estava indo para Star City e precisava de um lugar para ficar...

Oh, merda... Eu já sabia onde isso iria parar.

―...E estava me perguntando se você não podia ceder um lugar no seu apartamento? ― Continuou, apreensiva ― Eu sei que você tem um sofá-cama! E Barry é super gente boa e não vai ficar por muito tempo, eu juro! Você vai gostar dele, não vai ter o que reclamar!

Espera aí...

― O nome do cara é Barry? ― Gritei a última sentença e como se pensasse que eu estava falando dele, Barry levantou o focinho na minha direção, do outro lado da sala onde dormia tranquilamente minutos atrás na sua caminha que não era caminha, na verdade o safado havia carregado algumas blusas minhas e de Curtis para aquele canto da sala e reivindicado elas, para ele.

Apostava que Curtis ainda não havia nem notado aquilo.

― Sim, por que?

Minha doce e inocente prima!

― Por nada, não. ― Desconversei ― Mas ein, esse Barry ai é gente boa mesmo? Posso sair de casa tranquila com ele aqui dentro?

Barry-cão fez uma cara confusa pra mim, parecendo não entender eu estar falando dele mas não falando com ele.

― Sim, sim! ― Ela parecia alegre demais ― Ele é ótimo, Felicity! Você vai adorar! E eu juro, ele não vai ficar por muito tempo ai, é só até ele resolver algumas coisas no trabalho.

Hmm... Uma ideia começou a surgir na minha cabeça.

― Ele trabalha de que?

Não consegui nem disfarçar o interesse.

― Ele trabalha no Departamento de Polícia de Central City.

PUTA QUE PARIU, É ISSO!

― Caitlin, avise ao seu amigo que "mi casa es su casa."

Barry era tudo que eu precisava no momento.

Ele trabalhava no departamento de polícia! Ou seja, Nyssa e o Angu não se atreveriam a mexer comigo enquanto ele estivesse por perto... Certo?

Balancei a cabeça, dissipando as dúvidas. Nah, eu estava certa. Aquele plano era bom, muito bom. Barry Humano iria virar minha tábua de salvação enquanto eu escolhia qual dos meus órgãos vender pro mercado negro e me mandar de Star City, deixando todo o bagaço da laranja para Oliver.

― Felicity, muito obrigada! ― Caitlin exclamava, aliviada. ― Você estará salvando vidas, não tenha dúvidas!

Querida, você não faz nem ideia...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Barry- Humano aparece de vez.
Confusões com o Barry-cão. E...Calma gente, já chega, nem posso mais soltar dicas/spoilers que já nem sei mais o que pode acontecer no próximo capítulo. Sério. É sempre uma surpresa até pra mim.

ENFIM NÉ, gostaria de agradecer aos reviews do capítulo anterior (aw as leitoras que não comentavam, resolveram tirar um tempinho pra comentar A-D-O-R-E-I!!!) as recomendações lindas arrasadoras destruidoras que recebo e... Manas, vocês são demaaaais! Melhores leitoras sim!
Agora, desejo um ótimo carnaval a todas e relaxem que o próximo capítulo logo chega, okay?! Mil beijos e até a próxima confusão!

PS: QUEM ASSISTIU O EPISÓDIO DE ARROW DESSA SEMANA? DAD SMOAK DE VOLTA! morri com esse bafão.