Tudo que Vai...volta escrita por kaka_cristin


Capítulo 21
Capítulo 21 - Ele ainda está aqui.




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Quase 2 meses se passaram e eu já estava me sentindo totalmente recuperada. Minha mãe agora já morava oficialmente comigo e era bom ter uma companhia. Nesses meses decidi desfazer daquele quarto. joguei todas aquelas caixas foras, pelo menos as que não prestassem e as coisas importantes eu guardei no armário do meu escritório. Mudei a cor do quarto pra branco e nele agora dormia minha mãe. Depois da mudança no quarto eu vi que não foi tão difícil me desgarrar dele. Afinal, agora eu não precisava mais esconder nada de ninguém, não havia mais nenhum segredo.

Há um mês atrás, o Sr. Banks veio a falecer e em seu lugar estou eu. Já que ele não tinha nenhuma família, nunca teve filha e sua esposa já tinha falecido fazia tempo, ele passou tudo pro meu nome. Claro que fiquei muito grata e prometi nunca desaponta-lo e fazer de tudo pra que aquela empresa continuasse funcionando e deslanchando afinal, ele depositou toda confiança em mim.

Sei que o assunto mais importante dessa historia toda eh o Gerard e todos devem estar loucos pra saber sobre ele. Pois eh, desde o dia que ele se foi eu nunca fiquei sabendo nada dele. Ele sumiu do mapa totalmente. Nunca mais me ligou, nunca mais apareceu aqui em casa. Talvez tenha esbarrado com ele pela rua e não o tenha visto, mas acho isso muito difícil. Eu andava sempre procurando em cada rosto aquele que um dia eu amei, mas tudo em vão. Eu achava que ele tivesse voltado pra Nova Jersey.

Um mês e 20 dias atrás...

-Sr. Banks, mandou me chamar? – disse entrando em sua sala.
-Sim. Nossa! Gostei do seu novo visual. – disse se referindo ao meu cabelo que agora estava curto.
-Eh, estão curtos agora... – disse sem graça mexendo no cabelo.
-Esta se sentindo melhor? Eu soube que esteve internada em estado grave.
-Não foi nada demais. Agora estou bem.
-Que bom Natasha. Muito bom mesmo. Você ainda eh jovem e eu torci muito pra que ficasse boa.
-Obrigada.
-Sente-se. – disse apontando pra cadeira. – bom, eu te chamei aqui pra resolvermos meu testamento.
-Seu testamento? Em que eu poderia ser útil?
-Em tudo.
-Não entendo...
-Natasha, quero que me prometa cuidar bem dessa empresa. Você será a nova dona dela.
-Eu?
-Bom, você terá ajuda do seu sócio. A empresa de publicidade, lembra? – a empresa do Gerard, as esperanças em mim se renovaram, nos veríamos novamente e eu tinha tanto pra falar com ele. – não sei se você já sabe, mas agora o dono eh outro. – minhas esperanças acabaram nesse instante. – o nosso velho companheiro, Gerard Way vendeu sua empresa. Parece que ele desistiu de tudo por alguma frustração na vida. Mas então...eh isso. Eu tenho total confiança em você Natasha. Não me faça me arrepender disso.
-Não sei se devo aceitar, não sei se estou preparada pra algo tão grande e...
-Você está Natasha. Eu vi sua transformação na empresa, desde uma simples secretária até meu braço direito. Você eh como uma filha que eu nunca tive o privilégio de ter. – e ele sorriu. - bom, acho que a minha escolha eh a mais certa que eu poderia fazer. – e abriu a gaveta retirando um papel. – assine aqui.
-O que eh isso?
-Estou passando a empresa pra você.
-Mas e você?
-Eu? Eu vou aproveitar meus últimos minutos de vida. Vou conhecer o mundo enquanto eu posso.
-Mas...
-Estou condenado Natasha. Os médicos me deram mais uns dois meses de vida.
-Eu sinto muito. – disse abalada.

Nós conversamos mais um pouco e depois acabei assinando aquele papel, mesmo tendo um pouco de medo de não ser o que ele esperava. Quando saia da sala ele continuou.

-eu sinto muito.
-pelo que? – perguntei sem entender direito o motivo.
-Por vocês não terem dado certo. Eu sempre achei que se casariam e viveriam pra sempre juntos como eu um dia vivi com minha mulher.
-Você sabia...o tempo todo? – e ele balançou a cabeça que sim me deixando com a boca levemente aberta de tão surpresa.

Dias atuais...

Estava passeando pela rua, faltava uma semana pro natal. As lojas estavam lotadas. Passeava olhando as vitrines da loja tentando achar presentes interessantes pra dar. O frio que fazia estava ficando insuportável, sentia começar a congelar e meus dedos ficavam duros mesmo estando protegidos por uma luva. Eu decidi fazer uma parada pra tomar um chocolate quente. Parei com o capuchinno, estava ficando muito viciada. Eu precisava entrar naquela cafeteria pra me aquecer também.

Só havia comprado um presente por enquanto, e era pra minha mãe, ainda faltavam outros vários presentes. Como não tinha que me preocupar com horário nenhum, já que não iria trabalhar, eu decidi fazer aquela pausa e depois continuaria com as compras. Entrei no estabelecimento fazendo o sininho da porta tocar e me sentei junto ao balcão.

-um chocolate quente por favor. – pedi quando um dos atendentes passou por mim.

Enquanto esperava, e pelo que estava vendo ia demorar pois o local estava lotado, não havia nenhuma mesa vazia, eu batucava no balcão olhando em volta pro pessoal que comia ali. Foi então que meus olhos esbarraram nele. Ele estava ali. Não fazia idéia que ele continuava ali em Los Angeles. Meu coração começou a bater forte e minhas mãos a suar frio. Meu nervosismo aumentava a cada segundo.
Mas ele não estava sozinho, na verdade estava acompanhado de uma mulher. Uma mulher bonita, cabelos negros e longos e os olhos claros. Os dois estavam com suas mãos em cima da mesa uma entrelaçada na outra.
Eu fiquei sem reação, meu coração dizia pra eu ir falar com ele, mas eu queria fugir dali, mas não conseguia sair do lugar. Fiquei olhando aquela cena, eles sorriam felizes. Foi assim que eu descobri que estava errada, ele não havia ido embora pra Jersey, ele ainda estava aqui em Los Angeles. E pelo que eu via, ele havia levado a sua vida adiante, ao contrario de mim.


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