Tudo que Vai...volta escrita por kaka_cristin


Capítulo 16
Capítulo 16 - Nova Jersey, aí vou eu.




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Eu estava me arrumando pra ir pra casa da minha mãe enquanto Gerard lia algumas revistas de negócio.

-estou bem? – perguntei fazendo pose pra ele.
-Ta linda como sempre.
-Eu tenho que correr. Tô atrasada.
-Eu te levo de carro.
-Ótimo. Vai me fazer um favorzão.
-To ligando o carro então.
-Ta. – ele me deu um selinho e saiu do quarto.

Dei uma ultima conferida na mala e depois a fechei. Desci às pressas, entrei no carro e fomos pro aeroporto. Chegando lá, ficamos nos despedindo antes de ir pro avião.

-tem certeza que não quer ir? – perguntei abraçada a ele.
-Eu vou ficar bem Natasha.
-Ta bom. Então até semana que vem.
-Poxa, eu vou morrer de saudades.
-Vão ser só dois dias.
-Mas morrerei de saudades assim mesmo.
-Que lindo. – e nos beijamos.
-Quando você voltar, vamos pra Paris os dois juntinhos.
-Vai ser maravilhoso. Mal posso esperar.
-Eu arrumo sua mala pra você.
-Ta bom. Coloque umas roupas legais ta?
-Pode deixar. Não esquecerei de nada. – e demos nossos últimos beijos antes da viagem.

Cheguei em Nova Jersey e já não estava mais aquele frio de antes. O tempo estava melhor e já não nevava. O céu só estava nublado. Peguei um táxi e vinte minutos depois eu estava em casa.

-Natasha! – disse minha mãe me abraçando. – que saudades.
-Nossa! Também senti saudades sua. Mas não faz tanto tempo assim que não te vejo, vai.
-Na verdade faz quase dois meses. Agora pode me contando tudo. – disse saindo da passagem pra que eu entrasse.
-Nossa! Calma. Mal cheguei.
-Anda mocinha me diz. Vocês estão juntos novamente? – perguntou se sentando no sofá, pronta pra ouvir a historia toda.
-Estamos.
-Ai que bom. Faz quanto tempo?
-Algumas semanas...meses...
-Isso é muito bom minha filha. Enfim está com o homem certo. Por que aquele Roger...
-O que tem o Roger? – perguntei botando as mãos na cintura. Minha mãe adorava criticar os caras com quem eu saia.
-Ele era um cara bonito, engraçado, legal, mas eu sentia que ele não era pra você. coisa de mãe. Você não era feliz com ele.
-É, você tem razão. eu não era mesmo. não era ele quem eu queria.
-Agora veja esse seu sorriso no seu rosto. Mal acredito que estou te vendo sorrir desse jeito novamente.
-Mãe também não é pra tanto.
-Ah filha. Isso você não pode negar. Só aquele rapaz pra te fazer feliz de novo.
-É, é verdade. Eu o amo.
-Ele te ama?
-Ele disse que sim. E eu acredito. Ele fala serio. Ai eu estou tão feliz mãe. – disse me jogando no sofá.
-Eu estou vendo. Eu estou mais feliz ainda.
-Olha, eu quase nem vim. À vontade que eu tenho é de ficar ao lado dele o tempo inteiro aproveitando cada segundo e não larga-lo mais.
-Se você não viesse eu ia ficar chateada.
-Por isso eu vim. Eu conheço a mãe que tenho. Mas tudo bem. Segunda iremos viajar e eu não vou sair do lado dele para nada. Que nem carrapato.
-Viajar?
-É...uma viagem romântica, só nos dois em paris.
-Nossa! Paris? Sempre tive vontade ir com seu pai à paris. Mas sempre faltou tempo. – disse fazendo sinal de grana com a mão.
-Vai ser inesquecível nossa viagem. Depois de lá planejamos ir pra outro lugar. Talvez o Brasil quem sabe? Ir pra praia, fugir um pouco do frio.
-Poxa nem me fale no frio. Graças a Deus parou de nevar.
-E lá em casa? Chove direto.
-O que você vai fazer agora?
-Estava pensando em ir lá na kate.
-Você ligou pra ela?
-Liguei, mas ela não estava. Queria ir lá pessoalmente fazer uma surpresa.
-Mas você nem sabe onde ela mora.
-Pedi o endereço pro marido dela e ele me deu o da loja que ela trabalha.
-Ela tem uma loja?
-Tem. Uma loja de informática no centro.
-Bom, se você for, acho melhor ir logo pra não ficar tarde pra você voltar.
-É, então to indo agora. – e me levantei no sofá doida pra voltar a sentar. – nossa que preguiça!
-Então vai amanhã.
-Não, eu vou hoje lá.
-Eu vou colocar sua mala lá em cima.
-Obrigada.

Minutos depois peguei um táxi e pedi que me deixasse no endereço anotado no papel. Chegamos depois de uns vinte minutos de viagem. Durante esse passeio de táxi pude ver o quanto ali havia mudado desde quando eu era só uma adolescente. As coisas estavam tão diferentes, quase nem reconhecia aquelas ruas.
O táxi parou no endereço que o marido de Kate me deu e eu pude vê-la fechando a loja. Ela não mudara nada. Me lembro quando o pessoal nos confundia na escola e cismavam em dizer que éramos irmãs gêmeas. Eu desci do táxi e fiquei da calçada olhando pra dentro da loja. Ela não tinha me visto ainda. Eu estava tomando coragem pra entrar e falar com ela depois de todo aquele tempo. Ela saiu da loja pra pegar uma placa que estava pendurada do lado de fora da loja, foi então que ela me notou ali. No começo ela nem me reconheceu e me tratou como uma desconhecida qualquer.

-olá, deseja alguma coisa? Desculpe, mas estamos fechando. Agora só amanhã.
-Oi kate. – eu disse sorrindo e depois de me olhar mais uma vez ela sorriu também.
-Natasha? É você?
-É. – e ela começou a rir e nos abraçamos. – quanto tempo!
-Poxa, não te esperava aqui hoje. Por que não avisou?
-Eu liguei pra você, mas não estava em casa.
-Ah, então foi você. o Josh me disse que alguém havia ligado pra mim, mas não lembrava quem.
-Josh, é o seu marido?
-É. entra vem. – disse me puxando pra dentro da loja e fomos pro balcão onde ela colocou a placa no chão escorada na parede e depois se debruçou nele. – quer café? Acabei de fazer. – disse apontando pra uma maquina de fazer café.
-Eu aceito.
-Então Natasha...como você está?
-Estou bem.
-Casada?
-Não.
-Nossa! Eu sempre pensei que você se casaria primeiro que eu.
-Eu também pensei já que... – e me calei me tocando da merda que eu ia dizer.
-Já que achou que eu fosse lésbica. – disse ela entendendo o que eu ia dizer.
-Me desculpa, não foi minha intenção tocar nesse...
-Não se preocupe. Eu não ligo. Afinal é verdade né. Você foi embora pensando isso.
-E você não é?
-Claro que não. Eu não estou casada?
-É, mas existem gays que são casados.
-Eu sei disso. Mas eu não sou. Acho que tudo aquilo foi só uma curiosidade minha. eu era uma adolescente Natasha, e adolescentes gostam de passar por certas experiências. Eu confesso que achei que fosse também, mas depois eu vi que não, eu achava que gostava de você, mas estava confundindo amizade com outras coisas a mais...depois eu conheci o Josh e foi a melhor coisa que me aconteceu.
-Que coisa não?
-Mas me fale de você. você nunca pensou em se casar?
-Ah, claro que já. Eu fiquei noiva, é...eu fiquei. Mas aí terminei tudo com o cara por que o Gerard apareceu.
-Gerard? o metido do Gerard Way?
-É. – respondi sem graça.
-To brincando, ele não é metido, mas era. Ele apareceu um dia na minha loja perguntando por você. eu disse a verdade, não conversávamos mais, perdemos nosso contato.
-Uma pena isso né?
- O que?
-Nós duas. Éramos tão amigas e de repente tudo acabou.
-Me desculpa te dizer isso, mas foi você que optou por isso. Eu ainda ligava pra você, mas você nunca me atendia, então desisti de correr atrás de você.
-Não foi por mal Kate. Eu estava muito atolada naquele tempo.
-Com estudos?
-Não.
-Então com o que?
-Com um filho.
-Filho? De quem?
-Eu nunca te contei, mas...quando eu fui mandada pra casa da minha avó, não foi por que eu tinha perdido a virgindade ou por que desobedeci meus pais como eu havia falado, mas por que eu estava grávida. E meus pais não queriam passar vergonha na rua com todos dizendo que eles tinham uma filha grávida e solteira.
-Natasha eu...eu estou passada com tudo isso. Por que nunca me contou antes?
-Por medo.
-Nossa! Então por isso o Gerard estava louco atrás de você.
-Não, ele não sabe...ainda.
-Você nunca contou a ele sobre a criança?
-Nunca.
-Ta, mas e cadê seu filho? – eu a olhei e abaixei a cabeça sem graça.
Era a única pessoa pra quem eu contava aquela historia depois de tanto tempo.

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