The Angel of Death escrita por Zenabubis


Capítulo 9
Caminhando para a morte




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Você tem medo de morrer, ou da forma que vai morrer? 

Temer a morte, talvez seja uma consequência por traumas da vida. 

Dez pessoas envolvidas em um jogo que a pior das provas é fugir da morte. Metade concorre a virar a própria morte, e a outra metade tenta garantir a sua vida e do seu parceiro. 

A única platéia a se exibir esse espetáculo de medo era eu. Fiquei sentada no topo da roda gigante, e de olhos fechados sentia as sensações, e ouvia como música, os gritos, e escândalos. 

Uma sensação familiar tira-me de minha concentração, olhei ao redor e nada encontrei. E por conta deste descuido, Melody consegue acordar de seu pesadelo. Nathaniel sempre esteve em sã consciência, e nesse tempo todo em que ela “dormia”, ele tentava acordar a garota, que se remexia e chorava, por conta do pesadelo que ela achava que fosse verdade. 

— Pare! Pare!  — Falava Melody, ainda em choque, e com sua respiração acelerada. 

— Está tudo bem, acalme-se. — Nathaniel ao vê-la acordada, tentou acalmar a agitação da garota.

O coração da menina batia aceleradamente, ela forçava a sua mente perturbada, para tentar conciliar os fatos ocorridos. E aos poucos ela se acalmava. Ela colocou a mão direita sobre a testa, olhou para Nathaniel, e preferiu não contar sobre o que viu em seu “sonho”. 

— Esta se sentindo melhor? — Melody assentiu, respondendo a pergunta de seu parceiro. 

— Como sairemos daqui? — Perguntou a garota depois do curto período de silêncio entre os dois, enquanto olhava o pequeno ambiente em que eles se encontravam. 

— Encontrei a chave enquanto você estava desacordada. Ela estava por baixo do azulejo. — Ele aponta na direção do piso  que agora está desencaixado.

— Ainda bem que encontrou. — Melody suspirou aliviada — Então... Vamos sair logo dessa sala, antes que mais alguma coisa aconteça...

Nathaniel e Melody entram em um outro ambiente do parque Cocoon, e novamente a sensação familiar reaparece. Levanto-me, ficando em pé no topo da roda gigante. Olho para os lados, e nada vejo. Abri minhas asas, e voei para baixo, senti um som a mais do que minhas asas. Havia um outro anjo naquele local, e ele estava por detrás de mim, me perseguindo com suas asas. Eu o conhecia, e sabia perfeitamente que essas atitudes não é do feitio dele. Parei no ar, bem próximo ao chão, e virei-me em sua direção. 

— Estou esperando você me desejar boa tarde para começarmos uma conversa amigável. — Falei, e ele se aproximou de mim com um sorriso estampado em seus lábios.

— Acredito que um beijo seria melhor do que um boa tarde. — Sorrio com sua resposta, é fácil notar que a ousadia dele tenha aumentado. Pouso sob o chão, recolhendo minhas asas, e abaixo meu capuz, adquirindo uma visão melhor de Viktor.

— Diga-me, o quê veio fazer aqui? — Encarei ele seriamente.

— Samaele, precisamos conversar. É sobre os Arcanjos. 

***

Lynn Merman:

Angústia com aquela mistura de medo, e uma pitada de reboliços na barriga. A receita perfeita para me fazer ter milhares de sentimentos desconfortantes. 

A espera me enlouquecia, ia e voltava, da sala para a cozinha, meus pés já me guiavam descontroladamente. Ouço a sirene da ambulância, e já me apresso para abrir a porta. 

Tenho dificuldades para escolher até no que pensar. Respiro fundo, e abro a porta. Ando pelas pedras desalinhadas ajustadas como uma trilha na direção do portãozinho que dá entrada para o jardim na frente de nossa casa. Abro dando passagem aos dois paramédicos, os guio para dentro de casa, mostrando onde minha mãe está.

— Você sabe me dizer o que exatamente aconteceu aqui com a sua mãe? — O socorrista que era moreno, e bem alto me perguntou. Neste momento eu não soube o que responder.  Creio que não seria uma boa ideia contar sobre o bilhete, e muito menos sobre a mensagem.  

— E-eu não sei, isso aconteceu depois que eu subi para o meu quarto, quando cheguei aqui na cozinha já encontrei ela desacordada... — Gaguejei inicialmente entretanto consegui falar, e antes que o homem tentasse me perguntar mais alguma coisa lembrei de ligar para o meu pai, para saber se ele já estaria chegando aqui. — Com licença, preciso ligar para o meu pai. — Ele apenas assentiu, e voltou a ajudar a outra paramédica. 

Fui ao quarto de minha mãe para poder pegar os documentos dela, e também telefonar para o meu pai. Disquei rapidamente os números, até o som da chamada em andamento me incomodava. Sentei-me na cama e ele atendeu:

— Alô, filha? A ambulância já chegou? Como estar a sua mãe? Lynn?  — Meu pai atendeu, e sem me deixar falar, me empurrou diversas perguntas sem pausas para respostas. 

— Pai, acalme-se. A ambulância já chegou sim, a mamãe continua inconsciente... O senhor já está chegando?

 Estou bem próximo, logo chego aí.

— Ok, até daqui a pouco. 

Peguei os documentos dela, e voltei para a sala. Minha mãe foi colocada na maca. Parei para olhar as horas, o relógio do meu celular já marcava quase duas e meia, Castiel e eu estamos super atrasados para o suposto jogo da morte. 

Reconheço a voz do meu pai, ele chegou exatamente no momento em que levavam minha mãe para por dentro da ambulância.

Já lá fora aproximo-me de meu pai e logo sou recebida com um abraço. Retribuo. Na direção em que estávamos pude ter visão da rua em que moramos e com isso mesmo que um pouco distante vejo Castiel chegando.

Em seguida meu pai é chamado pelos paramédicos, ele teria que ir como acompanhante de minha mãe, então entreguei os documentos de minha mãe e disse á ele que não iria junto pois precisava relaxar e que organizaria a casa. Após dizer esta pequena mentira, meu segue indo ao hospital. 

Castiel que nesse curto tempo ficou esperando na frente da casa dele a movimentação sumir de vista, vem se aproximando de mim.

— Vamos? — Perguntou ele, bem direto.

— Agora? Mas...

— Se não fosse agora, quando seria? — Mordi os lábios.

— Certo... E o seu cachorro, alguma melhora?

— Não, nenhuma. — Ele deu um leve suspiro, e logo continuou a falar. — Pegue dinheiro para a passagem, vamos de ônibus. E ande logo.

— Você acha mesmo que é a escolha certa irmos neste parque de diversões?

— Só iremos descobrir se formos.

(...)

Meia hora no ônibus, e em nenhum momento eu e Castiel trocamos palavras, naquele mesmo silêncio chegamos a parada mais próxima do parque. Ao descermos era fácil notar a pouca movimentação da rua. Lado a lado caminhamos juntos, logo avistamos a loja Tico-ticó, descrita como referência na mensagem. 

Ao perceber o longo muro de pintura descascada e cheio de manchas pretas, senti a tensão do ambiente aumentar. Um portão grande de grade na cor preta, com o mesmo material do portão a cima estava a frase “Bem-vindos ao Cocoon park”. Castiel encostou no portão e segurou grades olhando para dentro, fiz o mesmo ato dele, e tive como visão um extenso corredor ao ar livre, plantas de ambos os lados. Não tínhamos como saber o que havia depois do corredor, a única maneira de descobrir é entrando no parque. 

— Vamos entrar. — Disse ele, e eu apenas obedeci.

Castiel abriu o portão que estava destrancado, e esperou eu entrar para fecha-lo novamente. Ao caminharmos pelo corredor, retirei meu celular do bolço, não havia sinal algum. Minhas mãos começaram a suar frio. Guardei o celular novamente no bolço, e sequei as mãos na blusa. 

No meio do corredor um pedestal. Olhei para Castiel, que olhou para mim de volta, e logo aceleramos o passo. Havia algo em cima do pedestal, um bilhete. Peguei o bilhete, Castiel cruzou os braços me encarando, esperando para que eu começasse a ler.

”Sejam bem-vindos ao jogo da morte!

         

           Essa primeira etapa é uma preparação para as outras provas que ainda viram. Todos vocês, incluindo amigos e familiares estarão correndo risco de vida. Você tem que obrigatoriamente participar e fazer as provas, caso contrário muitas pessoas há sua volta sofreram/morreram (Isto inclui também aos seus queridos animais de estimação - Caso tenham). 

Avisos e regras:

1º - Todos os participantes terão como parceiros aquele que te salvou da morte;

2º - Não poderás sair do jogo;

3º - Há dez pessoas no jogo (5 participantes e 5 parceiros);

4º - Haverá apenas uma dupla vencedora, ou seja, caso você não ganhe é porque você morreu;

5º - Caso o participante morra, o parceiro dele se tornará um participante, porém não terá direito de ter um parceiro.

Possivelmente mais regras serão adicionadas. Tenham um bom jogo! (Favor recolocar o bilhete no pedestal).

Assinado: M.S”

Após eu ter terminado de ler, coloquei novamente com cuidado o bilhete no pedestal. Voltei a olhar para Castiel que estava céptico, eu também não estava crendo.

Realmente tudo isso que estava acontecendo é a realidade? Estamos dentro de um jogo em que nosso único objetivo é viver? Meu coração custava dizer não, ele que neste momento batia aceleradamente. Lembrei-me de minha mãe, o que poderia acontecer com ela? E com essa lembrança eu queria começar a chorar. Muitas coisas já ocorreram neste mês que mal havia começado, e sei que ainda há muitas coisas para se acontecer. 

***

Samaele (A morte):

Acontecimentos sempre estão aí para nos surpreender, a qualquer momento um plano pode ser estragado, a qualquer momento podemos desistir de algo em que sonhamos, simplesmente por conta dos tais acontecimentos. Mas no meu caso não irei desistir por causa  de acontecimentos não planejados. 

Lágrimas entaladas em olhos costurados, elas pediam para sair, mas não conseguiam. Essa costura era feita com linhas de frieza mesclada com o orgulho. 

A sensação de travar o choro não era das melhores, porém, nunca chorei, e presumo que esse não é o momento adequado para se desabar e sentir uma nova sensação comum dos humanos. Viktor se foi, após me passar uma noticia nada agradável, ele deixou-me aqui novamente como a única platéia deste espetáculo. 

Brevemente depois da despedida dele, Lynn e Castiel finalmente chegaram, quase com uma hora de relógio atraso. Isso definitivamente não ficará assim, odeio atrasos, e eles terão uma bela recepção por conta disso. 

O jogo da morte, começou. Entretanto, ele está um tanto longe de acabar. 

Continua...


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