Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 7
Vida de sátiro


Notas iniciais do capítulo

Cá estou. Com mais um cap.
Apreciem.



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Ponto de vista de Grover.

Ser um sátiro tem seu lado ruim. Eu sei, não parece.

Se o meu garoto Percy reclama de acordar cedo tendo que levantar seis horas, gostaria de vê-lo fora da cama todos os dias antes das cinco horas da madrugada. Sabe os galos que cantam quando os primeiros raios de sol surgem no horizonte? Aqueles frangos filhos da mãe se basearam nos sátiros. Aqui no Acampamento existem harpias, elas são mulheres-aves que cuidam da limpeza desse lugar, elas sempre terminam de limpar quatro e meia da madrugada, então os sátiros têm que levantar para tocar flauta, fazendo com que os seres da floresta do Acampamento Meio-Sangue acordem.

Todo dia acordo, e procuro pela refeição inicial de um sátiro. Duas latas por dia me ajudam a manter a saúde!

Sátiros adoram metais. Nossos dentes partem qualquer coisa.

Depois de comer as latas, troquei minha camiseta de pijama por uma blusa de moletom preta. Passei um pano nos meu chifres, para dar uma lustrada. Eles estavam crescendo, devagar, mas crescendo. Alisei o meu cavanhaque, a minha marca registrada. E por último peguei minha flauta.

Sai da minha cabana indo em direção à floresta, acordaria os animais, os espíritos da natureza e, é claro, as ninfas. Ah, eu adoro aquelas senhoritas. São um encanto, difíceis de conquistar também, mas eu dou meu jeito.

Enquanto caminhava para a floresta, avistei meu adversário número 1, Ichneutae. O acólito da semideusa Clarisse La Rue.

Quase me esqueci que ele havia voltado, e quase me esqueci também que ele é um sátiro. O cara é um troll. Ele estava segurando uma flauta. Provavelmente iria fazer o mesmo que eu. Acordar a floresta.

Quando cheguei à floresta, pude ouvir Ichneutae começar a tocar Sweet Child O’ Mine. A flauta dele parecia mais uma flauta transversal, enquanto a minha seria considerada um pífano. De todo o jeito, eu queria acordar os outros, mas além disso, queria impressionar as ninfas gatas. Por isso optei por tocar Shania Twain, porque até a mulher menos romântica do mundo se amarra no som.

Mas logo que comecei, tive que parar, definitivamente a melodia que tirei não atrairia muito encanto. Preciso de uma nova flauta. A minha já está desafinada.

Deve ter sido a poeira. Só pode ter sido a poeira. Já era difícil limpa-las quando entravam na parte interna do bocal, quando entram dentro da flauta inteira, fica impossível.

Mesmo com aquele desafinamento, tive que tocar. Andei de um lado para o outro na floresta, conversei rapidamente com algumas ninfas.

– Ei, linda. Quando vamos sair de novo? – perguntei para uma delas. A ninfa bufou.

– Que tal nunca mais? – perguntou ela – Você não está atrás de um relacionamento, Grover, e então eu não estou atrás de você.

– Ah, fala sério, Jane... – comecei sendo interrompido.

– É Juníper! – corrigiu ela irritada.

– Ok, Juníper, sim, claro, foi assim que eu chamei você...

– Grover! Volta para a sua tarefa – ordenou Jane/Juníper irritada.

Então voltei a tocar, tirando From This Moment On, melodia que era pra ser extremamente romântica, mas com a flauta desafinada...

– Pelo amor de Zeus! Como esse cara toca mal – exclamou uma voz fina. Me virei para encontrar o dono, mas sem sinal dele.

– É, tanto quanto você. Lembra do dia que você usou uma harmônica nos fogos de 4 de Julho? Pior som já produzido na terra – debochou uma outra voz, tão fina quanto a outra.

– Não insulte as minha habilidades. Assim, eu não divido o amendoim – reclamou a primeira voz.

Voz fina, amendoim?

Olhei para cima, só podia ser. Esquilos. Dois irritantes esquilos.

Continuei tocando a flauta até todos na floresta acordarem.

Depois fui para a Casa Grande. O novo grupo de sátiros chegou hoje ao Acampamento Meio-Sangue. Teria que guiar os novatos pelo lugar, e ensina-los tudo que deveriam saber.

Na hora do almoço, eu já estava esgotado. Foi um dia particularmente cheio. Tantas explicações a dar para os sátiros recém-chegados.

Eu estava sentado com Percy e Annabeth. Eles conversavam animadamente sobre algo que eu não consegui prestar atenção. Apenas observava o rosto do meu amigo, enquanto ele olhava e escutava Annabeth com atenção. Sorriso largo, olhos brilhando. Percy estava apaixonado. Como isso funciona exatamente, eu não sei. Nunca me apaixonei por ninguém. Não uma paixão de verdade. Sinceramente, não acho que esse sentimento me faça falta, mas as vezes fico pensando como deve ser estar tão emocionalmente envolvido com alguém. Eu sempre preferi a simplicidade do desapego, sem dor, apenas ganho. Foi por isso que Jane... quer dizer, Juníper ficou zangada comigo. Ela queria um relacionamento, eu não queria, nós brigamos, simples.

Percy nunca foi muito interessado em garotas antes de descobrir que era um semideus, mas depois de conhecer nossa encantadora amiga, Annabeth, ele ficou... arrebatado. Ele está totalmente caído por ela. Ele está amarradão na filha de Atena, porém não disse nada a ela ainda. O que não faz muita diferença, ela muito provavelmente já sabe, devido aos acontecimentos passados, os flertes, aquela coisa toda de troca de olhares longos.

E aposto como Annabeth retribui os sentimentos dele. Nunca vi ela tão próxima de alguém assim, exceto talvez Thalia. Nem com Luke, ela gostava dele, mas nunca abriu espaço para tanta intimidade.

Com Percy, ela é diferente. Ela pega no pé dele quando falta às aulas, abraça-o em determinados momentos, conversa com ele sobre tudo. E reclama bastante do local de banho quente das filhas de Afrodite ser tão perto do chalé de Percy.

Eu e a filha de Atena nunca fomos tão próximos, nos conhecíamos pois eu a trouxe para o Acampamento e ela sempre foi legal comigo. Mas depois da nossa missão atrás do raio, nos tornamos bem amigos, agora somos um trio junto à Percy.

Pessoalmente, eu quero muito ver esses dois juntos. De preferência logo.

Quando o almoço terminou, me despedi dos semi-pombinhos e fui até a Casa Grande. Precisava checar se minha licença de buscador havia chegado. E então partiria atrás do meu senhor, a tarefa mais complicada da vida de um sátiro. Se pelo menos houvesse um aplicativo para encontrar Pã. Facilitaria muito a minha vida. Baixei, achei. Mas não, o deus Pã precisava ser encontrado pelas minha habilidades naturais de sátiro.

Nenhuma entrega para mim, nadinha.

O jeito era esperar minha hora de brilhar como todos fazem na vida.


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Notas finais do capítulo

"O que gostaria de dizer ao leitor depois dele ler este capítulo?"

Que comentem se gostaram ou qualquer opinião, negativa positiva. Whatever.



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