Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 6
Um dia não muito bom


Notas iniciais do capítulo

Enjoy the chapter.



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Ponto de vista de Annabeth

Hoje não foi um dia bom. Não foi mesmo. Provavelmente acordei começando o dia com o pé esquerdo, ou alguém me lançou uma maldição eficaz.

Tudo começou quando foi anunciado que faríamos testes para ver o quão bem estávamos progredindo. Até aí tudo bem, já fiz esses testes várias vezes antes, seria fácil. Sem pressão. Todos os campistas estavam se preparando. Eu revisei tudo com Percy, pois seria a primeira vez que ele faria isso.

– Vou ser péssimo – disse ele enquanto eu arrumava as correias de sua armadura – não sou bom em arco e flecha, nem arremesso de lança, nem grego antigo e nem...

– Calma Percy – coloquei a mão no ombro dele – esses testes são para ver em qual grupo nos encaixamos melhor. Líderes, guerreiros ou heróis. São bem simples, eles dão uma nota de 1 à 10. Nada com que se preocupar.

Ele bufou.

– Fala isso porque você se encaixa nos três grupos. Agora eu? Vejamos, líder? Não consigo me imaginar traçando planos em volta de uma mesa cheia de guerreiros, dizendo para cada um o que fazer...

– Líderes não são só aqueles que planejam ataques, mas os que tem a coragem para fazer aquilo que outro não faria, e um bom guerreiro sempre segue alguém com essa coragem – disse a ele.

– É mesmo? E o que eu tive coragem de fazer que outra pessoa não faria? – perguntou ele. Olhei no fundo dos olhos dele. Que pergunta foi essa?

– Talvez ir até o Mundo Inferior sem medo de enfrentar Hades para salvar a própria mãe, e depois devolver o Raio Mestre à Zeus, impedindo uma guerra que destruiria o mundo. Você foi um líder, Percy, é um herói também. E está ouvindo isso de uma guerreira que seguiu você nisso. Além disso, você já domina seus poderes aquáticos muito bem, e vem arrasando nas competições e atividades físicas desde que chegou aqui. – respondi com toda sinceridade, e ainda lhe lancei uma piscadela para transmitir confiança. Ele me olhava de uma forma estranha – Que foi?

– Você está diferente – respondeu ele apenas.

– É, Lacy me convenceu a deixar o cabelo loiro, e eu coloquei lápis de olho, sabia que não deveria ter passado tão forte, mas você também está diferente, cortou o cabelo... – eu ia dizendo, mas ele estava negando com a cabeça.

– Não é disso que estou falando, apesar de você ficar ótima de lápis – elogiou ele.

– Então o que? – perguntei. Não entendia o que ele queria dizer com diferente.

– Bom, é que há dois meses atrás, quando eu cheguei aqui, você, hã... estava meio hostil, e tentou me matar em um jogo, – ele falava de sobrancelha franzida, olhei para ele sorrindo – você era toda “Sou a invencível filha de Atena, quero ver o que você pode fazer”, e agora você está... amável. Tenta levantar meu astral, nós até paramos de lutar um contra o outro no campo de treinamento... o que aconteceu?

Ouvi tudo isso com os olhos fixados nele, absorvendo cada palavra. Ele estava certo. Não sei porque, mas eu não tinha mais o desejo de marcar território, treinar toda hora, enviar campistas para a enfermaria, desafiar quem cruzasse meu caminho. Talvez por causa da missão, ela me mudou de certa forma. Eu vi minha mãe pela primeira vez na minha vida, vi o quanto somos parecidas, algo que meu pai sempre me dizia. Ela estava na minha frente e disse que sentia orgulho de mim. Isso tudo depois de uma missão. Será que eu a teria conhecido e recebido sua aprovação se ficasse o tempo todo no Acampamento treinando hora após hora, e me achando insuperável? Acho que não. As missões no mundo mortal são os testes reais. Não que eu fosse parar de treinar ou participar das atividade por aqui. Jamais. E quanto a ficar mais aquecida para o lado de Percy... Bem, antes, quando nos conhecemos, queria ver do que ele era capaz, ele me surpreendeu em tudo, mesmo eu não demonstrando, flertamos um pouco e fomos juntos para uma missão atravessando o país. Agora, ele é meu amigo. E amigos ajudam os amigos.

Quando contei tudo isso, ele sorriu.

– Então agora, não preciso mais esperar ataques hostis de uma garota? – perguntou ele. Eu sorri.

– Acho que n... – olhei para frente, para além de Percy. Droga. Não pode ser - ...na verdade vai, e muito.

Ele percebeu minha expressão ficando séria.

– O que quer dizer com isso? – perguntou ele, curioso – resolveu voltar a... – ele parou de falar quando fiz um movimento de cabeça indicando que ele se virasse.

Há onze metros dali, estava parada em pé uma garota de cabelos castanhos escuros e olhos azuis, com armadura de bronze e uma lança em mãos. Ao seu lado estava um sátiro loiro, musculoso e com chifres totalmente desenvolvidos. Reconheci eles na hora. Não restava dúvidas. Clarisse La Rue e Ichneutae.

Percy também olhava para os dois, ainda curioso. É claro. Ele não conhecia nenhum deles, não estavam aqui quando ele chegou. Haviam partido em algumas missões para Quíron, tipo, a mais de um ano.

– Não pode ser – murmurei. Grover chegou bem na hora.

– Annabeth, você já viu quem... – começou ele, mas eu o interrompi.

– Já vi Grover.

– De quem vocês estão falando? – perguntou Percy, Grover e eu olhamos para ele.

– Clarisse La Rue – disse Grover sério.

– Tá... mas...? quem ela é exatamente, eu quero saber. Vocês estão olhando para ela como se tivesse acabado de acontecer uma coisa horrível – disse Percy.

– Se o que acabou de acontecer foi o retorno de Clarisse, então sim, uma coisa horrível, – disse eu. Percy continuou confuso. Era melhor explicar logo – Percy, aquela é Clarisse La Rue, filha de Ares, provavelmente a predileta dele. Ela é... hã, qual palavra eu usaria para descreve-la? Valentona. Isso. A valentona do Acampamento Meio-Sangue. Pensa que é a melhor e mais forte do Acampamento, gosta de provocar os outros campistas, é o Bullying em pessoa. Além do chalé de Ares, poucas pessoas a aturam, mas ninguém tenta entrar no caminho dela. Ah, e aquele ali com ela, é o sátiro Ichneutae, muito amigo do Grover.

– Amigo? – bufou Grover – o cara é um imbecil, acha que é o último sátiro do pacote...

– Não é bolacha não? – perguntei.

– ... e diz que os melhores meio-sangues, foi ele quem trouxe para cá – terminou Grover.

Percy nos observava. O fato de eu e Grover nos conhecermos bem antes dele não ajudava na comunicação. Mas ele teria que ficar a par disso, Clarisse estaria no pé dele em breve, claro, porque ele é o alvo perfeito para ela. O único filho de Poseidon, recém saído há dois meses de uma missão cumprida altamente perigosa, e ainda por cima um garoto de coração muito bom. Ela iria inferniza-lo.

– Hum – comentou sabiamente Percy.

– É, hum – concordou Grover – mas pelo menos não dá pra ficar pior, né?

Nesse momento Quíron apareceu trotando, parando em um lugar onde todos poderiam enxerga-lo e escuta-lo.

– Heróis! – chamou ele – como a maioria sabe, hoje haverá testes a serem realizados com todos vocês. Esses testes nos dirão como está o desempenho de cada um de vocês, individualmente. Todos precisam faze-los. Vocês terão que passar por: esgrima, arco e flecha, arremesso de facas e lanças, o estudo da mitologia grega, – muitos campistas gemeram em desgosto nessa parte – grego antigo, botânica e é claro a velha e boa matemática. – agora a maioria dos campistas uivavam, as exceções eram eu e, claro, meus irmãos.

Em volta alguns campistas mais velhos segurando pranchetas observavam tudo e todos. Eles ficavam responsáveis por avaliar os campistas. Quíron continuou a falar.

– Agora, não sei se vocês sabem, mas depois de alguns meses fora resolvendo algumas questões, uma pessoa muito importante retornou ao Acampamento – fala sério Quíron, você nunca foi baba ovo da Clarisse – e vai ser quem dará as notas finais nos testes – oi? – gostaria de chamar...

– Ah, não precisa me apresentar a esses pirralhos Quíron, eles me conhecem – Ali ao lado do centauro, Dionísio, o deus do vinho, surgiu do nada.

Ao meu lado, Percy se mexeu inquieto.

– Caramba – murmurou ele – quem é esse?

– Esse é o Sr. D, nosso diretor de Acampamento – cheguei mais perto de Percy para sussurrar o resto – ele é o deus Dionísio.

Percy ergueu as sobrancelhas surpreso.

– Oh. Mas o que um deus faz aqui no Acampamento? Achei que Zeus tivesse decretado uma lei que não deixasse os deuses...

– Zeus obrigou ele a ser diretor do Acampamento. E não foi só isso. O Sr. D está de castigo, não pode beber vinho até... bem, até o rancor de Zeus desaparecer – informei.

– O que ele fez que deixou Zeus com tanta raiva? – perguntou Percy.

– Ele acabou se engraçando com uma náiade que Zeus estava afim, então foi amaldiçoado, sem poder beber vinho – respondi a ele – mas quando há algum assunto envolvendo os doze olimpianos, ele vai para o Olimpo.

– Fala sério, que estupidez fazer isso só por causa de uma náiade – disse Percy.

– Já é a segunda vez que concordamos em achar que algumas ações de Zeus são uma estupidez – comentei para Percy. Ele deu pequeno sorriso.

– Vocês falam isso porque nunca caíram nas graças de uma náiade – disse Grover sonhador, ao nosso lado.

– Olha, o Sr. D é aturável, mas você vai ter que se acostumar com ele errando seu nome toda vez que chama-lo. O cara me chama de Annabelle faz seis anos. – informei para Percy que franziu a testa com isso.

Sr. D andava de um lado pro outro parecendo desinteressado com todos em volta, o que conhecendo ele, aparentar era estar.

– Então, vocês serão testados agora, os avaliadores anotarão tudo e blá blá blá. Agora vão.

– Boa sorte – desejei a Percy, passando a mão em seu ombro – fique calmo.

– Vou tentar, obrigado e... bem, mesmo você não precisando, boa sorte – desejou ele.

Os testes terminaram quase na noite daquele dia. Estava sentada na minha cama, tinha acabado de tomar banho quando Percy me chamou no bate-papo via tablet.

Percy: E ai? Como foram os seus testes?

Eu: Foi péssimo. Tirei um 9 em Mitologia Grega. Minha pior nota :(

Percy: Sério? Caramba.

Eu: Acho que o Sr. D não gostou muito da minha descrição de seus feitos na Antiga Grécia.

Percy: Mas e os outros testes?

Eu: Foram todos 10. Mas eu quase passei raiva em botânica. Mostrei ao Sr. D a planta para o meu Templo e ele perguntou onde ficava a adega. Aff! Mas e você? Como foram os seus testes?

Percy: 10 em esgrima. 5 em arco e flecha. 8 em arremesso de facas e lanças. Hum... vejamos, 4 em Mitologia Grega, 6 em grego antigo, 2 em botânica, você precisa me dar mais dicas de como cuidar de morangos... e um outro 2 em matemática. Aliás, porque precisamos estudar matemática?

Eu: Porque Pitágoras inventou a matemática, e ele era grego. Na verdade, dizem que ele era meu irmão, um filho de Atena.

Percy: Faria sentido. Então, o que vão fazer com as notas obtidas nesses testes?

Eu: Você quer a verdade? Nem eu sei. Diziam que elas serviam para qualificar os meio-sangues para que pudessem receber missões. Mas eu já havia feito esses testes, e antes da nossa viagem atrás das pérolas, o único motivo de ir ao mundo mortal era para visitar o meu pai.

Percy: Estranho...

Eu: É, e eu já sinto falta.

Percy: Do seu pai?

Eu: Também. Mas me referia a missão. Sinto falta da aventura.

Percy: Eu também. Só espero que para conseguirmos outra, o mundo não tenha que ser ameaçado a destruição.

Eu: É. Percy, eu estou com um pouco de sono, acho que já vou dormir. Falo com você amanhã?

Percy: :) Claro. Boa noite.

Eu: Boa noite, herói.

E adormeci.


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Notas finais do capítulo

Talvez alguns comentários.



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