Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 33
Percy & Annabeth




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Ponto de Vista de Percy

 

Meu estômago estava roncando. Devido ao fato de que um castigo substituía meu almoço. Era um método atroz imposto por Quíron. A pior parte dele: eu era o único ao cumpri-lo, pois Thalia deveria estar aqui. Mas não estava.

“Não se preocupe” - Quíron havia me dito – “Ela não poderá fugir disso”

Cuidar daquelas plantas do jardim da Casa Grande era quase um insulto. Fiz isso várias vezes desde que cheguei ao Acampamento, e tenho certeza de que não envolvia um castigo.

Uma parte do meu cérebro se concentrava em não cortar meu dedo com a tesoura de poda. A outra parte, a mais reflexiva delas, imaginava o que meus amigos estariam fazendo agora. Almoçando era a conclusão óbvia, o que causou mais um alerta de fome em meu estômago.

Thalia, A Fugitiva, apareceu quando eu já havia terminado ¾ do jardim. Refreei a vontade de acerta-la com um galho de roseira. Se seus passos não fossem lentos, até imaginaria que ela estava preocupada com o seu atraso.

Eu estava prestes a fazer um comentário sobre pontualidade quando ela se apressou em suas palavras.

— Queria pedir uma coisa.

Ergui minhas sobrancelhas para ela. Sem querer deixei a tesoura cair da minha mão.

— Oh, você... – apontei para ela – você quer pedir uma coisa? – não me arrependi de ter soado incrédulo. Mas Thalia ignorou qualquer descrença em minha voz.

— Sim. Quero pedir desculpas.

Eu estava escolhendo entre ficar surpreso ou cético. Cruzei os braços, desconfiado.

— Pelo quê?

— Por tudo – Thalia baixou o olhar – eu não venho sido muito legal com você. Desculpe pelo que aconteceu no Capture a Bandeira. Você está de castigo por minha causa. Bem, realmente, desculpe por tudo.

— Annabeth pediu à você para...

— Não – assegurou ela – Ela não pediu.

Considerei o pedido de Thalia. Nós poderíamos nos darmos bem daqui para frente caso deixássemos claro que não havia nenhum desentendimento a partir de agora. Foi um pedido sincero da parte dela.

— Bem, acredito que eu possa fazer um esforcinho para esquecer o que aconteceu mês passado. Mas prometa que nunca mais vai me atacar daquele jeito – pedi.

— Eu prometo.

Thalia estendeu a mão para mim.

— Amigos?

Ela parecia ansiosa para que eu cedesse ao aperto de mão e aceitasse seu pedido de amizade. Eu sorri, estendi a minha mão na dela e a puxei para um abraço. Devo tê-la surpreendido com a iniciativa, mas ela não se afastou, apenas deu tapinhas em minhas costas ao invés.

— Sabe que ainda tem que cumprir seu castigo, não é? – perguntei à ela quando nos afastamos. Não foi uma provocação.

Ela suspirou, mas não parecia tão desanimada.

— Claro que sei.

Thalia andou até a tesoura de poda, pegando-a antes de se virar para mim.

— Eu assumo daqui – disse ela – pode ir. Você deve estar com fome.

— Faminto. Bem, vejo você depois.

Deixei Thalia cuidando do jardim, passei o portão de ferro negro, saindo pelo caminho de terra, em direção ao refeitório. Se eu passasse mais um segundo com fome, seria meu fim.

Mas todo o meu caminho, não pude impedir que minha mente viajasse de volta à Thalia. Sempre achei que ela mantinha uma distância proposital de mim, que nunca nos daríamos bem, mas ela tomou a iniciativa de falar comigo. Eu esperava que tudo estivesse bem entre nós dois agora.

E como se não bastasse o castigo, eu ainda teria que ser obrigado a almoçar sozinho. Grover estava monitorando algum novato ao redor do Acampamento, Annabeth estaria nas aulas de Grego Antigo agora e presumivelmente Tyson também estaria por lá. Até se Clarisse estivesse aqui seria melhor do que estar sozinho.

Eu não queria aparecer nas aulas teóricas, então esperei até o treino de Arco e Flecha para ir atrás de Annabeth. Eu sabia que ela estaria em seu chalé agora, buscando seu equipamento.

Queria contar à ela sobre Thalia, e também confirmar sobre a comemoração de amanhã. Eu ainda estava tentando convencer a mim mesmo que era só uma coisa entre amigos, mas se fosse apenas isso, por que tínhamos que convidar um acompanhante? Irmos em pares, como um casal?

 Já tem muito tempo que eu gostaria de falar com Annabeth sobre... bem, sobre nós. Ou o que quer que nós pudéssemos ser. Mas sempre vacilei em qualquer tentativa. Era aquele famoso dilema clichê: eu receava a rejeição.

Se eu à pedisse em namoro e ela dissesse “não”, aonde nossa amizade iria parar? Com certeza mudaria nossa relação.

Acho que até um “vou pensar no seu caso” seria péssimo.

Mas se eu nem sequer investisse em nós, seria ainda pior. Eu só não sabia quanto tempo mais eu poderia adiar minha investida. Annabeth era uma garota muito linda, qualquer outro cara chegaria nela sem pensar duas vezes, e eu torcia para que a minha presença constante ao lado dela fosse o motivo para isso não ter acontecido ainda, pois eu não deixaria um mané... um cara se aproximar tão fácil.

A real é que eu sou apaixonado por Annabeth e ela precisava saber.

Tanta reflexão me distraiu todo o caminho até o chalé dela, e antes que percebesse, eu já estava com a cara praticamente colada na porta de madeira.

Bati e esperei.

30 segundos se passaram e ela não apareceu. Mas eu tinha certeza de que não nos desencontramos pelo caminho, e a aula dela já havia acabado.

— Annabeth!

Nada. Não sei se era certo entrar em seu chalé sem pedir permissão, mas não achei que seria tão grave.

Ela não estava à vista, mas seu arco de madeira e sua aljava de flechas estavam ali. Me virei para sair, ao mesmo tempo que ouvi uma porta atrás de mim se abrir e um conhecido grito de exclamação soar.

— Percy!

No susto, girei para encontrar Annabeth com os cabelos molhados e o corpo nu coberto por apenas uma toalha vermelha. Gostas de água desciam por sua pele clara e macia...

— Percy!? – chamou Annabeth, sua expressão era de perplexidade – Tem como você olhar para outro lado!?

Percebi que estava encarando-a tarde demais. Annabeth jogou uma segunda toalha na minha cara.

— Caramba Percy!

— Ok, ok, desculpe. Eu vou me virar – fiquei de costas para Annabeth – Sinto muito.

Ouvi ela se apressar em recolher suas roupas.

— Não ouse se virar – avisou Annabeth.

— Eu não vou – eu nem cogitaria algo assim...

Dois minutos movidos à sons de tecidos sendo entrajados se passaram até que Annabeth anunciasse que eu já poderia me virar.

Ela havia vestido uma camisa branca embaixo de uma blusa de moletom vermelho, calça jeans preta e coturnos pretos. Para o treino de Arco e Flecha, sua vestimenta seria considerada como o padrão. Já para mim, ela estava maravilhosa.

— Então? – Annabeth andou até seu equipamento de treino – você queria falar comigo?

— Bem, não exatamente. Eu estava almoçando sozinho... e pensei em encontrar você.

— Aham - ela vestiu sua luva de couro preto e braçadeira de proteção.

— Mas, é claro, eu poderia ter ido atrás do Tyson também... – “mesmo que talvez ele não fosse tão sexy enrolado em uma toalha de banho”.

— Sei – murmurou Annabeth, concentrada em ajustar a alça de sua aljava.

— E, eu também gostaria de saber a que horas eu tenho que encontrar você amanhã.

Isso chamou sua atenção. Ela desviou seu olhar para mim.

— Ah – ela pareceu pensar – ás 7:30 está bom.

Annabeth estava estranha. Como se eu estivesse incomodando-a de alguma maneira com minha presença, ou como se algo muito crítico nublasse sua mente. E o fato de que estava pagando atenção extra ao seu arco indicava que ela não estava afim de falar à respeito.

Talvez ela estivesse se chateado comigo por tê-la flagrado em uma toalha.

Eu estava prestes a me retirar do chalé quando algo passou por minha mente.

— Ei, hã, acho que vai gostar de saber que fiz as pazes com Thalia – noticiei.

Annabeth se endireitou, mas não parecia surpresa.

— Isso é bom.

“Isso é bom?”

Se antes eu achava que ela estava estranha, agora não restava dúvida.

Respirei fundo.

— Certo. Bem, vou indo. Vejo você depois.

Eu já me imaginava ao redor do Acampamento andando com Tyson em direção ao treino, esperando que quando topasse com Annabeth de novo, ela estaria mais calma e então conversaríamos.

Mas esse cenário caiu por terra quando Annabeth me puxou pelo ombro antes que eu alcançasse a porta...

... e pressionou seus lábios contra os meus. E naquele momento, eu não me imaginava em lugar algum se não ali. Com ela.

Eu sabia que havia uma grande e desfavorável chance de que eu estivesse apenas sonhando, mas me agarrei à possibilidade de que fosse real da mesma forma que me agarrei em Annabeth.

Eu sentia que era real. Eu sentia os lábios mornos, macios e úmidos de Annabeth saboreando os meus. Eu sentia suas mãos acariciando meus cabelos e nuca com ternura.

As minhas mãos afagaram seu rosto e costas, enquanto eu a puxava mais para perto, se é que era possível. Estávamos tão abraçados, que eu tinha quase certeza de que Annabeth podia ouvir meu ritmo cardíaco.

Eu separei meus lábios dos dela para distribuir beijos rápidos por seu rosto e mandíbula. Ela não se permitiu abrir seus lindos olhos azuis por nenhum momento.

Suspiros de satisfação pouco audíveis eram liberados junto à sua respiração. Esses mesmos suspiros cessaram quando me afastei para olhar seu rosto. Como esperado, seus lábios estavam avermelhados em volta. Mas o que me atraía de volta para ela eram seus olhos. Eles estavam brilhantes como nunca.

Annabeth mantinha um sorriso presunçoso em seus lábios que não contrastava com a situação.

Eu amo essa garota. E era a hora perfeita de dizer.

— Annabeth, eu...

— Tenho aula agora. Nos vemos por aí.

E ela saiu porta afora, me deixando ali parado contemplando a parede do seu quarto, pensando no que havia acabado de acontecer.

 

“Mas o que Hades foi isso!?”


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Notas finais do capítulo

Annabeth is like:
♬ Turn Down For What ♫ (▀̿Ĺ̯▀̿ ̿)



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