Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 26
Uma visita ao Acampamento




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Ponto de Vista de Luke

 

 

— Você está pronto? – perguntou Silena.

— Me dê alguns minutos. Espere com os outros. Avise-os que já vou descer – pedi à filha de Afrodite.

Ela me avaliou por alguns segundos, depois assentiu e saiu.

Andei até à mesa que havia um tabuleiro de xadrez. Abri uma das gavetas. Puxei de dentro um frasco arredondado com um líquido azul no interior.

Veneno da cobra Píton. Uma das coisas mais difíceis de encontrar, mesmo para um semideus com muito conhecimento em rastrear itens mitológicos raros.

Com esse veneno, eu começaria a primeira etapa do meu plano.

Guardei o frasco dentro da minha jaqueta. Peguei meu celular que estava em cima da mesa e liguei-o. Pedi a Chris que me enviasse fotos diárias do Acampamento, assim eu manteria os olhos no meu alvo e não haveria nenhuma surpresa quando eu...

Aparecesse por lá.

Olhei para as fotos. Elas mostravam o local todo, que reparei, não passou por muitas mudanças. Mas ainda assim eu teria que ter cuidado, principalmente se houvesse campistas patrulhando o lado de fora do Acampamento.

Continuei olhando para as fotos, várias continham alguns dos meus velhos amigos, com quem eu costumava praticar. Eu sinto falta do medo no olhar dos meus colegas de treinamento. Eu era uma espécie de professor de esgrima, e sempre que alguém me desafiava, eu lhes mostrava o que eram seis longos anos de experiência. Isso não se aplicava à Annabeth Chase, é claro, pois aquela garota era uma semideusa imbatível. Não que eu nunca a tenha derrotado, mas as ocasiões eram tão raras quanto veneno de Píton.

Apaguei a tela do celular e o guardei no bolso junto com o frasco. Saí da minha sala para andar até o convés, onde todos os meus aliados me esperavam para que eu prosseguisse com o plano.

 

 

— Bem... todos vocês sabem o que fazer. Mas vamos revisar – andei de um lado para o outro – Silena, Ethan e eu vamos até as fronteiras do Acampamento. Quando eu der o sinal, vocês – apontei para um grupo de seis campistas que checavam algumas armas – vão liberar o Touro de Colchis, e tomem muito cuidado com ele, aquele monstro não é fácil de conter, ele só pode sair de controle quando já estiver dentro do Acampamento. O resto vai ficar aqui, mantenham vigilância constante no iate e sigam rumo ao sul. Não vamos demorar a voltar. Ok. Plano revisado.

Preparação é a chave para um ataque de sucesso. Apenas pergunte ao Acampamento Meio-Sangue...

Vamos balançar aquele lugar hoje.

Os campistas que estavam responsáveis pelo Touro partiram na frente, desaparecendo com o relógio mágico que eu havia furtado do Reino de Hades.

Minutos depois, um deles voltou para me devolver o relógio. Ethan se aproximou de mim e Silena veio logo atrás dele. Os dois seguraram em meu ombro. E em um segundo havíamos desaparecido do convés do Princesa Andrômeda...

 

... e aparecido nas fronteiras mágicas do Acampamento. Ao meu lado, Silena ofegou.

— Nunca vou me acostumar com isso – disse ela.

Olhei em volta, reconhecendo o local antes de fixar os olhos no arco da entrada do Acampamento.

— Apreciem à vista, vocês dois. Vai ser a última vez que vão ver esse lugar – disse à Ethan e Silena. Eles mantiveram a expressão de descaso no rosto.

Olhei mais adiante tentando capturar alguma coisa lá dentro. Passei seis anos da minha vida nesse lugar até me tocar que eu só estava sendo usado pelos deuses. Só poderia afirmar que não sentiria falta.

— Acho melhor nos apressarmos, Luke – disse Silena.

— Não precisa me lembrar que nosso tempo é curto – disse à ela, calmo. Coloquei a mão no bolso para agarrar o frasco com o veneno, e puxei-o à altura dos olhos. Balancei o líquido azul lá dentro.

— Tem certeza que isso vai funcionar? – perguntou Ethan.

— Ethan, meu caro, esse veneno é originário das profundezas do Tártaro. Nunca ouvi falar de uma substância mais tóxica e peçonhenta do que essa – olhei para Ethan – Vai funcionar. Não haverá poção de cura que Quíron possa inventar ou mágica que o Sr. D possa fazer. Eles só têm uma salvação, e é com isso que estamos contando. Quando eles lançarem alguém em uma missão atrás do Velocino de Ouro, vamos aproveitar a oportunidade é até mesmo dar um empurrãozinho, depois roubamos o artefato e ressuscitaremos lorde Cronos.

— Tudo bem, então vamos – avançou Silena passando por mim.

Me virei para acompanha-la e...

...paralisei.

Eu estava prestes a envenenar o pinheiro mágico que protegia a barreira do Acampamento. Eu estava prestes a envenenar Thalia. Minha melhor amiga. Àquela garota de 11 anos que esteve ao meu lado na infância, que me ajudou e me salvou diversas vezes. A única pessoa que me entendia, que entendia como era ser ignorado pelos deuses. Ela foi morta por ciclopes e reduzida à uma árvore pelo próprio pai, Zeus.

Olhei para o pinheiro. Ele assomava à floresta sendo a árvore mais alta da região. Seus ramos estavam verdes vívidos.

Eu pensei nesse momento desde que havia pensado no plano. Pensei diversas vezes como contornar essa parte sem que precisasse fazer algo à Thalia, mas não encontrei solução. Me convenci que faria isso e não sentiria remorso pois voltaria para curar a árvore... se pudesse. Mas se...

— Luke? – meus pensamentos foram interrompidos por Silena – o que houve?

Ela e Ethan já estavam ao lado do pinheiro de Thalia.

— Nada. Vamos acabar logo com isso – falei.

Andei até chegar a base do tronco da árvore, e destampei com cuidado o frasco. Ethan e Silena recuaram para se proteger. Despejei cautelosamente metade do líquido azul ouvindo o conteúdo gerar um som corrosivo em contato com o pinheiro. Fumaça prateada subiu conforme eu me afastava, observando.

— Quanto tempo você acha que leva para contaminar tudo e fazer efeito? – perguntou Ethan.

— Eu diria que é quase instantâneo, olhem como os ramos estão caindo – apontou Silena.

E de fato, os ramos do pinheiro caiam aos poucos, mas não só isso. O tronco estava empalidecendo em algumas regiões. E a árvore, perdendo seus aspectos habituais.

Thalia estava morrendo. Novamente.

Mentalmente, pedi perdão à Thalia e a mim mesmo por estar fazendo isso. Mas não me restava opções. Só haveria uma pessoa que não me perdoaria, e ela estava nesse exato momento dentro do Acampamento.

— Só resta enviarmos o sinal. Quer que eu faça isso? – perguntou Ethan à mim.

— Deixe isso comigo – respondi.

Peguei meu celular e contatei os outros.

— Tragam o Touro de Colchis e liberem-no. Agora.

A outra pessoa no outro lado da linha confirmou. Em poucos minutos o Acampamento seria atacado.

Me virei para Ethan e Silena.

— Hora de voltar.

Os dois se seguraram em mim, e mais uma vez o relógio mágico trabalhou, tirando-nos daquele lugar.

 

 

Voltamos ao convés. Perguntei para um dos semideuses à bordo sobre o Touro.

— Já o soltaram – disse um deles.

— Ótimo. Convoquem Chris para se reunir a nós. Ele não precisa mais ficar no Acampamento – ordenei à uma semideusa parada por ali. Ela se foi, para cumprir a minha ordem.

— Eu volto em um instante – disse à Ethan – fique no comando até eu retornar.

— Onde você vai? – perguntou Silena.

— Eu ainda tenho assuntos a tratar – respondi simplesmente.

Segurei novamente o relógio mágico que começou a brilhar com sua habitual luz verde. Na minha cabeça, apenas um destino.

“Acampamento Meio-Sangue, sótão da Casa Grande”

 

Surgi no cômodo mais empoeirado e abandonado da Casa Grande. Velas estavam acesas para todo os lados que eu me virava. Observei tudo em volta, certificando-me que não havia ninguém comigo naquele aposento. Bem, havia alguém comigo. Uma múmia mística que recitava profecias.

O Oráculo permaneceu imóvel e dormente na cadeira que ele estava largado. Preferia que permanecesse assim. Apesar de ser graças à essa múmia que eu tinha uma das minhas melhores cartas na manga. Há anos, escutei Quíron e Dionísio conversarem sobre uma profecia que envolvia um meio-sangue filho de um dos três grandes. Eu não havia entendido as linhas da profecia até seis meses atrás, quando Jackson chegou aqui. Hoje percebo o quanto isso pode me vir a calhar. Se eu ao menos fizesse o filho de Poseidon passar para o meu lado, além do titã Cronos, eu teria o suposto semideus que destruiria o Olimpo. Os deuses não teriam a mais remota chance.

Meus ouvidos se apuraram ao som de gritos do lado de fora. Eu sorri.

Isso significava que o Touro de Colchis ainda estava à solta, e ninguém o havia parado.

Desci pelas escadas sem fazer barulho.

— ... e essa agora. Será que eu não posso ficar aqui com os meus vinhos? – reclamou uma voz que eu reconhecia. Dionísio, o deus do vinho e eu estávamos separados por uma porta – agora, eu tenho que sair lá fora e resolver isso. ZEUS, ESSE NÃO É O MEU TRABALHO.

Ouvi a porta da frente bater. Meu caminho estava livre. Saí pela parte lateral da Casa Grande, me guiando em direção ao som metálico do Touro. Ele estava perto. Talvez à duzentos metros. Continuei andando, os campistas pareciam estar bem longe de onde eu estava.

Avistei o Touro de Colchis e... avistei Jackson. O semideus estava jogado perto de um muro de pedra. Observei ele puxar do bolso a caneta/espada e joga-la no Touro.

O monstro engasgou e começou a chacoalhar até explodir com um baque que lançou Jackson no chão. Essa era a melhor chance que eu teria.

Conversaria com Jackson de semideus para semideus.


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