Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 19
Cartas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659048/chapter/19

Ponto de Vista de Percy

 

Os campistas não calavam a boca. Pelo menos não quando se tratava de falar da Clarisse.

Clarisse é incrível, Clarisse venceu aquele evento. Clarisse escalou o Himalaia.

Mentiras.

Bom, pelo menos a parte de ser incrível e a parte de escalar as cordilheiras do Himalaia eram mentiras.

Ela venceu um evento. Alguns eventos... todos os eventos nos quais competi. O pior deles foi o Torneio há três dias atrás. Eu perdi na luta final contra ela.

E é claro, isso não sai da minha cabeça. Preciso fazer alguma coisa sobre isso, minha melhor oportunidade será amanhã. Vem aí um curso de treinamento super competitivo. TENHO que vencer a Clarisse. É uma questão pessoal agora.

Por isso estou treinando no meu máximo. Annabeth estava me ensinando alguns golpes novos de espada.

— Corte triplo, Percy! Eu disse corte triplo, não duplo – bravejava Annabeth. Ela é um amor de pessoa quando está treinando. Se não fossemos amigos, teria que me preocupar com ela, não com Clarisse.

— Relaxe, Annabeth, é um treinamento, não a guerra de Peloponeso. Além disso, por que você está tão agitada hoje? Só vi você assim uma vez, e nesse dia eu quase morri na beira de um riacho – falei, muito ofegante. Ela não demonstrou muita reação ao meu comentário. Apenas ficou parada tomando fôlego, depois olhou para longe, para as fronteiras do Acampamento.

— Hoje faz seis anos – expressou, sem mudar a direção do olhar. Não demorei muito tempo para entender o que ela queria dizer. Thalia, a melhor amiga dela. Ela já havia contado de como chegou aqui e o que aconteceu no caminho. Thalia foi morta por monstros. Hoje seria o aniversário de morte dela.

— É por isso que está assim hoje? – franzi a testa, preocupado.

— Não. Não exatamente – ela balançou a cabeça e voltou sua atenção para mim, depois deu um sorriso do tipo “estou fingindo que estou bem” – certo, então vamos continuar. Quer que eu pegue mais leve com você, herói?

Sorri. Já fazia um bom tempo que ela não me chamava de “herói”. Claramente ela estava me provocando.

— Não mesmo – respondi. Então voltamos a treinar.

Três horas depois, Annabeth e eu estávamos em frente ao meu chalé conversando com Grover, ele nos contava como foi que conseguiu o telefone de uma ninfa.

— Ela estava andando pela floresta quando topei com ela – dizia meu amigo sátiro.

— Grover, ninfas se engraçam com todos os sátiros que encontram ou semideuses novatos – Annabeth olhou para mim, sua expressão era divertida, como se ouvir Grover falando sobre garotas fosse ridiculamente engraçado – quando você vai sossegar?

Grover riu.

— Eu sou um Don Juan, Annabeth – respondeu Grover.

Annabeth falhou ao reprimir um riso.

— Vou dizer uma coisa, e isso vale para você também Annabeth. As mulheres são complicadas na visão dos homens e elas não são todas iguais – ele se virou para mim – nós, homens, só precisamos descomplicar as coisas e decifra-las – depois se virou para Annabeth – Um exemplo, Annabeth, o que você gosta de fazer no seu tempo livre?

— Caçar sátiros com tochas – respondeu ela, descontraída.

— Viu? Ela gosta de caçar sátiros... espera, O QUE? – perguntou Grover assustado – garota, não brinca com isso.

Annabeth riu.

— Você foi rude, Grover. Eu apenas respondi a sua pergunta. Acho que você não é tão bom assim com garotas – brincou Annabeth piscando para mim. Eu ri. Esses dois conseguiam me distrair de qualquer problema.

Uma hora depois voltei a área de treinamento, dessa vez, o treino era nos obstáculos. E como sou um cara de sorte, Clarisse estava na minha sessão.

— Jackson, como vai? Já deixou de ser patético? – perguntou ela, equilibrando-se em uma tora à quatro metros do chão.

Ignorei a criatura. Não perderia a concentração por causa das provocações dela.

— Sabe, todos falam agora... se foi mesmo você que recuperou o raio ou... Castellan entregou a você por pena – disse ela ofegante com o esforço de pular de uma tora para a outra, desviando de alguns objetos voadores.

Continuei ignorando.

— Só acho que... sua mãe teve sorte de Chase e Underwood terem acompanhado você na... Ei!

Chutei o cabo que sustentava uma das toras dela. Faltou pouco para ela cair, mas na última hora segurou o apoio de segurança que havia ali.

— Vá com calma, Clarisse. Você pode acabar caindo, e ninguém quer que isso aconteça – provoquei.

— Então é assim? – perguntou ela – vamos ver, otário.

Ela golpeou os cabos que levavam até às minhas toras, e assim começamos uma disputa de quem ficava em pé e quem caía. Quatro metros não é pouco, uma bela queda. Outros campistas começaram a nos assistir.

Antes que um de nós se lascasse lá em baixo, Quíron chegou trotando.

— Vocês dois tem ótimo equilíbrio, mas o exercício não consiste em derrubar o outro, desçam já daí – ordenou o centauro, o tom de voz dele indicava que estava estressado.

Desci por uma corda na lateral, Clarisse fez o mesmo do outro lado.

Quíron se aproximou de nós.

— Deveria colocá-los de castigo – disse Quíron.

— Não fui eu que comecei... - tentou Clarisse, mas Quíron interrompeu-a.

— Não importa Srta. La Rue. Querem se matar? Pelo menos esperem uma competição apropriada para isso, não no meu treinamento – disse o centauro.

Abaixei a cabeça. Deixar Quíron irritado não foi a minha intenção.

— Desculpe Quíron – pedi à ele.

Ele suspirou.

— Tenho certeza que está arrependido, assim como a Srta. La Rue – disse ele erguendo uma sobrancelha para Clarisse.

A filha de Ares apenas olhou para os lados. Quíron continuou.

— Agora, não vai ser exatamente um castigo, mas quero os dois ajudando o diretor Dionísio na Casa Grande, ele precisa de ajuda com alguns caixotes de vinho.

Fechei os olhos. Não vai ser exatamente um castigo? Vai ser O Castigo.

Mas nada poderia fazer em relação a isso. Teria que ir.

— Tudo bem – assenti. Clarisse apenas bufou de forma arrogante.

Esquece o que eu disse sobre o castigo. O caminho todo até a Casa Grande com Clarisse e suas provocações foi como estar no Reino de Hades novamente.

— Como está a sua mãe, Jackson? – perguntou Clarisse enquanto caminhávamos.

— Está ótima, sabe, graças a mim – respondi, enfatizando o “mim”.

Ela soltou uma risada debochada.

— Claro – disse ela.

Soltei um riso rápido quando um pensamento passou pela minha cabeça.

— Qual a graça, babaca? – quis saber a filha de Ares.

— O motivo de implicar tanto comigo – respondi.

— Porque você é patético. Achei que soubesse – disse ela.

Olhei para ela.

— Ou porque você – apontei o dedo para ela – gosta de mim – apontei o dedo para o meu peito.

Eu sabia que ela não gostava de mim, quer dizer, pelos menos eu acho que não. Mas já que ela gostava tanto de provocações, porque não entrar no jogo dela?

E só disse isso porque lembrei do que Grover havia me dito sobre garotas serem agressivas com os caras que elas gostam.

Talvez ela viesse para cima agora, tentando me acertar com um soco. Mas não, ela apenas soltou outra risada debochada.

— É Jackson, é isso aí. Eu estou amarradona em você – ela riu de novo – otário.

Uma hora depois, eu já havia carregado para todos os lados os caixotes de vinho. O deus do vinho não decidia onde colocar as malditas garrafas dele. Enquanto andava de um lado para o outro, acabei cometendo um pequeno acidente. Sr. D instalou uma fonte em seu escritório. Quebrei-a no terceiro dia. Ops.

É claro que ele ficou muito bravo, pensei ter visto uma luz nos olhos dele. Às vezes esqueço que ele é um deus. Depois dos vinhos, tive que limpar o que sobrou da fonte de dois dias dele. Clarisse, é claro, havia sido dispensada antes de terminarmos de guardar os caixotes. Sr. D podia esconder um pouco seu favoritismo pela filha de Ares.

— Ótimo, Perry Johansson, você já acabou? – perguntou o deus aparecendo atrás de mim.

— Ah, sim – respondi recolhendo o último estilhaço da fonte.

— Então vá para o seu chalé, amanhã você volta, tenho outras tarefas para você – disse ele.

— Mas senhor, o curso de treinamento é amanhã...

— É, sim, mas como quebrou minha fonte, você vai instalar uma nova. Não se preocupe, tem um manual aqui em algum lugar...

Suspirei. Agora perderia o curso de treinamento também, sem nem sequer participar. Por que isso só acontece comigo?

Depois do jantar, fui até o chalé de Annabeth, porque ela não havia aparecido no refeitório desde o almoço. Peguei um pouco de comida para ela, caso estivesse com fome.

Sete segundos depois de bater na porta do chalé, ela abriu.

— Oi – cumprimentei.

— Oi, entra – pediu ela.

Acho que só estive nos aposentos de Annabeh uma vez, e praticamente não entrei. Era um lugar bem organizado e limpo. Havia uma prateleira alta, repleta de livros espessos. Em um lado da parede havia uma espada prata com cabo marrom, a mesma que ela sempre usa para treinar. E a mesma que ela usou para tentar me matar no meu primeiro Capture a Bandeira. Que momento inesquecível.

Agora que estávamos dentro do quarto dela, a iluminação me permitiu ver seu rosto. Ela parecia um poço de desanimo. Seus brilhantes olhos azuis já não estavam tão brilhantes.

— Você não apareceu no refeitório essa noite, então trouxe o jantar até você – entreguei um prato coberto por um plástico para ela - você está meio abatida. Aconteceu alguma coisa? – perguntei.

— Acho que o treinamento me esgotou hoje – respondeu ela. Uma mentira.

Posso não conhece-la há tanto tempo, mas sei quando minha amiga está mentindo. Annabeth sempre me olha nos olhos quando fala comigo, dessa vez ela nem sequer me vislumbrou, uma prova de que estava omitindo algum acontecimento ou emoção. Mas não diria nada, ela me contaria se quisesse que eu soubesse de alguma coisa.

— Você está bem? – perguntei.

— Sim, eu só... preciso descansar um pouco – ela olhou para a porta do banheiro – vou tomar um banho agora, mas fique aqui, antes de eu ir dormir você me conta o que houve.

“Você podia me contar o que houve também”, pensei.

Ela colocou o prato em cima de uma cômoda, pegou um conjunto de roupas e uma toalha e entrou no banheiro trancando a porta.

Deitei na cama dela, que era bem macia. Apoiei a cabeça no travesseiro que além de macio, possuía a fragrância do perfume de Annabeth. Agora, não sabia qual era o meu aroma preferido, o cheiro dela ou o cheiro do mar.

Fiquei algum tempo exalando o perfume no travesseiro à ponto de enrolar ele na minha cabeça. Mas parei depois que percebi o quanto isso era estranho.

Quando coloquei o travesseiro de volta no lugar, notei alguns papéis virados para baixo. Olhei para a porta do banheiro, talvez Annabeth não gostasse que eu mexesse em suas coisas, mas... a curiosidade falou mais alto.

Virei um dos papéis. Era uma fotografia, uma garota de cabelos castanhos, um garoto loiro, e uma garota de cabelos pretos cortados até o ombro. Todos eles aparentavam 11 anos de idade, e todos eles possuíam olhos azuis, embora os olhos da garota de cabelo castanho fossem mais brilhantes do que dos outros. Os três estavam de pé à frente de uma montanha russa sorrindo como se fosse o momento mais feliz da vida deles.

Identifiquei os três: Annabeth, Luke e muito provavelmente Thalia, a filha de Zeus.

Virei outro papel. Dessa vez era uma espécie de carta, escrita em caligrafia caprichada, o que indicava que foi grafada por Annabeth. A dislexia não ajudava na leitura de coisas que não eram em grego antigo, mas aprendi no Acampamento como reverter. Com o maior esforço possível, pude ler a carta.

Querida Thalia

   Hoje completou seis anos que você nos deixou. Me deixou. Sei que não vai ler esta carta, mas escrever tornando você minha destinatária, faz com que me sinta mais perto da sua presença, isso somado ao fato de que estou embaixo da sua árvore agora. Embaixo de você. O Acampamento Meio-Sangue não mudou muita coisa. Apenas as pessoas mudam por aqui. Os chifres de Grover cresceram 2 centímetros esse mês, ele está muito empolgado, não vê a hora de poder sair em busca do deus Pã. Nosso amigo Percy, está fazendo um curso de treinamento, estou ajudando ele, algo que adoro fazer pois ele é um ótimo amigo, às vezes ele me lembra você. Gosto de passar o tempo com aqueles dois, eles me divertem, são as duas melhores companhias que uma garota pode querer.

Thalia, não sei onde Luke está, depois do que aconteceu no caminho para o Olimpo nunca mais soube nada dele, mas ainda sinto falta. Não tenho mais com quem conversar sobre você, apenas Luke me entendia. Só queria que soubesse quanta falta você me faz. Nunca vou esquece-la.

                                                            Annabeth."

Os outros papéis espalhados embaixo do travesseiro também eram cartas, pude contar umas sete, mas não ousei pega-las para ler. Estava me sentindo muito mal por ter ultrapassado uma área tão pessoal de Annabeth sem sua permissão. Guardei a fotografia e a carta que havia acabado de ler e reposicionei o travesseiro que servia de esconderijo. Esperaria Annabeth sair do banho, contaria a ela o que fiz, porque era o certo a se fazer, e deixaria ela me fatiar com a espada que estava ganchada na parede.

Enquanto esperava Annabeth, comecei a refletir sobre o que havia acabado de ler. Annabeth sente falta de Luke, porque ele era o único com quem ela conversava sobre Thalia, a melhor amiga morta que ela também sente falta. Como Luke se foi, ela optou por escrever cartas. Cartas que Thalia nunca leria. Isso fez com que eu me sentisse duas vezes pior do que momentos atrás. Estava lendo uma carta que era destinada a outra pessoa, que tragicamente morreu. E a remetente, estava muito mal com isso.

Agora realmente queria que Annabeth me fatiasse com a espada, ou pelo menos me fizesse sofrer. Mereço por ser um amigo tão péssimo. Eu deveria estar mais perto de Annabeth, não só fisicamente, mas emocionalmente, deveria vê-la como a amiga que está sempre ao meu lado, e não a minha paixão secreta. Eu deveria, não, eu queria ser aquele amigo com quem ela conversa sobre tudo. Tudo.

Meus pensamentos foram interrompidos por Annabeth saindo do banheiro já completamente vestida. Ela olhou para mim, e me lançou um pequeno sorriso. Depois pegou o prato que eu trouxe para ela, caminhou pelo quarto e se sentou na cama ao meu lado.

— Então, agora você pode me contar o que aconteceu hoje no treino dos obstáculos – disse ela, parecendo só um pouco menos abatida do que antes.

Olhei para o chão. Depois de tudo o que descobri hoje, falar de uma simples briga minha com Clarisse parecia ridículo e inadequado. E agora tudo o que eu teria que contar a ela era sobre a minha bisbilhotice. Olhei para a espada prata na parede, ela não me causava nenhum medo agora, o meu maior temor seria deixar Annabeth decepcionada comigo, quebrar a estimada amizade que construí com ela nesses cinco meses. Não suportaria que isso acontecesse, mas acima disso, não suportaria mentir para ela desse jeito.

— Annabeth, eu... – ela olhava para mim enquanto assoprava a comida no seu prato, respirei fundo – eu li sua carta para Thalia.

Esperei um golpe ou um grito de fúria, depois esperei o pior, a decepção. Mas nada disso aconteceu, ela só ficou olhando para mim do mesmo jeito que fazia antes de contar sobre a carta.

— Eu sei – disse ela depois de terminar de assoprar a comida. Fiquei olhando para ela, possivelmente com uma expressão bem incrédula, porque ela emitiu um riso bufado – eu soube na hora que sai do banheiro, talvez até mesmo antes. Quando entrei, eu presumi que você deitaria na minha cama, acabaria passando a mão embaixo do meu travesseiro e sentiria os papéis. A cara que você estava fazendo agora à pouco só confirmou.

Pisquei.

— Ah, eu... eu... eu...

— Você está gaguejando – reparou ela, depois de terminar de mastigar um pouco da refeição.

Tomei fôlego.

— É que eu... hã, você não vai me matar? – perguntei. Ela ergueu as sobrancelhas.

— Por que? Você teve a coragem de me contar o que fez. Não estou brava. Ficaria talvez se eu tivesse colocado as cartas em um cofre secreto protegido por senha e todas as armadilhas que pudesse imaginar, e ainda sim você conseguisse pega-las. Mas embaixo do travesseiro? – ela fez um gesto de descaso com uma das mãos – não, nem estavam escondidas. Então, quantas você teve tempo de ler?

— Ah... só uma...

— Só uma? Caramba, você é devagar com a dislexia, lembre-me de dar a você umas aulas de leitura...

— Não. Eu não quis ler as outras – disse eu. Ela olhou para mim como se estivesse tirando um Raio X do meu corpo.

— Acho que eu deveria saber disso também – ela colocou uma mão no meu braço. Depois se levantou e foi até o travesseiro e pegou uma das cartas, voltou e se sentou no mesmo lugar.

— Aqui – ela ofereceu a carta à mim – essa é para você.

Peguei e abri-a.

“Querido Percy

    Escrevo à você porque quero que saiba o quanto é importante para mim, o quanto sua companhia me faz bem. Você é um amigo leal, protetor e sempre presente. Não poderia pedir mais do que isso. Desculpe se algum dia fui hostil com você ou que o machuquei. Também quero que saiba que não vou deixa-lo sair da minha vida, nem que você queira.

                                                                                                            Annabeth.”

  “Uau” definia o que eu senti. Mas na verdade eu não sabia muito bem o que dizer.

— Quando você escreveu...?

— Alguns dias – ela respondeu à pergunta que não saía.

Eu sorri para ela.  

— E porque não me entregou? – perguntei.

Ela sorriu como eu. A aparência abatida havia sumido, e seus olhos recuperaram o brilho de sempre.

— Eu não sei, sério. Talvez no seu aniversário, acompanhando um presente, é claro – respondeu ela.

— Esqueça o presente, isso seria mais que o suficiente – falei. Estendi a mão ao seu rosto e coloquei uma mecha de cabelo atrás da sua orelha, depois me aproximei para depositar um beijo em sua bochecha. Quando me afastei, pude perceber que ela estava arrepiada – obrigado, Annabeth.           

Ela piscou e olhou para frente, reprimindo um sorriso.

— Não precisa agradecer, Percy – ela olhou para o travesseiro – e sobre o que você leu – depois franziu a testa - hã, qual carta você leu?

— Escrita hoje – respondi.

— Oh, certo. Sobre o que você leu, não precisa se preocupar, não fico todos os dias como uma garota solitária escrevendo cartas, uma por mês, eu juro. É só porque... bem...

— Eu sei. Mas, sabe, eu gostaria que você conversasse comigo ao invés disso. Você pode me contar sobre ela. Sobre tudo – disse a ela.

— Não é que eu não queira conversar, um dia vou contar tudo a você, mas... não tem como explicar... é só que você não a conhecia. Queria que a conhecesse – disse ela.

— Eu também queria – suspirei, não continuaria com esse assunto, não faria Annabeth voltar ao estado que estava quando entrei aqui.

Ela passou a mão na minha franja. Depois sorriu um pouco.

— Então, não vai me contar o que aconteceu com você? – perguntou ela.

— Você não vai dormir? – perguntei.

— Ainda não – ela se ajeitou na cama dando um tapinha para que me acomodasse ao lado dela – agora, conta.

Então contei tudo o que havia acontecido comigo naquela tarde. Passamos horas conversando, o que fez com que perder o curso de treinamento amanhã não importasse muito. Mas ainda teria que instalar a fonte do Sr. D.

Tudo tem seu porém...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Percy Jackson Filmes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.