Contato escrita por Aleksa


Capítulo 32
Capítulo 32




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                                      Capítulo 32 - Agora (Yura)

                                              

         Nunca imaginei que fosse possível, mas ao ver os olhos de Alice se esvaziando senti uma dor esmagadora em meu peito, bem pior do que a que senti no dia em que a vi com Stephan...

- Yura. - Estela disse. - Alice lhe mandou essa carta...

Já haviam se passado algumas semanas desde a última vez que a vi, não fazia ideia de como e estava, e me sentia infeliz demais pra pensar a respeito, todos os dias eu sentia dor demais pra fingir pra qualquer um que eu estava bem, me sentia traído, miserável, ridículo, inocente, vazio e sem alma. Todas as manhãs quando me levantava passava no mínimo uma hora e meia olhando o minúsculo vidro de veneno que eu tinha na minha cômoda, e posso garantir, já quase me matei muitas vezes, vezes demais pra se contar... Ao ver a carta endereçada a mim, pensei em duas possibilidades: ou eu a queimaria, ou eu a leria; me sentia mais propenso a primeira, mas Estela interviu.

- Leia, pode ser o último contato de vocês...

Estendi minha mão e peguei a carta da mão de Estela, esta, se sentou e me observou abrir a carta.

Por alguma razão me doeu ler as palavras de Alice, principalmente por que eu queria, desesperadamente que fosse verdade, todo o meu mundo estava acorrentado àquela mulher, eu morreria sem ela, e não demoraria muito...

Ponderei por algumas horas, quanto mais eu pensava no assunto, mais eu me convencia de que o que ela dizia não era mentira. Mesmo assim eu queria ouvir da boca daquele bastardo se ele tinha mesmo forçado-a a alguma coisa.

E se tivesse, minha vingança seria maligna.

Telefonei para ele (pedi seu número no colégio), assim que atendeu, sarcasticamente ele disse:

- Ainda usa o mesmo número, não é Yura?

- Você forçou Alice a fazer alguma coisa?

- Wow, você é direto. – ele riu.

- Eu fiz uma pergunta Stephan. – reforcei.

- O que ela lhe disse?

- Que sim.

- E você não acredita nela? – ele riu novamente. – Que amor mais verdadeiro o seu.

Eu fiquei em silêncio, ele era um bastardo, mas tinha razão. Eu tinha que acreditar nela, ela acreditava em mim. Como eu podia lhe cobrar confiança se eu mesmo não acreditava nela...

Meu peito doeu, me senti culpado. Desliguei o telefone, deixando-o cair no chão... O que eu havia feito?

- O que foi que eu fiz...? – me culpei.

Me dirigi a porta, pegando o meu casaco, Estela me interrompeu dizendo:

- Não vai encontrá-la na casa dela... – ela iniciou num tom pesaroso. – Ela está no hospital, já faz alguns dias...

Minha respiração parou por um momento, pra continuar logo em seguida.

- Ela está bem?! – perguntei, quase em desespero.

- Ela parou de comer... – ela completou fechando os olhos. – Logo depois que o viu pela última vez.

Disparei porta a fora, simplesmente a possibilidade de vê-la definhando por minha causa, me enchia mais e mais de uma culpa infernal...

Na porta do endereço do hospital, tudo o que podia pensar era o quão mal Alice estava. E se ela estivesse morrendo naquele momento? E se eu estivesse simplesmente ignorando sua dor? E se eu a perdesse por puro ciúme?

Meus olhos marejavam escada acima, tudo o que queria era vê-la, saber que estava bem, ouvi-la dizer que ela não o amava, que era mim que ela queria... Céus como meu coração batia rápido!


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Notas finais do capítulo

Falta só mais um
quis colocar um narrado pelo Yura antes do fim ;p