Levantei da cama com uma coragem que não faço a mínima ideia de onde eu tirei, hoje fazia exatamente três meses que a Cathy havia sido assassinada e um mês depois da morte do Dean.

A Liz havia se trancado no seu mundinho, falava pouco, comia pouco e quase não saia do quarto, eu estava ficando preocupada, mais uma ataque e acho que ela não sobreviveria em pé, não dessa vez.

— Querida o café está na mesa — mamãe falou batendo em minha porta.

— Já estou descendo — falei.

Me olhei no espelho e suspirei, eu estava péssima. Ajeitei meu cabelo e peguei minha mochila em cima da cama, assim que coloquei minha mão sobre a maçaneta senti como se um choque passasse por mim, algo estava errado, muito errado.

— Clarissa temos que ir — Alex gritou me tirando do meu transe.

Abrir a porta e sair, encontrando a mesma parada em frente a minha porta com um enorme sorriso.

— O que significa esse sorriso? — perguntei divertida.

— Nada — ela fechou a cara e saiu andando na frente.

— Ah, fala Alex — pedi a seguindo.

— Não.

— Por favor? — pedi e vi a mesma suspirar, um ato que eu conhecia muito bem. Ela cederia.

— Estou saindo com um garoto e ele disse que tinha uma supressa para mim hoje a noite — ela contou aumentando o sorriso.

— Mas hoje a noite é o baile — falei pegando uma maça na fruteira e a chave do meu carro.

— Eu sei — ela deu de ombros enquanto me seguia até a garagem.

— Não vai ao baile?

— Vou sim — ela falou — Mais antes vou vê-lo. De qualquer modo ele é meu par no baile.

— Agora eu estou supercuriosa — falei sorrindo enquanto entrava no carro — Quem é o par da senhorita Alexia Bermanelly?

— Vai ter que esperar até o baile para descobrir — ela sorriu de um jeito estranho o que fez um arrepio subir pela minha espinha, mais dei de ombros e dei partida no carro em direção ao colégio.

Assim que entrei na sala eu pude ver a cara assustada de todos os meus amigos em direção ao quadro da sala, onde havia um corpo pendurado coberto de sangue e machucados de tortura e logo em seguida meu olhar recaiu sobre a mensagem escrita no quadro ao seu lado.

“A little Bitch sabia o tempo todo quem eu era e não contou a nenhum de vocês. Uma traição assim não pode ser perdoada. Felizmente, tive como eliminá-la - LP”

Então eu entendi a sensação que tive mais cedo, mais um de nós havia sido levado e não voltaria… Nunca mais.

O policial Mathews nos tirou da sala rapidamente, pelo choque não tivemos como contestar, negar ou reagir, apenas encarávamos o corpo imóvel da Angel enquanto eramos levados para longe.

Vi toda a alegria que havia no rosto da Alex se esvair quando viu o corpo da Angel, o olhar quebrado da Liz, o choque no do Charlie, o pavo no do Mark, o medo no da Ceci e dor no de Thiago. Estávamos todos assustados, mas cada um tinha um sentimento único que somente sua mente sabia.

— Crianças, preciso que me digam o que está acontecendo aqui — Sr. Castle falou chegando com sua equipe de investigadores — É o quarto corpo em três meses.

Quarto corpo? Mais havia apenas três, a Cathy, o Dean e agora a Angel… Ludmila.

— Jared não acho que seja uma boa hora — Policial Mathews falou — Eles acabaram de ver…

— Tudo bem Sr. Matheus — Liz falou e sua voz saiu rouca e quase inaudível — Ele sempre foi insensível, não se preocupe.

— Vocês estão bem mesmo?

— Sim — respondemos.

— Tudo bem — ele suspirou — Podem usar a sala da psicóloga e mais reservado. Cárter, Madson, vão com eles.

Os dois policiais chamados assentiram e nos seguiram até a sala da psicóloga do colégio, assim que chegamos os dois ficaram na porta enquanto entravamos.

— Podem começa a falar — Sr. Castle falou se sentando na mesa enquanto nos sentávamos no sofá.

— Não sabemos o que está acontecendo — Mark falou me fazendo olhar em sua direção e vê-lo com a Liz em seu colo e com a cabeça em seu ombro.

Eu sabia do ódio que o Mark sentia do pai, não foi atoa que em uma de suas milhares brigas ele saiu de casa levando a Liz com ele.

— Como não sabem o que está acontecendo? — ele perguntou como se estivessem brincando com ele.

— Estamos falando sério Sr. Castle, não sabemos o que está acontecendo — respondi.

— Então me expliquem o que sabem — ele falou cruzando os braços.

— Tudo começou com a morte da Cathy, depois de seu enterro eu fui atacada em minha casa. No mês passado o Dean e a Ludmila foram sequestrados e vimos o Dean… Vimos o Dean…— suspirei fechando os olhos ao lembra do som do tiro

— Se matar — a Liz completou e sua voz saiu baixa e dolorosa.

— Mas sempre recebemos uma mensagem de um número desconhecido e não rastreável — Charlie respondeu.

— E receberam alguma hoje? — ele perguntou e acenamos positivamente — E qual foi?

— A little Bitch sabia o tempo todo quem eu era e não contou a nenhum de vocês. Uma traição assim não pode ser perdoada. Felizmente, tive como eliminá-la — uma voz conhecida falou e nos fez olhar em direção a porta que acabara de ser aberta.

O choque passou mais uma vez pelo rosto de todos e um brilho se acendeu nos olhos de Mark que sorriu largamente, mas também pude ver o olhar quebrado de Liz, ela estava sã e salva ao contrário de Dean.

Ludmila estava em pé na entrada da sala.