Mudança de Hábito escrita por Babs


Capítulo 9
Final Feliz


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo e doloroso inverno.... ahahahhaha Aqui está o final.
Espero que gostem e agradecimentos especiais a todos que acompanharam essa história!

n.n



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            A única coisa que conseguia ouvir era a chuva, caindo ao longe, o farfalhar das folhas e nada mais. Érica esforçou-se para abrir os olhos. Piscou algumas vezes antes de focar o quarto onde estava. A garota tentou se levantar.

-Não. – Repreendeu Alam, colocando-a na posição original. – Como está se sentindo? – Perguntou gentilmente.

- Já tive dias melhores. – Comentou. – Mas não se preocupe, não vai se livrar de mim tão facilmente. – Brincou.

-Nunca diga isso! – Repreendeu, não gostando da brincadeira.

-Desculpe. – Pediu, constrangida.

            Alam aproximou-se da garota, fitando seus olhos antes de levemente acariciar-lhe a face, fazendo-a corar com o toque.

-Obrigada. – Disse.

            Ao invés de responder, a garota levantou-se, sentando-se na cama, percorreu a distancia que havia entre os dois e beijou-lhe os lábios.

-O que eu disse é verdade. – Disse sincera.

-Eu sei. – Respondeu. – E eu também te amo Érica, sempre te amei, desde o primeiro momento em que te vi. – Declarou-se, abraçando-a.

-Ai. – Gemeu a rainha.

-Desculpe-me. – Pediu o general, afastando-se.

-Tudo bem.

-Érica, tenho que descobrir quem fez isso e pedir para que a guarda seja reforça. Prometo que voltarei logo; Qualquer coisa tem dois guardas do lado de fora, é só chamá-los. – Disse, sério.

-Tudo bem. – Concordou. – Mas volte logo. –Pediu, levemente ruborizada.

            Alam beijo-a novamente antes de retirar-se do quarto.

            Érica fechou os olhos a fim de descansar um pouco mais, mas a movimentação da porta se abrindo roubou sua atenção. Surpreendeu-se ao encontrar Muriel e não Alam no quarto.

-Vossa majestade. – Cumprimentou Muriel, fechando a porta atrás de si.

-O que quer? – Perguntou esforçando-se para se sentar.

-Sabe Érica, estou cansado de suas interferências. – Desabafou, enquanto retirava um vidrinho do bolso da calça e despejava-o em um lenço de pano.

-Sei que é você o causador de tudo isso, mas por quê? – Questionou Érica.

-Por quê? Porque eu quero esse reino. Quero ser rei e deveria ser! Mas essa lei ridícula de que somente mulheres podem ascender ao trono.... a menos, que o reino seja invadido por outro. – Explicou.

-Por isso forjou tudo. – Complementou.

-Estava tudo dando certo, até Daniel ter a brilhante idéia de colocar vocês, logo vocês. Duas camponesas sem o mínimo de instrução no poder! – Terminou. – Já que você insisti em ser um problema, vou acabar com isso, mas antes, irei atrás de Lucy!

            Muriel aproximou-se da cama. Ferida, Érica nada pode fazer, embora tivesse tentado, em vão, se desviar. O diplomata imobilizou-a com uma das mãos e com a outra pressionou o lenço no nariz da garota. Quando a mesma adormeceu, Muriel saiu do quarto.

            Alam apareceu logo em seguida, encontrando Érica em um sono profundo, sentou-se na mesma poltrona em que passara a noite e colocou-se a velar o sono da rainha sem perceber o que ocorrera instantes antes.

***

            Lucy e Daniel chegaram ao anoitecer no castelo de verão. O mesmo, mais simples que o palácio que a garota conhecia, possuía uma arquitetura envolvente, de modo que o interior e o exterior interagiam com a pacata paisagem bucólica.

-Adorei esse lugar. – Comentou a rainha enquanto descia da carruagem.

-Que bom.

            Com o auxílio de um dos empregados, Daniel transportou as malas até o interior do castelo. Em seguida, Sophie mostrou-lhe os aposentos. Jantaram e em seguida deram uma volta pelos jardins da propriedade antes de retornarem para seus quartos. Daniel beijou-lhe a testa, desejando-lhe boa noite e rumou para seu quarto.

            Lucy adentrou seu quarto, tomou um banho demorado e dirigiu-se para a cama. Deitou-se, mas não conseguiu dormir. Virou para o lado, fechou os olhos e nada. Passou algum tempo dessa forma. Dando-se por vencida, a garota levantou-se, vestiu seu hobby e dirigiu-se para o final do corredor.

            A garota parou em frente à porta do quarto do general antes de bater de leve na mesma.

-Entre. – Permitiu Daniel.

            Surpreendeu-se em encontrar Lucy, parada no batente da porta.

-A...aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado.

-É que não estou conseguindo dormir, queria saber se posso ficar aqui. – Perguntou encabulada.

-Claro. - Respondeu levantando-se e levando-a para a cama de mãos dadas.

-Obrigada. – Agradeceu ainda encabulada.

            Os dois deitaram-se na cama, Daniel trouxe-a para perto de si, acomodando-a em seus braços enquanto acariciava-lhe o cabelo. Passaram a noite assim, abraçados, enquanto adormeciam nos braços um do outro.

            Nos dias que se seguiram, Daniel e Lucy aproveitaram o tempo livre para divertirem-se. Passearam de cavalo, pescaram no lago atrás da propriedade, dentre as várias horas que passaram nos braços um do outro. Em um dos passeios, Daniel confessou que estava apaixonado pela rainha. Feliz com a confissão, Lucy pulou nos braços no rapaz, beijando-lhe com fervor.

***

-Daniel! – Chamou Lucy adentrando a biblioteca.

-O que foi? – Perguntou o general preocupado.

-Temos um problema! Alguém atacou a Érica e o Alam. – Explicou entregando-lhe a correspondência que acabara de ler.

            Daniel permaneceu em silêncio enquanto lia o recado. Lucy, aflita, esperava pela reação do esposo.

-Acho melhor voltarmos. – Sugeriu o rapaz. – Seja lá o que esteja acontecendo, é melhor estarmos todos juntos.

-Vou arrumar as coisas então. – Anunciou antes de sair do recinto.

-Lucy! – Chamou Daniel fazendo-a parar. – Eu te amo. – Disse beijando-lhe.

            Partiram do castelo com o poente surgindo no horizonte. Em silêncio, entraram na carruagem e seguiram pela estrada. Na metade do caminho, o cocheiro avisou que fariam uma pausa a fim de dar água aos cavalos.

-Vamos dar uma volta? – Sugeriu Daniel

-Por que não?

            De mãos dadas, saíram por uma pequena trilha adjacente ao caminho principal. Trocavam carícias durante a caminhada enquanto apreciavam a paisagem e afastavam-se do ponto de partida.

-Boa noite majestades. – Cumprimentou Muriel.

-Muriel? O que faz aqui? – Questionou Daniel.

            O diplomata não respondeu. Sacou sua espada, convidando-os ao combate. Em reflexo, Daniel passou Lucy para trás de si, sacando sua espada também.

-O que é isso Muriel? –Tentou Daniel novamente.

-Já que minhas evasivas não funcionam, estou partindo para o ataque como pode ver. – Explicou. – Agora chega de conversa!

            Muriel era rápido em seus ataques, mas Daniel acompanhava-o com facilidade. Com o jogo equilibrado, Lucy nada podia fazer.

            Mas o diplomata foi mais rápido, em um dos ataques, ferindo o general no braço. Rápida, Lucy sacou sua adaga, acertando Muriel na perna, fazendo-o ir ao chão. Mas a garota não foi capaz de matá-lo.

-Ahahahahahaah não consegue me matar, é? – Zombou Muriel. – Você é fraca! – Soltou enquanto levantava-se.

-Mas eu não sou. – Respondeu Daniel, gravando sua espada no peito do diplomata.

            Constatando a morte iminente do oponente, Lucy reconfortou-se nos braços de Daniel. Triste pela morte do homem, mesmo sendo o autor de várias tentativas contra ela e a irmã.

            Voltaram para a carruagem. Daniel pediu para que o cocheiro retornasse com um dos cavalos para o castelo de inverno, a fim de providenciar a remoção do corpo enquanto ele e Lucy seguiam em frente.

            Chegando ao castelo, Lucy correu escada acima até o quarto da irmã.

***

 

-Alam! – Chamou Érica acordando aflita.

-Estou aqui. – Respondeu o rapaz.

-Muriel, é ele que está por trás de tudo isso. – Apressou-se em explicar, sentindo uma pontada de dor por conta da agitação.

-Vá com calma. – Pediu, ajudando-a a sentar-se. – Agora me conte essa história direito.

            Érica contou sobre as suspeitas que Lucy e ela tinham a cerca do diplomata, contando em seguida a conversa que tivera com o mesmo logo depois que o general se ausentou do quarto.

            Mas a conversa rapidamente foi interrompida pelo surgimento de Lucy.

-Kika! – Exasperou-se enquanto corria até a cama, sentando-se. – Como está?

-Estou bem Lu, mas surpresa por te ver aqui. – Disse a outra.

-O Daniel também está aqui? – Perguntou Alam

-Estou aqui Alam. – Disse o general entrando no quarto.

            Reunidos, os quatros conversaram sobre o que aconteceu. Érica repetiu a história que tinha contado a Alam e Lucy contou que Muriel estava morto. Mesmo assim, os generais acham melhor reforçar a guarda caso o diplomata tivesse algum cúmplice. Érica falou do encapuzado, mas como não vira seu rosto nada poderia ser feito sobre o assunto.

            Em seguida, Alam e Daniel retiraram-se do quarto a fim de deixarem as irmãs conversando e dirigiram-se para a saleta particular do primeiro, com a intenção de degustarem um pouco de vinho.

            Lucy contou de sua estada no castelo, detalhando cada mimo e carinho que Daniel proporcionou enquanto que Érica confessou que estava apaixonada por Alam e do encontro que tiveram.

***

            Duas semanas depois da fatídica morte de Muriel nada mais parecia importunar a paz que se instalava pelo reino. Sem seu líder, a rede de espiões rapidamente foi eliminada. Lucy, com o consentimento de todos, entrou em acordo com o governante do reino vizinho, a fim de que a paz reinasse na região.

            No palácio, Érica já se encontrava praticamente recupera. Aproveitando a oportunidade, Alam levou-a até a cachoeira, novamente.

-Adoro esse lugar. – Comentou a rainha.

-Eu sei. – Disse o general com um sincero sorriso nos lábios. –Érica. – Chamou-a.

-Sim.

-Eu te amo. – Declarou-se se ajoelhando em frente à garota.  – Você aceitaria se casar comigo?

-Já somos casados. – Lembrou-o.

-Não quero viver uma mentira. Te amo e quero tê-la ao meu lado como esposa, amiga, amante e cúmplice. – Declarou, deixando-a sem jeito.

-Vamos ter que fazer tudo de novo? –Perguntou em tom brincalhão.

-Isso basta. – Explicou tomando-lhe os lábios. – Casar comigo? – Sussurrou em seu ouvido.

-Sim. – Respondeu sorridente, beijando-o novamente.

***

-Estou tão feliz que tudo acabou dando certo. – Desabafou Lucy.

            A rainha e Daniel passeavam abraçados pelos jardins da propriedade, aproveitando a noite de outono que lentamente conquistava os domínios outrora banhados pelos raios de sol.

-Também. – Concordou puxando-a para um beijo apaixonante.

-Tudo aconteceu tão rápido. –Comentou a rainha assim que se apartaram.

-Como assim?

-O modo como nos conhecemos e como estamos juntos agora. É engraçado, lembro-me da primeira noite em que vim para cá; você me assustou.

-Acho que a assustaria de qualquer forma. – Disse rindo em seguida. – Mas, tinha medo de que você realmente fosse embora. Fico feliz que tenha ficado comigo.

-E eu fico feliz que tenha me escolhido. – Respondeu.

            Daniel fixou profundamente seu olhar no da garota, mostrando-lhe como a amava. Sem prévio aviso, puxou para mais junto de si, abraçando-a e beijando-a com fervor.

Não mais eram as humildes camponesas que adentraram, outrora assustadas, naquele palácio e naquele mundo que abruptamente exibia-se perante elas.

Fim.

 


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