This is not a love story escrita por Sra Lecter


Capítulo 11
Capítulo 11 - Zona neutra


Notas iniciais do capítulo

Em algum lugar no meio de toda a confusão,
Era uma ilusão perfeita...



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—Tarde demais para me pedir isso, não acha? –pergunta Amanda e logo puxa seu braço com força, livrando-se de Olivia.

—Não acho. –Olivia diz com os olhos fixos na loira.

—Eu acho. –Amanda diz e sai do estabelecimento.

Olivia se ajeita na cadeira, leva as mãos ao rosto. Não consegue acreditar que quando finalmente disse o que sentia para Amanda seus sentimentos foram ignorados, talvez fosse tarde de mais afinal. Como poderia ela querer que Amanda a entendesse e perdoasse quando ela mesma pisou nos sentimentos de Amanda? Não pode se deixar abater, mas é impossível. Ela queria poder voltar no tempo e não esperar todo esse tempo para revelar seus sentimentos, voltar no tempo e não machucar Amanda.

Olivia cerra os olhos por alguns instantes tentando pensar no que fazer agora e em um estalo ela corre porta à fora, atrás de Amanda.

—Ei! –O garçom que a ofereceu café grita.

A morena não escuta o homem e permanece correndo, para por um momento tentando avistar Amanda.

—Ei! –O homem para ao seu lado, ofegante da corrida. –Você.... Precisa pagar a conta.

—Como é? –Ela pergunta sem compreender o que ele disse.

—A conta da loirinha. Alguém precisa pagar. –Ele diz recompondo-se.

—Ah, claro! –Olivia diz pegando sua carteira. –Aqui. Pode ficar com o troco.

—Obrigada. –O homem diz e se prepara para voltar à cafeteria, mas para e olha para Olivia. –Eu acho que você está indo para o lado errado. –Ele diz.

—Como assim? –Pergunta Olivia.

—Olhe. –Ele aponta. –Não é ela?

Olivia avista Amanda há uns setecentos metros, virando a esquina, e corre em sua direção, sem agradecer ao homem.

Com o coração acelerado ela disca o número de Amanda.

—Sua chamada está sendo encaminhada...

—Droga! –Ela grita.

Disca o número novamente e desta vez chama mais que da última. 

—Alô? -Amanda atende e Olivia abre um sorriso.

—Obrigada por atender. –Olivia diz alegre, perdeu Amanda de vista, mas sabe que a loira está há alguns metros na frente dela.

—Achei que fosse algo importante, algo do trabalho. –Amanda diz indiferente.

A loira já não sabe como reagir à tudo que está acontecendo. Olivia machucou seus sentimentos como ninguém fizera antes, mas o simples fato de escutar sua voz faz com que a loira sinta o coração acelerar. Será que finalmente as coisas dariam certo para ela? Será que não era apenas mais uma peça da vida? Perguntas difíceis de responder para alguém que está sempre entre ilusões perfeitas e abismos realistas.

—Eu tenho algo importante para dizer. Eu... –Olivia tenta encontrar Amanda entre a multidão da rua.

—Não quero ouvir suas mentiras, Olivia. –A loira diz tentando disfarçar a felicidade na voz.

—Bem, então continue na linha porque nada do que direi será mentira. –Olivia sorri satisfeita com a sua escolha de palavras. –Mas preciso que você pare onde está. Eu preciso que pare de caminhar.

—Por quê? –Amanda pergunta e imediatamente para de andar. –Estou parada.

—Ótimo. Agora me escute. Ok? –Ela sorri apresando os passos.

—Ok.

Era a hora, hora de dizer tudo o que sentia para Amanda. Ela tinha tudo na ponta da língua.

—Você lembra quando entrou na minha sala e pediu para sairmos? Eu lembro. Você estava com uma camisa preta azulada e um jeans que não combinava nada contigo. Você estava tremendo, os papéis em suas mãos tremiam e eu tive vontade de rir. Nosso primeiro encontro foi estranho, quase que completamente, sua proposta de sermos “amigas de foda” foi surpreendente, eu acreditei que era algo físico realmente. E toda a carga emocional que veio junto quando aceitei foi o que acabou me apavorando e eu precisava de qualquer modo fugir daquilo, de nós. Lembra quando eu estava deitada no seu colo, com um buraco na barriga, aguardando ajuda? Você ficou conversando comigo para que eu não desmaiasse. E lembra quando você segurou minha mão durante o corredor do hospital? Eu lembro, também lembro de dizer para você me soltar e nunca mais aparecer na minha frente, porque naquele momento eu estava depositando toda a raiva de mim mesma em você e você soltou minha mão e parou de andar. Sabe o que passou pela minha cabeça antes de eu apagar? Foi você. Eu pensei “eu magoei ela mais uma vez”. Eu não sentia dor alguma, estava dopada, apenas escutava meu coração batendo, primeiro forte, rápido, e então, ele foi desacelerando e eu não sabia como permanecer respirando, mas eu sabia que queria você ao meu lado. –Olivia para de falar, o silêncio na linha a incomoda. –Você ainda está aí?

Amanda escutou a pergunta, ia responder quando um nó se formou em sua garganta, ela queria chorar ali mesmo, enfrente á todos na rua. Mas não conseguia, nem falar nem chorar.

—Amanda? –Pergunta Olivia.

Olivia consegue ver Amanda, agora há apenas alguns passos dela.

—Estou aqui. –Amanda responde por fim. Caindo no choro logo em seguida.

—Que bom. –Olivia sorri. –Posso continuar?

—Pode. –Amanda responde entre soluços.

—Amanda, eu me arrependo do que disse para você. E hoje quando você disse que iria embora e que era o que eu queria me doeu de tal modo que ainda não consegui escolher uma palavra para descrever o sentimento. –A morena acalma os passos, suas pernas doem. –Então, eu só quero que você saiba que eu me arrependo. Me arrependo das minhas palavras escolhidas erroneamente naquela noite e de todas as palavras que de algum modo te machucaram nos dias anteriores. Eu preciso que você saiba disso. E... Amanda, eu amo você. Não vá embora. Não me magoe como eu magoei você, porque seu eu tivesse uma chance de voltar atrás e não magoar você, eu faria isso. Por favor, Amanda.

Amanda virasse e vê Olivia há poucos metros dela e sorri, ainda sem saber o que dizer, sem ideia do que fazer com tanta informação despejada em si. Há algumas horas tinha o plano perfeito para ir embora, mas agora, com Olivia declarando-se para ela, era uma difícil escolha à se fazer, e o que quer que fosse que ela escolhesse seria o que definiria o seu futuro.

—Olivia, eu...

—Amanda! –Olivia grita ao ver um carro desgovernado em alta velocidade na direção da loira, mas era tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Então, ME DESCULPE! Ficou algo meio neutro, se você quer um final feliz crie um, se quer um triste imagine um.
Se tem alguma dúvida, critica ou elogio para a fic é só deixar um comentário.
PS:Talvez, no futuro, eu venha a retomar a fanfic, mas por enquanto ela está encerrada.
Obrigada às gurias que acompanham e sofreram. ♥



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