Abracadabra! escrita por Chapéu


Capítulo 2
CAPÍTULO II — TEMPO REAL


Notas iniciais do capítulo

[PS¹:.] GENTE TÔ POSTANDO ADIANTADO PORQUE AMANHÃ TEM AULA E EU AINDA VOU SAIR ENTÃO CONSEGUI ESCREVER UM CAPÍTULO PEQUENA CASO EU NÃO POSSA POSTAR AMANHÃ MEU PC ESTÁ QUEBRADO ENTÃO PERDOE O ATRASO!



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No dia seguinte, Kristina levantou e continuou a se perguntar. Oque estava fazendo a noite toda. Oque aconteceria ao seu pai? Sua mãe lá no céu. Ouviu a porta bater atrás de si enquanto regava uma plantinha que continuava a murchar enquanto o tempo passava. Thiago surgiu ao seu lado, balançando o jornal, a única gravura que ela enxergava era seu pai. Correu puxando o jornal da mão dele, e se sentando na cama, descrevendo a imagem com algumas palavras: Seu pai, algemado, indo para dentro do carro da policia. Ele havia sido preso.

— Qual é o choque? Você está calada a algum tempo… — fez uma pausa inesperada — quer saber, esquece me da esse jornal, e eu vou te ensinar a escrever. E a ler! — riu, a fazendo corar instantaneamente.

O entregou o jornal — hã? Assim tão de repente? — respirou fundo, sendo empurrada até uma cadeira giratória e uma escrivaninha.

Sentaram ficando assim algum tempo, seu cabelo rosa caiu para a frente de seus olhos. E em um momento inesperado Thiago assim o fez, colocou a mexa para de trás da orelha da rosada que corou timidamente, se desconcentrando da cópia.

— Hã, essa palavra gar… garra… pera acabou a linha e eu não posso por os dois “r” juntos… eu coloco o meia risca? — coçou a cabeça com o lápis, com indicio de se mostrar pensativa.

— Separa os dois “r” assim. — pois sua mão sobre a dela, fazendo oque deveria fazer.

— Voltem para seus quartos! Cada um em seus quartos! — gritava uma pessoa do outro lado da porta de uma forma desesperadora.

— Preciso ir… até amanhã ok? E continue treinando, você está indo bem. — deu-lhe um estalo na testa, e sorriu tímido.

— Está bem. Estarei aqui… pretendo… — sussurrou a última palavra, para que somente si escuta-se. A porta bateu e ficou sozinha com seus pensamentos. O telefone tocou e Kris quase pulou da cadeira, se jogando em cima do telefone para atende lo. — Alô? — perguntou olhando para suas mãos como se fosse a única coisa para focar a visão.

— É da diretoria, Kristina Mary Jue? Tem uma senhora que lhe quis adotar. Mais a palavra é sua. Você quer ou não? — Kris congelou em frente o telefone, parecia uma estatua. Oque diria? Não fazia ideia.

O impacto do telefone no chão foi forte, Kristina se jogou sobre a cama, procurando pensar em algo melhor.

— Lírios, pensa em lírios Kristina! LÍRIOS! — respirava fundo diversas vezes para se acalmar. Nunca imaginou que iria ser adotada tão rápido assim… em menos de um dia e meio. O tempo poderia passar e ela nem sequer notar.

Até ter uma ideia, pegou uma cartolina de cima do guarda-roupa com esforço, desenrolou e começo a escrever nela, era um plano de fuga. Não queria ficar ali e iria ir embora com o Thiago se ele fosse bem, mais se não fosse… iria ir só.

A noite como haviam marcado, estavam vestidos devidamente, com suas trouxas pequenas prontas, uma lanterna e algumas maças e bananas. Caminhavam pelo corredor.

— Ainda acho uma loucura — antes de terminar essa frase, Kris o empurrou para trás das estantes e jogou sua trouxa. A sua frente tinha a expetora Tulía.

— Expetora… sinto muito eu sei que não devia está aqui. Mais fiquei com cede, e não sei onde fica a cozinha. — explicou fazendo gestos.

— Entendo, mais passou do horário de recolher. Da próxima vez que sair aperte a campainha. A cozinha é para lá, e não para cá. — apontou para o outro lado. — a esquerda tem um mapa de todo o internato. — era isso que ela queria ouvir.

Kris caminhou para o lado oposto se dando por vencida, não queria ouvir uma velha resmungona falando abóboras no seu ouvido. Falou algo em um idioma desconhecido, e Thiago que já estava ao seu lado, a algum tempo. A olhou assustada, tentando reconhecer oque ela falava. Ela segurou sua mão e continuou a falar. Logo as luzes se apagaram, e ao caminho da porta central do internato, Kris jurou de pés juntos não ter feito nada a respeito, que era apenas uma canção de língua estrangeira que sua mãe cantava para ela dormir. E ele a olhou meio torto, mais decidiu engolir a história.

Escalando o muro, o guarda ligou a lanterna bem nas suas frentes. Os fez descer, e mandou para os quartos.

*-*

— É tão bom lembrar o passado… — disse a rosada debruçada na janela, na companhia de sua mãe— tá na minha hora mãe, vou dormir. — beijou a testa da mãe e foi para dentro da casa. Mais referindo-se para o seu quarto. Logo depois só se pode ouvir as tocis forçadas.

Kristina torcia tanto, que chegou a sentir a barriga arranhar totalmente, começou a toci. E pulou da cama procurando por ar, abriu a janela e sentiu a brisa der um tapa na sua cara. Quem diria 14 anos depois de ficar no orfanato com o seu ex amor platônico, iria conhecer a Saráh e ser adotada. Uma professora de música que ajudou na escolha da sua faculdade. Estava terminando a faculdade de psicologia. Trocava cartas, com sua avó materna. Seu grande sonho depois de terminar a faculdade era conhece la pois sentia como se cada palavra, carta, e carinhos que foram trocados antes destes 14 anos, eram preciosos. Sua vó dizia, que aos 2 anos, ela tinha uma cara cheia e um “gugudada” esnobe. Todos acharam que ela não tinha cara de Kristina e sim de Patricia. Sua mãe optou por Perola, já seu pai por Esmee. Então ficou Kristina… Kris sentia a brisa ficar cada vez mais gelada, se encolheu fechando a janela e sentindo o frio no quarto, se encaixou entre as cobertas e não sentia mais frios até cair no sono profundo.

Querida Vó mãe,

Não me lembro de ter dado meu primeiro sorriso, mais lembro da cara de pão que eu tinha. Até fiquei tremula no primeiro dia de aula de música, com medo das garotas me acharem boba. Mais não, ficaram felizes por ter uma expert na sala. Com voz bonita, e rostinho de pão. Também me lembro da aposta viu, de 13 anos atrás, quando estávamos na sorveteria e você me prometeu uma casquinha. Não se preocupe mãe, você vai poder continuar com essa aposta. ~risada irônica~ eu sempre continuarei com aquela pinta no canto superior da boca? Ela não sumiu, você lembra? Minha mãe sempre dizia, “vai sumir, vai sumir, só esperar com o tempo que desaparece ou pode ser uma marca de nascimento que surgiu assim de repente” então, continuando. Sabe decidi fazer a faculdade de psicologia. Conheci amigas, e todas elas são um amor de pessoa. Louisa, Marta, Lúcia. Somos o quarteto fantástico. Mãe aguenta firme ok? É só mais alguns dias e eu vou para a Barra te conhecer. Um beijo de coração,

Sua neta Kristina.

De resposta, Kris obteve:

Querida neta favorita Kristina,

Sua vó mãe esta muito velha, e parece carregar a casa nas costas como uma tartaruga. Eu queria que esses alguns dias fossem somente dois ou três dias. Afinal a barra fica longe, e fora o engarrafamento. Sua pinta não vai sumir, eu esqueci de te dizer, sua mãe só dizia aquilo para te confortar. É uma pinta permanente, suas marcas de espinhas ficaram mais visíveis se você usar o protetor de cacau 24 horas por dia. Não sei porque mencionei isto em uma carta mais já foi. Querida Kristina fico até feliz por você ter escolhido psicologia, e com certeza você tem um porte enorme para psicologa. Entendeu? Você vai ser uma ótima doutora ouvinte de problemas. Mas não da molhe não viu? Cada consulta é R$ 200,00 ou R$ 400,00 vai aumentando. Ouvir cansa só falar isso. E os namorados? Devem ser lindos, seu cabelo ainda é rosa? Achei extremamente estranho quando você nasceu com alguns fios rosas, eu até olhei sua cabeça com uma lupa, mais foi extremamente estranho como eu já havia citado. Você foi a única na família com cabelos rosas. E sua mãe com cabelos azuis oceano. Como é a ciência, a família foi feita com duas anormais coloridas. Espero ainda poder completar aquela aposta. Era sobre oque mesmo, quem aguentava comer mais sorvetes, você ganhou. Mais eu quero revanche assim que eu te pagar uma outra casquinha, apostamos que aguenta comer mais sunday. Essa você não ganha sua rosada. Espero eu, que possa te ver em breve, estou morrendo de saudades e você poderá até vir morar comigo. Para ficarmos próximas pode trabalhar comigo como garçonete na lanchonete. Fora que iremos conhecer toda a Barra, e faremos ótimos passeios.

Um beijo sua vó mãe.”

A saudade apertou seu peito com lentidão.

De repente lembrou de uma cena inusitada, que aconteceu no internato a tempos atrás, entre ela e Thiago quando estavam em uma amizade de menopausa.

“Lançou um olhar furioso para o garoto que acabava de lhe jogar uma bolinha de papel, ele implicava com ela sempre, na aula de educação física, fingia ser seu meio amigo, não exatamente fingia, mais o clima entre Kris e Thiago estava muito ruim. Ele passava e derrubava seus livros no chão, somente para os amiguinhos dele rirem dela que se sentava no chão para guardar tudo na mochila sem ajuda.

O professor no meio da aula de português chamou seu nome, e a despertou de seus devaneios — Srta. Algós? — quase saltou da cadeira, e escutou uma série de riso logo depois, e uma garota levantou a mão logo em seguida, sendo pelo professor permitida a falar.

Preparou a voz irritante e deu inicio as críticas a sua pessoa — professor, a Srta. Algós não tomou seus remedinhos. Não é VILU? — todos riram mais ainda.

Toci um pouco para tirar o barco da garganta — não tomei mesmo não Amanda! — saltou da cadeira, colocando a mão na mesa, e quase berrando.

— Srta. Algós se controle, e volte a se sentar na sua carteira. Então continuando a falar sobre as datas da prova do 1° bimestre, as provas são dias 5, 6, e 7 do mês que vem. A revisão caíra sobre as páginas 231 até 289. Então estudem! — bufou resmungando algumas palavras em idioma desconhecido, e também começou praticamente a jogar o seu material para dentro da bolsa, pegou um isqueiro e um papel depois que o professor saiu, e acendeu.

Queimar papéis a ajudavam a esquecer os problemas, anotou e fez algumas orelhinhas em todas as páginas dos livros que estavam sobre a mesa, marcando as páginas que tinha que estudar em casa. Terminou com o papel que nem sequer era reconhecível, e nem parecia papel oque tinha em mãos, e o apagou no chão. Logo chegou o bonde que adorava tirar sarro com ela. A jogaram como uma bola pela sala, até que ela tomou providencias e jogou o suco de sua colega de classe que estava sentada no seu lugar, até que bateu uma pena em envolvê-la, de preferencia seu suco. Jogou o suco todo no mais idiota Thiago, ele que joga bolinha de papel nela, implica com ela nas aulas, e tudo mais. Ele pegou uns biscoitos murchos da mão do amigo e jogou nela.

Seguiram, com isso até a sala ficar totalmente suja, e desceram discutindo sendo levados até a diretoria a força pelos seguranças que foram chamados pela professora de inglês.

— Guerra de comida durante o intervalo? Eu não acredito, estão achando que são quem? PENSAM QUE ESTÃO PAGANDO MEU SALÁRIO? — ela realmente havia se exaltado, e chega bateu na mesa com força o que fez além de derramar seu café todo sobre os relatórios. — Que merda, sabe oque vocês vão fazer? Ficar no lugar dos empregados, por 1 semana, ou se reclamar 2. Limpando o pátio! Agora sumam daqui!

— Mais oque? — a rosada se exaltou — a culpa foi minha diretora. Deixa eu limpar sozinha, eu não quero ficar 1 semana aqui com esse garoto! — quase se ajoelhou ao seus pés suplicando.

— Oque? Mais e o Thiago? Não, vocês vão aprender a viver juntos! Agora vão e não fujam. — pegou os relatórios e começou a tentar adivinhar oque estava escrito.

Saíram da sala da diretora sem tocar uma palavra com ele, ele mexia com ela, mais ela preferia ficar sozinha limpando o pátio do que com ele. A sua vida não estava um clichê, estava mais para aquele clichê da maluca e o problemático. Só que a diferença é que ela esperava não terminar com o Thiago. — poxa, valeu por aliviar minha barra na diretoria — ela travou instantaneamente, inalando as palavras.

Oque ele havia dito? Ela não havia aliviado a barra dele, ela tava querendo soar como gentil, bufou — não aliviei sua barra garoto se enxerga, eu estava querendo aliviar a minha barra seu cabeça de abacaxi. — exclamou querendo parecer o mais sincera possível, o fez bufar e a entreolhar — e cala boca — pisou no seu pé e saiu andando.

Continuou a mesma coisa o recreio inteiro, sentada no seu canto com o seu papel queimado, e o seu livro. Lendo, e estudando. Até a hora da saída quando o Thiago sumiu, ela entrou em curto. Ela ia simplesmente matar ele. Pegou um avental, e a vassoura, fora os panos, rodo e o balde que ela teve que trazer tudo sozinha. E ele nem sequer ajudou sumiu, fugiu do trabalho, ela já esperava isso, mais não pensou que ele fosse lhe abandonar na cara de pau. Tipo na cara de pau mesmo. Ela continuou ali esfregando o chão, até ouvir uns gritos vindo da sala de materiais da onde ela tinha pego tudo, andou com uma vassoura nas mãos, no lugar da arma, andou até o final do corredor e bufou chutando a porta se deparando com um Thiago assustado que quase a beijou como agradecimento, mais pareceu decepcionado quando ela fechou a porta por acidente. Pronto ela ia ficar sem trabalhar, ia ser demitida, ia ser morta. MEU DEUS!” Sua lembrança foi cortada quando a sua língua a traiu. E deu com a língua nos dentes, e contou o seu sentimento sobre o Thiago. E mais um flashback veio a tona

“— Vai fala mais, tá achando oque que eu sou de ferro? Tô apaixonada por você e você me maltrata seu idiota! — arregalou as suas perolas nos lugares dos olhos quase caindo para trás quando ouviu oque ela mesma havia dito, ela havia traído a si mesma. Quase se matou mentalmente, até ela ver surgindo um sorriso maldito.

— Gosta de mim é? Problemática… — ele a agarrou se forçando a virar. Logo em seguida a beijou, um beijo calmo. Lento, nem lembrava mais do acaso que ela tinha. Ou quem era a Kristina Algós, mais logo ela se tocou do que estava acontecendo e parou na hora.

— É brincadeira, é mentira. Não, não é certo. Eu gosto de outra pessoa certo? E essa pessoa não é você. — destravou a porta sem querer e voou para fora dali terminando sua parte da limpeza, e indo correndo para a casa da sua mãe. Sua mãe sequer a havia visto depois que terminou as aulas. Sua vida havia tomado um rumo diferente ela era a Kris. A mulher do sorriso e da silhueta perfeita.”


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