Voltando a Vida escrita por Kondou Isao


Capítulo 6
Capítulo 6 - Fuga


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpem por esse hiato infernal. Essa transição de 2015 para 2016 foi muito complicada e ando sobrecarregado no trabalho e em casa. Espero que gostem do capítulo e se divirtam. Boa leitura a todos.



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Hakuryuu não estava entendendo como Judal estava ali na sua frente. Ele imaginava se os próprios olhos não lhe pregavam uma peça.
— Pare de me olhar com essa cara de idiota. Eu não sou um fantasma, depois de resolvermos essa situação eu te explico tudo. Ainda bem que aquele inútil do Sinbad me disse a região onde esse idiota do Alibaba estava. Eu vim para ver Kougyoku que estava com ele, porque achei que ela teria alguma informação sobre você. A princípio achei que não fosse encontrar os dois, mas depois de algumas perguntas na vila aqui perto e de uma busca aérea eu encontrei vocês nesse ninho de cobras. Agora vamos lidar com ess…
Morgiana interrompeu a conversa se lançando em alta velocidade na direção de Judal que se defendeu com um borg extremamente resistente.
— Desapareça daqui seu magi intrometido ou vou te partir ao meio. — A essa altura a fanalis já não estava aberta ao diálogo. A essa altura ela atacaria qualquer coisa que atrapalhasse seu desejo de vingança contra aqueles que a haviam traído.
— Pare de contar vantagens pirralha. Essa torre onde estamos impossibilita que você me ataque com toda sua força. Afinal de contas se você tentar me dar um golpe com toda a sua força e velocidade vai acabar atravessando uma das paredes ou o teto. E você não quer cair lá embaixo, você não morreria, mas isso daria a chance para eu escapar com todos. Não é? — As provocações de Judal irritavam Morgiana ainda mais, principalmente porque ele estava certo. Ela estava se contendo para não dar chance a um resgate dos prisioneiros.
— Eu sempre detestei você. Nunca gostei desse seu tom abusado e dessa sua atitude arrogante. — Disse Morgiana.
— Eu também não te suporto. Levei muito tempo para curar o estrago que você fez no Hakuryuu da última vez e agora encontro você aqui abusando dele. Mas depois que passou umas noites comigo e ficamos um tempo juntos ele praticamente não dava mais a mínima pra você. Nem se lembrava mais do fora. Afinal, eu sei fazer coisas na cama que você nem deve imaginar. E mesmo se imaginasse provavelmente te faltaria coragem. Ha ha ha ha!
— Vamos acertar isso de uma vez! — Disse a fanalis irritada.
Uma luta intensa e complicada começou. Judal possuia magias incrivelmente poderosas, mas não podia arriscar acertar Hakuryuu e os outros, por conta disso seu repertório de ataques estava limitado a técnicas mais simples e precisas como disparar estacas de gelo e pequenas magias de fogo. Morgiana por sua vez também não podia usar sua força total ou acabaria atravessando uma das paredes e caindo fora da torre em que estavam, permitindo que Judal libertasse os prisioneiros depois de se livrar das guardas.
O magi não conseguia atingir sua adversária e ela também não conseguia quebrar sua defesa. As magias de fogo que Judal usou durante a luta começaram um pequeno incêndio que logo se espalhou pela sala onde todos estavam. Foi aí que em um momento de raciocínio rápido o magi teve uma idéia genial. Ele utilizou uma magia de água fingindo querer atingi-la. Mas o alvo não era sua adversária e sim as chamas que começavam a tomar conta da sala. O ambiente aquecido em contato com a magia de Judal produziu uma névoa que misturava fumaça e vapor de água que encheu completamente o local. A visibilidade havia diminuído bastante.
Sem entender o motivo daquilo Morgiana o atacou de forma imprudente e ao invés de atingi-lo acabou passando direto por ele e se chocando com uma das paredes, o que ela havia atacado era uma ilusão. A cortina de fumaça e vapor que cobria o ambiente permitiu que ele lançasse uma magia de água criando uma ilusão e ocultando sua real posição. A fanalis havia sido pega desprevenida e Judal aproveitou o momento para atingi-la com uma magia de água. A parede onde Morgiana havia se chocado estava frágil e se rompeu com o impacto do ataque, e a fanalis acabou caindo do prédio.
Ao retornar para o local do conflito, tudo que Morgiana encontrou foi suas guardas inconscientes. O resgate de Judal havia sido bem sucedido.
— Você quase nos matou com aquele incêndio e aquela fumaceira toda! — Reclamava Alibaba.
— Para de reclamar. Está todo mundo vivo, não está? Kougyoku, como é que você foi se juntar a um banana desses hein? Se eu não tivesse vindo te procurar para saber informações do Hakuryuu vocês teriam morrido nas mãos daquela besta gladiadora. Nunca vi uma mulher tão irritada. Isso deve ser culpa do Alibaba que não sabe nem agradar uma mulher na cama. Se ele tivesse tentado domar a fera antes dessa confusão toda começar talvez ela não tivesse tentado matar vocês. Ha ha ha ha! — Disse o magi em um tom abusado fazendo com que Alibaba ficasse completamente constrangido.
— Ah, ele é melhor do que você pensa… — Kougyoku se aproximou de Judal e cochichou algo em seu ouvido. O magi olhou para Alibaba com uma cara de surpresa e riso ao mesmo tempo.
— Ei! Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui! — Gritou Alibaba mais constrangido ainda.
De repente todos voltaram seus olhos para Hakuryuu, ele aparentemente estava em choque depois da fuga. Não falava nada e nem esboçava qualquer reação.
— Acho que devemos parar um pouco. Já estamos longe o bastante daquela louca e meu rei precisa descansar. Ele foi muito maltratado nas mãos daquela maníaca.
Judal estava muito preocupado com a situação mental de Hakuryuu. Até aquele momento eles tinham viajado em um tapete voador que Judal trouxe consigo. A essa altura os quatro já se encontravam praticamente na vila onde Alibaba e Kougyouku estiveram antes. Provavelmente chegariam lá se voassem por mais vinte ou trinta minutos, mas era melhor que descansassem. Sendo assim, todos concordaram em acampar na floresta e partir no outro dia quando estivessem mais calmos. A essa altura já era fim da tarde e o local que escolheram para passar a noite ficava em uma caverna próxima a uma clareira. A alguns minutos de caminhada dali ficava também um riacho onde encheram um cantil que Judal trazia com ele.
Durante algum tempo Kougyoku e Alibaba procuraram por frutas que pudessem servir de alimento e lenha para se aquecerem na caverna. Judal não foi ajudá-los porque estava fazendo companhia a Hakuryuu que se encontrava ainda em estado catatônico. Enquanto reunia comida, o casal de amantes conversava a respeito de Morgiana e como ela havia mudado. Alibaba não conseguia acreditar no que ela tentou fazer a eles e no que sua amiga havia se transformado.
— Não há nada que possamos fazer por ela agora, tivemos sorte de escapar com vida. Se não fosse Judal…
A princesa de Kou encarava fixamente seu amado e o abraçou.
— Eu sei… Não precisa dizer mais nada. Todos passamos por muita coisa, por hora fico satisfeito de estar tudo bem com você e nosso filho. Apesar de tudo, você deve estar muito feliz por ter reencontrado Judal em toda essa confusão, não é? — Perguntou o príncipe de Balbadd ainda abraçado a sua futura esposa.
— Sim. É graças a ele que eu deixei de ser um incômodo naquele palácio e me tornei alguém capaz de lutar pelos meus interesses. Vamos voltar, todos devem estar nos esperando. Já está anoitecendo.
Enquanto Alibaba e Kougyoku não retornavam Judal aproveitou para tentar tirar Hakuryuu do seu atual estado catatônico.
— E então, não se lembra de mim? O que aquela puta andou fazendo com você? Vamos me responda!
Judal colocou sua mão nos ombros de Hakuryuu que se encolheu como se estivesse prestes a ser violentado mais uma vez por sua antiga captora.
— Ok, já chega! Eu não escolhi um candidato a rei tão molenga! Vê se acorda! Sou eu. Eu estou aqui e não vou a parte alguma. Ninguém mais vai te fazer mal.
Como Hakuryuu não respondia ou esboçava nenhuma reação, Judal lhe deu tapa. Seu rosto ficou marcado, mas aquilo o despertou e ele abraçou Judal. Era como se tivesse acordado de um sonho ruim e os dois finalmente estavam juntos novamente.
— Finalmente hein! Já estava pensando que ela tinha colocado algum feitiço em você. Ela te forçou a tomar café coado na calcinha dela ou algo assim? — Judal perguntou no seu tom zombeteiro habitual.
— Na verdade, ela me forçou a coisas muito piores tentando apagar você da minha mente enquanto me punia por vingança. De certa forma eu mereci tudo aquilo pelo que fiz com Alibaba. E no fim o que aconteceu com você também foi culpa minha.
— Deixem de bobagem vocês dois! — Alibaba interrompeu a conversa. — Você tinha seus motivos e eu tinha os meus! Por isso nós lutamos. Mas eu não guardo rancor de você por isso. Vamos comer e depois conversamos.
— Você tem razão loirinho, não tenho com o que me preocupar. Acabo de lembrar que durante a luta aquela gorila não estava de calcinha. Esse tipo de feitiço ela não fez. Ela deve ficar assim o tempo todo. E nem se depilava direito a sem vergonha. Ha ha ha ha!
Kougyoku deu um cascudo em Judal e todos deram risadas, o clima agora estava mais leve e finalmente podiam descansar antes de continuar sua viagem.
O grupo acendeu uma fogueira dentro da caverna e conversaram durante algum tempo antes de dormir. No outro dia continuariam a jornada.


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