Camomila escrita por MsBrightside


Capítulo 7
EP 2 — O Diário de Rosa: Identidade.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, vocês nem devem lembrar da fic mais.
Gente, eu juro, não deu. Ano de vestibular, crises existenciais e eu não estava nem um pouco feliz com essa história. Pensei em abandonar diversas vezes, mas estamos aqui. Não posso prometer que vou postar mais rápido porque eu sou muito bipolar, PORÉM eu vou tentar.
Muito obrigada a todos que permaneceram com a minha fic ocupando um lugarzinho lá nos seus acompanhamentos e favoritos. ♥
Perdoem as minhas demoras mas por favor, não desistam de mim.



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11 de Janeiro de 2015 

 Ele era o dono da minha inspiração e da falta dela. Queria agradá-lo e presenteá-lo, queria mostrar como era bom tê-lo em minha vida, mas não conseguia colocar os sentimentos em palavras, tão pouco em uma poesia. É muito engraçado o que o amor faz conosco.  

Amar era algo muito leve para a gente. Ainda é, de fato, não se passou tanto tempo. Ele me faz esquecer dos temporais da vida e me leva para dançar até doer meus pés. Uma vez me disse que eu parecia uma dama desses lindos romances que a gente lê por aí, que mulheres como eu não podem ser tratadas mal. Me senti no céu, como não sentia da maneira que deveria.  

Fred me tratava mal. Eu entendia toda a cobrança do trabalho, mas isso não justifica, justifica? Ontem ele chegou tarde novamente e mal trocamos palavras, depois ele se trancou no banheiro e saiu de lá direto para um sono pesado e cheio de culpa. Não dormi durante essa noite, apenas observei o quanto parecia doer para ele o simples fato de respirar. O quarto cheirava a esgoto e naftalina, mas nada tão insuportável quando a culpa que exalava abraçada aos problemas que ele depositava sobre nós. Era admirável. 

O amor é algo lindo, mas toda vez que ele desanda, parte de nós é roubada. Fred roubava minha identidade todos os dias, matando tudo o que havia dentro de mim, tudo o que conservava o nosso sentimento. As olheiras cresciam, meus lábios não possuíam cor e meus cabelos caíam como folhas de outono, talvez tão amarelados quanto.  

Quando o dia nasceu, ele me chamou para ir ao parque. Achei o convite um tanto estranho, porém, aceitei, as flores estavam lindas durante esta época do ano. Vesti uma roupa leve e amarrei os cabelos em um penteado qualquer, não era um bom dia para eles. Nós passeamos, tomamos sorvete e conversamos sobre quantas espécies de flores poderíamos conhecer e reconhecer e o quanto isso era tão estranho para qualquer um que não fosse nós. Fazia tanto tempo que não sentia meu coração se aquecer tanto… Ele foi bonito como nunca. Quando menos esperava, pegou minhas mãos e beijou minha pele, depois meus lábios. Senti medo, confesso, mas depois ele se dissipou quando as borboletas em meu estômago agitaram a atmosfera. 

Sempre me concentrei em ser uma mulher comportada, Fred não se apaixonaria por uma devassa. Porém, naquele momento, apenas me concentrei em abraçar aquele homem e deixar que ele me tomasse bem ali, em uma parte escondida do parque. Não me senti mal depois daquilo, pelo contrário, estava tão apaixonada, como nunca estive antes! Meu desejo não era apenas algo carnal, queria tudo que ele pudesse me dar, queria os bons momentos e os ruins, mesmo que ambos já tivessem um repertório gigante deles. Estava tão feliz, porém, tive que despedir dele às seis. Disse que tinha mais afazeres e que mais tarde me faria uma surpresa, surpresa essa que eu já ansiava demais.  

Quando terminei de subir as escadas e encarei o número do apartamento, algo ruim me tomou, era como voltar para a prisão depois de um dia de luz. Fred estava sentado no sofá com os óculos mergulhado entre seus cabelos que já estavam longos pela falta de cuidado. Assim que me viu, entregou-me uma caixinha onde havia um lindo colar, escrito que eu era sua para sempre.  

Me entreguei a ele, era a forma de punição. Eu era a mais suja das mulheres, naquele momento. Querendo ou não, ele podia sentir, por isso foi tão duro e forte comigo, por isso olhou-me quando acabou e deu um sorriso torto. Eu ainda cheirava a outra pele, mas ele amou meu corpo como nunca e me fez perceber que não sentia falta da Rosa pura que cheirava a tudo que abdicou por um casamento que nunca poderia ser certo.  

Eu o amava? Amava? Eu o amo?  

Amo, eu amo.  

Por esse motivo voltamos ao pó todas as noites.


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Notas finais do capítulo

Obrigada!



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