Mala Decisión escrita por Miss Addams


Capítulo 3
Antes


Notas iniciais do capítulo

Vamos ao capítulo final?

Que na verdade é o começo... Como assim? Vem ler!



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Antes

Noches de promesas, cientos de canciones. Todos esos juegos besos y adicciones, cada reencuentro malas decisiones fueron las palabras y tus conclusiones

Soltei um suspiro. Olhando minha volta e caminhei com passos largos até que me aproximei o suficiente para agora ir com calma. Dessa vez devagar dessa vez com cautela até chegar ao ponto que eu queria e ficar em silêncio por algum tempo e decidi fazer minha presença verbalmente ser notada, só que ela tomou minha frente.

– Estava aqui pensando... – ela ainda dizia olhando para frente, olhando sua taça de champanhe depois de olhar a rua, esse era um dos lugares mais calmos de todo o evento, ficava no fundo e poucos convidados apenas vinham aqui para fumar ou funcionários passando com bebidas algo da festa. Quando a vi vindo nessa direção não pensei muito em segui-la. – Em você.

Por fim ela olhou para o lado e me lançou um sorriso que logo foi retribuído.

– Espero que algo de bom. – Coloquei a mão dentro do bolso da minha calça para aproveitar a oportunidade, tirei meu isqueiro e também procurei um cigarro, já que estava aqui fora.

– Claro que sim. Estava pensando no quanto eu estou orgulhosa de você. – ela roubou minha atenção já que olhava uma funcionária passando para voltar para dentro do salão. – Não tenho hoje tantas chances de dizer isso. Ou repetir no caso.

Não falei nada e agradeci com um aceno de cabeça, para então sorrir e olhar para ela. Estava enganada desde que nos conhecemos ela sempre elogiou algum trabalho que eu gostava, mesmo quando não estávamos mais juntos numa banda, sempre encontrou uma forma, a de hoje mais do que suas palavras é sua presença.

– E eu não vou desperdiçar a chance de dizer que estou feliz em te ver. – Ela riu mordendo o lábio que agora o batom que usava antes forte estava quase inexistente, olhou para a fumaça que saia do meu cigarro. Me lembrei de lá dentro quando nos encontramos a primeira vez a conversa tinha sido rápida, com muito barulho, mas ela me surpreendeu quando pediu para tiramos uma foto no celular para lembrar daquele momento.

– Faz tempo, verdade? - Sua voz saiu saudosa interrompendo minhas lembranças.

Eu apenas assenti e por quase reflexo olhei para a porta grande onde estava acontecendo todo o evento, daqui o som de lá saia bem afastado, arrastado. Foi o melhor momento que consegui conversar com alguém, sem interferências ou outro esforço.

Não deixei também de ser tomado pela nostalgia de Dulce, essa era uma realidade fizemos inúmeros eventos por diversas razões e estarmos os dois aqui depois de algum tempo que não fizemos isso, me faz ficar estranho. Assim como fiquei animado quando eu a vi a primeira vez aqui dentro. Depois dela ter dado algumas entrevistas.

– Em pensar que essa era nossa rotina. – comentei e vi que ela me olhava com curiosidade e também com a certeza de que eu estava relembrando.

– Fizemos tanto que ficamos enjoados. – ela soltou um riso antes de tomar o último gole de sua bebida e começar a caminhar lentamente sem dizer mais nada eu também a acompanhei, ficando mais longe do evento e mais sozinhos.

Ela parou de andar e olhou para cima para o céu, a rua estava próxima agora só que desse lado estava tudo tão tranquilo, não passava carros e muitos outros estavam estacionados.

– Você acha essa situação estranha? - perguntei dando uma tragada no meu cigarro.

– Eu penso que pode passar muito tempo, mas quando voltamos a nos encontrar, tudo segue igual. Isso sim é estranho.

– Passamos tanto tempo juntos que partilhamos de uma sintonia que é difícil de perder. – Sorri concluindo.

– Então tem a mesma sensação de reconhecimento, como se estamos conversando aqui agora, ou poderíamos estar numa van a caminho de um hotel ou passando texto para a novela, se encontrando para uma festa mesmo quando não existia banda.

– Sim, a diferença nisso tudo é que estou mais velho. – Ri da expressão ela teve, e também da revirada de olhos. – Isso acontece por que existem encontros de almas, de essência. – Olhei ao me redor, colocando minha mão livre no bolso da calça e depois me voltei a ela que tinha certeza que me encarava. – Não sei. – Finalizei dando os ombros.

– Talvez. – ela concordou e depois fez o mesmo ao olhar para o nosso redor, ficaria pensando no que eu disse por um tempo, se bem a conheço.

– Porque esta aqui sozinha? - Não teve como minha curiosidade foi maior.

– Eu despistei a todos. – Ela me olhou com um tom brincalhão e saberia que ela não falaria mais nada. – E você? - Seu olhar foi mais intenso e sabia onde ela queria chegar com essa pergunta.

– Estou aqui fumando. – mostrei o meu cigarro como se fosse o óbvio, e a vi negar com a cabeça insatisfeita com minha resposta. – E vim ver você, não conversamos direito. – Admiti.

– Talvez por saber que você me seguiria, é que eu estou aqui sozinha. – ela me lançou uma piscadela que me fez sorrir.

– Você anda me observando então. – Soltei fumaça pelo meu nariz.

– Sim. – Ela deu os ombros – Afinal, você é um dos nomes da noite. – Seu tom foi brincalhão, mas me deixou sem graça não só por ser uma verdade, mas porque lembrei das vezes que trocamos olhares por mais que eu tentei disfarçar em alguns momentos. Não sei a que ponto tive êxito. Mas como evitar se eu queria conversar com ela? Assim como agora.

– Me sondaram de novo para uma novela ano que vem – comentei tentando agora mais uma vez disfarçar só que para a mulher diferente – e então em meio a isso descobri. Quer dizer que vai fazer maldades ano que vem?

– Assim é. – ela abriu um sorriso muito bonito, só perde para o que ela me ofereceu quando me viu a primeira vez aqui. Tinha que admitir novamente em pensamento ela estava muito linda aquela noite em particular.

– E como é isso?

– Um desafio. É uma personagem que não interpretei antes e isso me da muita ansiedade e curiosidade, engraçado que conforme vou mergulhando no mundo dela vou me encontrando. Eu preciso disso.

– Entendo perfeitamente. Isso é incrível. – Falei saudoso também e ela concordou. – Você não acompanhou quando tive o meu processo para interpretar Hernando. Acho que as pessoas a minha volta só entenderam o quanto eu estava em estado de estase quando a série foi lançada.

– Eu lembro quando foi isso. Não falavam de mais nada.

– E nem assim você assistiu. – Apaguei meu cigarro num cinzeiro alto e em pé que tinha próximo de nós dois.

– Eu enrolei bastante, confesso, mais assim que voltei do Chile me cobrei de assistir e numa madrugada sem sono, assisti.

Sorri fechado porque me lembrei da mensagem dela enquanto ainda estava no Chile me dizendo que a cobraram quando a série e depois das mensagens dela quando finalmente assistiu.

– O resto da história você já sabe, ainda não sei como conseguiu responder todas as minhas mensagens. – ela deu um passo para ficarmos mais próximos. – Eu não sei porque ainda não vi, não tenho costumes de assistir séries como antes, só que por ser sua e o seu papel. Algo me travou. Isso me lembra isso.

Ela rompeu nossa pequena distância e me deu um abraço, que foi inesperado, confesso, mas foi bom. Retribui passando meus braços em volta de seu corpo e apertando. Não sei explicar o que eu senti como que veio a seguir, a cortesia e a simpatia que nos tratávamos e nos rondava foi embora e fiquei tenso.

– Eu lhe disse que queria lhe abraçar! – Ela falou isso na minha orelha, tão próximo que sua boca roçou nela, fiquei sem reação ao que ela mencionou a mensagem que me mandou tempos atrás após assistir a série.

– Obrigado! – Respondi e houve um estremecimento da parte de ambos tanto que nos soltamos devagar, porém ainda estávamos tão perto. Nos olhávamos tão perto como há muito tempo não acontecia. Havia uma voz dentro da minha cabeça que gritava para que eu me afastasse o quanto antes.

Mas, os meus instintos... Merda! Fechei os olhos com força sem poder encarar Dulce mais, aquela era uma briga da qual eu já estava na lona porque senti o seu hálito, sua respiração caindo sobre a minha. E tudo o que eu fiz foi não me mover, para sentir, saber onde ela chegaria com isso.

Não pensei simplesmente no lugar no qual estávamos, quem poderia estar passando desde funcionários ou mesmo convidados, não pensei em ninguém. Nem mesmo em quem eu deveria. Só queria conseguir desgrudar as minhas mãos que apertavam a cintura de Dulce inúteis porque elas a deveriam ter a afastado há muito tempo.

Ela começou o roçar de lábios tudo muito lento e senti a mesma falta de ar quando a vi ali. Até que me entreguei quando seus lábios puxaram os meus e demos início a um beijo com a adrenalina pulsando nas veias e a saudade batendo em meu coração. Foi rápido, ela que começou com tudo e depois de me guiar colocou o ponto final, não sem antes me provocar se separando tão lenta como quando tudo isso começou.

Se afastou e o que escutávamos era o som de nossas respirações altas.

Não conseguia acreditar no que havia acabado de acontecer. Afinal, é surreal pensar que há instantes atrás estávamos conversando de trabalho e resultou nisso, ainda assim depois de tanto tempo.

Olhei para ela e assim como quando eu cheguei ali, depois de um tempo ela me encarou também. Reconheci aquele olhar. Ela não mudava, definitivamente. Ali estava presente a mulher decidida que fazia o que ela queria, que tinha suas próprias regras. Molhei meus lábios com pensamentos confusos sobre o que acabou de passar e o próprio passado. Olhei sua boca. Sem batom.

E então tudo ficou nítido.

Ela ter vindo para cá sozinha, de certa forma eu também estar aqui sozinho, sobretudo, não ter batom em seus lábios. O olhar. De repente ela me surpreendeu dando um sorriso fechado mostrando que eu estava certo sem me dizer nenhuma palavra.

Tudo que consegui fazer é olhar para frente e soltar um riso, assim como eu escutei ela sorrir. Neguei com a cabeça, tudo isso era surreal.

– Parece que o tempo não passa. – Falei olhando para a rua deserta em nossa frente, me lembrando de que no passado ela fazia isso comigo. Aparecia sem permissão, e depois pedia perdão.

– Não. – Sua voz saiu arrastada e ainda assim segura de si e ela então pegou uma pequena bolsa, um batom. Fiquei desacreditado na cena a seguir, ela passou o batom com o espelho que tinha na tampa, o guardou e me examinou com os olhos quase provocativa talvez pela expressão que eu deveria fazer em sua frente. – Eu vou voltar. – informou.

– Preciso de outro cigarro. – Também anunciei.

O tempo que nos olhamos foi curto, assim como do beijo que partilhamos, entretanto não se pode explicar o que sinto quando passam momentos assim, parece que o tempo transcende. Assim como nós dois. Nunca vou consegui explicar de maneira racional ou mesmo irracional meu tipo de ligação com Dulce, nem em termos sobrenaturais.

Ela me lançou um sorriso e abaixou a cabeça começando a andar.

– Dulce? - chamei quando ela estava no meio do caminho. Notei que não tinha palavras para ela, talvez aquele não fosse o melhor momento.

– Nada. – Neguei com minha cabeça e apesar de me olhar confusa, ela me fez um aceno de cabeça e voltou seu caminho, acompanhei com o olhar vidrado.

E depois de algum tempo mesmo quando ela já se foi, fiquei olhando para a porta ao longe, apalpei meu bolso buscando mais um cigarro que dessa vez será mais preciso.

Olhei a hora no meu relógio depois de ascender meu segundo cigarro daquela noite, o fato inesperado é que desde que eu cheguei aqui aconteceram em dez minutos. Não foi o maior tempo que passei ausente de quem precisava de mim. Mas, parar para pensar que o tempo era relativo me assustava. Não tive nenhuma intenção de nada, o pior era não me sentir arrependido por mais consciente que eu seja da minha parcela de culpa.

Eu quero respostas. Definitivamente, por mais que isso não esteja mais do meu alcance. Queria saber de suas razões. Ao menos isso eu merecia, fiz bem o meu papel de me afastar até mais do que deveria dela, algo que afetou tanto também a mim. Só que uma noite e parece que os anos não mudaram.

Uma noite e... Estava apaixonado de novo.

Y hoy te debo confessar hasta el ultimo día te voy amar

https://www.youtube.com/watch?v=sssHPcF-lgQ

Fin


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Notas finais do capítulo

E chegamos ao final de mais uma história, espero que tenham gostado. Assim como eu,
para o caso do link da janela não abrir a música aqui esta para que escutem:

— > https://www.youtube.com/watch?v=sssHPcF-lgQ

Mais além, obrigada por ter lido. Até a próxima.



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