De repente pai escrita por Thaynara Dinucci


Capítulo 3
Capítulo 2




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Julia

Uma semana havia se passado desde o ocorrido na sala do Sr. Ruppert. Uma semana que ele vinha me evitando. Trocávamos apenas uns olhares, mas ele ficou mais sucinto do que nunca, só falava o necessário, e não passava muito tempo no escritório. Mil coisas passaram pela minha cabeça. Será que ele tinha uma namorada? Uma noiva? Não... Não seria possível, ele não era esse tipo de cara, e na empresa nunca era comentado nada a respeito da vida pessoal do nosso chefe. Só de pensar ele nos braços de outra mulher, só de imaginar ele tocando outra mulher como me tocou, as palavras apaixonadas que ele me falou, aquela boca... Meu estômago deu um pulo e eu corri para o banheiro. Eu andava tendo muitos enjôos e sono, eu ficava cansada por nada. Eu já acordava querendo voltar pra cama e dormir. Acho que eu estava a ponto de ficar gripada. Fiz uma nota mental: passar na farmácia para comprar antigripal.

Assim que retomei a minha saleta, me olhei no espelho e estava com uma aparência horrível, não era à toa que o Sr. Ruppert estava me evitando. Meus olhos estavam sem vida, com olheiras profundas, meu cabelo estava com uma cor morta. Eu definitivamente estava pra pegar uma gripe daquelas. Respirei fundo e enfiei a cara no trabalho. Pensar no Alex e nos seus dotes sexuais não pagaria a minha conta. Maldito!

Alex

Desde o que aconteceu com a Julia no meu sofá, eu não consigo tirá-la da cabeça. Onde quer que eu vá eu vejo seu rosto, lembro em como ela se entregou pra mim sem pudor, em como aquela boca maravilhosa se encaixava com a minha. Suspiro e passo a mão com certa raiva pelos cabelos, eu não poderia ter feito o que fiz, eu não tenho intenção de ter um namoro, uma paixão ou algo parecido. Eu ando a evitando, porque sei que ela vai me cobrar algo, mas até o momento ela não deu o primeiro passo, não sei se fico feliz ou desapontado. Solto uma risada irônica ao pensar que fui usado pela minha secretária, é sempre assim. Elas gostam do que vêem, não do que sou. Elas sempre procuram pelo meu dinheiro, pelas coisas que posso oferecer. Talvez Julia fosse diferente. Não... Não acho que seja diferente. Mas ela se entregou pra mim como nenhuma outra mulher havia feito. Foi incrível.

Saio em direção à saleta e a vejo, meu coração falha uma batida e prendo a respiração. Ela está concentrada em seu computado e mordisca levemente o lábio inferior, eu já percebi que ela faz isso quando está pensando e não chega a nenhuma conclusão. Isso é sexy e mexe comigo, mexe muito. Vou em direção a sua mesa, ela em momento nenhum nota minha presença, sorrio internamente por isso. Ela com certeza é diferente, ou sabe fingir muito bem. Prefiro acreditar na segunda opção.

“Srta. Carson” Eu falo suavemente.

“Alex... Digo, Sr. Ruppert. Como posso ajudar?” Ela cora furiosamente quando me olha, e tenho certeza que ela está lembrando do que aconteceu. Sorrio internamente e meu sorriso morre na mesma hora, quando noto o seu estado.

Ela está com o rosto pálido, com grandes olheiras em volta dos seus lindos olhos que agora estão sem cor, seu cabelo não está mais brilhoso como costumava ser. Será que ela está doente?

“Esqueça” eu digo e me aproximo lentamente dela, abaixo e até ficar na sua altura e sussurro “Julia, você está bem? Parece doente.”

Ela me olha, me olha, e por fim responde

“Estou bem, talvez eu esteja prestes a pegar uma gripe daquelas” e sorrir, aquele sorriso maravilhoso, mas não chega até seus olhos.

Concordo com a cabeça e digo “Bom, se você precisar de uma folga, é só me avisar. E eu gostaria que você fosse até os arquivos e pegasse os relatórios de dois anos atrás da filial Ruppert’s em Boston. Por favor.”

“Sim senhor.”

Não sei porque, mas o jeito que ela me chama de senhor mexe com a minha imaginação e eu tenho que pensar em filhotinhos de cachorro pro meu sangue não correr diretamente pro meu pau. Você é um filho da puta, Alex. Filho de uma boa puta

Logo que ela deixa sua mesa e caminha em direção aos arquivos, suas pernas vacilam e eu vejo o momento em que seu corpo é jogado pra frente, minha única reação é correr e segura-la em meus braços antes que seus joelhos atinjam o chão.

Julia

Julia acorda! Julia! Julia, pelo amor de Deus, acorda!

Sinto meu corpo ser balançado e um cheiro forte invade minhas narinas, viro meu rosto ao contrário de onde vem o cheiro e me deparo com um peitoral muito cheiroso, vou subindo meu olhar lentamente até me dar conta que estou deitada no colo do Alex.

DEITADA.

COLO.

MEU.

CHEFE.

Me mexo desconfortavelmente, e cambaleando saio de seu colo e me sento no sofá. Olho ao redor e noto que estou no mesmo sofá em que fizemos amor, suspiro ao lembrar de tudo. Me recosto contra o sofá, fecho meus olhos.

"O que aconteceu?" Pergunto enquanto tento acalmar minha respiração.

Vejo Alex indo até a pequena geladeira que tem em seu escritório e pega uma garrafa de água e traz pra mim. Aceito a água de bom grado, minha boca está seca.

"Pedi que você fosse até o arquivo pra mim, e quando você se levantou você simplesmente veio abaixo. Sorte sua que eu estava perto, senão... Não quero nem imaginar o que poderia ter acontecido."

Sorrio diante da sua preocupação. É fofo. Eu definitivamente estou apaixonada pelo meu chefe. Ôh Deus, onde foi que eu errei?

"Obrigada por me salvar. Mas como eu disse, é apenas uma gripe." Eu digo enquanto me levanto e vou em direção a porta. "Já volto com seus arquivos Sr. Ruppert, e mais uma vez, obrigada." Quando minha mão toca a maçaneta da porta, sinto uma mão cobrir a minha, lentamente me viro e vejo o olhar de Alex sobre mim, e engulo com dificuldade. Esse simples toque manda arrepios por todo o meu corpo, e eu não sei mais como me controlar.

"Eu quero que você tire o resto do dia de folga. Vá ao médico, veja o que está acontecendo. Só volte aqui quando estiver melhor. Você me entende?" Ele se aproxima cada vez mais enquanto fala comigo.

A única coisa que consigo fazer é assentir como aqueles cachorrinhos que colocamos no carro. Quando menos espero, minha boca está sobre a de Alex. Ele tem um gosto bom. E o seu beijo... Ah, o seu beijo é melhor ainda. Ele sem pensar corresponde ao meu beijo e pressiona seu corpo cada vez mais no meu, até o que o toque do telefone nos faz voltar ao mundo real.

"Des... desculpe" eu gaguejo miseravelmente, enquanto sinto um calor queimar minhas bochechas.

"Não tem porque se desculpar, eu queria tanto quanto você, ou até mais." Ele fala em seguida roça suavemente seus lábios contra os meus e sai para atender ao telefone. E eu fico ali, plantada como uma boba apaixonada.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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