Minha Falha escrita por Hyiani


Capítulo 10
Choque de Realidade


Notas iniciais do capítulo

Oieee!
Eu estou MUITO feliz galera! Estou conseguindo manter os prazos, mesmo que correndo bastante!
Espero que estejam gostando da ideia das datas de postagem, mesmo que talvez a frequência não seja do jeito que vocês queriam...
Eu estou me esforçando bastante!

Eu espero que vocês gostem deste capítulo, ele ficou grandão em comparação ao tamanho regular que eu costumo fazer.
Boa leitura!



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Eu sinceramente não sei o que eu estou fazendo aqui.

Uma tentativa ridícula de tentar ver ela, nem que seja só pela janela.

Faz um mês que eu nem sequer vejo, ou falo com a Sakura. Ela nem sequer se encomodou com isso. Teve apenas um dia onde ela foi buscar o notebook dela, que ela havia obviamente esquecido já que não sabia da existência dele. Ela chegou perguntando se ela tinha algum computador ou coisa do gênero, para poder prosseguir com o trabalho. Eu entreguei a ela, no mesmo minuto ela foi embora.

É... Melhor eu ir embora também.

Eu não havia decido do carro, então assim que decidi ir embora, comecei a dar a volta na rua. Mas eu vi Sakura saindo da casa, e não em uma situação muito boa.
Ela e Mebuki discutiam aos berros, eu não consegui identificar o assunto, mas a Sakura que eu conheço não se estressa por pouca coisa. Na verdade, ela quase nunca ficava stressada.

Depois de longos minutos, onde eu fiquei escondido instintivamente, apenas escutando os berros, eu escutei um carro sair arrancando. Levantei levemente a cabeça e pude ver que era o carro da Sakura.

Mebuki ficou gritando e chorando sozinha na rua por mais algum tempo até que se dirigiu a entrada da casa, ela entrou e fechou a porta com uma violência claramente desnecessária. Eu esperei mais um tempo até que comecei a dirigir para fora dali.

Eu comecei a pensar em todos os lugares possíveis para eu ir, mas nenhum me veio a mente, então fiquei meio perdido. Até que o meu celular tocou.

-Sasuke Uchiha, quem fala? - eu encostei o carro e atendi no automático.
"-Pateta? Eu sei quem você é!" - escutei a voz do Itachi sobressaltada do outro lado da linha.
-O que você quer agora? - eu perguntei impaciente, mas com um sorriso nos lábios.
"-Eu que pergunto o que você quer se atrasando assim!" - ele falou em resposta. Eu tentei brevemente me lembrar do que ele falava, até que eu me lembrei do óbvio: eu tenho um trabalho!
-Itachi, eu sou um idiota!
"-Eu sei! Vem logo!" - ele falou rindo e desligou.

Não é possível, que eu esqueça de realmente tudo depois de ver brevemente a Sakura. Não. Espera. É possível sim.
Eu mudei a direção e comecei a ir direto para o meu escritório.
Lembrei que hoje meu irmão vinha para a minha unidade, tratar dos negócios pessoalmente e aproveitar para ficar hospedado na minha casa.

Quando eu cheguei fui logo recebido pelo meu irmão que estava na entrada ao telefone. Ele nem sequer se despediu da pessoa na linha, só desligou e veio em minha direção.

-Você é bem maluco, seu doido! - ele falou rindo e me dando um tapinha no ombro.
-Escolhe só um dos adjetivos... - eu falei com um sorriso falso nos lábios.
-Hum... Vejamos... Não! A gente está atrasado e você é os dois! - ele falou rindo e correndo em direção ao elevador.

Depois de uma reunião, sobre qualquer coisa, que eu não prestei atenção alguma, todos os sócios se despediram e começaram a sair. O assunto deveria ser simples porque demorou bem menos do que eu esperava.
Durante todo aquele período eu só conseguia pensar no que poderia ter feito a Sakura e a mãe brigarem. Até que eu decidi falar com a Ino.

-Alô - escutei Ino falar de forma bem arrastada e com voz de sono do outro lado da linha.
-Ino, eu preciso te perguntar uma coisa. - eu fui direto ao ponto.
-Vai se ferrar, Sasuke! Eu quero dormir! - ela falou.
-O problema é que são quatro da tarde, e eu realmente preciso saber se você falou com a Sakura! - eu disse, antes que ela desligasse o celular na minha cara, como já havia feito outras tantas vezes.
-Não falei hoje, porque? - ela falou um pouco mais interessada. Deduzi que ela não sabia, e que a última vez podia ter sido ontem ou alguns dias atrás, mas o fato é que antes tudo estava normal.
-Nada, só queria notícias. - falei em tom indiferente, tenho certeza que ela só acreditou por estar com muito sono, pois em um estado mental melhor do que aquele, qualquer um veria a mentira.
-Então está bem. - falou e desligou.

Eu decidi não contar pelo simples fato de: Ino é relaxada, mas quando se trata da Sakura o assunto é outro. E eu nem sei o por quê daquela discussão mais cedo, aí ela ia ficar mais doida do que o normal e não iria sair daquele estado até perturbar a Sakura o suficiente para obter uma resposta.

-Itachi, depois me fala tudo o que decidiram na reunião? - eu falei me aproximando do meu irmão.
-O quê?! - ele falou exaltado e eu não entendi porquê. - Achei que você ia prestar atenção cabeção!
-Eu não acredito... - eu fiquei furioso na hora, eu sempre prestava atenção em todas as reuniões e ajudava ele com o quê podia, a única vez que eu preciso dele, ele me faz essa palhaçada. - Você está caçoando da minha cara.
-É, você tem razão. - eu fiquei confuso com o que ele estava falando. Ele riu e explicou. - Você deixa muito óbvio quando não está prestando atenção, então eu resolvi anotar tudo da reunião. Seu pateta...
-Ta bom. Obrigada. - falei indo em direção ao estacionamento. - Vai para casa mais tarde?
-Vou depois. - ele falou ainda rindo da minha reação anterior.
-Okay, tchau. - eu disse dando as costas e indo embora.

À caminho de casa eu parei em uma padaria, para comprar qualquer coisa para comer, eu não estou com vontade de cozinhar. Na verdade eu nem sei fazer isso direito, só com supervisão e auxílio, coisas que agora vem me faltando com frequência, desde a saída de uma determinada pessoa de casa.

Antes que eu pudesse me conter comecei a pensar naquela manhã de novo. Eu estava com o vidro do carro fechado, nem sequer entendi palavras desconexas, a única coisa que eu escutei foi: "CHEGA!", ouvi Mebuki gritar isso, pouco tempo depois a Sakura foi embora.

Tem a possibilidade de Mebuki ter tentado fazer algo que Sakura abomina, se bem que eu não sei do que ela não gostava nessa época da vida dela. Também de Sakura ter visto algo da qual não gostou. Mas ela pode ter descoberto algo de que não se lembrava do seu passado. E que aparentemente... Não é muito bom.

Não sei qual seria pior, mas de fato todas são horríveis. E eu realmente espero que não seja nada muito ruim.

Como Ino não sabia de nada, nem eu, acho que desta vez Mebuki não conseguiu desviar a culpa para outra pessoa, porque se não, minha caixa de mensagens já tinha ido pro espaço. Ligações perdidas, porque eu de fato jamais atenderia sequer uma ligação dessa mulher.

Quando eu entrei na rua da minha casa, pude ver que havia um carro diferente na frente da minha casa. Olhei para o relógio para ver se havia demorado muito na padaria, mas eu havia me desviado dez minutos do caminho. Acho que Itachi ainda não trocou de carro, mas nunca se sabe.

Eu estacionei em frente da casa, nem me lembrei da garagem. Peguei o que eu tinha comprado, e comecei a andar em direção a entrada enquanto olhava meu e-mail. Assim que cheguei em frente a porta, peguei minha chave e finalmente voltei meu olhar para frente para abrir a porta. Foi aí que eu percebi um vulto rosa na minha visão.

Assim que eu olhei para o lado, eu vi Sakura sentada no chão, me encarando com curiosidade. Eu não esperava por isso, sinceramente, acho que jamais voltaria a esperar por aquilo novamente.

Ela estava no exato local de quando ela vinha me visitar e eu me atrasava a voltar do trabalho, ela ficava lá sentada me encarando, a única diferença é que sempre havia um sorriso estampado em seu rosto e desta vez, ela estava estranhamente impassível.

-Oi, Sasuke. - ela falou quando percebeu que eu não havia dito nada e nem diria.
-É... Oi! Me desculpa eu... Não vi... - ela acenou positivamente com a cabeça, demonstrando que já havia entendido.
-Eu... Preciso falar com você. - ela falou com uma convicção enorme na voz, foi aí que eu percebi que Sakura estava com um semblante bravo e ao mesmo tempo exausto.
-Claro! - eu falei um pouco empolgado demais, o que fez ela sorrir. - Quer entrar? - eu perguntei indicando a porta.
-Na verdade eu preferiria ficar aqui fora. Se incomoda? - ela pergunto fazendo um rápido gesto para o chão.
-Não. - eu disse e abri um pequeno sorriso, me lembrando de vários acontecimentos naquele exato local. - Mas... Eu posso perguntar por quê você sentou no chão?
-É segredo! - ela respondeu rindo.
-Eu não acredito! De novo? - eu falei fazendo uma cara de indignação.
-Já te dei essa resposta? - ela falou rindo.
-Já. E eu devo dizer que você é louca? - eu perguntei olhando para ela, que fez uma cara confusa, ainda mantendo o sorriso nos lábios, até que eu expliquei. - Tem um banco, muito confortável, com almofadas verdes e tudo mais, e você prefere sentar no chão?!
-Eu acho que da primeira vez que vi ele, provavelmente eu nem tenha percebido o banco ali. Acertei? - ela perguntou e eu acenti. - Ótimo. Mas dessa vez eu notei ele.
-Por que, o chão? - eu indaguei confuso.
-Simples... Eu descobri, perguntando para várias pessoas, que eu era praticamente uma patricinha, na época de faculdade. Depois as coisas foram mudando... - ela falou enquanto eu olhava para ela atentamente. - Achei que essa seria uma coisa que... a Sakura de atualmente, ou seja... Eu. Faria nessa situação.
-É... Você acertou. - eu falei rindo e olhei para o céu, já estava escurecendo.

Nós ficamos sentados ali, lado a lado. Olhávamos para o céu, que, milagrosamente, não estava coberto de poluição naquela noite. Era possível ver várias estrelas, das quais ficamos encarando cerca de dez minutos silenciosamente, até que a Sakura se pronunciou.

-Você... sabia? - ela falou sem me encarar, ela olhava atentamente para o céu, mas esperava com certa curiosidade minha resposta aquela pergunta um tanto quanto confusa.
-Do quê, você está falando? - eu perguntei voltando meu olhar para ela.
-Minha mãe, a "discussão" que tivemos aos gritos, hoje de manhã. - ela disse esclarecendo, o que na verdade não foi de muita ajuda, já que eu não sei o assunto. - Você não precisa fingir, eu vi você.
-Não era minha intenção espiar, eu só...
-Tudo bem. - ela me cortou. - Mas, e aí, você já sabia?
-Eu não consegui ouvir sobre o que vocês estavam discutindo. - eu declarei, fazendo com que ela finalmente passasse a me olhar. E eu vi dor em seus olhos.
-Minha mãe traiu meu pai. - ela falou e no mesmo instante eu entendi o assunto. Ela havia redescoberto uma situação pela qual ela havia passado depois de começar a trabalhar, consequentemente, ela não se lembrava. Eu desviei meus olhos desconfortável com a situação. - Ela traiu ele... Com o namorado da minha irmã.
-Sakura... Eu... - eu tentei falar alguma coisa, mas a verdade é que eu não tinha nada o que dizer. Quando ela passou por isso, ela e a irmã enfrentaram juntas, eu não estava presente.
-Teve uma noite em que... Eu e minha irmã estavamos voltando de algum lugar com o meu pai, e nós descobrimos da pior maneira. - ela continuou a falar, ignorando a minha falha tentativa de buscar palavras para reconforta-la. - Eu não me lembro da minha reação, nem de como eu, relativamente, superei essa situação, mas eu acho que para a minha irmã... foi mais difícil. Estou certa?
-Você me contou que ela não teve reação. Mas depois ficou arrasada, disse que ela perdeu o chão. - eu disse tentando me lembrar das palavras exatas usadas por Sakura, na época em que me contou.
-Então eu também estava certa sobre ter te contado? - ela perguntou e eu acenti. - Meu pai tentou manter a família, continuou com a minha mãe, mesmo... mesmo depois daquilo.
-Mas você e a sua irmã saíram de casa, mudaram suas vidas e superaram. - eu completei me lembrando do que ela disse.
-É. - ela disse e passou a me encarar intensamente. - Minha mãe disse não ter me contado antes, para me manter em casa, disse que não aguentaria me perder de novo. Mas... olha só, alguém me contou e eu não estou mais em casa.
-Quem te contou? - eu perguntei interessado.
-Eu tinha um namorado, nós passamos por isso juntos, mas depois de dois dias que eu me mudei da casa dos meus pais, nós terminamos. - ela disse medindo muito bem suas palavras. - Eu fui falar com ele hoje, perguntar por quê terminamos, ele disse que eu mudei muito depois que "aquilo" aconteceu, que eu fui falar com ele e disse que eu estava em outro momento da minha vida. - ela falou dando ênfase no: aquilo, enquanto fazia aspas com os dedos. - Eu perguntei o que era "aquilo". Primeiro ele achou que eu estava doida, mas aí ele me contou.
-Entendi. - eu disse vagamente, desviando meu olhar para o céu, enquanto ainda sentia seu olhar sobre mim.
-Por quê você não me contou isso, quando eu disse que eu iria embora? - ela perguntou me surpreendendo.
-Não quis te contar, porque senti que estaria te colocando numa situação mais desagradável do que o fato em si já era. - eu falei olhando para o fundo dos olhos dela. - Eu senti que eu estaria te obrigando se eu contasse aquilo. E eu queria que você ficasse, mas por vontade própria. - eu declarei e não obtive nenhuma resposta.
-Sasuke, teve uma coisa que eu não entendi. - ela falou olhando para a mesma direção que eu, mas alternando seu olhar do céu para mim.
-O quê você não entendeu, Sakura? - eu falei tentando imitar seu tom, tentando evitar chegar no assunto que eu sabia, cedo ou tarde ela traria à tona.
-Se eu me mudei, não mantive contato com meus pais. - ela falou pausadamente, enquanto ainda pensava para obter a resposta a pergunta que eu menos queria responder, por ainda sentir culpa. - Por quê o acidente aconteceu... Enquanto nós voltavamos de lá?

Eu fiquei em silêncio por alguns minutos, ou segundos, eu não sei ao certo, mas eu ainda sentia que ela me olhava, ela buscava uma resposta. Resposta essa que eu não queria dar.

-Querendo ou não, você sentia saudade dos seus pais. Você ainda achava justo eles saberem com quem você estava namorando, com quem estava casada... Tanto que eu conheci seus pais. - eu falei, no mesmo momento me lembrei de uma coisa que me fez rir, eu decidi conta-la. - Você dizia que sua mãe era tão rabugenta que ela não conseguia nem mesmo gostar do único motivo para fazer você ir vê-los, que era eu.
-Eu acho que eu tenho razão. - ela falou rindo.
-Mas a questão é que... Você não tinha visto eles com muita frequência, mas estava perto do seu aniversário, e eu perguntei se você não gostaria que eu fosse junto com você, para passarmos o final de semana. - eu falei ainda sem olhar para ela. - Nós fomos, mas você disse que não aguentaria dormir lá. Então viemos para casa... E... o resto você já sabe.

Nós ficamos na varanda por um tempo, sem nos olharmos, apenas... pensando.

Quando eu finalmente olhei para ela, vi que ela sorria, eu tentei imaginar o que estaria se pasaando em sua cabeça, mas eu não conseguia me concentrar.

-Obrigada, Sasuke. - ela disse com um sorriso nos lábios. - Você parece ser um marido incrível! - ela falou e eu vi uma lágrima rolar a sua face lentamente.

Eu fiquei olhando para ela por algum tempo até que ela me deu um beijo na bochecha e se levantou...

Levando com ela um pedaço do meu coração.


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Notas finais do capítulo

Esse final...
Espero que vocês tenham gostado!

Eu queria agora falar algumas coisas que não tem muito haver com a história, tem haver com vocês!
Quando eu me vi fazendo esse capítulo, planejando tudo de forma detalhada, eu me perguntei o por quê de eu estar me apressando.
A primeira coisa que me veio a mente foi: "Eu tenho um compromisso com eles, um dever".
Mas a questão é que depois de um tempinho eu percebi que não era bem desse jeito. Eu estava me apressando, porque vocês são importantes para mim, vocês que me aturam, me acompanham, me elogiam, que esperam mesmo quando sabem que eu vou me atrasar!
O ponto é: vocês estão aqui, sempre esperando, sempre lendo, sempre por perto, mesmo estando longe.
Obrigado por tudo, de verdade!

Eu adoraria se vocês me dissessem o que estão achando, isso me deixa muito feliz!

Até o próximo capítulo, beijos!



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