Você Me Destruiu escrita por Hyiani


Capítulo 1
Pedaços De Vidro


Notas iniciais do capítulo

Só quero desejar uma boa leitura!



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O que seria de nós, se não mudássemos?

Seriamos pessoas inúteis, que não teriam aprendido nada.

Mas nós podemos mudar, agradeça a isso.

O que seria de nós, se não pudéssemos ser perdoados?

Viveríamos com culpa, e insatisfeitos com tudo.

Mas nós podemos perdoar, pratique isso.

O que seria de nós...

Se o amor não existisse?

Seriamos felizes ou infelizes?

Não tenho certeza se já amei alguém na vida, não é uma coisa que você decida ao acordar. "Boom, acordei e quero me apaixonar por 500 pessoas". Não invente de fazer isso. Isso não é se apaixonar, é tomar decisões precipitadas.

-Bom dia, Sakura!
-Bom dia Sra. Hailey. - respondi um pouco menos empolgada que ela.
-Temos um progresso, faz dois dias de consulta e você não queria nem olhar para mim! - disse sorrindo.
-Você é minha psicóloga, não devo nada para você, e ainda não quero olhar para você. - respondi e aquilo pareceu não abalar ela.

Faz apenas 2 dias, que minha mãe entrou em um grande surto de: "Você não faz minhas vontades, então está com problemas psicológicos!". Esse "pequeno" surto resultou em várias consultas com Meredith Hailey, a melhor psicóloga de Nova York.

Dizem que ela conseguiu solucionar os problemas de todos os pacientes: Depressão, problemas com rejeição, PROBLEMAS PSICOLÓGICOS, doenças desencadeadas pela baixa auto estima, etc, etc.

Ouvi uma conversa entre ela e minha mãe no primeiro dia que tive que ir para a consulta.

-Sua filha não tem problemas psicológicos.
-Mas não é óbvio que ela tem?! - minha mãe colocou isso na cabeça e não irá tirar até que eu aceite tudo que ela quiser, o que para mim seria virar um fantoche, para ela é agir de forma adequada.
-Eu conversei com ela, ela não apresenta nada, nem apenas uma sequela emocional!
-Só quero que realize as consultas com ela! Estou te pagando, faça com que Sakura volte ao que era!
-Não tem como regredir minha idade. Agora tenho 17, aceite. - falei saindo de trás da porta.

Naquele dia eu senti que a Dra. Hailey queria ter consultas com minha mãe, não comigo. Mas ela se conteve. Acho que ela não está sozinha nessa, eu também irei apoia-la caso ela tome coragem e diga, o que cá entre nós é um pouco impossível.

Mebuki Haruno é esposa de Kisashi Haruno, um homem de grande poder, que controla grande parte da cidade, tem uma empresa de advocacia muito influente que ganha GRANDE parte dos casos que são encarregados. Ou você pode chama-los de mamãe e papai, assim como eu.

-Sakura, filha, por favor diga para a Dra. Hailey que você está confusa e precisa de ajuda - falou me fazendo olha-la.
Fiquei encarando ela por um tempo, até que vi que ela falava sério. Sra Hailey estava indignada atrás de minha mãe, que não percebeu a besteira que tinha falado.

Encarei ela por mais um tempo até que bufei resignada, como se eu fosse entregar o jogo, Dra. arregalou os olhos tentando prever o que eu diria, mas mudei o rumo da conversa.

-Pode ficar com a minha consulta mãe, acho que a Sra. precisa mais. Eu vou ligar para o papai. - falei e saí andando.

O fato era: mamãe não aceitou aquilo nem um pouco bem, agendou mais 2 meses de consulta (fora os que eu já teria), dizendo que os problemas psicológicos estavam começando a desencadear mal comportamento.

-Tenho quase um ano de consultas com você... Meredith, posso te chamar assim?
-Claro.
-Prosseguindo... É melhor manter um bom convívio.
-Compreendo.
-Então eu tenho uma proposta. Acho que você deveria aceita-la, eu não te conheço, mas você sabe quase, QUASE, tudo sobre mim.
-Onde quer chegar Srta. Haruno?
-Sem formalidades, por favor. E... eu não quero chegar a lugar nenhum. Eu já cheguei.
-O que quer dizer?
-Vamos inverter os papéis. Parcialmente.
-Tudo... bem?
-Sim, Tudo bem.

Me sentei na cadeira onde normalmente a Dra. se senta, e encarei ela de uma forma ameaçadora. Talvez ninguém tenha tentado trocar os papéis!

-É casada?
-Sim.
-Tem filhos?
-Sim, tenho 2...
-Só perguntei se tem filhos, guarde para si, os detalhes sórdidos. - ela me olhou um pouco inconformada, mas deixou que eu prosseguisse. - tem irmãos?
-Sim... - ela mesma se conteve desta vez.
-Acabei.
-O quê?
-De te conhecer.
-Mas só fez 3 perguntas.
-Essa é a diferença. - ela apresentou um semblante confuso e então eu expliquei. - É fácil de saber que atualmente é cercada por pessoas, mas antes era a excluída. É simples perceber que você era gorda no colégio, sofria por causa de garotas com a aparência como a minha, mas com personalidades diferentes da minha. É crucial que eu também perceba que VOCÊ e eu, não temos problemas psicológicos. - eu toquei em várias feridas, que eu pareci deduzir todas certas, só para chegar ao assunto: EU.

No primeiro dia ela me fez muitas perguntas sobre a minha vida, coisas que ela já sabia, mas provavelmente queria ouvir da minha boca.

Talvez fosse justo deixar ela refazer as perguntas, mas eu não sou justa, só deixarei se ela lembrar.

Uma coisa que eu descobri no primeiro dia de visita, é que minha mãe, deixa um gravador de voz que passa tudo o que falamos em tempo real, se eu acertar pontos fracos da minha mãe, ela irá sair da sala de espera e vir me tirar do estabelecimento como se eu fosse uma inútil boneca de trapos, e aos trancos me deixar em casa.

-Minha vez? - ela perguntou se referindo ao primeiro dia.
-A vontade.
-Irá responder desta vez?
-A maioria que não for absurda.
-Tudo bem.
Ela pegou uma prancheta de dentro de um pequeno armário, no canto da sala, ela já tinha pegado esta prancheta em outro dia, mas ela ainda está em branco.
-Pode começar. - ela olhava para mim como se estivesse esperando que eu lhe desse permissão, eu dei, foi nesse momento que eu percebi que ela estava contraindo os músculos, como se temesse algo, ou alguém, talvez minhas atitudes?
-Como se sente em relação as consultas?
-Infeliz.
-Por quê?
Porquê eu não sou louca e você sabe, mas ninguém pode convencer Mebuki Haruno.
-Pergunta absurda. - ela me olhou com um pouco de desagrado, mas prosseguiu.
-Como se sente em relação a sua família?
Estou com uma grande vontade de invadir o escritório do meu pai, que sabe e acredita que eu não tenho problemas, mas eu fiz isso 3 vezes na semana passada e não farei denovo, não muitas vezes essa semana, então vou esperar ele ter uma reunião muito importante para causar depois uma grande briga. Entre quem? Na verdade eu só descubro na hora.
-Não tenho interesse em te contar.
-Sakura...
-Próxima antes que eu desista.
-Como anda a escola?
-Ela não anda, ela está no mesmo lugar. - ela está perdendo a paciência. - Mas eu não tenho amigos, nada que me prenda naquele lugar. - ela pareceu mais satisfeita.
-Tem muitos inimigos?
-Alguns.
-Por quê? - eu pensei em não responder essa pergunta, mas eu previ a próxima e decidi, posso falar, a consulta acaba em duas respostas.
-Porque, vários garotos me paqueram, isso não é bom pro ego de algumas. Outros levam um fora e isso pega mal...
-Quem é seu pior inimigo?
Eu me inclinei para frente na cadeira onde eu estava sentada, olhei atentamente para a Dra.
-Meredith, essa é a única pergunta absurda que eu irei responder.
-Isso é bom.
-Essa é fácil.
-Então?... - ela me incentivou a contar.
-Sayuri...

Eu fiquei olhando meu relógio de pulso, ela entrou como um furacão na sala, me agarrou pelo pulso e me puxou. Eu acenei com cinismo para a Dra. mas ela não tinha como entender o que estava acontecendo.

54 segundos...

Achei que ia demorar 1 minuto.

Ponto fraco.

Todos tem.

O que seria de nós se as pessoas e até mesmo nós, não tivéssemos pontos fracos?

Não haveria manipulação.

E o mundo seria uma droga por causa disso!


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