Você Me Destruiu escrita por Hyiani


Capítulo 2
Desespero Mútuo


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer o apoio!!
Estou muito feliz em escrever essa fanfic.

No começo da história terão briguinhas, mas são necessárias para que daqui um ou dois capítulos chegue na parte que eu estou mais empolgada para escrever!!

Desejo uma boa leitura e Espero que gostem!



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Quando você é criança você mentaliza alguma ação, ao se imaginar realizando-a, você imagina o melhor: que você irá conseguir com êxito.

Às vezes nós tentamos fazer isso, mesmo depois de crescidos, mas nós consequentemente aprendemos que tudo tem uma consequência.

Conquistei com êxito. Mas as consequências estão por vir. Elas às vezes, não são consequências boas.


-VOCÊ NÃO PENSA NO QUE VAI FAZER?! - ela começou brevemente o que eu previa que seria um longo sermão.
-Não. - eu respondi, passei a fitar a janela e sabia que ela me encarava.

Ela sempre fazia isto. Estavamos em um lugar. Ela pedia algo. Eu não satisfazia sua vontade. Ela surtava. Pegava o carro. Fazia mais drama. Me arrastava para casa.

Simples...

-FALE DIREITO COMIGO! - ela gritou mais uma vez, o que fez meus ouvidos doerem, mas eu mantive a calma, para irrata-la mais.
-O.k. - eu disse.

Senti um formigamento no meu rosto. Levei a mão a bochecha esquerda, ela estava quente, eu olhei no espelho e percebi a vermelhidão.
Ela me deu um tapa.

Não foi o primeiro.

Não será o último.

-CHEGA SAKURA! VOCÊ REALMENTE NÃO PENSA NO QUE VAI FAZER?! - ela gritou mais uma vez me fazendo perder a paciência.
-CLARO QUE NÃO! EU TENHO PROBLEMAS MENTAIS, NÃO É?! - gritei sentindo meu sangue ferver. Meu rosto ardia, ela estava me estressando. Mebuki Haruno. A pessoa mais fácil de lidar. Se houver somente ela no mundo.

Ela arregalou os olhos. Acho que me exaltei demais. Mas ela merece.

-Não importa. Você está com alguma perturbação mental.
-Não estou.
-Eu estou tentando te ajudar. - ela ignorou completamente o que eu disse.
-AHHHHHHHHHHHHHHHH!!! - gritei fazendo ela se assustar e quase bater o carro, um grito agudo e estridente.
-Está louca?!
-Não. Somente, não quero te fazer passar por mentirosa.
-Cale a Boca, garota insolente!
-Insolente é quem se CONVENCE de que a filha está louca, mesmo sabendo que não é verdade. - disse dando ênfase ao convence.

Ela fez uma cara de furiosa, mas já tinhamos chegado em casa. Antes que ela parasse o carro abri a porta e saí. Fui até a porta de casa, com ela gritando em meu ouvido, peguei as chaves do meu carro e saí.

Papai...

Ela sabia, e viria atrás de mim.

-Alô? - escutei do outro lado da linha.
-Pai?
-O que ela fez dessa vez?
-Pode me encontrar no consultório?
-Da Dra. Hailey?
-Sim.
-Tudo bem. - ele disse confuso.
-Obrigada. - disse e desliguei.

Ela pode saber com quem eu vou falar, mas não o local.

Eu sempre escutei que eu dirigia de forma imprudente. Não me importo, nunca me importei. Sei que isso é errado, sei que deveria me importar. Mas eu queria uma forma de me sentir viva. Mesmo que essa forma fosse quase morrendo.
Uma vez minha mãe me viu dirigindo, desde então ela evita que eu dirija para qualquer lugar.

**************

Uma coisa que me veio a cabeça quando eu adentrei o edifício, é que ele talvez desse a razão para mamãe. Eu estava no elevador e não fazia a mínima idéia de se meu pai já estava lá ou não.
Eu cheguei na porta do consultório da Dra. Hailey e meu pai estava no banco de espera.

-Ela disse que assim que você chegasse nós poderíamos entrar. - ele disse vindo em minha direção e me abraçando. -Está tudo bem? - ele disse depois que se afastou um pouco de mim, o suficiente para ver a marca que Mebuki Haruno havia deixado na minha face.
-Foi ela - quando ele abriu a boca para falar eu continuei. - Não foi um acidente.

Ele assentiu um pouco cabisbaixo por saber do ocorrido e entrou na sala da Dra.

-Sakura! Nunca achei que você viria por conta própria! - Dra. Hailey disse feliz e surpresa ao me ver entrar.
-Hm...
-Okay. - meu pai disse e voltei minha atenção para ele. - Temos aproximadamente, na melhor das hipóteses 15 minutos, depois o furacão chegará - ele disse me fazendo sorrir. Dra. olhava tudo atentamente.
-Meredith. Esse é meu pai: Kisashi. O furacão seria outra denominação para minha mãe: Mebuki, que você já conhece.
-Estava anciosa para lhe conhecer senhor Haruno.
-Eu também. - ele respondeu sorrindo.
-O sr. é muito diferente da sua esposa! - ela disse facinada.
-Já me disseram muito isso. - ele disse com aquele encantador sorriso.
-Podemos começar? - eu disse intervindo, chamando a atenção dos dois para a contagem regressiva que eu tinha colocado em meu relógio de pulso.
-Claro. Sr. Haruno posso fazer algumas perguntas?
-Sim.

Ela iria perguntar quem é Sayuri. Meu pai me olharia de forma pesarosa e me repreendendo, por ter feito isso.

-Acha que sua filha tem problemas mentais? Psicológicos ou outros do gênero? - ela lançou a primeira pergunta.
-Não.
-Então...
-Conversei com Sakura sobre isso, Mebuki é complicada, Sakura recusou algo e então ela arranjou uma desculpa. Dessa vez foi essa. Eu realmente acho que Sakura não tem nada. Talvez isso seja apenas para a saúde mental de Mebuki.
-Isso é bom para a saúde mental de Sakura? Sr. Haruno? - ela estava me surpreendendo, fazendo perguntas que eu gostaria de fazer, mas não tivera coragem.

O tempo corria, eu estava me desesperando, me sentia sufocada.
Meu pai percebeu e começou a se preocupar.
Senti falta de ar. Ela tem esse efeito em mim.
Uma coisa que descobri com o passar do tempo é que não é apenas em mim.

Respirei fundo tentando manter a calma.
Eu tenho o controle, não ela.
Eu consigo.
Meu pai está aqui.

-Rápido, por favor. - disse retomando o controle e encarando a Dra. e meu pai.
-Conhece as amigas de sua filha? - ela chegou ao ponto que eu temia.
-Acredito que a maioria... - ele respondeu me olhando confuso.
-Então conhece alguém chamada...
-DROGAAAAA!! - eu interrompi entrando em desespero.

Eu tinha mentalizado minha reação de indiferença, mas na prática...
Não tem como, mesmo não estando mais aqui...
Infeliz!

-Sakura?! - meu pai me olhou preocupado e assustado, acredito que envergonhado pela minha cena também.
-Ela quer saber quem é Sayuri! Não é?! - disse gritando com a Dra.
-Eu gostaria, Sakura... - ela disse surpresa.
-Por quê? - meu pai colocou a maior fachada de indiferença de toda sua vida, ele abriu um discreto sorriso para que a Dra. não percebesse seu disfarce, nos seus olhos eu via uma coisa que mais ninguém poderia ver além de mim e da minha mãe. Decepção.
-Foi um nome citado por Sakura na sessão que tivemos de manhã. Não pude pedir detalhes porque Mebuki entrou na sala e interrompeu, ela levou Sakura. Não esperava que voltasse tão cedo, mas ela está na recepção. - quando ela disse que minha mãe estava na recepção ela virou o monitor de seu computador para nos mostrar, eu e meu pai nos olhamos e olhamos para o relógio logo em seguida. 54... 50... 46... os segundos corriam.
-Okay, Sayuri não está mais aqui. Não achava que ela te perturbava tanto Sakura. - ele me lançou um olhar acusatório. No mesmo instante minha mãe entrou na sala, sem se preocupar com descrição. E lançou um olhar raivoso.
-Vamos embora. - ela disse sem pestanejar - AGORA! - ela gritou quando nem eu nem meu pai demonstramos intenção de levantar.

Meu pai se despediu da Dra. disse que estava feliz por ter esclarecido, mas precisávamos ir.

Antes de sair pela porta senti uma necessidade de provocar mais minha mãe, foi o que eu fiz.

-Se eu estiver morta amanhã, a culpa é toda e inteiramente da minha mãe e da Sayuri. - disse para a Dra. Logo em seguida escutei um berro da minha mãe no corredor.
-Sakura... Vamos! - meu pai disse calmo.
-Okay. - disse acenando para a Meredith.

**********************************

-Sakura... - meu pai iniciou a conversa. Minha mãe voltou com o carro dela, pediu para um empregado ir buscar o meu. Voltei no carro do meu pai. Minha mãe tem compromissos, entende-se torrar dinheiro no shopping.
-Fala logo! Lições de moral? Discurso de sempre? Isso não faz bem a sua mãe... - disse imitando uma frase típica que eu sempre tinha que ouvir.
-Não quero mais tocar naquele assunto! - ele me interrompeu, com o semblante confuso, como se eu tivesse que adivinhar que ele mudou de assunto.
-Então...?
-Sua mãe... Ela...
-Outro curso?
-Sua mãe quer que você faça um curso que intercala debates e administração. É um curso concorrido, talvez você devesse...
-Sabem que não é o que eu quero para a minha vida. Por que insistem? - eu disse ficando irritada. Acho que eu não estou nem um pouco bem.
-Bom... eu entendo que talvez queira outra coisa da sua vida, mas sua mãe não aceita o fato de "Você largar um futuro promissor com a grande empresa da família, por algo incerto."
-Talvez eu nem queira outra profissão. - meu pai fez cara de confuso com o meu comentário então eu expliquei. - Talvez eu queira estudar direiro, porém eu nunca vivi algo incerto, era tudo planejado. Planejado até demais! - ele suavizando sua expressão facial sorriu para mim.
-Mas se também não for o que realmente quer para sua vida, podemos dar um jeito. Teremos que passar pelo furacão, mas damos um jeito. - meu pai disse rindo, me fazendo rir com o comentário final.
-Por que se casou com a mamãe?
-De novo isso Sakura?! - ele disse mais rindo do que bravo.
-Eu não entendo, vocês são muito diferentes!!
-Sua mãe não era assim, mas agora ela adquiriu uma nova forma de lidar com as coisas.
-Que seja. Não é minha culpa.
-Não é mesmo.

Meu pai entende, ele me apoia, sempre apoiou. Um silêncio seguiu dentro do carro, mas era um silêncio confortável, calmante. Eu sinceramente não vejo motivos para ela fazer aquilo comigo, mas enfim.
Quando meu pai entrou na rua de casa, eu me desesperei.

-Não quero ficar em casa.
-Por quê?! - meu pai disse rindo, ele sabia, estava começando a irritar.
-E se o furacão voltar antes de você chegar do trabalho? Não vou lidar sozinha com a devastação que ela vai causar!! - eu disse ficando brava, meu pai começou a gargalhar, isso me levou ao limite. - Para de dar risada! Eu estou falando sério agora. - eu disse fazendo ele parar aos poucos.
-Bom... Eu não sei o que eu posso fazer. Tenho muitas reuniões, não vou poder te dar atenção suficiente. - ele disse, vi que ele estava sendo sincero.
-Ah... Okay. - eu disse voltando a pose insensível que normalmente só assumo quando estou na escola.
-Suas férias estão acabando não é?! Não vou te ver muito depois. - ele perguntou derrepente, eu assenti. - Me lembrei, mas mesmo assim não vou conseguir parar muito pra falar com você. - ele disse esperando talvez uma resposta.
-Hm... - foi o máximo que consegui dizer.
-Minha secretária faltou. - ele disse, no mesmo momento vi o que ele ia me pedir, me animei no mesmo segundo. - Vem me ajudar? O que me diz Srta. Sakura?
-Com prazer Sr. Haruno!!

Meu pai passou direto pela minha casa. Mudou a rota em direção ao seu trabalho. O dia fica mais alegre, mesmo que seja apenas menos um confronto, quando se trata da minha mãe, um é uma grande glória.

Toda ação tem uma reação.

Reações, nem sempre são positivas. Não que seja uma regra: "Toda reação será ruim".
Se sua ação for boa, provavelmente as reações serão boas.

Como definir minhas ações?
O julgamento não vem de você.

Minha mãe acha que todas as minhas ações são um LIXO.
Meu pai já me apoia na maioria, desde que não façam mal à minha mãe.

Consigo mentalizar meu futuro sem minha mãe me privando do que eu realmente quero fazer. Sem minha mãe desprezando minhas escolhas e agindo como se eu não tivesse o direito de escolher nada. Sem minha mãe dando a louca por discordâncias. Sem perturbações.

Espero conseguir agir e não apenas mentalizar. Espero estar pronta para lidar com as consequências.


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Notas finais do capítulo

OBRIGADA POR LER!!!
Se quiserem comentar e dizer o que estão achando irei responder todos!!

Vejo vocês no próximo!
Beijoss



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