I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 22
7. Are You Gonna Kiss and Tell? - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura (;



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– Meu bebê! – passei a mão no capo do carro. – Estava com saudades de você! Mamãe já volta com as chaves para enfim esquentar o motor depois de tanto tempo.

Entrei em casa, peguei a minha mochila no sofá e procurei as chaves do meu Porsche em todo andar de baixo, até ver o meu pai descer as escadas.

– Papai, você viu as minhas chaves?

– Essas? – ele estender um molho de chaves que reconheci ser meu pelo chaveiro.

– É, valeu – peguei da mão dele e procurei a que ligava o carro. – Cadê a chave do meu carro? – perguntei a ele.

– Está aqui – ele estendeu uma única chave.

– Ah! – fui pegar, mas ele puxou de volta.

– Nada de dirigir.

– Mas pai! Eu preciso ir à escola e estou até atrasada!

– Então se eu fosse você andava logo, mas nada de carro.

– Mas...

– Mas nada, eu disse que usaria o carro apenas para situações realmente necessárias. Você pode ir à escola a pé e é isso que vai fazer. – ok, a partir de amanhã, eu pego a chave escondido de manhã e faço a mesma coisa de semanas atrás, então fui em direção à porta. – Ah! E eu não sei se já comentei que, definiram os horários na empresa e eu vou sair depois de você a partir de agora, então nada de pegar o carro quando eu disser que “não” – me virei de uma vez e o olhei incrédula. – Até mais, filha – ele foi até a cozinha e eu o segui.

– Não pai! Como assim? Sem carro, pelo menos para ir para escola? Isso é sério? Mas por quê?

– Assim você me ouve quando eu digo para não correr nos limites da cidade.

– Qual o problema? Nem o carro eu arranhei! Você sabe que eu dirijo bem!

– Bem e rápido. Essa é a minha decisão.

– Isso não é justo!

– É sim! E você não disse que estava atrasada? – ele estava certo, mas eu não iria desistir fácil.

– Isso não vai ficar assim – voltei a andar em direção a porta.

– Vai sim Srta. Lua, pode ter certeza – fechei a porta irritada, como assim ele tira o meu carro? Ele me deu e agora quer tirar assim? Sem mais nem menos?

Mandei uma mensagem para o Chris:

“Me encontre na esquina, sem carro hoje. Depois explico mais. Já chego aí.”

Eu me considero uma pessoa musicalmente eclética, apesar de que tenho muitas exceções para o meu gosto, enfim, eu estava irritada com essa do meu pai então uma música “feliz” não seria a melhor para agora – sem contar que eram oito horas da manhã e eu estava indo para escola, sem meu carro ainda! Por que diabos eu deveria está feliz? Então a primeira música que apareceu na minha playlist do celular eu fiquei ouvindo até chegar à esquina onde me encontraria com o Chris. Era “New Divide” do Linkin Park, depois tocou “Nightmare” do Avenged Sevenfold e por último, quando eu já estava mais calma e chegando, “Miss You” da minha banda favorita, Blink 182.

– Bom dia.

– Cara, sinceramente? Não vejo nada de bom.

– Para falar a verdade, eu também não. Cadê o carro? Cansa eu andar da minha casa até aqui, sabia?

– Ninguém mandou ser preguiçoso.

– O carro?...

– Caramba! – para não dizer outra coisa. – Meu pai não quis me deixar pegar, deve ser ainda por causa daquela história da rodovia.

– Que você quase bateu em um carro e o motorista, por um azar seu, conhece seu pai e contou a ele?

– É, por causa desse maldito dia. – revirei os olhos. – Agora vamos logo! Se não a gente chega atrasado – começamos a andar.

– O que você está ouvindo?

– Música, serve?

– Você de manhã fica triplamente chata.

– Sem carro então, você ainda não viu nada.

– E nem quero ver! – ele fez uma cara engraçada, acabei rindo. Eu não conseguia ficar séria ou mal humorada por muito tempo.

Poxa, é o Chris!

– Topa 30 Seconds To Mars?

– Você não ouvia essas coisas.

– Agora ouço – ele deu de ombros.

– Topo – lhe dei um fone e ficamos andando, um do lado do outro.

Eu tinha pausado a música e quando pus para tocar de novo, reproduziu apenas as notas finais da música do Blink, dando sequencia a “The Kill”.

– Justin já foi, né?

– Eu acho que sim, não o vi hoje e nós normalmente saímos no mesmo horário, mas como ele disse que iria mais cedo, não fiz questão de esperar.

– Ah ta.

“The Kill”, “This War” e “Hurricane” – todas do 30STM – depois nós chegamos à escola, hoje com um movimento agitado demais para o horário e local. Eu sei que as músicas foram as mais obviamente conhecidas da banda, mas, fico com preguiça de baixar outras e escutar algumas outras, então acaba que fico com essas, as mais conhecidas.

Enfim, o assunto em questão não é a minha vontade incomum de ouvir rock e sim o movimento agitado na escola. Vamos dizer que o diretor quis “cortar os custos” esse ano e tirou o baile de primavera, adiantando o show de talentos para compensar. E quem iria abrir o evento? Eu ainda preciso dizer?

Estava todo mundo ansioso demais, conversando pelos cantos numa histeria que só. Violões, roupas com lantejoulas, CD’s, acessórios de todos os tipos, brincos, pulseiras, coisas para por no cabelo, enfim, de tudo um pouco. É obvio que as meninas estavam tão mais eufóricas, mas os garotos não ficavam atrás. Todos – meninos e meninas – ensaiavam coisas pelo corredor, Chris e eu tivemos que desviar de malabaristas, dançarinos e instrumentos para chegar até os nossos armários, o dele no andar de baixo e o meu no segundo, onde ficavam as salas do último ano.

O sinal tocou.

– Eu vou para minha sala, te vejo no intervalo!

– Tchau, Chris! – ele foi embora enquanto eu terminava de ajeitar as coisas no meu armário.

Foi quando senti que os adolescentes indo para as devidas salas, começaram a olhar na minha direção e quando fechei a porta, descobri porque.

– Oi.

– Oi, Justin – suspirei.

– Que foi?

– Ainda não me acostumei com as pessoas me encarando quando você está por perto.

– Uma hora eles se acostumam. Vem! Vamos para sala.

– Você está animado.

– É, eu estou ansioso para o show de talentos, pode parecer idiotice para mim, já que bom, como você diz mesmo? Eu sou “um astrozinho teen extremamente famoso”, mas estou ansioso.

– Então, ta. Vamos.

Justin e eu andávamos um ao lado do outro até a nossa sala não tão longe do armário, conversando como pessoas “normais” e isso não era porque estávamos na escola, onde nos tratamos apenas como conhecidos, duas pessoas que sentam juntos durante as aulas, mas desde que voltamos da Califórnia estávamos assim.

Eu achei que foi um exagero tudo o que aconteceu em Los Angeles. Foi bom, mas foi rápido demais, então comecei a tratar o Justin como antes, apenas amigos, e ele pareceu entender. Não questionou, não forçou a barra, apenas correspondeu meu tipo de tratamento e eu fiquei feliz por isso.

– Como vai ser hoje? Você sabe? Essa escola tem o péssimo habito de esconder as coisas da gente – revirei os olhos e ele riu.

– Acho que a professora vai explicar, mas enfim, as apresentações serão depois do intervalo.

– Isso quer dizer que teremos aula até lá? – perguntei com certa expressão de horror na cara e ele riu disso enquanto abria a porta da sala para que passasse.

– Nada demais, os professores receberam a ordem de não passarem matéria, talvez algumas atividades, mas nada de realmente importante – fomos até os nossos lugares e sentamos.

– Melhor assim.

A professora chegou e todos da sala se sentaram. A primeira aula era de história, vemos algumas coisas básicas sobre o Egito, eu ficava feliz com essa matéria. Não que gostasse dela, é que em seguida viria Grécia antiga, ou seja, Mitologia grega, o que se espera de alguém que está lerdo “Percy Jackson e os Olimpianos” pela terceira vez?

A Srta. Hudson deixou a gente livre a maior parte da aula, então todo mundo começou a ficar em pé, sentar nas mesas e falar alto.

– Meninos! Sei que vocês estão afobados para o show de talentos, mas prestem atenção aqui! – ela pediu pela terceira vez. – Gente! – gritou mais alto e todo mundo, dessa vez, ficou quieto olhando para ela. – Antes que eu me esqueça, vou pedir um trabalho para daqui a três semanas. Na próxima aula eu digo como vai ser, mas gostaria de dar as duplas logo para que se organizem.

– Você vai deixar a gente escolher? – gritou alguém lá de trás.

– Não, eu vou dar as duplas – ouve um “ah” de lamentação coletivo.

A professora pegou a pauta e começou a dizer os nomes, pulando o do Bieber. Disse nome por nome, uma bagunça louca que não faço a mínima ideia de que critério usou para definir. Ela chegou no meu, a única na sala com a letra H.

– Srta. Houston, você irá fazer com Harry Kyle – corri os olhos pela sala, tentando achar quem poderia ser esse garoto, no final, sobraram apenas dois garotos que eu ainda não sabia o nome, mas apenas um olhou para mim depois que ouviu os nomes.

Um garoto bonito, dos olhos incrivelmente azuis e cabelo preto desgrenhado, ele deu um sorriso simpático quando me viu, um sorriso simpático e bem bonito. Assenti e retribui com um sorrisinho simples e voltei a olhar para frente.

– E a mim professora? – todos os nomes já tinham uma dupla, menos Justin.

A professora respirou fundo, pôs a pauta na mesa e as mãos com a palma virada para baixo entre a pasta, encarando.

– Temos um problema aqui Sr. Bieber – ela o olhou – temos número ímpar de alunos e como o senhor deve ter uma agenda bem agitada, eu duvido que conseguiria tempo para se reunir com algum colega. Pensei que pudesse fazer sozinho, mas – ela olhou para a pasta, suspirou mais uma vez e voltou a olhar para ele – o que eu quero é complexo demais para que consiga fazer, em três semanas com a agenda que tem, tudo sozinho.

– Ele pode fazer comigo – quando pensei já tinha falado.

– Quero duplas, Srta. Houston.

– Eu sei professora, mas, como a senhorita mesmo diz, Justin tem uma agenda agitada, não vai poder ajudar tanto assim. Não vai ser três pessoas trancadas o dia inteiro no quarto fazendo um dever de história, sim duas com alguma ajuda dessa terceira – ela pareceu pensar no que eu disse.

– É, pode ser – a professora pareceu gostar da ideia. – Fica assim então: Sr. Bieber, Srta. Houston e Sr. Kyle. – assentimos, ela anotou qualquer coisa na pauta e depois olhou para a sala, acertando a coluna. – Se juntem, por favor, quero que se acertem logo.

Levantei da cadeira pretendendo ir até o fundo da sala, mas quando olhei para o lado o garoto já estava ali e Justin não havia movido um músculo a não ser o do pescoço para nos olhar.

– Oi – disse.

– Oi. Prazer, Harry. – ele estendeu a mão para mim e eu a segurei o cumprimentando.

– Lua – respondi.

– Eu sei – ele olhou para Justin. – Prazer!? – ele estendeu a mão para Justin com um pouco de receio.

– E aí? – e Justin cumprimentou também.

– Harry, posso de chamar de Kyle? – perguntei. – Conheço muitos Harry, fica confuso saber – fiz uma careta e ele riu de leve.

– Claro que pode, até prefiro – e continuou a sorrir.

– Então, Kyle, como assim “eu sei”?

– Todo mundo conhece a garota que anda para cima e para baixo com Justin Bieber – Justin pareceu se desconcentrar do seu caderno assim que ouviu seu nome e olhou para a gente, depois que viu a minha cara de idiota, riu e voltou a rabiscar sei lá o que.

Uma coisa que eu acho que esqueci de comentar é que, metade das garotas dessa escola me amam – por interesse, mas me amam – vivem atrás de mim querendo saber do Justin, sempre que ele não está por perto – o que é mais vezes do que eu gostaria, é chato ficar com menininhas atrás de você o tempo todo perguntando coisas como: “Ele é virgem ainda?”, como eu vou saber disso? Não tenho coragem de perguntar e se eu realmente fosse apenas uma colega de escola como aparento ser, aí que eu não saberia mesmo! E isso é por toda a escola, seja na entrada, na aula, no intervalo, na saída, quando vou ao banheiro, quando estou na educação física, enfim, acho que ainda processo uma baixinha de sardas do primeiro ano por perseguição. Já a outra metade me odeia, ou por eu justamente estar com o Justin sempre, ou por achar que eu sou super metida por justamente isso, sendo que nenhum deles sequer já falou um “oi” comigo. Mas tem algumas que não se importam, vamos dizer “meio termo”, ah não, Hayley, Karol e Megan não contam. Então fica assim, meio a meio.

– Só por isso? – ele assentiu. – Acho que a minha fama antes não era tão grande enquanto eu imaginava.

– Bom se você estiver falando de uma tal de Louise, entrei ano passado então não sei a história toda.

– Ah cara! Estou condenada a isso para sempre!? – os dois riram.

Ficamos conversando até a aula acabar. Kyle se mostrou um cara bem simpático, depois que Justin largou o caderno a conversa fluiu perfeitamente como se fossemos amigos há séculos, quando não havia nem meia hora.

Mas a professora de geografia chegou – eu odeio, com todas as letras e sentidos dessa palavra, essa matéria – e a zona de antes teve que se arrumar antes que a professora tivesse um ataque de nervos. Depois inglês com um texto enorme sobre a literatura inglesa só para nos manter calados. Até que enfim, o intervalo.


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Notas finais do capítulo

Ia ser gigantão, mas vamos dividir essa bagaça!



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