I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 21
6. The California Sun - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Ele andou até um guarda-sol vermelho, com duas mulheres e duas adolescentes, uma ruiva e outra morena, sentadas na cadeira e mais um menininho de uns quatro anos brincando na areia debaixo do guarda-sol.

– Licença, garotas – ele pediu tímido, coçando a nuca –, nós queríamos tomar um banho de mar, mas precisamos deixar nossas coisas em algum lugar. Se importam de vigiar para nós? – as duas estavam vidradas nele, seus olhos brilhavam ainda mais intensamente, eles se eriçaram na cadeira e a ruiva apertava os lábios com força, talvez para não gritar.

– Claro! – a morena respondeu de imediato.

– Obrigado! – entreguei a ela a minha saída e a blusa dele. – Vem – ele me disse e então fomos em direção a água.

– Quem é esse? – ouvi alguém perguntar.

– É o Chris Beadles, mamãe! – me parecia a ruiva.

– Ah... o tal – esse mesmo alguém respondeu.

Logo olhei para trás, não resisti e vi as duas puxando a camiseta regata azul clara dele e cheirando. Virei para frente e ri.

– Acho que vai voltar sem camisa para o hotel.

– Por quê? – apontei para trás e ele olhou. – Nossa. – continuei rindo.

– Acho que deveria pelo menos perguntar os nomes delas né, pediu um favor e nem vai saber?

– É realmente necessário?

– Own tigrinho, não fica assim tão tímido! Qual é! O que aconteceu com o tampinha pegador de uns tempos atrás?

– Estou procurando ele nesse exato momento! Acho que fugiu. Se achar me avise.

– Tem recompensa?

– Não, mas posso pensar no seu caso. – ri.

Nesse exato momento passaram três caras atrás de mim, um deles assobiou o outro soltou um “uau” e o outro provavelmente ficou só olhando. Minha cara fechou na hora.

– O que esses babacas estão pensando? Que ódio! Não se pode nem ir a praia em paz mais!? – Chris começou a rir da minha cara. – Que foi Sr. Estou envergonhado por falar com duas garotas?

– Ta, ta! Não precisa abusar e eu não estou envergonhado por falar com elas, eu estava!

– E provavelmente vai voltar a ficar quando formos lá de novo. – silêncio somado a um olhando para cara do outro, sendo que esses dois são Chris e eu, é igual a risadas.

De repente algo gelado tocou os meus pés e me fez estremecer, mas era uma sensação muito boa, o mar era algo bom e bem relaxante de olhar e sentir.

– Ta gelada!

– Não, gênio!

– Cara, você me ama, né?

– Demorou para descobrir! Vamos logo! – puxei pelo braço “bombado” só até que ele andasse, depois fomos dois retardados correndo mar à dentro.

Fomos até que água chegasse aos nossos umbigos, ta, um pouquinho a mais, mas nada que pudéssemos correr grande risco de afogamento. Nós mergulhamos, brincamos, conversamos e ficamos muito tempo só zoando e bagunçando um com o outro.

– Melhor sairmos – disse. – Tem o show do Justin mais tarde e... – ele me interrompeu.

– Você quer ir embora agora, sendo que o show é só a noite? Que isso em – semicerrei os olhos.

– Primeiro, o show é as nove e nós viemos para cá duas horas da tarde, acha que estamos aqui há quanto tempo? No mínimo três horas, no mínimo – ênfase em “mínimo”. – Segundo que praia cansa, sabia? Quero dormir antes de ir, para ficar bem acordada, aposto que vamos ficar até bem de madrugada.

– Por esse lado...

– Eu tenho razão – fiz uma voz diferente, estranha e fina que fez ele rir, depois eu ri também e pronto. – Vamos! – disse rindo, depois pulei nas costas dele fazendo cavalinho.

– Até que você é leve!

– É? Espera sairmos da água então. – alguns passos à frente e a água estava no meu tornozelo. Ele deu três passos e...

– Sai! Sai! Você pesa! Vou ficar com dor de coluna pelo resto da minha vida assim! – pulei das costas dele.

– Eu disse...

Fomos até as meninas de novo, e ele o tempo todo reclamando que iria ficar com dor nas costas pelo resto da vida e que eu iria pagar pelo tapa que lhe dei, sendo que ele procurou me chamando de gorda.

– Querido Chris, nenhuma garota gosta de ser chamado de gorda.

– Achei que você não se importasse.

– Não só me importo que me chamem, quanto adoro te bater.

– Você se importa? – assenti. – Okay, que você gosta de me bater que já desconfiava, mas você se importa que te chamem de gorda?

– Toda garota se importa, sem exceção. A diferença é que umas ficam paranoicas e garotas como eu só mandam ir para aquele lugar.

– Ah, sim! – chegamos ao guarda-sol vermelho e olhamos para as meninas que só não disputavam mais a camiseta dele, porque babavam no tanquinho. – Oi de novo – ele disse a elas.

– Oi! – as duas responderam, uma de cada vez, animadas, feliz e com os olhos parecendo árvore de natal de tão brilhantes.

– As nossas... bom... as nossas roupas.

– Ah! Claro! – a ruiva puxou as coisas da morena e entregou ao Chris as nossas coisas. Ele me entregou a minha veste branca.

Dei uma cotovelada de leve nele.

– Aí! O que?... – ele me olhou e fiz uma cara de “você sabe o que”. – Ah sim! Meninas, vocês fizeram um favor para a gente e eu sequer sei seus nomes – só sei que: As meninas abriram um sorriso enorme! E as duas mulheres só ficavam olhando para nós, analisando tudo.

– Sou Rhona! – a morena respondeu.

– E eu sou Margareth! – depois a ruiva.

– Gostei do seu nome – disse e ri, mais sorri do que ri na verdade. E Chris mais sorriu do que riu também.

– Por quê? – ela perguntou curiosa.

– Nada não. – respondi.

– Nós não sabemos seu nome! – a morena, Rhona, disse.

– Não importa agora, logo vão saber, garanto – elas ficaram olhando para mim como se estivessem esperando eu dizer algo mais, ou estivessem apenas pensando “Essa garota é doida? Por que não disse o nome?”.

– Bom, nós temos que ir agora – nós dois nos vestimos – foi bom conhecer vocês garotas! – começamos nos afastar.

– O prazer foi nosso! – a ruiva gritou.

– É! Nosso! – e a morena gritou reforçando o fato.

No fim acabamos indo para o hotel mais rindo do que conversando. Hotel, quarto, banho, cama. Esse foi resto do meu, ou melhor, nosso dia até umas sete, oito horas que precisávamos nos arrumar para ir ao show, eu pelo menos acordei por aí, agora o Chris, não faço ideia.

Tomei banho e coloquei um short, ficando só de top enquanto arrumava as minhas coisas, fazia a maquiagem e o cabelo. Pus a calça, os sapatos e saí zanzando para lá e para cá enquanto bagunçava ainda mais a minha mala numa tentativa de arrumar e acertava o quarto, para não deixar uma zona como já estava. Amanhã bem cedo iríamos embora, não estava a fim de deixar alguma coisa para trás.

Pus a blusa, ficando pronta e dois minutos depois recebi uma mensagem do Chris dizendo que me esperava no hall do hotel. Retoquei o batom, peguei meu celular e saí do quarto. O elevador demorou um pouco e quando entrei, tinha mais cinco pessoas e todas saíram antes de chegar ao último piso. Antes de entrar, respondi o Chris que já estava descendo e quando entrei chegou outra mensagem para mim.

“Daqui a pouco o show começa! Eu estou nervoso, pode parecer besteira, afinal não é o meu primeiro, mas vai ser o primeiro que ou vou saber para onde olhar sem surpresa, que vai ser o seu lugar na plateia. Minha verdadeira Favorite Girl. Beijos. JB”

Foi automático sorrir ao ler aquilo, pensei em responder, mas não sabia o que, sem contar que o sinal dentro do elevador não era dos melhores.

Cheguei ao saguão sozinha prestando atenção no meu celular e quando a porta do elevador abriu, umas trinta garotas gritaram, depois fizeram uma cara de desanimada. E eu fiquei olhando, toda assustada para cara delas, enquanto saia de perto com medo de que alguma, sei lá, voasse em cima de mim.

– O que está acontecendo? – perguntei ao Chris, quase escondido num canto.

– Acho que o plano do Justin foi por água abaixo.

– Que plano?

– Você nunca se perguntou o porquê da equipe dele não estar hospedada aqui, só a gente? – nós olhávamos as meninas, gritando a cada vez que a porta do elevador abria.

– De me perguntar, já sim, só sempre esqueci de perguntar a algum de vocês.

– Pois então, Caitlin e eu somos conhecidos por sermos amigos do Justin, então não teria importância se fossemos para outro hotel, mas como você veio junto ele resolveu ficar num outro lugar, arriscar ficar sem mesmo o Kenny, para que ninguém desconfiasse, mas parece que essas garotas aí descobriram que ele estava aqui. – elas traziam cartazes, todos enfeitados escritos “Justin Bieber” e outras coisas como “Amamos você”. Era estranho ver aquilo, para mim chegava a ser bizarro, eu sabia o quanto, como é o nome mesmo? Ah! O quanto a Bieber Fever era forte e o quando as Beliebers eram loucas, mas nunca senti tanto assim na pele.

– Mas o Justin passou o dia inteiro lá onde vai ser o show.

– A gente sabe, mas elas não. Provavelmente aquelas garotas não irão ao show e essa é a última esperança que as restam de ver ele.

Uma menina estava jogada no chão, com a cara vermelha de tanto chorar, tinha uma leve marca preta de rímel borrada no rosto, não tinha cartaz, faixa, gliter ou nenhuma das outras coisas que as outras garotas tinham. Ela estava completamente excluída, parecia não ter vindo com o bando. E chorava de soluçar.

– Vamos, chegaram – não respondi ao Chris, apenas segui para o Citroën preto parado enfrente ao hotel e bati na janela. Como era de se esperar, Ryan que abriu.

– O que foi, Lua?

– Você tem algum ingresso do show sobrando? Sei que vocês passam na fila com alguns extras e distribuem.

– Tenho, mas...

– Está aí?

– Está. Por quê? – ele mantinha a testa franzida.

– Me dá um, ou melhor, dois. Encontrei alguém que precisa. Eu acho. – ele me passou por uma gretinha da janela.

– Não demora, precisamos ir logo.

– Pretendo não demorar – o respondi. Chris ficava olhando para mim, querendo saber o que eu iria fazer – Entra no carro menino, já disse que não demoro – ele deu de ombros e entrou.

Escondi o ingresso em minhas mãos do melhor jeito que pude e fui até a menina.

– Oi – em sentei ao lado dela. – Você é fã do JB, acertei? – ela assentiu, tentando parar de chorar. – Por que você está chorando assim?

– Ele não vai aparecer – a voz dela saia com dificuldade, enquanto tentava controlar o choro. – Eu sei que não.

– Como pode ter tanta certeza?

– Estou aqui já há bastante tempo, mais do que essas posers aí – ela sequer olhava para mim, apenas para o chão – e ele não apareceu o dia inteiro, daqui a meia hora é o show e ele não vai aparecer mais aqui, não vai.

– Então se sabe, por que ainda está aqui?

– É a minha única chance de o ver, eu sei que ele não vai aparecer mais, só que algo me dizia para ficar aqui – ela fungou, depois passou a mão no rosto para secar as lágrimas – sabe, a esperança é a última que morre.

– E por que não vai ao show?

– Meus pais não puderam comprar para mim, não temos tantas condições assim – ela fungou mais uma vez.

– Quantos anos você tem?

– 12.

– Tem alguém aqui com você?

– Sim, a minha irmã mais velha. Ela tem 18 antes que pergunte. – ri.

– Olha, posso te mostrar uma coisa? Mas você tem que me prometer que não vai gritar nem nada, ok? – ele agarrou a sofá que estava sentada agora com força de tão tensa que ficou, mas assentiu e eu estendi os ingressos, verificando bem se ninguém mais estava vendo.

Pela primeira vez ela me olhou e surpresa ainda por cima, analisando bem o meu rosto, o que me fez sorrir. Ela havia parado de chorar, de uma vez.

– Você... você...

– Shi! – pus o dedo na boca em pedido de silêncio. – Vai chamar a sua irmã, tira essa cara de choro. O show é daqui a meia hora, você tem que correr – ela deu um sorriso alegre.

– E eu aqui, achando que você iria me levar para o trafico de menores já! Me xingando por dentro, por ter dado tanta informação a quem não conheço! – ri. – Obrigada! – ela voou no meu pescoço e me deu um abraço forte.

– Ok, ok – a afastei. – É melhor ir logo! Eu também vou ao show agora. Aqui os ingressos – a entreguei –, não deixa ninguém ver, ok? Ninguém pode ficar sabendo! Nosso segredinho! – sorri.

– Obrigada moça! Obrigada! – ela sorriu ainda mais animada e atravessou o saguão correndo.

Voltei para o carro e entrei.

– Achei que tinha dito que não demoraria – Chris resmungou.

Revirei os olhos, sorrindo.

– Vamos Ryan! James...

– Mais uma Belieber feliz? – Ryan me perguntou.

– Espero que sim. Agora vamos! Temos um show pela frente.

E lá fomos nós já preparando as vozes para o show. Chris e eu cantávamos desesperados o mais alto que conseguíamos! Ryan e James ficavam rindo da nossa cara. As músicas do Justin estavam na ponta das nossas línguas – não só as dele, mas como as da rádio –, o dois da frente até acompanhavam a gente em alguns pedacinhos.

– Você canta bem Lua! – Ryan dizia entre risadas, depois de uma desafinação feia do Chris no final de “Bigger” do JB. Eu gostava de cantar aquela música, por causa da batida e tal. Era divertido.

– Obrigado Ryan! – às vezes tenho disso de “obrigado” ao invés de “obrigada”, virou mania.

Voltamos a cantar e a pular no banco de trás do carro. Ryan e James não se aguentavam na gargalhada com tanta criancice da nossa parte.

– Chegamos seus infantis – Ryan brincou.

O lugar todo estava lotado! Eram meninas e meninos – em sua maioria garotas – para todos os lados! Com seus pais, amigos, parentes ou sei lá mais o que. Muitas haviam cartazes, faixas, camisetas e corações desenhados nas bochechas e claro, as famosas siglas “JB” também. Faltavam dez minutos para o show e ainda tinha gente do lado de fora.

Quando eu disse “lotado” não me referia exatamente ao lado de fora, quase todos os lugares estavam ocupados, tinham um ou outro vazio, mas era apenas pontinhos pretos entre tanta e tanta gente. O pessoal ia entrando, e cada vez surgia mais gente.

Chris e eu fomos para a área vip, eu bem queria ficar no meio da galera, mas tive que escolher entre ficar com Chris na reservada, ou, sozinha na geral. Escolhi o Chris.

– Nervosa? – Chris me perguntou rindo. Talvez notou a minha tensão antes mesmo de mim.

– É, por aí... – as luzes do palco se apagaram. – Vai começar.

Ele começou com “Love Me”, era a minha música preferida – só ele que não sabia disso – então logo fiquei empolgada, cantando – na verdade gritando – com o Chris, depois que o choque de: “Que merda de auto-tune é essa, Bieber?”, mas nas outras músicas tinha menos efeito e era mais a voz real dele. Era engraçado o ouvir cantar agora, aos quase 18 anos de idade, a voz havia mudado muito.

Eu não deixei de surtar uma música sequer! Chris só conseguia rir da minha cara. Não, eu não me descabelava e gritava de ficar rouca como 99% das garotas ali, mas eu cantava alto com todas as canções na ponta da língua e às vezes não conseguia aguentar. Era orgulho demais para um peito só.

Chegou o momento esperado por todas as garotas ali, e quando falo todas é realmente todas. Essa hora que a “produção” escolheria a OLLG, uma das centenas de garotas ali teria a oportunidade de subir ao palco e ficar de cara a cara com o ídolo e ainda por cima, receber um buque de flores do próprio. Eu queria saber como seria a garota que iria ao palco, estava tão ansiosa para isso que nem vi a Pattie chegar, se Chris não tivesse me cutucado, eu levaria um susto quando ela falou próximo ao meu ouvido.

– Quer ser a OLLG? Ordens diretas – ela riu. Justin tinha pedido isso.

– Não Sr. Pattie, seria melhor escolher outra garota, acho que elas merecem mais essa chance do que eu. Afinal, pode ser a única delas. – Pattie sorriu orgulhosa, ela sempre gostou de mim e eu sabia disso.

A menina do meu lado me olhou como se eu fosse louca! Sem exagero. Ela chegou a sussurrar com a amiga que eu havia recusado o convite de ser “A última garota sozinha”, mas eu não precisava subir naquele palco para isso, para ser a última garota sozinha do Justin Bieber, porque eu já era, antes mesmo de qualquer menina ali saber o que era “One Less Lonely Girl”.

A OLLG dessa vez era tipicamente californiana, tinha cabelos loiros, pele levemente queimada de sol e pelo telão pude notar que tinha olhos incrivelmente azuis, e ah! Um sorriso bonito, tal característica que mais encantava ele, sorrisos bonitos eram seu fraco. Justin tocou o rosto da menina que começou a chorar imediatamente, mas ela tentou se controlar ao máximo que pode, mas o canalha do Bieber sorriu ainda mais ao ver a lagrima escorrendo pelo rosto dela e para piorar a situação da menina, ele enxugou a lagrima que antes era solitária, agora foi seguida por várias outras. Ele começou, então, a zanzar pelo palco cantando, depois voltou e pôs o rosto mais uma vez perto dela e então a música acabou. Ele sorriu ainda mais e tentou abraçar a garota, mas o buque atrapalhava, até que um dos dançarinos tirou as rosas das mãos dela, Justin a levantou e aí sim conseguiu abraçá-la.

Todo mundo do teatro gritou! Tinha meninas chorando para todos os lados e o pior, eu estava quase chorando. Já estávamos no final do show e não era logo agora, depois de tanto tempo segurando, que eu iria chorar, virou questão de orgulho próprio. E para enlouquecer todo mundo de vez, ele cantou o novo single, “Baby”. Uma letra também conhecida por mim, não como músicas, mas nas situações que vivemos.

My first love, broke my heart for the first time”

Primeiro amor? Ah claro, bem eu então, né Justin? Sério, se não fosse pelo resto da letra, juraria de pé junto que a música não era para mim e eu não gostei nada de pensar nessa ideia. É, eu estava ficando convencida com isso.

Ele cantou apenas um bom pedaço da música, mas não ela toda, foi só uma “palhinha” e depois começou a agradecer todo mundo presente, andava de um lado para o outro, tentando falar alto apesar da histeria das fãs, ninguém ouvia a música de fundo, era a uma batida um pouco mais agitada. Oras, eu prestei atenção.

Ele saiu do palco e as pessoas começaram a ir embora, menos Chris e eu, que fomos para onde? Os bastidores, claro.

Demos voltas e mais voltar com o Ryan, só para enrolar mesmo, já era de madrugada, mas havia fãs no camarim do Astro Teen e quando, enfim, paramos de dar voltas e conhecer mais pessoas da equipe do Justin, fomos até o camarim no exato momento que saiam três sortudas surtando e aos prantos. Elas foram e nós entramos sem ser vistos por ela.

– Aqui estão, JB – Ryan disse assim que entrou e logo se jogou em um sofá branco no canto ao lado da porta.

– Oi – ele disse todo bobo me puxando pela mão e segurando a minha cintura para me dar um beijo, para isso pus as minhas mãos em seu rosto para corresponder o beijo simples. – É bom beijar uma garota sem que ela se importe com o brilho labial – sorri assim como ele. Por que eu iria me importar? Primeiro que deveria estar sem mesmo depois de horas de show.

– Eu ouvi isso! – Caitlin gritou de algum lugar, não visível por mim.

– E daí? – ele gritou de volta sorrindo.

– Cadê ela? – Perguntei. Ele me pôs de lado, segurando a minha cintura com uma mão só.

– Alguém sujou a blusa dela, acho que foi alguma Belieber enciumada, e agora ela está tentando limpar.

– Está preparada para isso, Lua? – ela disse irritada.

– Fica na sua, Cait – Justin respondeu mais uma vez. – Ah! Antes que eu me esqueça e ela me mate depois, Lua essa é a Mama Jam – ele me apresentou uma senhora loira. A mesma sensação de quando conheci o Kenny me invadiu. – Mama Jam, bom... – ele nem terminou de falar.

– Ah claro! Enfim te conheci menina, é um prazer – assenti sorrindo.

– Bieber, você tem que parar de falar um pouco de mim – Mama Jam riu.

– Isso eu quero ver! – rimos e na mesma hora Caitlin saiu.

– Eu vou terminar de trocar de roupa, as beliebers chegaram aqui numa hora ruim, quase me pagaram de cueca – ele corou e eu ri, depois me deu outro beijo. – Já volto.

Quando ele entrou no banheiro a minha primeira reação foi olhar para a Caitlin e, por algum milagre, ela não me fuzilava com os olhos, ela parecia simplesmente xingar quem fez aquele estrago – dos feios – na blusa dela e não ligar para a minha presença.

– Mama Jam, qual é a sua, hum... “função” na equipe do Justin? – me sentei em outro sofá branco.

– Sou a preparadora vocal dele. Falando em voz, ele me disse que você canta bem.

– Ele fala demais, isso sim. – ela riu.

– Frescura da Lua, ela canta bem sim – Chris, que estava sentado ao meu lado, deitou no meu colo.

– Você, poderia cantar um pouco para eu ouvir? – ela pediu.

– Tenho vergonha e mesmo assim, pelo tanto que gritei hoje, duvido que a minhas voz esteja legal.

– Tenta, por favor!? Eu confio no Justin, se ele disse que você canta bem, aposto que está certo.

– Ok... uma música, tigrinho? – comecei a mexer no cabelo dele enquanto ele brincava com as mãos.

– Hum... “Decod” do Paramore, você gosta dessa música, não gosta?

– É, pode ser, mas como começa mesmo? – ele pareceu pensar.

How can I decide what's right, when you're clouding up my mind? – ele cantou.

I can't win your losing fight. All the time – continuei. Ele ficou quieto, assentiu e continuou entretido com os dedos.

Now can I ever own what's mine,

When you're always taking sides?

You won't take away my pride.

No, not this time...Not this time.

How did we get here,

When I used to know you so well?

But how did we get here!?

Well, I think I know.

Minha garganta doeu um pouco, eu tinha a forçado demais o dia inteiro, gritando as músicas do Justin e essa canção exigia bem de quem cantava, no caso eu. Resumindo, parei de cantar.

– Eu sabia que Justin estava certo.

– É claro! Eu nunca menti quando se tratava dela. – Justin estava na soleira da porta sorrindo feito um idiota.

– É um bobo mesmo – Mama Jam riu.

– Bobo? Ele é retardado, isso sim. – Justin lançou uma almofada que estava numa espécie de cadeira, na cara do Chris que conseguiu se proteger com as mãos, e depois sentou de onde tirou a almofada.

– Eu não sou retardado, eu só... – ele passou a mão no cabelo tímido – só...

– Só é retardado de tão apaixonado pela Lua – eu me aguentava para não rir e nem ficar vermelha.

– É, pode ser.

– Eu só acho, Bieber – Caitlin nos lembrou que ela estava lá – que você deveria ter um pouquinho mais de respeito quando estou por aqui, afinal a sua namorada sou eu, pelo menos para as pessoas lá fora – ela sussurrou a última parte alto olhando para a blusa manchada, depois encarou o Justin.

– E eu só acho, Caitlin, que precisamos ter uma conversa quando voltarmos – eles ficaram se encarando por um longo tempo e o silêncio tomou conta da sala graças ao clima tenso repentino.

Até que Ryan entrou pela porta.

– Desculpa a demora pessoal, deu uma pequena confusão na saída, então vai demorar um pouquinho mais.

– Que confusão? Está todo mundo bem? Aconteceu alguma coisa com as minhas Beliebers? – ele realmente se preocupava com as fãs. Agora, analisando bem o rosto dele, pude notar o quanto estava cansado, realmente era um outro Justin ao mesmo tempo que ele era o meu Jus.

Acho que vou ter problemas com isso.

– Não, não. Está tudo bem, relaxa garoto.

– E por que o Scooter não veio avisar, Ryan? – Mama Jam perguntou.

– Um nome, três letras... – ele olhou para mim.

– Ah claro, que novidade há nisso? – resmunguei.

Ryan se sentou com Mama Jam, até que os dois se levantaram e saíram, um bom tempo depois a mulher voltou e disse que iria demorar um pouco mais.

Esse “um pouco” pareceu durar a eternidade. Realmente foi muito tempo. Chris acabou dormindo no meu colo, e eu deixei a minha cabeça cair, cochilando também enquanto fazia cafuné no cabelo dele, não antes de notar a Caitlin dormindo, devidamente encostada na cadeira que ela estava sentada e o Justin deitado na que sentou. Se nós estávamos cansados a esse ponto, imagina ele?

Demorou, até que Kenny e Ryan entraram no camarim e nos acordaram dizendo que já podíamos ir, mas Justin estava cansado demais e ele não era a pessoa mais fácil do mundo para que acordar. Então fui até lá.

– Jus? – agachei na altura da cadeira. – Vamos Jus, acorda – ele abriu os olhos evidentemente derrotado, então não conseguiu mantê-los muito tempo abertos. – Kenny, leva ele até o carro? Ele está cansado demais a adrenalina do corpo passou, é assim mesmo.

Kenny fez isso, e o levou até o carro no colo e lá foi quando ele ficou um pouco mais acordado, mas todo mundo em silêncio. Era chegar no hotel, se arrumar e ir pegar o voo, para então dizer “Adeus L.A”.


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Notas finais do capítulo

ACABOOOOOOOOU! O capitulo 6 finalmente acaboou! Juntei as duas últimas partes. No blog esse cap foi postado em 10 partes! Aqui consegui reduzir a 6 pelo menos. Mas os capítulos são gigantes. Enfim, até o 7 agora



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