Dorea fora para a Sonserina, como era de se esperar, mas não sentia que pertencia àquele lugar. Queria tanto ter ido para Corvinal... Já passara quatro anos desde que entrara para Hogwarts, e não podia estar mais feliz por ser uma das mais inteligentes de sua classe e monitora de sua Casa. Em uma tarde de novembro, estava na biblioteca com Cedrella, sua prima, fazendo suas pesquisas para estudar para os N.O.M’s (Níveis Ordinários em Magia).

– Estou exausta! – exclama Druella.

– Eu também. Estamos aqui desde o fim de período – a outra menina concorda.

– Então... Vai à Hogmeade amanhã?

– Abraxas me convidou – Druella fez uma careta – Mas você sabe com quem eu queria ir...

– Pois é... Mas temos tantos primos e conhecidos da família nessa escola que nem podemos conversar ou sair com as pessoas de quem gostamos. Septimus fica tão chateado por não podermos assumir nosso namoro para todos.

– Ella... Você tem que esperar até sair de Hogwarts, então você sai de casa para ficar com o Weasley – Dorea aconselhou.

– Pra você é fácil falar, Do...

– Fácil? Você acha então que meus pais não vão me matar se eu lhes falar que estou apaixonada por um Potter?

– Tem razão – Druella concluiu – E ainda tem o idiota do Abraxas, que se considera seu namorado.

– Pelas barbas de Merlin, aquele garoto me enoja! Ainda não acredito que papa irá me forçar a ser uma Malfoy.

– Dorea... Estamos em uma péssima situação. Mas eu te garanto que, prefiro ser queimada da Árvore a não casar com aquele que amo.

– Tem razão, prima. Bom, tenho que ir me encontrar com Charlus, te vejo no Salão Comunal – a morena de olhos azuis despediu-se da de olhos verdes.

– Cuide-se – Druella disse por fim.

Dorea colocara seus pertences na bolsa e saiu da biblioteca em direção à Torre de Astronomia. Já estava quase na hora do toque de recolher, mas ela sabia que o filho único dos Potter não deixaria de aparecer. Num piscar de olhos, o garoto de cabelos cor de mel e olhos castanhos aparece ao lado da sonserina, que arfou.

– Você não se cansa de me assustar com essa coisa, não é mesmo? – a garota diz se referindo a capa de invisibilidade que ele possuía. Ele ri.

– Jamais! Tua cara de surpresa não tem preço.

– Charlus... – e o abraça – Eu sinto tanto sua falta, o tempo todo. Você não sabe como me sinto horrível por não poder andar de mãos dadas contigo nos corredores, de você não pode me levar ao Cabeça de Javali ou ao Três Vassouras. Lamento por não poder passar o Natal na sua casa, lamento não poder te apresentar à minha família. Sinto-me tão mal com tudo isso por quê... Eu te amo.

– Dory, - ele usava o apelido do Sr. Black ao falar com sua garota – eu não preciso dessas coisas, pra mim o que importa é ter você. Confesso que é bem difícil me controlar ao ver você com o Malfoy, mas o que me faz não arrebentar com a cara dele é saber que você é minha... Minha namorada, minha Black, minha morena, minha vida, minha futura esposa...

A garota arfou de novo. Juntou ar para forçar a pronuncia das palavras, que saíram em forma de sussurro:

– Sua esposa? – perguntou.

– Dorea Black, - Charlus tirou uma caixinha de veludo preta – você me daria à honra de ser teu esposo?

A adolescente não acreditou no que seus olhos estavam vendo. Ele abriu a pequena caixinha e ela pode ver o seu conteúdo. Um lindo anel de prata, com um diamante em cima. Um anel de noivado...

– Sim! – ela respondeu extasiada enquanto pulava no colo do menino por quem se apaixonou desde a primeira vez que o vira.

Beijavam-se profundamente e apaixonadamente. Beijavam-se como se fosse a última vez que poderiam se amar. Beijavam-se com se quisessem guardar um pedacinho um do outro, para assim tê-los consigo pra sempre. Separaram-se e o garoto pode ver uma lagrima escorrendo na bochecha direita dela.

– Espero que seja de felicidade – ele disse enquanto lhe secava o rosto.

– É sim – respondeu sorrindo.

– Escute Dory, quando sairmos de Hogwarts iremos nos casar. Eu vou ficar do seu lado sempre, e não deixarei que sua família biruta faça mal algum a ti. Cuidarei de você com todas as minhas forças. Cuidarei de nós e da nossa casa. E sempre irei me esforçar ao máximo para te fazer a mulher mais feliz do mundo. E, por favor, não se case com Abraxas.

– Jamais. É você quem eu quero Potter, independente do que minha família ache disso. É você e será sempre você.