Cygnus e Violetta Black eram pais de três adoráveis filhos puros-sangues, esses são: Pollux, o mais velho, com dezessete anos, que iria cursar seu último ano em Hogwarts. Cassiopeia, a filha do meio, de quatorze anos. E por fim, a caçula, Dorea, a pupila do Sr. Black, com onze anos, seria caloura na Escola de Magia. Havia também Marius Black, que fugiu de casa aos 15 anos para o mundo dos não mágicos, era um aborto, e fora queimado da árvore genealógica dos Black. Mas é claro que a família perfeita jamais tocara no assunto, afinal, a aparência é tudo.

Este pedaço do Clã dos Black, uma das famílias bruxas de mais renome e prestigio jantavam na enorme mesa, na noite de 31 de Agosto de 1931.

– Dory, querida, espero que não se esqueça de tudo que lhes ensinamos. Que você possa honrar o nome de sua família, assim como seus irmãos em Hogwarts – Cygnus orientou a filha, usando o apelido que somente ele se dirigia à caçula com o mesmo.

– Pode deixar, papa. Não vos decepcionarei – a pequena Black, respondeu.

– E não se esqueça do mais importante! Não ouse arranjar amizade com aqueles sangues-ruins, e muito menos com aqueles traidores de seu próprio sangue, que são quase tão imundos quanto os impuros – Violetta complementou as recomendações do marido.

– Ficaremos de olho em Dorea, mama. Não é mesmo Pollux? – Cassiopeia se pronunciou.

– É claro, como monitor chefe e irmão mais velho, cuidarei dela – o garoto de cabelos e olhos negros respondeu.

– Ótimo, ótimo... – o Sr. Black terminou àquele assunto e todos voltaram as suas refeições, calados. Até a mãe tornar a falar:

– Soube que o filho único dos Potter entrará para Hogwarts amanhã, também. Fique bem longe desse garoto. Potter... – ela pronuncia o nome com escárnio – um sobrenome quase tão ruim quanto Weasley... Não cansam de manchar seus nomes... Se associando a meros sangues-ruins e até mesmo trouxas... Não existe desonra maior...

– Dorea saberá escolher os amigos dela muito bem, tenho certeza! – o homem cortara a esposa, ele concordava com a mesma, só não precisava daquele discurso no jantar - E Abraxas estará com dela, entrarão juntos para a Sonserina e daqui uns anos, quando saírem de Hogwarts, irão se casar, assim como prometi à Septimus Malfoy – Cygnus encerra de vez o assunto sobre a ida de sua filha à Escola pela primeira vez.

A verdade era que Cedrella Black, prima de Dorea, era a única que a garota considerava como amiga. Ela odiava Abraxas, mas por amar seu pai, prometera manter o garoto em amizade. A menina não entendia muito bem a sua família, eram todos tão preconceituosos, tão... obscuros. Dorea tentava, de todas as maneiras, achar uma explicação razoável para todo o motejo da Nobre Família dos Black em relação aos nascidos trouxas, etc. E diga-se de passagem, nunca encontrou um motivo.

Com o passar do tempo ela descobriu que Potter e Black eram como água e vinho. Não deviam (e nem podiam) se misturar. E aprendeu também a não contestar isso ou qualquer outra ordem de seus pais. Bons casamentos, dinheiro, poder e sangue. Tudo que realmente importava para os Black, mas no final, é tudo sobre sangue.