Hello, mrs. Death. escrita por Marcela Dias


Capítulo 9
Fatos surreais.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sim, eu mereço uns tapas, desculpem mais uma vez. Até fiz um capítulo maior e mais animadinho! Boa leitura!



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Desde a sexta série, Susie via sua irmã ir a festas adolescentes com seus amigos, embora nunca tenha ido com ela, não por falta de convite, mas por nunca ter alguma vontade. A morena via a irmã mais velha chegar toda desajeitada, com o batom borrado de madrugada e se sentia menos atraída ainda para ir a essas reuniões com álcool e música ruim. Ao contrário das pessoas da idade dela, Susie evitava ao máximo essas festas, qualquer tipo de festa, porque não entendia como as pessoas viam diversão em ingerir álcool com exagero, sair beijando pessoas aleatórias ou dançando descontroladamente uma música sobre como a sua bunda é grande e treme bastante.

Então, aquela era a primeira festa dela, ou rave,— como Mack a corrigira - Susie não se importava muito. Ela realmente não sabia porque estava indo, geralmente resolvia suas crises de raiva com algum filme de ação na Netflix.

Mas ela foi.

A aquela altura, a música eletrônica já invadia seus tímpanos e Mack já começava a se balançar ao lado dela. As luzes coloridas clichês iam para todos os lados e já haviam várias pessoas bêbadas gargalhando ou vomitando pelo lugar.  

Susie não estava surpresa, até porquê nada naquele lugar podia surpreendê-la, era clichê demais para isso.

— Tenho certeza de que não é. – Uma voz familiar se destacou dentre as outras, fazendo Susie olhar para o lugar de onde ela vinha. Annie vinha acompanhada com Megan em direção a ela. Os cabelos loiros estavam rebeldes dessa vez, a maquiagem preta e forte realçava mais que o normal os olhos verdes da garota, chamando mais atenção que sua roupa curta branca exibindo suas curvas. Annie olhava diretamente para a blusa de Susie, – que dizia ain’t no wifey  – quando notou a interrogação no rosto da irmã. – Mulherzinha, você nunca foi. – Falou ela alterando o tom de voz. Susie a encarou e cumprimentou discretamente a amiga da irmã que estava ao lado dela. – Tinha certeza de que você não vinha.

— É, eu não vinha.

— Você vai entrar? Pode ficar comigo lá. – Susie percebeu que Mack já havia entrado, ela não tinha nada a perder e talvez houvesse alguma chance de a situação se tornar menos desagradável. Então ela assentiu, seguindo Annie e Megan para dentro do lugar barulhento.

O caminho que ela hesitou em seguir foi completamente e exatamente tão desagradável quanto ela imaginava. Seus tímpanos estavam quase estourando, enquanto um e outro bêbado idiota lhe assediava ou lhe oferecia álcool e ela se desviava com dificuldade, mas o lugar onde Annie parou era o menos ruim de todo o espaço. Havia menos pessoas e ali ninguém havia tentado beijá-la a força ainda. Sofás coloridos estavam aqui e ali, as luzes eram mais fixas e ela nem pensou duas vezes antes de se sentar no assento mais próximo.

— O silêncio do meu quarto era bem mais atrativo. – Susie assustou-se com a voz aguda ao seu lado. Uma menina de cabelos negros e sardas que aparentava ter seus 12 anos falara ao lado dela. E estava falando consigo mesma enquanto desenhava em seu caderno cor de salmão, por isso, Susie não conseguiu parar de encará-la.

— Você ao menos tem idade para estar aqui? – Os olhos da menina se levantaram para Susie quando a mesma indagara. Eram cinzentos e questionadores e logo estavam de volta a sua folha de papel.

— Provavelmente não, mas isso não impede meu irmão de ser irresponsável o suficiente para me trazer daqui. Nossa mãe provavelmente o atiraria da janela de um prédio se descobrisse.

— E quem é seu irmão? Porque ele te trouxe para cá? – Indagou Susie e a menina nem hesitou em gesticular com a cabeça em direção a um garoto bastante semelhante a ela – tirando as sardas e o cabelo comprido – que estava a intensos beijos com uma garota enquanto ambos dançavam.

—  E você? Porque não está se embebedando, beijando alguém ou dançando por aí? – A menina quis saber levantando o olhar para encarar Susie. –  Ao contrário de mim, você parece ter idade suficiente para estar aqui.

— Não sinto vontade de fazer essas coisas. – Respondeu Susie.

—  E porque veio? Aposto que você tinha escolha. – A garota soou inconformada.

— Quis diferenciar a forma de descontar minha raiva hoje. – Bufou Susie. A criança abriu e fechou a boca enquanto encarava Susie mas pareceu desistir falar o que pretendia e voltou a desenhar em seu caderno. A música se tornou o principal barulho por instantes enquanto Susie observou Annie dançando sensualmente com Drew e Patricia e depois olhou para o irmão da menina ao seu lado, ele continuava com a garota. – O que está desenhando? – O olhar que Susie viu no olhar da menina havia surpresa.

—  Você ainda está aqui? Pensei que tinha ido. Você tá sozinha? – Susie gesticulou para Annie em resposta a menina. Ela olhou a irmã de Susie. – A loira popular da Warford, Steve diz que já ficou com ela.

— Difícil é saber quem não ficou.

— Você não gosta dela? Porque veio com ela?

— Gosto. Ela é minha irmã. – Susie encarou a menina. – Então o nome do seu irmão é Steve e o seu seria…? – A menina sorriu para Susie. Ela jurou ser um dos sorrisos mais lindos que ela já vira na vida. Tão lindo que ela conseguiu sorrir de volta.

— Não perguntei o seu. Não acho que nomes devam ter tanta importância. Eles não são nada perto da essência de uma pessoa, isso sim devia ser a identidade de cada ser humano. Nomes são como rótulos e eu não gosto de rótulos. Você gosta? – Susie não conseguira responder com palavras, apenas negara com a cabeça. A menina voltara a desenhar. Susie percebeu que a pequena menina de cabelos negros não queria que vissem seus desenhos. Mas não ficou tão triste por isso, estava fascinada demais com ela para isso, queria conversar mais com ela, saber mais sobre ela, ver mais vezes o sorriso dela, sorrir com ela, poder estar sempre com ela.

— Você também tem algum problema em falar sua idade?

— Faço doze anos semana que vem.

— E vai comemorar? – Susie ficara radiante, ansiava por uma confirmação e para perguntar se ela poderia ir mas ela não a teve a chance pois ouvira a voz de Annie a chamando e teve que ir até ela. Olhou para a menina antes de ir. – Mesmo que lhe seja inútil, agora você sabe meu nome, já volto. Minha irmã está me chamando.

Annie tomara o último gole de seu drink quando Susie chegara.

— Porque você tá conversando com a irmã esquisita do Steve Muchnick em vez de se divertir comigo?

— Estou me divertindo com ela, Annie. – Falou Susie. – Até agora ela foi a melhor coisa da minha noite.

— Ela costuma ser a pior e mais estranha. – Falou Patricia. Annie concordou com a amiga. Susie revirou os olhos.

— Não sei porque estou perdendo tempo com vocês se posso estar com ela. – Ao dizer isso, se virou para voltar de onde não devia ter saído. Enquanto caminhava em direção ao sofá néon, pegou o celular para mandar uma mensagem para Mack.

“Onde você está? Estou voltando para o quarto em instantes. Provavelmente antes de você. Não precisa me procurar. - Susie”

Ao guardar seu celular e já formular uma frase para falar com a menina inesquecível de cabelos negros, viu que ela já não estava mais lá. Susie se desesperou, procurou por Steve em todos os lugares a procura dele e de sua irmã, passou e repassou os olhos por todos os lugares do espaço. Menos um. Um mais isolado, ao lado do open bar havia um sofázinho menor. Lá estava ela, desenhando. Susie respirou aliviada. E logo percebeu o sentimento que estava alimentando. Afeto. Mas em menos de uma hora? O que estava acontecendo com ela? Ela nem conhecia aquela garotinha, não sabia seu primeiro nome, nem se podia confiar nela. Mas parece que isso não a impediu de ir em direção a ela novamente.

— Porque você resolveu desaparecer? – A voz de Susie soou irritada. Ela não estava se entendendo. A menina encarou ela e sorriu de canto.

— Eu te conheço a o quê…. 5 minutos, mãe? – Ela sorriu com deboche. – Aposto que sua irmã loira te disse que sou esquisita assim como o grupo de amigos dela. E sou mesmo.

— Então também sou. – Disse Susie sentando ao lado dela. – Onde está seu irmão?

— Me mandou esperar aqui por dez minutos enquanto ele pagava alguma coisa para finalmente irmos embora. – O coração de Susie apertou e ela se sentiu angustiada.

— Você já vai? E quando você volta? Não pode ficar mais? – A garotinha sorriu novamente para Susie. Isso diminuiu sua angústia. Steve tornou-se visível enquanto se aproximava mais para levar aquela garotinha inesquecível dela.

— Seu coração é ouro mas suas mãos estão frias, Susie. Agora tenho que voltar para onde eu não deveria ter saído. – Susie não entendeu e logo a menina se levantou e seguiu o irmão mais velho depois que ele a chamou. Ela sentiu-se mais necessitada da garota, hipnotizada, parecia está em abstinência. Começara a suar frio. Fragmentos do caderno em que a menina desenhava passou por sua mente.

O celular de Susie tocou indicando uma mensagem no colo dela.

“Estou com Jenna e os meninos. Não bebi nada alcoólico pois Jenna está bastante estranha com dois garotos que estão próximos da gente aqui. São gêmeos. Agora sua história faz sentido. - Mack”

Susie digitou uma resposta desesperada para se livrar daquele lugar e de Annie.

“Onde você está? Quero ir até aí. Annie me arrastou para um tipo de área VIP com os amigos dela, não sei se você sabe onde fica, mas quero sair daqui.”

“Sei onde fica. Vou pedir para Frank olhar Jenna e tô indo te encontrar. Vai para a entrada.”

“Obrigada, tô indo.”

Susie foi para entrada o mais rápido que pôde depois de avisar a Annie, que pareceu decepcionada. Mack estava na entrada do lugar em menos de 5 minutos.

— O que a Jenna tem? – Perguntou Susie alterando a voz pois a música estava mais alta enquanto ela passava novamente pela multidão agitada.

— Ela está tendo crises de raiva. Encara os gêmeos distraída por minutos sem falar nada e fica mais brava ainda quando chamamos ela. Os garotos não fizeram nada além de beberem e conversarem sem nem notá-la ali. Ou ao menos fingir muito bem que não estão a vendo.

— Porque não tiraram ela de perto deles?

— Ela não quer sair de lá. – Mack parou e olhou para o bar do lugar onde em um canto estava Jenna rodeada pelos amigos de Mack com o olhar fixo e cheio de ódio nos gêmeos que estavam a uns 6 metros deles sentados em bancos discutindo alguma coisa. Um deles olhou em direção a Susie quando ela ficou mais a vista. E logo o outro também olhou. Jenna e os amigos de Mack seguiram os olhares dos gêmeos.

Tocava Habits da Tove Lo em uma versão mais rock’n’roll. O cantor gritou o famoso refrão quando um dos gêmeos sorriu para Susie. Vicent. A morena reconheceu o sorriso de fazer o sangue correr mais rápido em suas veias. Gregory revirou os olhos.

Mack foi em direção aos amigos. Susie a seguiu e se sentiu sendo seguida pelos olhares dos gêmeos.

— Hey, gente. – Falou Susie alto. – Jenna, você está bem? – A garota estava tremendo. Susie olhou para o drink azul na taça dela. Jenna o jogou no chão com raiva e antes de sair disparada do lugar falou com Susie:

— A melhor coisa que você faz para sua vida é manter-se longe deles. Eu nunca falei tão sério na minha vida.

Susie estava mais confusa que nunca. Cheia de coisas e dúvidas, principalmente dúvidas em sua cabeça. Ficou imóvel no lugar encarando um profundo nada enquanto silhuetas passavam em frente aos seus olhos em câmera lenta.

— Parece que alguém bebeu até ficar esquentada. –  A ironia pesando na voz fez Susie voltar a si. Era Vicent que falara, ela não tivera dificuldade em diferenciar. Gregory encarava a taça no chão com uma expressão pensativa.

— Parece que não é só na minha vida que vocês se intrometem. –  Falou ela. Vicent sorriu e Gregory passou a encará-la.

— Olhe só quem resolveu responder, Greg.

— Talvez vocês não tenham percebido que ela só não quer falar com vocês.  – Mack falara, logo atrás de Susie. – Vocês podem ir agora, eu vou com ela para os dormitórios. Vamos, Susie. – Ela nem hesitou em seguir Mack, mas Gregory puxara seu braço.

— Você não precisa levar a sério o que o Vicent diz, por favor. A situação não é nada do que ele disse. – Disse ele.

— Ah, mas você deve sim, garota. – Vicent falou e logo desviou o olhar bicolor para Mack. – E eu não sei o Greg, mas eu vou com vocês sim.

— Olha aqui, garoto. Não é só porque você e seu gêmeozinho se acham os Edwards Cullen que eu vou deixar vocês ficarem atrás de mim e da Susie. Isso é perseguição e eu posso muito bem denunciar. – Disse Mack irritada.

— Já ouvi isso não é, Susie? – Disse Vicent usando seu sorriso como tática. Susie lembrou de sua tentativa vergonhosa de suicídio e nem ousou falar no assunto perto de Mack.

— Mas eu acho que é bastante fácil ver que eu não sou como a Susie, não acha, calouro? — Ela disse a última palavra com desprezo nítido. – Eu não estou nem aí com o quanto você vai se prejudicar e sim, eu te denuncio, não me subestime, garoto. – E então Susie sentiu a mão de Mack no braço dela e em seguida ambas estavam indo contra a multidão em direção a saída. Logo estavam do lado de fora do lugar. Estava frio e Mack começara a reclamar do mesmo.

— O que eu não faria para matar aula amanhã só para ficar na cama e não ter que aguentar o frio insuportável que acaba de chegar? – Disse ela, esfregando os braços. – Ande mais rápido, tá escuro e eu não quero ser assaltada.

— Não estamos nem à 15 minutos dos dormitórios, Mack. – Falou Susie, enquanto adiantava o passo para alcançar Mack, que se aproximava de um prédio de uns oito andares abandonado. Caras bêbados passaram por elas em um carro com música alta tentando chamar a atenção das mesmas com cantadas. Susie estranhou o fato de Mack não ter falo nada para os rapazes e estranhou mais ainda quando ela parou na calçada do prédio.

Susie congelou-se no lugar assim que o      vento cantarolou alto no seu ouvido. E então ela ouviu, quase em câmera lenta algo que fez um barulho oco se cair contra o cimento da calçada. Um grito agudo foi claramente ouvido em seguida e Susie teve certeza de que era Mack. O desespero foi o sentimento inicial.

Alguém lhe agarrou por trás.

— Fique quieta, não grite. Tudo vai ficar bem, você vai ficar bem. – Gregory Johnson falara em um tom calmo nunca ouvido por Susie antes. Ela não havia entendido o acontecido e só observou Mack cair de joelhos enquanto sussurrava “aí meu deus” sem parar com o olhar fixo na vista que estava tendo.

Vicent correu até Mack, encarou o mesmo lugar que ela encarava e então olhou diretamente para Gregory. O olhar era um alerta nítido, suplicante, assustado.

— Me larga! Mack! O que aconteceu? MACKENZIE! – Susie gritou. Mack nem se mexeu.

A rua estava completamente silenciosa. Os únicos sons audíveis eram os sussurros – agora misturados com soluços – de Mack, a tentativa de Susie de se soltar de Gregory e a respiração alterada das quatro pessoas ali.

— Susie, se acalme. Ou eu não vou te soltar. – Gregory falou.

— Vocês são psicopatas! Nos seguiram! Me larga agora! Vocês estão ferrados! MACK, POR FAVOR! – Susie começara urrar então, ela sentiu Gregory respirar fundo.

— Ok.

O momento seguinte foi o mais rápido e indesejável. Susie correu em direção oposta ao sentir os braços de Gregory afrouxarem na cintura dela. A morena correu como nunca para Mack, se jogando ao lado dela e encarando o rosto destruído em lágrimas e os olhos azuis totalmente fixos ao que estava a sua frente. Ela seguiu o olhar da colega. E essa foi a segunda pior escolha da sua vida.

Policiais, viaturas, pessoas passavam como vultos escurecidos diante dos olhos de Susie. Ela não sabia o que sentir. Não sabia o que pensar. Seu coração e sua mente gritavam a enlouquecendo. Vozes agitadas ficavam mais altas e sirenes soavam sem parar.

“A criança parece ter vindo a óbito imediatamente. Jovens universitários informaram que o corpo já estava sem vida quando eles o encontraram.”  

“É uma garotinha que aparentava ter seus 11 ou 12 anos, não conseguimos identificar quem é ainda, mas parece ter sido arremessada ou caído da janela do oitavo andar.”  

Lembranças daquela noite mais cedo vieram a cabeça de Susie. Lembranças da criança mais extraordinária que ela conhecera. Lágrimas incontroláveis rolaram pelo rosto dela enquanto ela ouvia a voz da menininha em sua mente.

“– Você ao menos tem idade para estar aqui? – Os olhos da menina se levantaram para Susie quando a mesma indagara.

— Provavelmente não, mas isso não impede meu irmão de ser irresponsável o suficiente para me trazer aqui. Nossa mãe provavelmente o atiraria da janela de um prédio se descobrisse.”

“– Você também tem algum problema em falar sua idade?

— Faço doze anos semana que vem.”  

Havia uma dor crescendo dentro de Susie, era semelhante a dor da perda da sua mãe. Uma escuridão dentro dela se expandindo e extinguindo qualquer tipo de luz em seu interior. De repente, veio a culpa. Ela não sabia porque, mas dentro dela mesmo, tentava ao máximo se culpar pelo ocorrido. O barulho do corpo batendo contra o cimento repetia-se em sua mente, cada vez mais audível.

Susie! Precisam de você! Susie! Os policiais precisam falar com você! A voz trêmula de Mack foi ficando mais alta e próxima de Susie.

A morena olhou ao redor. A rua agora estava tão cheia quanto o espaço na rave mas ela estava do outro lado da rua, com um casaco de alguém, abraçada por Annie, que ela não sabia de onde tinha saído.  Ouvia-se coordenadas, via-se muitas pessoas assustadas, outras lamentando entre si.

Um policial veio em direção a Susie.

Compreendemos que está em choque, senhorita Mitchell, mas temos que lhe fazer algumas perguntas. Pode me acompanhar? Entre seus soluços, ouviu-se um “tudo bem” de Susie.

Guiada pelo policial, Susie passou pela terceira vez na noite por uma multidão. Se aproximava para mais perto do prédio, onde havia homens com blocos de papel e canetas na mão, faixas amarelas de “não ultrapasse” e uma roda de peritos fotografando o corpo da vítima. O corpo morto. Susie parou de andar. Viu o rosto da vítima. Sentiu as pernas tremerem.

Era ela. A menininha encantadora. Irmã do Steve Muchnick. Seus lindos cabelos negros estavam espalhados pela calçada, o olhar cinzento estava fixo e a cabeça virada de lado. Continuava linda e Susie ainda podia ver a cena dela rabiscando em seu caderno, mas a partir daquele dia, ninguém mais veria seu sorriso, nem ouviria sua voz, ela não faria mais desenhos. Estava morta.

Como podia um ser humano ser a melhor e a pior coisa da noite de outro ao mesmo tempo?

Susie gritou. Mudou seu caminho e correu em direção a menina. Queria protegê-la daquela exposição. Queria poder poupá-la de tudo aquilo. Mas fora impedida. Os muitos policiais que estavam ali a pegaram pela cintura.

ELA SÓ É UMA CRIANÇA! ONDE ESTÁ O IRMÃO DELA? STEVE! STEVE MUCHNICK! VOCÊ É UM IMBECIL IRRESPONSÁVEL! ME LARGA! Susie urrava e suas lágrimas não paravam de descer. FAÇAM ALGUMA COISA! ELA ESTÁ MORTA, FAÇAM ALGUMA COISA, ela está morta… por favor… Susie ouviu Mack e Annie gritar por ela dentre a multidão, mas ela só fechou os olhos, sentiu que ia desmaiar nos braços do policial que a agarrava. Estava meio consciente quando sentiu-se sendo pegada por outros dois braços. Tinha certeza que era por um dos gêmeos, mesmo não sabendo qual.

Terão que interrogá-la depois, o estado dela não está o que chamamos de bom, senhor. Somos da Warford. Anisie e Susane Mitchell, Gregory e Vicent Johnson e Mackenzie Woodson. A voz de Annie estava muito baixa para a Susie quase inconsciente. Mas ela entendeu o policial mandara uma viatura levá-los para a universidade de volta até o dia seguinte.

Suada, assustada e destruída, Susie perdera consciência em seguida, sem ter certeza de mais nada em sua vida que ela só queria eliminar do mundo.






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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, porque amei escrever esse, tem muito de mim nele. Sofri com a Susie. Até a próxima! Desculpem de novo e não vou prometer data, porque infelizmente nunca cumpro, mas beijosss! Comentem o que acharam!



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