Duas historias e um segredo escrita por Lana


Capítulo 1
Apenas uma manhã


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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É sempre a mesma visão, sempre a mesma imagem, desde os meus sete anos de idade. Nunca consegui entender porque destas visões estranhas, mas ouço na minha cabeça sempre algo que dizia para eu guardar como algo precioso e não contar a ninguém. Acho que só com uma pessoa me senti a vontade para contar este meu segredo, o Augusto ele sempre foi um amigo fiel e companheiro, acho que é o único que me aguenta com todo o meu temperamento e minhas esquisitices, e olha que esquisitices eu tenho até de mais. O Guto é um cara bem legal, ele se mudou para a casa ao lado da minha quando eu tinha seis anos, ele não era muito de falar e eu não era muito de ter amizades, mas depois de um tempo não nos desgrudávamos mais. Ele teve um passado bem conturbado com a morte do seu irmão em um acidente de carro, a morte de um irmão sempre é uma perda, mas imagina você presenciando tudo e sabendo que ele morreu para te salvar. Na hora do acidente o Jean (irmão do Guto) prevendo que ele não conseguiria sobreviver o impacto se jogou na frente dele morrendo em seu lugar. Por isso o Guto era caladão, ele nunca tinha me contado essa historia eu acabei vendo isso depois de um tempo, nunca entendi como, mas quando a gente se conheceu eu vi tudo, deu uma baita dor de cabeça na hora e desmaiei. Vocês podem até achar que sou fraca por não aguentar uma dorzinha de cabeça, mas aposto que se fosse você rasgaria sua própria roupa e sairia correndo e gritando pela rua que iria morrer. Essa coisa de "acabei vendo isso" é outra coisa sobre mim, além dessas visões eu acho que posso ver o passado das pessoas ao tocar nelas, é bem difícil conviver com isso já que tenho quatorze anos. Vi o passado de alguém pela primeira vez no meu aniversario de seis anos, foi na época que apareceu uma professora nova na escola, não sou muito de falar com professor então nem dei bola, depois de um mês, mais ou menos, eu estava fazendo aniversario e ela me deu um abraço me parabenizando, até ai tudo bem, mas quando toquei nela vi algo que preferia não ver, ela tinha um caso com o diretor, se ele fosse bonito tudo bem, porém ele é uma versão anos quarenta de um zumbi, bem tosco mesmo bom no meu ponto de vista. Depois dessa minha experiência traumática passei a usar luvas, bom apenas na mão esquerda, sempre foi nela que consegui ver as coisas através dela. Adotei o meu estilo meio roqueira, gosto de rock então até que caio bem. Mas recebi uma reputação de "bad girl", coisas de adolescentes sabe.

Nunca me importei muito, mas nunca gostei rótulos mesmo este tendo fundamento, e podem acreditar um fundamento bem fundo. Recebi essa reputação por uma coisa que aconteceu no oitavo ano, eu sempre fui tolerante com brincadeiras ao meu respeito, mas nunca mexa com quem anda comigo, sempre deixei isso bem claro, mas a Rebeca nunca entendeu isso, até que fiz ela entender. Ela se acha a popular da escola, na verdade ela sempre foi, e por isso acha que tem o direito de por apelidos e humilhar os outros, nunca me importei do que ela falava de mim ou oque fazia comigo, mas um dia ela inventou de espalha um boato de que o Guto tinha matado o irmão. Isso foi a gota d'água, ela deixou o Guto arrasado e eu arrasei com a popularidade dela. Juntei com o Jonathan que é paixão enrustida da Rebeca e meu parceiro de treino de futebol e bolei um plano. Nós não iriamos fazer nada, só testaríamos a dignidade dela, e ela fez exatamente o que eu estava pensando. Durante a aula o John entregou um bilhete para ela pedindo para se encontrarem no laboratório, ela foi sem questionar. O que ela não sabia era que teríamos aula lá este dia. O John disse que só namoraria com ela se ela desse as respostas das provas para ele, e a resposta dela foi a melhor possível.

– Te dou tudo que você quiser. - Falou ela em um tom malicioso, todos da sala que estavam olhando nessa hora, caíram na gargalhada, até a professora retirar ela de lá.

Além da advertência que ela ganhou ela perdeu a fama de popular que ela tinha. E foi nesse mesmo dia que ganhei minha fama de “bad girl” depois de descobriram que foi ideia minha. Essa minha vingança valeu por tudo que ela fez no Guto e em mim no passado, e esse passado eu não vi por causa da minha habilidade eu infelizmente vivi ele e tenho que aturar essa mala desde meu primeiro dia de aula no fundamental dois.

Escuto de ao longe uma voz me chamando, nesse momento percebi que estava tão concentrada em meus pensamentos que nem percebi minha mãe me olhando da porta do quarto.

– Lana... Lana... CLARA! - Ai mãe, que susto. - Falei levantando com os olhos arregalados. - Levanta se não vai se atrasar para o primeiro dia de aula.

E lá vou eu para mais um ano na prisão que todos gostam muito de chamar de escola!


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