NARRADO POR CARL GRIMES

Merda, merda, merda, mil vezes merda!!!

O caos se instalou na prisão. As cercas foram derrubadas, e zumbis e pessoas estavam entrando. Procurei meu pai com os olhos e não o vi. Corri atirando em tudo o que via pela frente, já não sabendo quem era zumbi e quem gente. Eu não ligava, tinha coisas mais importantes em mente.

– CARL - escuto aliviado a voz do meu pai me chamar, olho para trás e quase vomito quando o vejo. Pensem num cachorro atropelado cinco vezes, depois bata ele num liquidificador por dois minutos, o rosto do meu pai era quase dez vez pior do que isso. Parece que alguém andou apanhando - Precisamos achar a Judith.

– O que aconteceu? - perguntei assustado.

– O governador... - fala deixando a resposta no ar, não tinha necessidade de completar a frase, eu já sabia o que tinha acontecido.

– Ele morreu?

– Sim - fala - Venha vamos procurar a Judith.

Andando e matando, andando e matando. Ficamos nesse ciclo até que avistamos a cadeirinha da Judith, de imediato as lágrimas vieram ao meu rosto, a minha irmãzinha estava morta. Papai não estava muito diferente de mim, a última coisa que mamãe deu para ele se foi.

Meu pai ficou agachado ao lado da cadeirinha dela chorando, foi aí que percebi que uma quantidade considerável de zumbis tinha notado a nossa presença.

– Pai - o chamei indicando os zumbis com a cabeça.

– Vamos - diz me puxando pelo braço em direção à floresta.

Nós paramos à uma distância segura dos zumbis e olhamos para trás.

A prisão estava pegando fogo, foi aí que a realidade bateu sobre mim. Hershel e Judith, provavelmente a Sonya, o Noah, a Beth, a Mika e a Lizzie também estavam, eu não considerava eles fortes o suficiente para sobreviverem à essa carniceria.

NARRADO POR SONYA MILLER

– Ei, Sonya, tá acordada? - pergunta um ser me cutucando de leve.

– Vai dormir Mika - resmungo tampando minha cara com o travesseiro.

– Mas eu tive um pesadelo, não consigo dormir - fala ela quase chorando.

– Ta bom! - me dei por vencida - Você quer dormir comigo?

– Quero! - fala ela animada subindo na cama - Boa noite Sonya.

– Boa Noite Mika.

[...]

Acordei com o Sol na minha cara, isso já estava ficando chato, fui no banheiro e troquei de roupa. Chegando na sala encontro todos tomando café ( que se resumia em frutas que eu e Mika tínhamos colhido ontem ) e conversado sobre algum assunto que não me interessava.

– Ta afim de ir hoje comigo e com o Tyreese buscar alimento? - pergunta Carol.

– Claro - falo com a boca cheiade frutinhas.

– Mas e a gente? Podemos ir também? - pergunta Lizzie esperançosa.

– Lizzie, vocês tem que ficar aqui cuidando da Judy, nós não vamos poder leva-la - diz Ty tomando cuidado para não magoar a garota loira que estava parada na minha frente.

– Ok - fala ela desanimada.

– Voltamos logo - prometeu Carol saindo da casa.

Estávamos voltando para a casa quando escutamos um grito, era Mika. Sai correndo em direção à casa para ver o que tinha acontecido, quando eu vi paralisei. Lizzie mantinha a faça enfiada na barriga da irmã e estava com um sorriso quase que insano.

– O que você fez? - pergunta Carol olhando horrorizada para a cena.

– Não se preocupem, eu não machuquei o cérebro - falou dando um sorriso sinistro em nossa direção.

Escutei a Carol falando algumas coisas com a Lizzie mas não entendi direito sobre o que se tratava, meus ouvidos pareciam não funcionar. Caminhei lentamente até o corpo de Mika e me agachei dando um abraço forte no corpo sem vida dela, como se aquilo fosse a trazer de fora, lágrimas jorravam do meu rosto, eu gostava dela, era como se fosse minha irmãzinha mais nova que eu tinha que proteger. Eu falhei agora ela estava morta.

No lugar de tristeza a raiva tomou conta do meu corpo, quando eu vi já tinha pulando encima da irmã do mal e estava puxando seu cabelo a fazendo criar.

– Sonya pare com isso - ralhou Carol comigo enquanto Tyreese me tirava de cima da puta loira - Eu cuido dela, leve a Judith para dentro e tente se acalmar.

Contrariada peguei a Judy no colo e dei as costas para elas, não antes de fuzilar Lizzie com os olhos, e entrei na casa com Ty ao meu alcanço.

Fiquei espiando elas pela janela e vi a Carol apontar a arma para Lizzie, ela estava exitando mas por fim atirou. ISSO! BEM FEITO SUA PUTA, TOMA ESSA!

Minha linha de pensamentos foi interrompida com o barulho da porta abrindo, Carol entrou na casa com os olhos marejando e largou a arma encima da mesa.

– Ela teria matado a Judy se nós não tivéssemos impedindo, como alguém pode ser tão sangue frio a esse ponto? - pergunta desabando no sofá.

Não disse nada mas eu comecei a ligar os pontos na minha mente e percebi algo.

– Uma vez quando eu tava discutindo com o Carl ele disse que eu era tão maluca que era capaz de ser eu que estava alimentando os zumbis, alguém estava de fato alimentado os zumbis não estavam? - perguntei me lembrando da vez que eu quase quebrei o nariz de Carl. Eles não falam nada apenas assentem com a cabeça - Foi ela!

– Como você pode ter tanta certeza? - pergunta Carol olhando estranho para mim.

– Uma vez eu vi ela colocando ratos numa caixa e quando eu perguntei o que era ela começou a gaguejar coisas sem sentido - falo orgulhosa de mim mesmo de ter bolado uma resposta convincente.

– Você está certa - fala ela derrotada - Céus! Como eu não vi isso antes? - falou começando a chorar de novo.

– A culpa não é sua - fala Ty abraçando ela de lado.

– Fui eu que matei a Karen - desaba.

Olho assutada para ela e para o Tyreese esperando que ele explodisse e transformasse ela num casaco de pele, mas pelo visto isso não acontece, ele mantinha a expressão calma e falou:

– Eu te perdoou

– Como? - perguntamos juntas encarando ele incrédulas.

– Eu te perdoou - fala calmamente continuando logo em seguida - Eu sei que você achava que esta vá fazendo o bem para o grupo e eu te perdoou.

– Obrigada - fala ela agradecida abraçando ele de leve.

– E agora para onde vamos? - pergunto confusa.

– Vamos continuar o plano, peguem as suas coisas que a gente vai para o Término - fala Carol, eu e o Ty corremos escada à cima e em menos de cinco minutos estávamos saindo da casa. Virei para trás e dei minha última olhada para o túmulo de Mika, que continha um sapatinho da mesma.

Tomara que esse Término seja seguro, eu não aguento mais perder pessoas que eu amo.