New Security Life- INTERATIVA escrita por Escritora do Hades


Capítulo 82
Capítulo 82 - A aliança de noivado


Notas iniciais do capítulo

Hey. Eu voltei. Sim, saí do Tártaro. Sim, demorei muito. Mas por quê? Digamos que eu ando ocupada com algumas coisinhas. Estou desmotivada até para respirar. Mas bem, eu trouxe algo breve pra vocês. Nada tão "Uau!", só para não esquecermos da fic, sim? Logo, FTW, EMAD , UTC e etc, etc, etc.
E quem sabe, um novo projeto seja disponibilizado? Ainda não sei.
Fiquem com o cap!



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POV’S FREDERICK

Eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Lucy já havia ido para a cama fazia tempo, e eu me mantinha de pé, esboçando projetos intermináveis. Já havia contatado velhos amigos, pedindo-lhes fornecimento de materiais específicos ou algumas sugestões para a máquina.

Já passava da meia-noite. Meus filhos também já estavam dormindo, me deixando sozinho ali, na sala de estar. Eu estava tão concentrado com meus rabiscos feitos na pressa que quase não percebi a campainha tocando com urgência.

De súbito, larguei a caneta e me levantei. Eu estava apenas com uma calça de moletom velha e uma regata folgada quando abri a porta.

Quase engasguei.

Ali, na minha frente, estavam Lívia e uma menina que nunca vi em toda a minha vida, ensopadas pela chuva daquela noite.

Lívia abriu um sorriso amarelo.

 ̶Tio Fred – a loira cumprimentou, a voz trêmula de frio – Desculpe por chegar sem avisar. Será que podemos entrar?

Demorei alguns segundos para responder:

̶Hm...claro – e afastei-me para dar-lhes passagem.

Lívia entrou, juntamente com a garota. Ambas sentaram-se no sofá, mesmo estando molhadas.  Corri para buscar algumas toalhas no banheiro e entreguei-as a minha sobrinha e a convidada inesperada.

̶Titio, está é Samantha – Lív apontou para a jovem, que acenou com a cabeça timidamente – É a “profeta” que estávamos procurando. Resgatei-a hoje à noite. A coitada vivia confinada dentro de um cubículo que insistiam em chamar de porão, em condições deploráveis!

̶Que horror! – não contive uma exclamação. Voltei-me para Samantha – Por Deus, querida, você deve ter sofrido muito.

Ela não disse nada. Percebi que apertava uma caixa de gizes de cera nas mãos.

̶Eles me obrigavam a fazer coisas ruins – ciciou Sammy – Eles queriam que eu alterasse a memória dos animatronics. Eu fingi fazer isso, pois Max e Xam prometeram que...

̶Max e Xam? – repeti, surpreso – Então, eles realmente te visitaram? Fantástico. Max havia me contado que o plano era que os animatronics atuassem, correto?

Sam assentiu. Lívia assobiou, impressionada.

̶Garota esperta – ela comentou, referindo-se a Sammy –Brilhante, de verdade. Talvez pudesse ter escapado sozinha, se quisesse fazê-lo. Não duvido dessa sua mente geniosa – afagou os cabelos de Sam de maneira afetuosa.

̶As duas aceitam alguma coisa? – ofereci – Um café, talvez uns pãezinhos...

̶Se não for muito incômodo, tio – disse Lív.

̶Sua visita nunca é incômoda, Lívia – garanti, enquanto me dirigia a cozinha acoplada a sala de estar.

Enquanto a máquina de café aquecia e os pães esquentavam na torradeira, tentei puxar assunto:

̶Samantha, querida, você sabe de mais algum plano de Charlie?

Sammy mordeu o lábio inferior.

̶Hm...Sr. Robbins, correto? – perguntou. Ao meu assentimento prosseguiu – Bom, eu sou apenas uma peça do tabuleiro. Eu...eu ouvi Charlie conversando com aquele capanga dele, certo dia...e eles debatiam sobre... – ela tremeu, como se sentisse um calafrio – Uma espécie de ritual...

̶Um ritual? Que tipo de ritual, Sammy? – despejei. Estava me sentindo afoito, e muito mais nervoso do que antes.

̶Um ritual de magia negra – ela disse, soando nervosa – Algo sobre a invocação de...de...de bem, não sei exatamente. Talvez de necromancia ou quem sabe de demônios...

Me senti tonto, com vontade de vomitar. Lívia estava anormalmente pálida.

̶Demônios? Necromancia? – Lívia parecia chocada. Cobriu a boca com as mãos –Santo Jesus Cristo, isso é...

̶Absurdo – completei. Minha garganta estava seca. Como se já não bastasse todas as atrocidades que Charlie cometera, ainda iria mexer com esse tipo de coisa? Com pactos, encruzilhadas, magia demoníaca? Ele era louco.

O café e as torradas estavam prontos. Pigarreei, e servi duas canecas de café e pratos de torrada. Estendi-os para minha sobrinha e para a pobre Sam.

Lívia não parecia mais com fome. Bebericava o café, ainda de olhos saltados como se tivesse visto um fantasma. Já Sammy parecia simplesmente maravilhada com fatias de pão, quase como se eu tivesse lhe servido um banquete. Devorou suas torradas em minutos.

Desabei em uma das poltronas livres.

̶Temos que fazer alguma coisa – falei – E rápido. Amanhã mesmo avisarei os outros, mas desde agora já estarei a trabalhar!

Lívia sorriu, mas me parecia prestes a desmoronar. Estava com rugas de cansaço no rosto, e olheiras fundas desenhavam-se sob seus olhos.

̶Talvez devessem trocar de roupa – apontei – Posso pegar umas roupas de Van. Caberiam em você, Lív. Para Sammy, talvez umas menores, da Diana. Poderão dormir nos quartos de visita.

̶Você é maravilhoso, tio Fred – suspirou Lívia, claramente agradecida.

Sorri e neguei com um aceno.

̶Vou buscar as roupas, aguardem, sim?  - pedi, enquanto me levantava e já me dirigia ao quarto de Van.

Empurrei a porta devagarinho. Esta rangeu, mas nada muito audível. Di e Van dormiam silenciosamente, imersas em um sono profundo. Diana estava em um colchão, aos pés da cama de Van. Abri o armário e puxei um pijama para Lívia. Depois, apenas fui para o quaro de Di, sem nenhum ocupante. Escolhi roupas para Sammy e depois voltei para a sala.

Lívia e Samantha conversavam em tom baixo. Lhes dei suas respectivas roupas, e agradeceram. Indiquei a Sammy onde ficava o banheiro e os quartos de hóspedes, e ela tomou seu rumo, me deixando a sós com Lívia na sala.

Minha sobrinha parecia abatida. Girava um anel dourado, cravejado de diamantes, em um dos dedos.

̶Sabe quem me deu esse anel? – ela atirou, ao perceber meu olhar sobre a joia.

Não me manifestei. Apenas neguei com a cabeça.

̶Foi Víncent – Lív soluçou. Nesse ponto, percebi que chorava – Ele...ele me pediu em casamento. Faz três meses. Eu aceitei...

Eu me senti sem-chão. Lívia chorava no sofá, o rosto enterrado nos joelhos. Me sentei ao seu lado e a abracei, descansando meu queixo em sua cabeça.

̶Você sabe...o quão horrível eu me sinto agora? – ela choramingou – Eu...eu não quero perde-lo, tio Fred. Eu o amo de verdade. E estou me sentindo suja por tê-lo abandonado...

Beijei-a na testa.

̶Eu sei, meu amor... – sussurrei-lhe – Você está fazendo um sacrifício imenso, eu entendo. Mas eu lhe prometo que, quando tudo isso acabar, você e ele vão se casar no lugar mais lindo do mundo, com direito a tudo.

Lívia fungou e me abraçou com força. Pranteou até adormecer. E eu fiquei me remoendo, cogitando se realmente seria possível se realizar o casamento de Víncent e Lívia.

Só Deus sabia.


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Notas finais do capítulo

É. Pobre Lívia. Vcs apoiariam o casório? Eu com certeza sim.
Bem, pessoas, até breve!
Beijos!