POV’S Frederick

Argh, Charlie estava atrasado! Ele acha que eu estou brincando! Só pode!

Eu fiquei andando de um lado pro outro na minha oficina, impaciente, contando o tempo, esperando Charlie chegar.

Finalmente, a porta do elevador se abre. Um esbaforido e suado Charlie desce dele, ofegando. Ele olha para mim, irritado.

–Por que diabos você me veio vir aqui, as 11:30?-perguntou ele, irritado.

Sorri.

–Eu tenho novidades, meu caro Charlie!-cantarolei- presentes especiais!

Sua expressão ficou um tanto gananciosa e curiosa.

–Que tipo de presentes?-perguntou ele, cheio de cobiça.

–Para o seu restaurante!-anunciei.

Ele franziu a testa.

–Para o meu restaurante?-repetiu ele, pensativo- o que é?

Abri os braços, para dar grandiosidade, e anunciei:

–Novas atrações!

Ele não disse nada, então, depois de um tempo, perguntou desconfiado:

–De graça?

Suspirei.

–Charlie!-exclamei- se são presentes, são de graça!

Ele sorriu e bateu palmas, animado.

–Ah, sendo assim, tudo bem!-falou ele, sorridente como uma criança de três anos- vamos, Fred, me mostre meus brinquedos novos!

–Não são brinquedos novos!-reclamei.

Ele fez um gesto com a mão como se isso não importasse.

–Detalhes-disse ele, sem dar a mínima.

Suspirei, irritado.

–Certo, siga-me, Charlie-pedi.

Fomos até a minha ala de construções. Charlie olhou o lugar e assobiou.

–É realmente um lugar bem impressionante!-comentou ele.

Sorri.

–Que bom que gostou!-falei, contente.

Charlie deu mais uma olhadela no local.

–Então...cadê as minhas atrações novas?-questionou ele.

Eu ri, achando graça nas atitudes de meu amigo.

–Bem ali-apontei para um monte de estruturas escondidas por debaixo de uma imensa lona branca.

Charlie foi saltitando até a lona. Fui logo atrás.

–Charlie, dê olá para suas novas atrações!-falei dramaticamente, puxando a lona.

Ele ficou de olhos esbugalhados e de boca escancarada. Sorri orgulhoso. Apontei para a primeira atração, uma menina de cabelos brancos presos em um coque.

–Essa é Mari-apresentei- A versão feminina do Marionete; eu a criei para ser irmã dele e ajudá-lo a distribuir presentes para as crianças!

Charlie olhou para Mari e sorriu.

–Realmente, ela parece com Marionete...-admitiu ele.

Sorri e apontei para a próxima atração, um menino de orelhas e cauda de tigre laranjas.

–Este é Dylan-apresentei- ele é um típico playboy animado e festeiro; foi criado para atrair adolescentes que gostam desses caras boa-pinta!

Charlie abriu um sorrisinho malicioso.

–Adolescentes?-comentou ele- interessante...gostei!

Estreitei os olhos, encarando Charlie e seu modo suspeito. Dei de ombros e apresentei a terceira atração. Era outro menino, de cauda e orelhas de labrador preto.

–Este é Ethan-comecei- eu o criei baseado num dos meus jogos preferidos, “Fall Out 4”. Ele é um guerreiro que sobreviveu a um apocalipse e vai divertir as crianças com coisas desse gênero...

Charlie assentiu, sorrindo. Apontei para a quarta atração; era uma menina de asas.

–Esta é Valentina-comecei- é uma cupido; achei que seria legal tê-la para agradar os casais da pizzaria...

Charlie riu e assentiu. Apontei para a quinta atração: um menino também de asas.

–Esta é Valentin, irmão de Valentina...-expliquei.

Charlie concordou com um aceno de cabeça. Mostrei a última atração, uma menina que segurava uma xícara de chá de porcelana.

–E esta é a Madeline- terminei de apresentar a última peça- foi criada para dar festas do chá e entreter as menininhas...

O sorriso de Charlie estava tão imenso que ele devia estar com a cara doendo.

–Fred, isso é incrível!-exclamou ele, animado-muito obrigada!

Sorri.

–De nada, Charlie-falei.

Charlie olhou para seu relógio de pulso.

–Bem, Frederick, eu tenho que ir-falou ele- leve essas belezuras para a pizzaria amanhã, o.k.?

–Está bem, Charlie-concordei- então, até amanhã e boa noite...

–Até-disse ele, sorrindo- e boa noite também...

Charlie entrou no elevador. Acenou uma última vez e sumiu no elevador.

Olhei para meus animatronics, sorri, desliguei as luzes da minha sala e fui embora para casa.

POV’S Charlie

Aí, porcaria, perdi a noção do tempo. Eu prometi encontra Víncent à meia-noite e já estava dez minutos atrasados; ele não é lá muito paciente...

Liguei o carro e dirigi na velocidade máxima até um beco escuro perto do escritório de Frederick.

Desci do carro e fui em direção ao meu companheiro. Ele estava encostado numa parede, fumando um cigarro distraidamente. Era fácil identifica-lo, graças a seus cabelos castanhos rebeldes e suas vestimentas de segurança da pizzaria, que não eram azuis, mas sim roxas.

Ele olhou para mim e deu um sorriso torto.

–Olá, Fazzbear-cumprimentou ele, soltando uma baforada de fumaça de seu cigarro. Ele pegou um maço do bolso e me ofereceu; recusei com um aceno de cabeça.

–Olhe, Víncent, eu não tenho muito tempo-comecei- vou ser direto: preciso do seus serviços...

Ele ergueu a sobrancelha.

–Quantos?-perguntou.

–Seis novas...-respondi.

–Vai custar caro...-avisou ele.

Peguei a carteira e retirei um bolo grosso de notas de cem. Os olhos de Víncent brilharam de cobiça; ele sorriu.

–Serve...-disse ele, estendendo a mão.

Guardei o dinheiro na carteira de novo.

–Só quando você me trouxer seis almas novas...-avisei.

Ele suspirou.

–Certo, Fazzbear, amanhã mesmo eu as entrego...

Assenti. Me despedi de Víncent e fui para casa.