POV’S Charlie (Dono da pizzaria)

Ah, eu não vou falir! Eu não vou falir! Amém, senhor! Tudo graças as novas atrações!

A pizzaria estava muito parada nesses tempos. Com a chegada da nova pizzaria (A Pizzaria John & Mia) do outro lado da rua, a clientela nos abandonou para comer pizza com gosto de papelão! E só nos deixaram por quê aquela pizzaria sem criatividade também tinha animatronics! Aqueles idiotas ridículos!

Porém, graças a Frederick e a minha incrível mente brilhante e repleta de ideias, trouxemos novas atrações! O que eu gastei com a criação de novas salas e novos bonecos, eu ganhei em dobro com o sucesso deles!

Eu estava no meu escritório, tomando café e lendo o jornal, quando vejo uma matéria na primeira página que me fez cuspir meu café. O título, impresso em letras garrafais, dizia o seguinte:

“A Pizzaria John & Mia com novas melhorias!”

Por: Katherine Jones

A famosa pizzaria que chegou na cidade voltou com tudo agora!

Com as constantes brigas com a pizzaria da frente, a “Freddy Fazzbear”, para conquistar a clientela, a “John & Mia” decidiu apelar!

Se antes já era um restaurante de sucesso, com seus animatroncis envolventes, a boa pizza, o excelente espaço e funcionários agradáveis, agora, é a melhor pizzaria da região!

A pizzaria arrumou cinco novos animatronics que deixaram a criançada louca! Agora, o restaurante tem o quíntuplo de clientes que tinha antes!

Bem, as outras pizzarias da região que se cuidem, a concorrência ficou pesada agora!”

Minha primeira reação foi choque e perplexidade. Depois, raiva. Amassei aquela droga de jornal e o joguei no lixo. Peguei meu telefone e disquei furiosamente um número de telefone. Alguém atendeu:

–Alô, escritório do Dr. Frederick Robbins, em que posse ser útil?

–Penelopy, aqui é o Charlie, da pizzaria. Preciso falar com Fredrick urgentemente. Agora!

–Hã, ele está um pouco ocupado, Charlie, eu lamento, mas...

–Penelopy, é uma questão de vida ou morte!-exclamei- eu preciso falar com ele!

–S-sendo assim, eu vou chama-lo, espere um segundo...

Esperei impacientemente, batendo na mesa. Finalmente, ouvi:

–O que você quer agora, Charlie?–Frederick parecia mal-humorado.

–Mais animatronics. Agora. Pra hoje-falei rápido.

Frederick xingou do outro lado da linha.

–Charlie, eu já te entreguei oito atrações novas, por que diabos você quer mais?

–Fred, a concorrência está acirrada com a pizzaria aqui da frente-expliquei- ela também tem animatronics, e agora tem novos, por isso, eu quero mais!

Frederick ficou calado por um tempo. Então, eu o ouvi bufar.

–Certo, certo, eu vou levar alguns novos animatronics pra aí!

Sorri.

–Obrigada, amigo!-falei- no horário de sempre?

–Sim, no horário de sempre.

–Tchau!-me despedi.

–Até mais...

Sorri vitorioso. Agora, vamos ver que pizzaria era a melhor. Me espreguicei e me joguei desleixado em minha cadeira de rodas. Então, a ficha caiu.

Se tinha mais animatronics, um segurança só não daria conta. Bem, eu tinha Fritz, Jeremy, Kevin e Mike, mas eu não sabia se só eles seriam suficiente. Eu precisava de mais alguém, mas quem?

Disquei para Mike Schmidt, um dos meus melhores seguranças. Uma voz sonolenta atendeu:

–Alô, Mike falando...

–Mike, aqui é Charlie-falei-seu patrão...

Ouvi o som de algo caindo do outro lado da linha, talvez ele tivesse caído da cama.

–Ah, oi, chefe. Qual é o problema?

–Mike, tenho novidades-anunciei-naquele dia que você não veio, aquele dia em que eu te dei folga, sabe...

–Ontem?–cortou ele.

–Hã, é, sim, a folga de ontem-concordei-bem, recebemos novos animatronics e logo mais deles chegarão...

Ele soltou um resmungo do outro lado da linha.

–E eu acho que você, Jeremy, Fritz e Kevin não conseguirão dar conta de tudo, então, quero um segurança novo...

–Se quer um segurança novo, por que você ligou pra mim?

–Talvez você conheça alguém...

Ele ficou em silêncio por um tempo.

–Minha irmã Ana precisa de emprego...

–Ótimo!-exclamei-diga a ela que está contratada!

–Certo, senhor, tenha um bom di...-desliguei antes dele terminar.

Guardei o celular e não pude deixar de sorrir. Tudo estava resolvido, agora, eu tinha que preparar o resto do material para os animatronics novos.

POV’S Ghost

Eu estava rastejando pelas tubulações quando dei de cara com uma entrada de ar que dava direto na sala do dono da pizzaria. Eu me agachei para ouvir o que se passava por ali. Ele estava ao telefone.

Espere, ele estava conversando no telefone com...Frederick? Sim, isso mesmo. E ele pedia...novos animatronics?

Franzi a testa e continuei ouvindo. Ele ligou para um tal de Mike e pediu um segurança novo. Depois, desligou o celular e o guardou. Ele estava com uma cara sinistra, com um sorriso um tanto...macabro.

Senti um arrepio descer a espinha, então, decidi dar o fora dali antes que fosse visto. Continuei a passear pelos tubos de ar.

Dei de cara com uma entrada que levava a “Ballade”. O clima por ali estava diferente. O local estava cheio de luzes coloridas, um globo de discoteca e muita fumaça.

Lá dentro, não havia crianças. Havia um monte de adolescentes dançando no piso da discoteca, comendo no barzinho e ouvindo música.

Wolff estava na mesa de DJ, com um óculos azul na cara, animando geral. Lively, Tiger e Bolt dançavam e cantavam “Titanium”, de David Guetta e Sia. Todos pulavam e vibravam, cantando ao ritmo da música.

Nossa, pelo visto, Charlie não queria apenas atingir o público infantil.

Fiquei ali um tempo. Wolff me viu e sorriu, animado. Parecia que tinha ingerido muita cafeína. Os outros que dançavam no palco também me viram. Sorriram também. Acenei das tubulações.

Depois de rastejar mais um tempo, dei de cara com a sala de Âmber. Eu a vi brincando com um monte de crianças. E quando eu digo um monte, é um monte mesmo.

A sala era grande, com uma mesa central para crianças, não muito grande e não muito pequena. O chão possuía alguns carpetes coloridos, além de vários brinquedos para crianças e um pequeno labirinto, onde uma criança de até doze anos caberia. Nesse labirinto, eu consegui visualizar vários esconderijos para crianças. Na parede da direita, há um palco, onde eu a vi cantando e se apresentando para as crianças, falando sobre curiosidades do mundo afora. Depois, começou a contar até trinta no esconde-esconde. Paredes iguais às do palco, além do chão feito de ladrilhos que não escorregam.

Ela me viu e franziu a testa; seus olhos azuis diziam “O que você está fazendo aqui, seu idiota?”. Eu sorri, travesso, e acenei para ela.

A testa dela ficou mais franzida, mas logo ela deu de ombros e foi cuidar das crianças. Eu ri baixinho. Então, olhei para o relógio da parede. 6:58.

Já eram quase 7:00! Hora de trabalhar!

Saí rastejando pelos canos até chegar a minha sala. Pulei do tubo, fechei a grade e corri para o labirinto. Nesse momento, as portas de minha sala se abriram.

Zeit zu spielen!