A New Story About Bellarke escrita por Honey


Capítulo 12
The Office




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657763/chapter/12

Três meses depois

Tudo estava indo tão bem que Clarke começara a desconfiar.

O primeiro mês foi o mais fácil, de longe, começando pelo aniversário de dois meses Jake. Ela não fez uma grande festa, até porque não tinha realmente pessoas para convidar, mas Octavia, Raven, Bellamy, Jasper e Monty (ela foi apresentada à esses dois há um tempo) organizaram uma pequena surpresa para o bebê.

O segundo mês foi mais complicado, já que foi o mês em que ela finalmente voltou à escola. Reencontrou Glass e Luke, seus velhos amigos, se aproximou mais ainda de Bellamy, até fez alguns colegas novos, mas, com isso, uma pessoa apareceu em seu caminho.

Lexa.

Lexa era completa encrenca. Era a garota mais "rebelde sem causa" que Clarke conhecera e isso a irritou profundamente. Ela era debochada, marrenta, cheia de si e distraída sobre tudo o que fazia. Era realmente linda, Clarke não poderia negar, mas tinha uma péssima personalidade.

   Ela observava Lexa, a única que não prestava atenção na aula de álgebra. Seu cabelo ondulado caía sobre o caderno, enquanto ela desenhava em seu próprio pulso, fazendo contornos negros com a caneta e círculos vermelhas. Não que a Griffin estivesse interessada, mas, como ela sentava na fileira ao lado da garota, tinha essa visão dela.

— Senhorita Woods, por que não está resolvendo as equações no quadro? – o professor perguntou, se virando e arqueando as sobrancelhas em direção à ela.

  Clarke viu Lexa levantar os olhos claros para encarar o Sr.Benner. Ela deu um sorriso leve, encolhendo os ombros:

— Equações me deixam entediada.

   Todo o resto da turma parou para olhar aquilo e Clarke revirou os olhos. Era exatamente por isso que já cultivava uma raiva em especial por Lexa. Ela sempre odiou aquele tipo de "aluna revoltada".

— Pare de fazer esses desenhos estúpidos e resolva o conteúdo, agora! – o mais velho ordenou, elevando o tom de voz. – Esses rabicos não vão te dar futuro nenhum.

— Assim como os rabiscos no quadro também não te deram nenhum. Alguém ser professor de matemática numa escola pública, com essa idade... Fala sério, antes você tivesse desenhado no pulso no seu colegial também. – a dos olhos claros falou, sua voz banhada no deboche. Todo o resto da turma riu daquilo e Clarke ficou indignada. – Agora, pode continuar a passar o conteúdo insignificante para quem quer aprender e me deixe em paz.

— Eu vou te mandar para o diretor!

— Ótimo, só assim eu não tenho que ouvir sua voz irritante.

— Vá!

— Clarke também não estava prestando atenção na aula. – Lexa apontou, fazendo Clarke arregalar os olhos. A loira olhou para ela, incrédula. – Ela estava no telefone.

O professor olhou para as duas, enquanto Clarke tentava se explicar, mas ele não lhe deu chance. Levantou a mão, a calando, e apenas disse:

— As duas vão ficar na minha sala, me esperando, até essa aula acabar. E então conversaremos sobre isso.

— Mas eu não fiz nada! – Clarke tentou dizer. – Eu juro que...

— Clarke e Lexa, estão dispensadas da minha aula. Vão para a minha sala. – sr. Benner falou, desgostoso. – Agora.

  Ótimo, Clarke pensou. Agora, além de ter um professor que a odiava, também odiava a Lexa. Como ela foi capaz de fazer aquilo? Clarke nunca a provocou, nunca fez nada contra ela.

 Ela tinha que manter sua bolsa ali na escola e ser mandada para o diretor não era uma boa maneira de fazer isso. Já fez os Blake se sacrificarem demais, não podia deixar que eles pagassem a escola também.

A loira nem mesmo sabia onde era a sala do diretor. Quando Bellamy fez sua matrícula, ela não quis estar junto, pois estava extremamente nervosa e nunca se meteu em confusão no colégio, então, não fazia ideia de onde o diretor ficava.

— Qual é o seu problema?! – Clarke perguntou, furiosa, ajeitando a mochila em seus ombros. Ela segurou o ombro de Lexa, que andava despreocupada na frente. 

  A morena se aproximou dela. Seus olhos claros se focaram em seu rosto e, por um momento, Clarke não soube direito o que fazer. Estava furiosa ou... Curiosa?

— A sala do diretor é por aqui. – Lexa indicou uma porta no fim do corredor, que parecia muito "luxuosa", entrando primeiro.

   Assim que a morena empurrou a porta, Clarke viu que a sala do diretor era realmente mais luxuosa que o resto da escola. Era uma sala bem aconchegante, com seu sofá estufado, mesa para café e cortinas pesadas, que cobriam qualquer raio de sol que ousasse entrar ali. 

— Escuta aqui, garota. – a loira se virou para Lexa, cruzando os braços sobre o peito. –  Eu não te conheço, não sei quem você é, mas eu não estou aqui para brincadeira.

— Calma, Clarke. – Lexa disse, percorrendo os olhos pelo rosto dela. A outra se sentou na mesa do café, cruzando as pernas debaixo de si e sorriu. – É um jeito de nos conhecermos melhor.

— Como sabe meu nome? – a Griffin balançou a cabeça, se sentando no sofá. – Quer saber? Isso é loucura, você é problemática.

  Lexa deu um sorriso simples. O sorriso dela era realmente lindo, para uma personalidade tão podre. 

— Sério? Então, por que fica olhando pra mim na sala? Ou nos intervalos das aulas? Por que eu sempre vejo você me encarando? – a de olhos claros se aproximou mais, com um sorriso de canto. Clarke se deu conta que estava olhando para a boca perfeita da garota. 

  Lexa colocou a mão direita no rosto de Clarke, aproximando-se para beijá-la. A mão esquerda pousou em sua cintura, puxando-a para si. O começo do beijo foi lento, calmo, mas, logo depois disso, tudo ficou mais intenso.

  A morena se sentou no sofá, puxando Clarke para seu colo, ainda sem separar os lábios da outra.

   Era a primeira vez que Clarke beijara uma garota. Não que fosse alguma coisa anormal, mas ela não achou que faria isso, muito menos com aquela garota em especial.

 

  Foi estranho porque, em mais ou menos duas semanas, elas começaram uma "coisa". Até já se beijavam em alguns locais públicos fora da escola, como bares e praças.

   Porém, na sexta, Lexa fez uma coisa inesperada. Antes que Clarke pudesse lhe dar um abraço de despedida, até que elas se vissem novamente na segunda, Lexa se inclinou e a beijou, na frente da escola inteira.

  No final de semana, Bellamy estava agindo de um jeito bem estranho com Clarke.

Não falou com ela no sábado e a evitou no domingo. Aquilo era bem bizarro, já que quase todos os sábados eles viam algum filme juntos e conversavam sobre...Bom, sobre todas as coisas. Porém, nesses últimos dois dias, ele mal olhava para ela.

  A gota d'água foi quando ele não levou o Jake pra escola na segunda.

Muito antes de ela voltar a estudar, Bellamy se ofereceu para levar o filho dela até lá, nos intervalos das aulas, para que ela pudesse amamentar, ou algo do tipo. Mas segunda-feira foi o primeiro dia que ele rompeu com o combinado.

— Ei, Bellamy. – ela chamou, quando viu o moreno cruzar o corredor, indo em direção a cozinha. – Por que você não levou o Jake na escola hoje? Eu fiquei te esperando no portão. 

O outro balançou a cabeça, parecendo descrente no que escutava:

— Você deve me achar um idiota mesmo.

  Ele serviu-se um copo de água, segurando o copo entre as mãos antes de beber. Clarke franziu a testa, dando uma risada nervosa:

— Hã... Não, não acho. Pode me dizer o que está acontecendo?

— Olha, é só pra você saber que eu não vou mais levar o Jake até a escola. Acho que sua namorada pode fazer isso por você. – Bellamy anunciou, com uma voz completamente irônica.

  Ele deixou o copo na pia e saiu da cozinha, mas Clarke o seguiu, atônita. Ela esticou a mão para tocar o ombro do outro:

— Você não... Você não entende. Lexa não é minha namorada, nós só estamos saindo. – ela fez uma careta. Ele olhava diretamente nos olhos dela, algo que a deixava desnorteada. – E por que isso seria um motivo para romper o combinado? Se não queria levar Jake, era só me falar, eu te conheço. 

 Ele deu um sorriso cínico, desviando o olhar:

— Não, você não me conhece.

  Bellamy não tinha nada a ver com Clarke e Lexa. Elas podiam fazer o que quisessem, o problema era que Clarke parecia se importar cada vez menos com o filho, ele agora parecia vir em segundo plano. Por mais que Jake não fosse seu filho, ele se importava com o bebê, e achava péssimo que Clarke estivesse se afastando dele. 

— É claro que eu conheço. – ela se aproximou, segurando o braço dele, parecendo confiante. Aquela pose confiante era só uma faixada, na verdade, ela estava morrendo de medo de ter uma briga realmente séria com o amigo. – É claro que eu te conheço. Você deixa claro que seus problemas...

 E isso pareceu ser o suficiente para fazer o moreno explodir. Ele olhou para ela, franzindo a testa:

— Quer deixar claro os problemas, garota? Quer que eu te lembre como a sua vida inteira é um grande problema? Quer eu te lembre o por quê você tá aqui? Uma garota de 16 anos que não faz a menor ideia do...

— Para... – ela pediu, se deixando sentar na cadeira, recuperando o fôlego. As palavras dele a machucavam tanto quanto um soco. – Chega. E-Eu já entendi.

Ele pareceu um pouco arrependido por ter dito aquelas palavras, mas balançou a cabeça, se afastando até sair da casa. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que muita gente não gosta de Clexa, exatamente por isso que eu botei tão do nada. Não vai durar muito o casal na fic, no máximo alguns capítulos, é só pra fazer o Bellamy perceber algumas coisinhas haha :3