Always and Forever escrita por Annie Shadows


Capítulo 9
Duas pessoas, um amor




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O fim de semana estava acabando, isso era chato, então eu queria muito sair com a Aly, dessa vez sem ninguém pra vigiar, é claro.

Pensei em ir pra casa dela logo cedo, mas não quis parecer muito ansioso, então me levantei e fui tomar café.

Maya estava sentada no sofá brigando com o Vicente pra ver quem ficaria com o controle.

— Vocês ficaram com o controle ontem, solta. — Disse Maya enquanto puxava o controle da mão de Vicente.

— E vamos ficar hoje. Solta! — Vicente mordeu a mão da Maya e ela rapidamente soltou o controle.

— MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE. — Gritou Maya.

Minha mãe desceu as escadas correndo. — O que foi?

— O Vicente me mordeu.

Minha mãe revirou os olhos e subiu as escadas.

Maya poderia ter aquela imagem de garota madura, mas era uma criançona, quase todo dia brigava com o Vicente.

Fui à cozinha e fiz chocolate quente pra mim, voltei pra sala e sentei no pequeno espaço que tinha no sofá, a Maya me olhou assustada.

— O que está fazendo?

— Tomando chocolate quente.

— Aqui em baixo? Na sala? Com todo mundo? Não quer ir pro quarto ficar sozinho?

— Está me expulsando?

Ela sorriu e balançou a cabeça. — Me lembre de agradecer a Aly. — Sorri.

A Maya tinha razão, eu nunca fui de ficar com a família, em fim de semana mamãe e papai sempre levavam Lola e Vicente ao cinema, mas eu nunca fui com eles, só durante o meu primeiro ano com eles, mas não depois que a Lola e o Vicente nasceram, não que eu sentia ciúmes deles, não era isso, era só que o que eles mais queriam depois que tiveram a Maya era um filho homem e então ele veio, senti como se não precisavam mais de mim, então me afastei pra que eles não tivessem que fazer isso. Talvez essa mudança seja culpa da Aly, ela me fazia muito bem e eu não me sentia mais sozinho, a verdade é que desde que Eliot e Pamela me adotaram, eu nunca mais estive sozinho, eu não sabia disso, mas agora eu sei.

Lola ficou olhando pra mim por muito tempo, eu estava ficando assustado —, fico intimidado quando alguém fica me olhando —, Maya olhava para mim e para ela.

— Lola? — Perguntou Vicente.

— O Nick é bonito.

A Maya começou a rir alto.

Então eu percebi que estive mais ausente do que eu achava.

Lola levantou-se e andou até mim. — Posso te dar um abraço?

Fiquei assustado com aquilo, eu nunca abracei ela nem o Vicente, nem no aniversário deles.

Então sem que eu pudesse responder ela me abraçou. O Vicente se levantou e abraçou o outro lado.

— Vocês são muito melosos. — Disse Maya que sem pensar duas vezes se jogou em cima da gente.

Nunca tive aquele momento, a Maya eu já abracei, mas sei lá, não tinha ideia que eu ia gostar tanto de abraçar eles.

— Que bagunça é essa gente? — Perguntou minha mãe. Maya saiu de cima da gente e em seguida Vicente e Lola fizeram o mesmo. Minha mãe deu um sorriso de emoção. — Você nunca abraçou seus irmãos assim.

Sorri sem graça. — É...

— Alyssa está aqui. — Minha mãe andou até ela e deu um abraço na mesma. — Estou muito feliz por ter entrado na vida do meu filho.

Alyssa sorriu e olhou pra mim.

Vê-la fazia meu coração disparar, realmente, Alyssa me fazia muito feliz.

— Vim te chamar pra sair.

Lola correu até Aly. — Senta aqui com a gente. — Puxou a mão da mesma e colocou-a sentada no sofá.

Vicente pegou o controle e entregou a ela. — Pode mudar de canal.

— Eu prefiro assistir Bob Esponja. — Ela sorriu e olhou pra mim, balancei a cabeça.

Os meninos se animaram.

— Você é muito linda. — Disse Vicente.

— É namorada do Nick? — Perguntou Lola se animando.

Ela me olhou novamente. — Sou a namorada dele.

Sorri parecendo um idiota, mas logo voltei ao normal e subi as escadas correndo porque se eu ficasse ali não ia conseguir sair mais, iria ficar olhando o sorriso dela sem parar.

Estava animado demais pra sair com a Aly. Tomei banho e demorei mais que de costume, quando sai fu direto para o guarda-roupa e peguei uma camisa preta que tinha uma caveira com uma rosa na boca estampada na frente da camisa, coloquei a calça, o tênis, passei perfume e fiquei me olhando no espelho, lembrando do que a Lola dissera: “O Nick é bonito”. Eu sou bonito!

Desci as escadas e a Aly estava fazendo um penteado doido no cabelo da Lola, ela me olhou e sorriu, sorri de volta.

Ela terminou o penteado. — Está linda, Lola. — O cabelo da Lola estava com uma parte presa e jogada pra cima e outra presa em uma rabo de cavalo jogado no olho, tive que me conter para não rir.

Lola virou-se para mim. — Gostou, Nick?

— Está linda.

Aly levantou-se e pegou em minha mão. — Seus irmãos são maravilhosos.

— Não tanto quanto eu, né?

Ela sorriu, levou a mão até o meu queixo. — Melhores que você. — Ela riu e virou-se para minha mãe. — Sra. Harris...

Minha mãe interrompeu. — Pamela, por favor Alyssa.

— Aly, por favor Pam. — Minha mãe sorriu e Aly continuou. — Prometo devolver seu filho antes da 00:00.

— Ah, por que? Pensei que fosse me raptar. — Brinquei.

— Não conta, isso era segredo.

Minha mãe riu. — Divirtam-se.

Saímos de casa e pude sentir os dedos de Aly se entrelaçarem nos meus, aquilo fez com que eu me arrepiasse, acho que ela percebeu.

— Gostei da camisa!

— Sabia que ia gostar!

— Sua mãe gostou de mim.

— Ah, você acha? Ela na verdade te odiou, você é muito chata. Só te tratou bem pra me agradar.

Ela riu, soltou minha mão e começou a rodopiar no meio da rua, parou e olhou pra mim, seus olhos estavam brilhando, seu sorriso estava meigo e ela estava muito linda com um short preto, uma blusa de manga azul e um tênis branco que a deixava alta, seus cabelos estavam soltos como de costume, não tinha sinal de maquiagem em seu rosto, estava limpo como sempre.

Estava bom pra mim ficar observando-a, até que ela puxou minha mão e atravessou a rua, me fez andar um pouco até chegar na praça.

Pra ser sincero já passei por ali várias vezes de carro, mas nunca tinha chegado perto, era um lugar bonito, tinha um campinho de areia onde havia vários brinquedos infantis e como de costume, crianças, gritando e rindo sem parar. Na parte mais distante do parquinho tinha vários bancos em forma de coração e atrás dessas cadeiras tinha muitas, muitas árvores e ela me fez andar até os bancos que eram conhecidos como “duas pessoas, um amor. ”. — Tem esse nome porque o banco é a cabeça de duas pessoas se beijando e assim forma um coração, é estranho, mas fazer o quê? — Ela sentou-se em um dos bancos e me puxou para que eu pudesse sentar.

— Já veio aqui?

— Não!

— Eu também não. — Ela sorriu. — Mas conheço a história.

— Quem não conhece?

— Tem um canivete ai?

Fiquei assustado com a sua pergunta. — Não!

— Droga. — Resmungou.

Ela tirou uma chave do seu bolso, me puxou para que eu pudesse levantar, fomos para parte traseira do banco, ajoelhou-se na grama seca e verde da praça, pressionou a chave contra a cadeira formando um N, sentei e fiquei aguardando ansioso para o que ela estava escrevendo.

E então ela terminou:

Nite + Aly

Always and forever

Ela me olhou com uma expressão de dúvida, sorri para que ela percebesse que eu tinha gostado, segurei seu queixo e lhe dei uma beijo, pude sentir suas mãos deslizaram por minha nuca em toque calmo.

— É nosso. — Ela sorriu de lado e olhou para o banco.

E enfim eu consegui uma dia inteirinho com a Aly, sem escola, sem irmãs, sem mãe, pai, foi incrivelmente perfeito.

Passamos a tarde falando sobre nossos estilos musicais e o que ela queria que eu escutasse, sobre as séries que ela gosta e que eu não de televisão, falamos sobre a mãe dela que sofreu muito com a perda do pai dela.

— Você foi a que mais sofreu, não foi?

— Meu pai achou que eu não fosse nascer, porque eu dormi por dois dias. Acho que ele se apegou mais a mim por isso. Ele era o meu confidente, desabafava comigo e eu com ele.

— Não conheci o meu pai. Na verdade, acho que sim, só... não tenho lembrança dele.

Ela aproximou-se de mim. — Seu pai se chama Eliot, claro que o conheceu.

Suas mãos chegaram até o meu rosto e pude sentir seu toque suave e quente, seu olhar dizendo eu te amo e então do nada, ela saiu correndo.

— Vem me pegar.

Corri até ela, a puxei pela cintura e tirei-a do chão enquanto ela se debatia e ria.

— Me põe no chão.

— Está com medo de cair? — Ela fez beicinho e então entendi como um sim. — Nunca vou te deixar cair.

Pude sentir uma gota d'água cair em meus cabelos e sem demorar começou a jorrar água do céu, Aly percebeu me distração e se soltou de mim, abaixou puxou uma grama e jogou em meus cabelos, ficou me olhando e sorrindo desafiadora.

— Eu vou te pegar, mocinha.

Puxei um pouco de grama com lama do chão e corri para alcançar ela que havia entrado na floresta.

Estava escuro, e acabei perdendo-a de vista e então senti uma mão no meu tornozelo e quando me dei conta senti meu corpo se amedrontar a cair, Aly ficou em cima de mim.

— Buh! — Ela riu. Sua blusa branca agora já estava marrom, completamente suja de lama, havia lama e grama em seus cabelos e nas maças de seu rosto. — Te peguei.

Sorrio, acariciei seu rosto e comecei um beijo lento, porém intenso, estava com gosto de lama, mas nem por isso deixou de ser um beijo gostoso.

Infelizmente chegou a hora de ir embora, andamos até minha casa, a chuva já havia parado e estávamos completamente cobertos de lama.

Chegamos a porta da minha casa.

— Você veio andando? — Perguntei.

— Não! Está louco? Vim com o Josh.

— Josh? Josh Bale?

Ela riu. — Ele mesmo. Foi chamar minha irmã pra tomar um café, mas ela não aceitou e então pedi uma carona.

— Acha que rola algo entre eles?

— A Emily faz charme.

— E você vaio com quem?

— A Emily, ela já deve está ai. — Ela apontou para um Nissan Versa branco parado na calçada.

Entramos em casa e pude ver a expressão assustada da Emily.

— O dia foi bem melado, não?

Aly riu. — Vamos?

— Não vai entrar assim no meu carro.

Aly revirou os olhos e riu, subiu as escadas sem pedir licença, que pra ser sincero aquela atitude me agradou, ela era de casa.

Subi um tempo depois e ela estava no meu quarto com uma toalha.

— Sua ir... — Fiquei sem palavras ao vê-la daquele jeito, ela sorriu pra mim.

— Já vou.

Sai do quarto e fechei a porta, estava com uma cara idiota, Maya passou. — Fecha a boa idiota.

Balancei a cabeça me recompondo e então Aly saiu do meu quarto com uma camisa preta e uma calça que estava muito grande nela, mas estava linda.

— Ficou bom?

Ri. — Está linda!

Descemos a escada.

— Volte quando quiser, as duas e tragam a mãe de vocês. — Dissera minha mão.

Levei-as até o carro. Aly me deu um beijo e piscou, sorri parecendo um bobo e entrei em casa.

— Ela é maravilhosa, Nick!

— Eu sei mãe. — Sorri.

— Agora vai tomar banho, anda e desça pra jantar.

Subi as escadas correndo.

Aquele dia foi maravilhoso, ficar com ela era maravilhoso.


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