A noite havia sido perfeita, eu nem lembro que horas eu cheguei em casa, mas aquilo não importava muito, eu passei a noite toda com a Aly e foi incrivelmente perfeito.

Acordei mais tarde do que costumava, mamãe e meus irmãos já haviam saído – mamãe e Maya não me acordaram me deixaram dormir, elas nunca foram de fazer isso. – levantei correndo de minha cama, me arrumei e sai correndo de casa, peguei o primeiro ônibus que passara.

Consegui chegar a tempo da primeira aula.

Entrei em disparada na sala de aula. – O professor já estava explicando o assunto. – Olhei para Aly e ela simplesmente colocou o cabelo atrás da orelha, abaixou a cabeça e sorriu, sentei na cadeira ao lado dela.

— Onde você estava? — Ela sussurrara.

— Eu me atrasei.

Peguei meu livro e comecei a fazer a atividade que o professor havia passado. Do nada a Aly começou a tossir, estava frio, fiquei com medo de que ela estivesse ficando gripada, então tirei meu casaco e a cobri, ela sorriu em forma de agradecimento.

Quando a aula acabou Aly levantou-se correndo de sua cadeira e saiu em disparada, levantei logo em seguida e a segui, até que ela entrou no banheiro feminino, bufei.

— Nick? — Revirei os olhos ao ouvir a voz da Crystal.

Virei-me para ela. — Oi, Crystal!

— Você sumiu da festa ontem, fiquei preocupada.

— É... — Cocei a cabeça. — eu sai mais cedo on... — me interrompi após ver a Aly saindo do banheiro e corri até ela, toquei em seu ombro, ela virou-se para mim.

— O que foi? — Ela perguntara, seu rosto estava com uma expressão triste, preocupada.

— O que você tem?

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— Eu tenho aula agora, tchau. — Ela virou-se e entrou na sala de aula.

Bufei e andei até a sala de aula de História, sentei no mesmo lugar de sempre.

“O que a Aly tinha?” Eu não parava de me perguntar aquilo. Estava muito preocupado, uma hora ela era engraçada e muito amigável e outra era estranha e às vezes chegava a ser grossa. Não sabia mais o que fazer para me sentir parte do mundo dela. Pensei em me afastar da Aly, mas eu sabia que eu não iria conseguir aquilo, ela era especial demais e claro que eu a queria por perto, mas me sentia mal em saber que ela não estava bem e que não desabafava comigo.

A aula terminou e eu e a Aly não nos falamos mais naquele dia. Cheguei em casa um pouco chateado, minha mãe me chamou para ir jantar, mas eu não queria, eu só queria a Aly, poder ver o sorriso dela e saber que ela estava bem, queria poder senti-la em meus braços e sentir pelo menos uma vez que ela é minha.

Não demorou muito até que meu tédio viesse até mim, pensei em escrever, mas só pensei, passei horas olhando para o teto, até que decidi ir dormir.

Acordei assustado ao ouvir meu celular apitar. Sentei na cama e peguei o mesmo, era uma ligação da Aly, atendi.

— Aly?

— Nite que bom que você atendeu, te liguei dez vezes, o que você estava fazendo? — A sua voz no telefone era linda, quase tão linda quanto pessoalmente.

— Talvez eu estivesse dormindo, sabe que horas são?

— Você sabe?

Olhei para o relógio em cima do criado-mudo. — São três da madrugada, Alyssa. O que aconteceu?

— Nada, só queria pedir desculpas por ter sido grossa com você, pensei que estivesse me ignorando.

— Nunca faria isso!

— Ótimo! Dorme comigo?

— Como assim? Você está na minha casa de novo?

Pude ouvir a sua risada vindo do outro lado da linha, era uma risadinha gostosa. — Pelo telefone! Sabe?

— Não, eu não sei.

— Como você é chato, dorme comigo na linha, não precisa desligar, mas não pode tirar o telefone do ouvido.

Eu ri, ela estava ficando louca. — Você é louca!

— Só um pouco!

— Boa noite, pequena.

Ela ficou em silêncio durante uns segundos, eu pensei que ela não ia me responder e então fechei os olhos à espera que o sono chegasse, mas por fim ela disse:

— Boa noite, grandão.