Quebrados escrita por Ellen Cravina


Capítulo 6
Não me provoque e não me faça sentir...


Notas iniciais do capítulo

Ufa... Demorei para terminar este capítulo.
Se gostaram e têm opinião para o próximo, por favor comentem. xD



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Isso era um sonho, um paraíso.

A banheira da suíte em que eu dormia tinha um sistema de hidromassagem tão relaxante que eu poderia permanecer aqui até virar uma ameixa seca. A vida com os Kannenberg até que não era tão ruim assim, eu só tomava conta do meu adorado sobrinho e algumas vezes ia à jantares de negócios com o Dante. Na verdade, isso era uma vida fácil. Uma vida que eu nunca imaginaria ter, não com um homem e nem com uma criança.

–Tia Sofi. - Dylan bateu na porta pela terceira vez. - Quando você vai sair? - Colocou a cabeça para fora e fez beicinho. Ele já estava ali fazia um bom tempo, sentado atrás da porta e esperando. Esse menino era um ímã. Eu sorri para ele e ele me devolveu o sorriso.

–Eu já vou sair, Dyl. Feche a porta e espere mais um pouquinho ou não vamos fazer os seus cookies. - Ordenei e ele saiu quieto.

Peguei a toalha, enrolei no meu corpo e olhei para o reflexo todo borrado de mim mesma em pé, na banheira branca de mármore com um formato hexagonal, no espelho. Desci os dois degraus da pequena escada até o chão; caminhei em direção á pia, próxima da porta, e apertei um dos botões que serviam para a banheira, esvaziando o conteúdo com a água suja.

Passei a mão pelo espelho, limpando a fumaça de água nele e vendo o meu rosto. Dois olhos verdes com algumas olheiras, uma pele branca, a boca delicada e carnuda, um nariz arrebitado e o cabelo castanho escuro tingido.

–Preciso pintá-lo de novo. - Abaixei a cabeça um pouco e vi que a minha raiz estava ficando loira. Minha cor natural. A mãe de Dylan também era, provavelmente, porque o meu sobrinho era loirinho e Dante tinha os cabelos castanhos. Só se ele os pintava também. Isso me fez rir. Dante com o cabelo azul seria hilário.

–Do que você está rindo? - Ele apareceu logo atrás de mim e eu pulei.

–Meu Deus! Você quer me matar de susto?! - Falei segurando o meu coração. Ele sorriu pelo espelho.

–Você não me ouviu bater e entrar, Sofia? - A covinha estava à mostra. Ele me olhava pelo espelho, os dois braços um em cada lado do meu corpo e presos no balcão da pia. Dante usava uma camisa de linho azul clara que não estava nada abotoado; o abdome duro e os peitos largos do meu chefe permaneciam grudados em minhas costas; os olhos azuis estudavam o meu corpo com apenas uma toalha em volta de mim e o meu cabelo pingando.

–O que foi? - Gaguejei o suficiente para ganhar mais um sorriso malicioso dele. Ele estava tão próximo e tão quente e tão sexy com aquele olhar de "você é minha".

–Preciso te pedir uma coisa. - Sussurrou o homem que me empurrou mais contra a pia e pude sentir o quão duro ele se encontrava sob as calças jeans e a minha bunda. Eu prendi a respiração e mordi os lábios.

–Dante... - Comecei, sem saber o que dizer. - Que coisa? - Eu estava ofegante, quando ele disse.

– Minha noiva, acalme-se. - Ele riu e desceu os lábios para o meu pescoço, beijando-me de um modo cuidadoso e ao mesmo tempo provocante que me excitava tanto, sugando a minha pele e forçando uma vermelhidão onde o fez. - Não é tão difícil o que eu vou te pedir. Eu só estou com fome. - Os olhos azuis voltaram-se para mim, brilhando com aquele sorriso posto de lado. - Muita fome, Sofia. - Disse por fim, movendo-se um pouco mais para a frente e tão duro, ele esfregava o pau na minha bunda, percorrendo as mãos firmes até a ponta da toalha e descobrindo os meus seios me deixando exposta, quando a minha única vestimenta caiu no chão; ele apertou os meus mamilos rosas, excitados, e me fez gemer.

–Shiu, Sofia. - Disse rouco, apertando ainda mais forte os bicos do meu peito. Eu gemi mais alto. - O meu filho ainda está na porta, você não vai querer que ele entre e te veja assim. - Mordi os lábios forte, sentindo o gosto de sangue na minha boca. - Isso, boa garota. - Ele desceu uma das mãos por minha barriga, afastando as minhas pernas, e lentamente massageou o meu ponto mais sensível. - Você está tão molhada, Sofia. - Eu estava ficando louca com o toque daquelas mãos sólidas e passei os braços na nuca dele, empinando-me mais e fincando as unhas nas costas dele, sobre a camisa. Ele apertou o meu clítoris tão gostoso que os espasmos ocorreram por todo o meu corpo.

Eu precisava dele dentro de mim.

–Dante... - Chamei-o, inclinando a cabeça para trás, apoiando em seu ombro e arfando com a luxúria cega. - S'il te plaît... - Pedi em francês.

–O que você quer, ma belle? - Ele estava segurando o meu pescoço, enquanto um dedo entrava e saia da minha vagina. - Você é tão apertada, Sophie, e tão bonita. O que você quer, ma belle? - Mais um dedo estava fundo no meu centro, subindo e descendo, deixando-me louca de prazer.

–Por favor, Dante...Sim, ahh...

–Sim, ma belle? - Eu não respondi, não tinha como.

Então ele parou e tirou as mãos de dentro de mim. Eu entrei em pânico, frustrada.

–Não!

–Não? - O sorriso torto estava graciosamente com a covinha. Ele deu um passo para trás, descolando o seu corpo de perto de mim, olhando-me pelo espelho sem tirar os olhos dos meus e cruzando os braços. Virei imediatamente, frente a frente com ele, impedindo-o de se afastar mais e agarrei os braços do homem que me fazia enlouquecer. Ele não se moveu nem um músculo, ao contrário, me examinava da cabeça aos pés com aquele olhar sexy de dar água na boca.

Levantei as mão para a gola da camisa dele, tirando-a. Ele deixou que eu fizesse isso. Passei os dedos sobre a pele bronzeada dos ombros largos do meu chefe, deixando marcas com as unhas quando deslizei gentilmente para o peito, o abdome duro até os ossinhos da cintura, mostrando o começo de um V que se escondia nas calças jeans. Comecei a desabotoar, mas então ele me parou.

–Sofia, melhor não. - Os olhos azuis estavam diferentes, mostravam reprovação.

–O que eu fiz? - Gaguejei. Eu não estava compreendendo, eu não tinha feito nada de errado.

–Você não fez nada, ma belle. - Pôs um beijo na minha testa. - Eu que fiz.

Ele bufou e passou as mãos pelo cabelo, esquivando-se de mim e pegando a sua camisa e a minha toalha, dando-a para mim. Ele não estava me olhando, apenas erguia a toalha.

–Cubra-se, não quero que o meu filho te veja assim quando eu sair. - EU QUERIA MANDAR ELE SE FODER, NÃO ME COBRIR!

–Seu filho teve a decência de não entrar aqui até que eu mandasse. Diferente do pai, não é? - Cerrei os dentes e peguei a porra da toalha com raiva, envolvendo-a em mim e passando por ele. Abri a porta e saí, deixando o homem para trás.

–Tia Sofi, tudo bem? - Dylan perguntou da minha cama, ele estava sentado nela e veio até mim. - Por que você está chorando?

–Está tudo bem, meu amor. - Limpei as lágrimas que não eram para ser derramadas e respondi para o meu garotinho loiro quando Dante saiu. - Seu pai é um idiota, é por isso que eu estou chorando. Vamos para o seu quarto, Dylan. - Puxei ele comigo e não olhei para trás.

(...)

–Tia Sofi, tia Sofi! - Esse menino adorava me chamar. - Olha, eles estão ficando marrons!! - O pequeno estava com um sorriso enorme no rosto, olhando para os cookies de m&m's sendo assados no forno. Como uma criança podia ficar tão feliz fazendo cookies? Dylan era a felicidade em pessoa; o meu homenzinho estava sempre disposto a dar um sorriso, até mesmo com as coisas mais simples como cookies.

–Você nunca fez cookies com a sua mãe, Dyl? - Perguntei, mas acho que ele não ouviu. Estava muito concentrado olhando para os cookies.

A cozinha, como as outras partes do cômodo, era muito bem feita: um balcão de vidro com 3 pares de banquetas brancos, no meio, onde eu estava sentada; atrás ficava um armário gigantesco planejado em tons que mesclavam de branco a creme; na frente do balcão estavam a pia de mármore preto com alguns utensílios de cozinha pregados na parede, um fogão de indução estava ao lado esquerdo, junto a um forno prateado e um monstruoso refrigerador 2 portas em inox.

–Tia Sofi... - Meu garotinho apareceu do meu lado, puxando a minha saia longa e os olhinhos azuis focaram-se em mim, sérios. - Papai me disse que a mamãe estava muito doente no hospital, então eu não podia fazer cookies... - Encolheu os ombrinhos e sorriu meio torto. - Obrigado, tia Sofi! Eu queria muito fazer cookies com você! - E abraçou as minhas pernas.

Eu acho que o meu coração acabou de ser dilacerado e pisado com o que ele disse...Arrependi-me de ter falado que não ia fazer os cookies com ele, no banheiro.

Agachei para ficar da mesma altura que ele e dei um abraço muito forte no meu pequeno guerreiro. O pai o criou muito bem, isso eu podia constatar.

–Dylan, meu amor. - Falei com a mais mansa voz no ouvido dele. - Sua mãe, mesmo que ela nunca tenha feito cookies com você, ela te amava muito. Nunca se esqueça disso, Dylan, ela te amava mais do que tudo no mundo. - Beijei a testa do meu anjinho. - Tudo bem?

–Eu sei. - O sorriso alegre voltou a resplandecer nos lábios dele. - Agora a gente já pode comer?!

(...)

A porta do meu quarto estava aberta e mesmo assim ele bateu.

–Posso entrar? - Perguntou.

–Claro, por que não? A casa é sua, você entra e sai quando quiser. - Não dei a mínima atenção para ele, estava concentrada no meu notebook.

–Sofia, você sabe cozinhar? - Eu tive que olhar. Dante estava na porta, tinha acabado de chegar do trabalho e usava o seu terno azul marinho, muito sofisticado e caro para variar.

–Sim, eu sei. - Respondi orgulhosa, porque eu tinha aprendido tudo com a minha mãe e ela me ensinou várias coisas. Uma delas foi a cozinhar, extremamente bem...

–Então eu posso te pedir um prato para o jantar?

–Esse era o seu pedido? - Ergui uma das sobrancelhas. Sentada na cama, com os óculos de grau quadrado no meu nariz e o notebook no colo, eu estava fazendo uma pesquisa sobre o código civil. - Tem certeza de que esse é o seu pedido? - Provoquei-o. - Porque eu podia jurar que era outra coisa hoje de manhã cedo, senhor Dante Kannenberg. Eu podia jurar que o meu chefe estava com muuuuuita fome e não era de comida. - Não pude esconder a minha raiva voltando.

Os olhos azuis dele ofuscaram-se e ficaram mais escuros, fixando-os em mim com um silêncio perturbador. Ele caminhou até onde eu estava, a cada passo que dava o meu coração batia mais alto. Eu não conseguia me mexer. Deus, o que esse homem estava fazendo comigo?!

–Sofia. - Uma mão foi para o lado esquerdo do meu rosto. - Eu não quero te machucar. - Ele respondeu.

–Você não vai me machucar, Dante. - O meu sorriso sarcástico o fez tirar a mão. - Por que logo você iria fazer tal coisa? - Um brilho de dor novamente eclodiu nos olhos perfeitos azul safira. Ele estava incomodado com algo.

–Eu simplesmente não posso. Desculpe-me por hoje cedo. - Abaixou-se um pouco e beijou a minha testa. - Não deveria ter acontecido. Desculpe, Sofia. - Virou-se para ir embora, mas eu o peguei pelo pulso.

–Dante. - Falei rápido. - O que você quer para comer? - Ele parou e pensou por alguns minutos.

–Estrogonofe de carne. - O sorriso elevou-se em seus lábios. - Já comprei as coisas, estão lá embaixo. Só falta você.

–Certo. Vai tomar um banho e eu vou preparar a sua comida. - Ele estava sorrindo mais. - E Dante, você pode acordar o seu filho depois?

–Sim, senhora.

Desci as escadas meio perdida. Meu chefe era muito contraditório. Às vezes ele me olhava de uma forma muito possessiva, querendo me ter e me deixando louca, outras vezes ele me rejeitava por completo e de um jeito inexplicável.

–Eu estou cuidando de duas crianças. - Ri comigo mesma. - Que confusão. Ana provavelmente me mataria se eu falasse que estou morando com o meu viúvo cunhado e falso noivo...

Entrei na cozinha e vi umas dez sacolas em cima da mesa, cheias de coisas. Ele tinha comprado mais do que o necessário para fazer o estrogonofe. Carne, salsa, cebola, alface, cenoura, abóbora? Esse homem... Eu ri. Ele estava me testando, simplesmente assim.

A comida ainda estava no fogão, quando os dois homens da casa apareceram na porta. O pequeno Kannenberg estava no colo do grande Kannenberg, o pai e o filho sorriram para mim.

–Vocês estão com tanta fome assim? - Sorri para os dois. - Ainda faltam uns 10 minutos, vão ter que esperar sentados. - Apontei com a colher para as banquetas.

Nenhum dos dois falou, enquanto eu mexia a carne e o molho na panela. Dylan sussurrava baixinho no ouvido do pai, então eu virei e ele arregalou os olhos, tampando a boca, perto de Dante que estava inclinado ao lado do meu garotinho.

–O que vocês estão aprontando? - Estreitei os olhos.

–Nada, tia Sofi. - Dyl balançava as perninhas e sorria. - Não é, papai?

–Sim, não é nada. - Dante riu. - Tia Sofi.

–Certo, porque da última vez que vocês dois cochicharam não foi uma coisa legal para mim.

Os dois pararam de sorrir ao mesmo tempo e tinham uma expressão lamentável no rosto. Ótimo, agora eles estavam se sentindo culpados...

–Tia Sofi.

–Sofia.

Falaram ao mesmo tempo e eu ri; virei e peguei a enorme panela.

–Está pronto, vamos comer! - Levei até eles, fiquei entre os dois e quando curvei para colocá-la na mesa Dylan gritou.

–Agora! - Ganhei dois beijos, um em cada lado da minha bochecha. Um do pai e outro do filho.

–Obrigado, Tia Sofi. Nós amamos estrogonofe. - Esse era Dante falando com as covinhas de lado. - Não é, Dyl?

–Sim, nós mega-super-amamos! - Fez um meio círculo no ar sobre a cabeça com os bracinhos estendidos. - Muito!! - Enfatizou.

Eu não deveria ter conhecido essa criança... Vai ser difícil eu ir embora depois de terminar o meu trabalho aqui, pensei, enfrentando os olhinhos azuis do meu mini-chefe e depois os olhos azuis do meu chefe.

Eu não deveria ter aceito esse acordo.


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Notas finais do capítulo

O que fazer quando se tem um chefe assim? hahaha



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