Quebrados escrita por Ellen Cravina


Capítulo 15
As andorinhas...


Notas iniciais do capítulo

Espero que o número de comentários para este capítulo seja um pouco maior que os outros...^^" Por que?!
Bom, porque estou voltando à escrever, meus amores! Desculpe a demora ;)



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Eu já não me conhecia mais. Não mesmo. Tudo o que eu sabia que era real, na verdade não era. O meu passado não era real... As memórias com a minha mãe também não eram? As memórias de Thomas, também não eram?

Eu fiquei pensando, pensando e pensando repetidamente, fazendo o mesmo percurso por horas, deitada na cama com o Dante e o meu pequenino filhinho.

—Mamãe, mamãe! - Dylan estava sorrindo, puxando o meu vestido para que eu olhasse o desenho dele. - Olha o que eu fiz!

Ele me mostrou a folha que eu tinha desenhado uma vez. Os dois pássaros. Mas, tinha algo à mais ali. Era um laço no pescoço de cada andorinha, ligando-se no formato de infinito.

—O que significa isso, Dyl?

—É você e o papai, mamãe. Não é, papai? - Perguntou ao Dante, que pegou o papel da minha mão e me apertou mais para perto dele.

—Sim, Dyl, sou eu e a mamãe. Certo, Bele? - Beijou a minha cabeça com um sorrisinho.

—Mas, eu pensei que o Dylan queria uma andorinha-mãe e uma andorinha-filho.

—Não, mamãe, o papai me contou uma vez que você gostava de andorinhas e que sabia desenhar duas. Uma era você e a outra era ele, mas eu não podia falar isso aquele dia... Então, eu disse que era a mamãe e o filhinho. Você que criou esse símbolo, mamãe.

—Desculpa, Dyl. Que símbolo? – Olhei para o Dante, sabendo que ele responderia.

—O infinito com as duas andorinhas, meu amor. Você disse que era o nosso símbolo, Cibele. Porque a andorinha, por ser uma ave migratória monogâmica, ou seja, possui um parceiro durante toda a vida, está associada ao amor. E...

—"Ela é a ave da partida e do regresso, então se você olhar para o céu e ver uma andorinha, saiba que eu estou voltando..." - Completei a frase com as palavras que surgiram na minha mente.

—Sim, exatamente, meu amor. - Ele alargou o sorriso mais um pouco. - Você voltou para mim, assim como prometeu. Minha bela andorinha, meu amor, minha vida.

O sussurro desse homem apenas demonstrava o quanto ele me ama, o quanto esperou por mim e ainda me olha como se eu fosse ela.

—Dante, eu não sou ela.

—Shiii, Cibele. – Abraçou-me ternamente, seguro de que eu estava em seus braços. – Eu sei que você não se lembra, mas você é ela agora. E, minha andorinha, eu te amo de todas as formas e de todos os jeitos... – Os olhos azuis estavam concentrados em mim, convictos de que eu era ela. Ela era eu e mesmo assim eu não me conhecia.

—Eu não me lembro, Dante. – Fechei os olhos e tateei o rosto dele. – Eu não me lembro deste rosto, da pessoa que eu amei, do homem que eu escolhi. Eu não me lembro, eu não me conheço e eu acho que...

—Você não precisa dizer isso, Cibele. – Calou-me com a sua mão em minha boca. – Com o tempo, tudo voltará aos poucos. O médico disse que é possível, mesmo eu não querendo. – O sussurro virou o som da dor, da angústia dele em um tempo frio. – Eu prefiro você assim, sem preocupações, sem lembranças. Ou melhor, nós podemos recomeçar se você quiser... – Sorriu, esperando a minha resposta.

Eu estava carregando uma faca de dois gumes, uma que poderia me matar e me salvar ao mesmo tempo, sem misericórdia e piedade. Essa faca era a minha escolha, eram as palavras que eu diria em seguida e que mudaria a minha vida novamente. Eu estava carregando ela sem saber, sem me tocar de que eu precisava dela para estar ali. Para estar com eles.

Sentei-me com a coluna ereta, portando-me como uma empresária e estendi a mão para ele, recebendo um sorriso de covinhas.

—Eu me chamo Sofia Cibele Lafayette, prazer te conhecer. – Ele pegou a minha mão e beijou sensualmente, acariciando a pele entre os meus dedos. Não tinha como segurar o sorriso no meu rosto. – Mas, pode me chamar de Cibele. – Um dèjá vu passou por mim.

—O prazer é meu, Cibele. Meu nome é Dante Kannenberg, mas pode me chamar de Dante. – Ele puxou-me para os seus braços. – Você será minha esposa, minha andorinha.


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Notas finais do capítulo

Ficou curtinho né?...Escrevendo o próximo.



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